Black Easter escrita por little Nyx


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Desafio Relâmpago: As festividades do mês de Abril Tema: Páscoa.



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— Robs!Robs! —a subordinada abre a porta da sala do detetive euforicamente.

— O que houve, Srta.Margô? — o detetive Robert estava de pé em frente à máquina de café, tomando já a sua segunda xícara.

— Estamos na páscoa... — ela se escora na porta tentando recuperar o fôlego – Aconteceu de novo.

Com os olhos arregalados e pele arrepiada, o detetive vira-se bruscamente derrubando seu café pelo chão.

— Qual local? — pergunta pegando o paletó, colocado a arma no colo da calça e procurando sua carteira com o distintivo do FBI em meio às papeladas da sala – Droga!– a carteira estava em meio a um sanduiche de presunto que sua mulher havia preparado.

— Hospital St.Jones — o “braço direito” do detetive, Margô, abre mais a porta para que seu chefe passe.

Eles correram pela delegacia, indo em direção ao estacionamento.

Chegando a Ranger Rover, decidiram que Margô iria dirigir, a moça era melhor no volante.

— Porque o carro do senhor esta cheirando a ovo? — a mulher empina o nariz para que possa analisar o aroma.– Nojento!

— Meu filho estava de aniversario, ele foi “banhado” pelos seus colegas — explica Robs.– Vou limpar quando puder.

Margô liga ignição.

. . .

— Aqui é o FBI, senhora — detetive Robs e Margô tentam chegar perto ao local onde havia acontecido o caso, porém são impedidos por uma policial que estava na porta do quarto. – Deixem-nos passar – diz Robs com desdém.

Rapidamente ela deixa-os atravessar a porta.

O quarto era razoavelmente grande. Havia uma poltrona que se encostava ao canto direito do quarto em baixo de uma janela. Uma estante com remédios e utensílios da enfermeira que ficava ao lado da porta de entrada. A cama ficava no meio com os aparelhos médicos em volta e ao lado esquerdo, um berço.

O lugar estava completo de policiais fazendo revista e procurando por pistas. Mas aparentemente, ninguém encontrava coisa alguma. Robs e sua assistente colocam as luvas e entram mais adentro para fazer uma busca. O detetive chega mais perto do berço e nota um objeto, mais precisamente um ovo.

Sempre a mesma coisa – pensou Robert.

Há quatro anos, em toda época de páscoa, há uma série de sequestros a recém-nascidos de vários hospitais diferentes de Nova York. Sempre a mesma história, a criança era sequestrada e em seu lugar era deixado um ovo de galinha. Provavelmente pelo ovo representar o “nascimento”, pensavam os policiais.

Desde o primeiro sequestro, ninguém nunca descobriu o porquê dessa atitude tão perversa. Todos os anos, muda-se o chefe do caso, muitas vezes porque a pessoa acabava desaparecida, ou morta.

— Detetive – chama Margô.— Veja o que encontrei— ela mostra um frasco que dentro continha pelos.

— Mande isso para análise– diz Robs–, junto a isso aqui também – o homem com muito cuidado, pega o ovo com a mão e entrega a Margô.

Robert anda pelo lugar tentado analisá-lo, e rever o que houve nessa madrugada,neste quarto.O que lhe parecia, era que o sequestrador não tinha andando muito pelo quarto, seu objetivo era apenas pegar o bebê.

Durante anos nunca havia acontecido nada diferente de um sequestro. Se a pessoa que embargou pegou apenas a criança, o trajeto que fez não foi muito longo.Robert foi até a porta e para, observa o que – provavelmente – a pessoa observou e com passos leves e os olhos estreitos, andou até o berço. Passando pela cama, vê algo caído no chão em baixo da mesma. Agacha-se e pega algo que parecia com um nariz de coelho, como aqueles de fantasias.

Só pode estar de brincadeira mesmo - pensa Robert.

Levanta rapidamente e vê Margô parada ao seu lado.

— Mande isso também à análise – ele lhe entrega o objeto e Margô ri ao ver o que era. – Não ria – Ela fecha o sorriso e sai.

O detetive da mais uma olhada pelo local e, vagamente, se lembra de como tinha parado ali.

“— Robert! – Gritava a sua esposa.

Robs não tinha reação, sua esposa ao seu lado em prantos.

— ROBERT! NOSSA CRIANÇA! — Susan chorava, gritava e esperneava na cama do hospital. – EU NÃO POSSO TÊ-LA PERDIDO!

— Susan... — o detetive, pela primeira vez, não tinha nada a dizer – Eu...

— NÃO! —gritou sua esposa. — NÃO DIGA NADA! SÓ IRÁ PIORAR!

2 Anos depois, Robert e Susan adotaram um menino, Patrick. Mas Robs sabia que não era o bastante a Susan, ela queria que ele entrasse no caso da páscoa.

E foi ai que tudo começou pensou Robs.— entrei no caso há pouco tempo, e já estou me sentido derrotado.

Virando-se para a porta, sai do quarto e vai em direção ao estacionamento.

...

—Susan, estou em casa – Robs anuncia.

Ele anda até a cozinha e não a encontra, apenas vê Patrick sentado na mesa, estudando.

— Oi filho — diz beijando a testada criança. – Onde está sua mãe?

— Eu não sei, ela disse que ia sair — Patrick diz sem tirar os olhos de seus papeis. – Me deixou com a babá.

— Mas agora já é de manhã – ele olha no relógio,7h40. – Ela passou a noite fora?

Patrick assente se levantando e pegando suas coisas.

— Tenho aula, pai. Rosa vai me levar – ele abraça Robs.

O detetive subiu ao segundo andar e foi até seu quarto. Deixou a maleta em cima da cama e tirou a gravata indo em direção ao banheiro. Parou em frente ao espelho e se encarou. Sua aparência era mórbida, seus cabelos negros bagunçados e seus olhos verdes já não eram mais tão bonitos iguais há anos atrás. Seus músculos não eram pequenos, notava-se a elevação em seus braços, porém, músculos doloridos.

Robert coloca seu pijama e deita-se na cama caindo em um sono longo.

...

—Srta.Margô! – Robert entra rapidamente em sua sala. — preciso que faça algo para mim.

A assistente se levanta e saí de trás mesa.

—Sim senhor – ela responde – o que deseja?

– Preciso que vá até minha casa e fique lá até minha mulher voltar – ele responde.

— Sim – ela diz – mas antes, o laboratório analisou as amostrar que o senhor e eu encontramos – ela explica. – Parece que o nariz de coelho encontrado pelo detetive e os pelos que eu achei, são partes de uma fantasia.

— Uma fantasia? – Robs estava confuso. – O que a fantasia tem com esses sequestros?

— Isso que eu estava olhando – Margô mostra os papéis. – Parece que em nenhuma vez nos quatro anos foi encontrado algo assim.

– Tudo bem, vou ver o que faço – ele diz – Agora vá.

Ela assente e sai.

Seu celular particular toca e sai com som daquela musica ridícula.

— Alô.

— Alô – era Patrick. – Pai, você sabe onde a mamãe colocou a minha fantasia?

— Fantasia? –Robs não entendeu – Qual fantasia filho?

— A fantasia de coelho que ela fez para minha apresentação.

— Não filho, – ele diz. – Não sei onde está – Robs engole o seco.

— Ok, pai – diz o filho. – Obrigado, tchau.

E desliga.

Robert coloca o telefone sobre a mesa e encara o nada. O que estava pensando era loucura. Ele procura pelo primeiro relatório do caso dos sequestros.

20 de abril de 2010”

Não poderia ser.

Ele se levanta com muita pressa, pega as chaves do seu carro não e vai até o estacionamento.

Novamente ele é interrompido pelo barulho – incrivelmente chato – de seu celular.

— O que é?! — ele atende.

— Senhor Robert – era um dos policiais da delegacia. – Venha ao hospital Santa Maria. Outro sequestro.

Ele desliga o telefone e dá partida no carro

...

Sem muito ligar para a área onde estava, ou falar com alguém, o detetive entra as presas no hospital e vai até o quarto, que não era muito diferente do último.

— Dessa vez acho que deixaram passar algo – um policial diz a Robs – pelos resultados do laboratório, as amostras eram de fantasias, mais precisamente de um coelho, porém, a pessoa que fez isso quase foi pega em flagrante – ele conduz o detetive até o banheiro – já prevíamos que nosso sequestrador era uma mulher, e sem querer acabou deixando rastros do sapato de salto enquanto entrava no banheiro para se trocar, pois parecia com pressa.

Robs da uma olhada no banheiro, e depois olha o chão do quarto. Era verdade que havia marcas de salto, mas havia algo que não se encaixava. Ele entra no banheiro e nota o Box aberto, olha mais adentro e vê a janela pequena do local também aberta.

— Ela não se trocou aqui – Robs diz. – é muito obvio. Ela entrou no hospital já com a fantasia, em época de páscoa eles deixam qualquer um entrar se esta vestida de coelho. Ela entrou no quarto ao lado, vestiu sua roupa normal e pegou a criança, trouxe para esse quarto, deixou deitada no berço para que não desconfiassem enquanto ela tentava abrir ao máximo a janela do banheiro para poder passar. Voltou, pegou a criança, e escapou sem ser percebida.

O policial olhava para Robs como se ele fosse um alienígena.

— pegue sua equipe e mande para o outro quarto – Robs ordena – preciso sair imediatamente. – o policia assente e sai de sua vista.

...

— Margô! – Robs entra correndo em sua casa.

— Estou aqui senhor – ela desce as escadas rapidamente – eu escutei um barulho.

—E o que era? – Ele pergunta rudemente.

— Sim – ela diz –, era apenas a sua mulher tomando banho – ela pensa um pouco – mas eu achei um tanto estranho, pois eu não há vi entrar.

Robert não responde, sobe as escadas correndo e vai até o seu quarto.

— Susan? – ele chama pela esposa.

— Sim, querido? – Ela diz saindo do banheiro de toalha.

— Posso saber onde a você passou a noite, Susan? – Ele coloca as mãos na cintura e a olha com reprovação.

Ela o encara assustada.

– Na casa de mamãe – Susan responde finalmente – onde mais eu estaria?

Ela se aproxima, os olhos negros de Susan sempre o hipnotizaram. Seus rostos já estavam perto um do outro, mas o detetive não poderia se deixar levar pela tentação. Afasta-se da esposa a vai até o closet.

Ele revira roupas e sapatos do lugar procurando alguma coisa que confirmasse seus pensamentos. E, infelizmente, acaba achando.

Robs abre o guarda- roupa por inteiro e vê o que não queria: varias caixas de ovos de galinha espalhados pelo guarda roupa de sua mulher. Sua cabeça começa a girar e seu corpo tremer. Robert apenas sai do quarto correndo.

— Senhor? – diz Margô – Senhor! – ela o seguia enquanto ele tentava correr.

Robs procura as chaves do seu carro nos bolsos, mas não há encontra. Seu corpo estava fraco e sabia que se ficasse mais alguns segundo em pé não ser aguentaria.

— Senhor Robert! – Margô grita – O senhor não ira dirigir. – ela puxa as chaves do veículo dela da bolsa e o guia.

— Me leve para longe Margô – ele diz.

...

Margô estaciona o carro em frente a um edifício que Robs não conseguia ler o nome.

— Eu moro aqui – diz saindo do carro e indo a abrir a porta para seu chefe.

Robs olha para Margô quando ela oferece a mãe para ajudar a sair. Ela era uma mulher bonita, nunca havia reparado. Seus cabelos ruivos caiam em ondas pelos ombros e sua pele branca combinava certinho com seus olhos cinza. O corpo de Margô era esbelto, não tão exagerando como o de Susan.

— Margô – ele diz, - porque o seu carro cheira a leite e no seu porta luvas tem vários cupons de mercado? – ele pergunta.

— Não é por nada senhor – Margô ajuda Robs e o leva até a portaria para pegar o elevador.

...

O apartamento de Margô era um lugar bom para onde morava apenas uma pessoa. Robs o analisava com cuidado. A única coisa que lhe pareceu estranho é que Margô não o levou para a sala ou qualquer lugar que fosse mais aconchegante, o levou para o escritório.

Ela abriu a porta e Robs pode ver uma mesa que em cima continha um computador e uma impressora com papeis espalhados por todo lugar. Mais ao lado esquerdo do quarto havia outra mesa com uma cafeteira e mais papeis. E por fim, na janela, havia um mapa de NY com taxinhas coladas em vários lugares e fios vermelhos que as entrelaçavam.

— Preciso ir ao banheiro – ele diz – onde fica?

— Abra essa porta e vire a esquerda no corredor, um cômodo antes de chegar à cozinha – Margô explica.

Robs abre a porta e vai disparado ao banheiro trancando a porta. Abre torneira e joga água no rosto, e ao levantar para pegar a toalha nota uma mancha de amarelo na toalha, Robs por ser um detetive com muita frescura, sai do banheiro e vai até a cozinha procurando outra. Ele abre o armário de Margô e repara na quantidade de caixas de leite, na falta de ovos e toalhas.

Ele chega até a lavanderia e pensa que aqui poderia achar alguma coisa para poder assear a água. Mas o que apenas encontra é uma cesta cheia de roupa de criança.

Robs passa a mão pelo rosto com esperança de que parasse de escorrer água.

Ele volta até o escritório e encontra Margô sentada na cadeira observando alguns relatórios com os seus saltos em cima da mesa.

— Não achava a toalha – Robs diz.

Margô levanta e vai até a mesa onde ficava o café, abre a portinha de baixo pegando uma tolha e indo a sua direção. Chega perto de Robs e enxuga seu rosto com cuidado.

— Não precisava Srta. Margô – diz ele se afasando.

— eu estou lhe ajudando – ela se aproxima novamente.

O rosto de Robs se aproximava ao de Margô, não porque ele queria, era como se algo o tentasse a fazer isso. Em um piscar de olhos, as mãos do detetive estavam na cintura de sua subordinada e seus lábios entrelaçados em um beijo feroz. A boca de Robert desceu até o pescoço de Margô beijando e mordiscando sua pele. Mas então, no calor do momento Robert sente um aroma estranho para o cabelo de uma mulher. Era cheiro de ovo.

E é ai que cai a ficha.

Margô com cuidado separa os seus lábios dos do detetive e diz.

— vou fazer um café para você – ela levanta e vai até a cafeteira.

Robert olha para o mapa que antes não era de tanta importância e repara nos pontos marcados. Todos são hospitais, e as linhas em vermelho marcavam aonde os policiais iam.

Ele se lembra das caixas de leite que havia visto na cozinha, a marca de ovo na toalha e as roupa de criança que estavam sujas na lavanderia.

— Margô, que numero é o seu sapato? – ele pergunta.

– quarenta e dois – responde Margô.

As pegadas no chão do hospital.

— Porque você não me ligou quando viu que minha mulher havia voltado para casa? – Robert pergunta novamente.

— Bom, achei que queria que eu voltasse direto para a delegacia – Margô respondia sem ao menos desviar os olhos da cafeteira.

– Margô – ele chama – você perdeu o seu bebê quando estava grávida, não foi?

Ela levanta cabeça encarando a parede e ri

— Então você finalmente descobriu – Margô se vira.

— Você é a sequestradora – Robs estava boquiaberto – e eu achando que era minha esposa.

— Não foi muito difícil enganar você, sabe – ela anda até a mesa do computador – quando me pediu para ir a sua casa a ideia surgiu, e como eu sabia que sua mulher também havia perdido o bebê, foi só comprar as coisas e implantar as provas na sua casa.

— Os cupons de supermercado de seu porta luvas – ele diz – por isso que quando eu te pedi você saiu tão rápido.

— Uau! – Margô ri com desdém – conseguiu juntar todos os fatos, não é? – ela sorri – mas tem uma coisa que você ainda não se tocou.

Ela pega os relatórios e joga sobre a mesa.

— Vamos, Robert, pense um pouco – a insubordinada se senta.

Robert pega os papeis e passa os olhos. Todos os relatórios como já tinha visto, eram sempre inconcluídos. E sempre o detetive que cuidava do caso ou desaparecia, ou era dado como morto.

— Você esta há quatro anos sendo braço direito de todos os detetives – foi você que sumiu com ele ou – Robs sentia seu suor escorrer pela face –, matou eles.

Forma um sorriso diabólico nos lábios de Margô.

— Muito bem – ela se levanta – agora sim, você desvendou o caso.

Tudo acontece muito rápido. Margô sai de trás da mesa, enquanto Robert saca sua arma e tenta atirar em sua perna, acertando o chão. Ele joga a arma em qualquer lugar do escritório e vai até a mulher segurando-a pelos pulsos e a prensando contra a parede. Mas Margô era uma rápida, chutou a barriga de Robert com o joelho, saiu dos braços dele e com o pé o empurrou na parede. E se coloca atrás dele falando em seu ouvido.

— Seu eu não posso ter aquele bebê, – ela sussurra – ninguém mais pode. E eu farei de tudo para que você não me impeça de terminar o plano.

Ela sai de cima dele por alguns segundo o que da a Robert uma chance de se virar e ver que Margô esta com a impressora em mãos.

— Bons sonhos, detetive Robert – e com muita força, ela bate a impressora contra cabeça de Robs e ele cai sobre seus pés.

Enquanto o homem tentava lembrar como havia chegado a esse ponto, sua cabeça rodava mais do que uma montanha russa, e tudo o que podia – ou melhor, tentava, pois já estava tudo embaçado - ver eram os saltos de Margô caminhando em direção à porta.

— feliz Páscoa detetive – então ela fecha a porta e deixa Robs caído no chão de seu escritório, sozinho. Ele já não conseguia deixar os olhos abertos, suas pálpebras se fechavam, mas seu cérebro dizia “não Robert, vá atrás dela!”. Porém, o detetive já não conseguia mais raciocinar, ele fecha os olhos e perde totalmente a noção, caindo em um sono profundo da qual ele nunca iria acordar, com as ultimas palavras em sua cabeça “feliz Páscoa”.


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Notas finais do capítulo

Oioi.
Bom, é a primeira vez que eu escrevo um desafio do Nyah!, então eu acho que não deve ter ficado muito bom, pois eu fiz bem correndo.
Espero que gostem.
xoxo ♥