Capítulo Três: O pássaro sem som.

Narradora On

Já havia se passado vários dias desde o tal acontecimento, Nathan ia dando suas melhoras de pouco em pouco, enquanto Mei se recusa a sair de seu lado, ele percebeu que ela era uma garota insistente e teimosa, falou tudo pensou para ela ir embora, mas ela batia o pé no chão e disse que só saia junto dele. Ela passou todo o tempo ao seu lado, ele viu facilmente que ela era uma amiga rara de se encontrar.

Ela percebeu coisas também, como era difícil conseguir conversar com ele, como ele era “misterioso”, mas mesmo assim era uma pessoa boa.

...

A alguns dias ele havia tendo pesadelos em um número fora do comum, e pelo oque ele disse, sua mente após a luta ficou em destroços, não conseguia lembrar do que realmente havia acontecido, deixando a curiosidade de Mei ainda maior, pelo oque médico disse, os ferimentos no braço do mesmo eram muito incomum, e pelos pesadelos que andou tendo só fez piorar, de alguma forma os pesadelos ajudavam a piorar, ele mal conseguia sentar direito, oque deixou Mei bastante preocupada.

...

Era uma noite qualquer, Mei ainda estava acordada como de costume, olhava pela janela vendo a lua, a noite estava linda e o céu limpo.

Mei sentiu sua mão esquerda sendo fortemente apertada, ela se virou e viu que era Nathan.

–Sa...Sasha...-ele disse quase em um sussurro, mais que foi ouvido por Mei.

Quem era Sasha afinal? Mei não sabia, mas sabia que no estado atual dele, perguntar isso poderia prejudica-lo em alguma forma, será que Sasha era sua mulher? Será que ele tinha uma família? Será que estava com saudades e que Mei era a culpa completa dessa saudade? Afinal ele tinha de proteger ela, isso poderia ser uma pedra no caminho de Nathan.

As várias duvidas e perguntas ressoavam alto na cabeça de Mei.

...

Depois de ter melhorado, finalmente Nathan havia recebido alta, mas no dia que havia recebido a tão esperada alta, o céu praticamente desabou, chovia muito, isso era uma grande complicação, Nathan não aguentava mais o hospital e queria ir embora dali.

Esperaram a chuva passar para poderem continuar o seu caminho.

A chuva não demorou muito, isso deixou Mei mais esperançosa de voltar rápido para casa, afinal estava feliz, seria um tipo de babá já que por ordens do médico, Nathan deveria passar um bom tempo em repouso, ela prometeu ficar de olho nele e disse que só ia deixa-lo entrar em ação quando estivesse melhor.

Nathan riu disso.

Afinal ele podia um dia pensar que um dia teria a princesa de Yuula o vigiando?

(...) Meses depois (...)

Casa dos Okumura.

Rin, Shima, Bon e Konekomaru riam de suas brincadeiras normalmente, enquanto Yukio estava com seus pensamentos literalmente perdidos em uma única pessoa, Izabela.

Ele já havia admitido a si mesmo o quão loucamente e bobamente estava apaixonado por sua superior, já tinha desistido de Shura desde do dia em que a mesma apareceu na Verdadeira Cruz. Aquelas belas Iris verdes-esmeraldas, sua pele alva e clara, seu jeito sério em missões, mais tímido fora delas, e quando ela sorria envergonhada com algo ou timidamente? Ah ela realmente havia conquistado o exorcista.

Tinham a mesma idade, ele a conhecia muito em algumas coisas, pois alias, passavam um grande tempo juntos não é?, era sua superior no trabalho como exorcista. Era uma Paladina, a mais nova da história. Mais as perguntas que não paravam ressoar em sua cabeça era se devia se declarar.

Hoje é o festival de verão e ele e ela ficaram responsáveis para vigiar alguns lugares, mais alias eles ficariam sozinhos, era uma chance perfeita para descobrir se ela sentia o mesmo não era?

Ele estava nervoso e não tomara nenhuma decisão concreta naquilo, o irmão mais velho dos Okumura, Rin percebeu isso.

Rin já sabia á muito tempo a paixão secreta de seu irmão pela Sorioto e Rin havia ouvido ele falando com ele mesmo se devia se declarar ou não. O irmão ao ver o nervosismo de outro resolveu tentar ajudar.

–Yukio!- disse Rin- Já decidiu?- perguntou.

–Decidi oque?- disse se virando rapidamente.

–Decidiu se vai se declarar ou não.- disse Rin num tom tão normal que fazia aquilo parecer algo simplesmente fácil.

As cores vermelhas logo tomaram conta da face mais novo, fazendo-o escolher na cadeira.

–Eu ouvi você falando.- disse Rin rindo- Que escolha pra se apaixonar hein logo a dama de ferro.

–Dama de ferro?- perguntou Yukio, que apelido era aquele afinal, dama de ferro?

–É o apelido dado a ela por alguns professores, dizem que o seu jeito de lutar é tão belo que ela recebeu esse título do próprio conselho dos deuses e dizem que ela é a autoridade dos deuses na terra.- disse se sentando na cadeira e bebendo o refrigerante que tinha em suas mãos.

Yukio se calou. Tinha coisas sobre ela que ele não sabia. Como este apelido já servia de exemplo, afinal como ela se tornará Paladina de uma maneira tão fácil? Era um enorme mistério afinal. E o seu passado? Yukio não sabia de exatamente nada sobre o seu passado. Tudo oque sabia era que estava apaixonado.

–Yukio, só posse te ajudar em uma coisa e vou dizer um plano para você se declarar- quando as ideias vinham do mais velho Yukio já sabia que era coisa ruim, mais não tinha mínima ideia do que fazer.

...

A noite havia começado, junto do festival. As pessoas brincavam alegremente durante o festival. Yukio decidiu seguir o plano do irmão. Queria vê-la, mas para sua infelicidade ela ainda não havia chegado. Olhava as esquinas de segundo a segundo procurando com os olhos a sua amada.

Viu a esquina, e logo ficou corado. Ela estava em uma Yukata colorida com desenhos tradicionais de peixes, mais os detalhes verdes da cor de seus olhos deixavam-na ainda mais bonita, seu cabelo estava amarrado em um coque bem feito, com apenas duas mechas soltas na esquerda e na direita, carregava uma bolsinha igual a sua Yukata. Ele estava admirado a olhando igual a um besta.

Ela se aproximou, ele percebeu a leve coloração em suas bochechas.

–Fiquei surpresa ao ver que me chamou para o festival...-disse colocando timidamente uma mecha atrás de sua orelha.

–Não gostou?- ele disse nervoso.

–Não é isso é que eu fiquei feliz...- disse tentando se explicar – Bem desde que eu soube que seriamos substituídos por Shura e Shiji eu fiquei surpresa e pensei que não ia fazer nada!

–Ah desculpe se eu atrapalhei algum compromisso seu lhe chamando...-disse Yukio.

–Não peça desculpas por favor, que tal irmos nos divertir aliás estamos em um festival certo?-disse sorrindo.

–Vamos!- disse Yukio puxando ela pelo braço.

Ele levou ela para metade do festival, foram na pescaria, comeram, brincaram, e o principal se divertiram.

Mal estava na metade do festival e Yukio se sentia cada vez mais ansioso pelo momento certo! A sua chance!

Ele olhava ela tentando pegar um peixe dourado, mais sempre era em vão, o papel da rede rasgava e ela não conseguia pegar o peixe dourado tão cobiçado entre os demais ali. Ela queria muito o peixinho dourado.

Yukio se aproximou e em sua primeira tentativa conseguiu pegar o peixe. Ela sorriu largamente pois já estava quase desistindo. Yukio sorriu gentilmente para ela, que retribuiu.

Enquanto andavam pelo festival viram Mei, Nathan, Ryuko, Satsuki, Rin e Bon.

Mei puxada Nathan quase o fazia andar pelo lugar, aquilo sim era uma cena engraçada, Nathan estava com uma enorme cara de tédio, enquanto Mei o puxada.

–Vamos Nathan eu quero me divertir!- ela dizia o puxando.

–Então se divirta sozinha!- ele dizia ainda parado.

–Ryuko!- Rin gritou- Vamos tentar pegar um peixe!- ele dizia rindo. Estava com Ryuko em seus braços no estilo noiva, enquanto a morena se movia escandalosamente.

–Me solte!- gritava- Eu sei andar!

–Idiotas...-murmurava Satsuki e Bon.

Os dois riram da cena que chegaram a colocar as mãos na barriga tentando controlar os risos histéricos.

Faltava alguns minutos para os fogos começarem os belos fogos de artifício. O momento certo de Yukio.

–Se importa de ir ver os fogos comigo no templo?- disse Yukio.

–Não vamos falta alguns minutos.

Subiram as escadas calmamente, já estavam sentados em alguns degraus do templo.

Os fogos brilharam ao céu. Os olhos da mesma o fitavam maravilhada.

Yukio ficou fora de si, e tomou a frente dela lhe dando um beijo.

Ele implorou por explorar a boca dela, ela deixou. Uma sensação já tida em seus sonhos tomou conta dele, assim que percebeu o ato feito por ele, se afastou rapidamente e virou o rosto. Ela fez o mesmo. Ela lembrava um pássaro em seu voo, um pássaro sem som. Ele já estava pronto para virar e fazer um pedido de desculpas, mas no exato momento que se virou foi puxado pela gola de sua camisa recebendo um beijo sereno dela. Os olhos dele foram tomados pela grande surpresa, mais não demorou a corresponder o beijo.

–Eu te amo...-ele disse num quase sussurro.

–Eu também te amo...-ela disse encostando sua cabeça no ombro de Yukio.

Estava frio. Yukio retirou a jaqueta que vestia e colocou nela.

–Isso nos faz...-ele disse envergonhado.

–Namorados?- completou ela sorrindo de leve.

–Sim isso mesmo...- disse sorrindo.

E assim passaram boa parte e o resto do festival. Ele era o bobo dela. E ela é o seu pássaro sem som...

...