No Rugido Do Leão escrita por Céu Costa


Capítulo 33
Aduial in Cair Andrüd


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! Estou tão animada! Baixei um curso de élfico no celular! Sabiam que existem dois principais idiomas élficos? Sindarin é o idioma que Aragorn conversa com Legolas, e que os elfos de Valfenda falam, é esse o idioma que as irmãs compreendem e falam. Quenya é mais antigo, usado principalmente para feitiços élficos, é esse que Caspian entende.
Aduial é sindarin, significar pôr do sol.
Enfim, mae govannen! **Bem vindos!**



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A vila em pouco tempo estava ainda mais encantadora do que antes: potes cheios de vagalumes pendurados nas casas e em postes; os cogumelos brilhavam, com seus tons de vermelho, verde e azul; flores brancas em todos os canteiros, jardins e nos cabelos das moças; e no meio da vila, uma grande mesa de madeira, compridíssima, coberta com uma grande toalha branca de linho fino e cintilante. E sobre a mesa, muitos arranjos de flores brancas, e as mais bonitas e diferentes iguarias que já se viram: flores de cenouras, tortas, bolos e pudins de nabos e batatas, doces coloridos com cebolas, tudo muito apetitoso, e seu sabor surpreendia qualquer um que enxerga tais alimentos como para apenas sopas e temperos. E no centro da mesa, uma enorme árvore branca, feita de gengibre.

Caspian surpreendeu-se ao notar o quanto ele e suas primas pareciam camponeses nativos dessa vila, com flores brancas nos cabelos trançados das moças e um cogumelo pequeno e brilhante em sua própria lapela.

Kuller e Medalyne se misturaram aos outros e logo desapareceram de vista, deixando os três a olhar a agitação e as danças, naquela sensação incômoda de quando vamos a uma festa onde não conhecemos ninguém.

– Você está engraçado. - Samantha comentou, de repente.

– Quem, eu? - Caspian perguntou.

– Aham. Nunca tinha visto você prender o cabelo. Ainda mais com ramos de trepadeiras. - ela continuou. - Ficou engraçado para mim.

– Bom, suas roupas também são engraçadas. - Caspian revidou - Nunca vi uma garota usar saias que brilham!

– Não é culpa minha! - Samantha começou a bater em sua saia - São vagalumes! Pousaram em minha roupa!

– Vagalumes trazem sorte aqui. - Passo Largo se aproximou deles, assustando-os.

– Ora ora... Justamente quem eu queria ver... - Caspian disse, cínico - Como vai, Passo Largo? Ou deveria dizer Gildarion II?

– Do que ele está falando, PL? - Belle cruzou os braços.

– Quando pretendia nos contar? - Caspian o acusou.

– Contar o quê? - Samantha assustou-se.

– Esse seu protegido nos escondeu suas origens! - Caspian brigou.

– Ele não é meu protegido... - Sam resmungou.

– Não escondi nada! - PL retrucou.

– Mas não está respondendo a pergunta! - Belle falou - Responda logo, do que Caspian está te acusando?

– Eu mesmo respondo! - Caspian cortou - Esse cretino é descendente de Aragorn!

As meninas olharam para Caspian em um pequeno lampejo de dúvida, mas ao olharem para a cara de espanto de PL, a certeza se fez presente.

– Por que não me contou? - Samantha quase chorou.

– Não era relevante. - PL respondeu naturalmente.

– Seu cretino! Você nos usou só pra voltar pra casa! - Samantha gritou.

– Isso não! - Passo Largo gritou - Bom, quer dizer, no início sim, mas...

Samantha estalou um belo tapa no rosto dele, fazendo-o se calar. E ela saiu correndo, com as lágrimas de raiva nos olhos.

– Isso é culpa sua! - PL se revoltou.

– Minha culpa?! - Caspian assustou-se.

– Ela não teria feito isso se você não começasse com essa história! - PL brigou.

– Se você tivesse dito a verdade, com certeza ela não estaria furiosa! - Caspian respondeu.

– Chega! - Belle interviu - Isso tem que parar. Caspian, como você descobriu?

– Nosso anfitrião me contou. - ele respondeu.

– Tinha mesmo cara do Kuller isso! - PL riu, furioso.

– E você, rapaz! - Belle chamou-lhe a atenção - Confirma ser verdade o que ele disse? E não minta pra mim, ou eu arranco seus dentes!

PL olhou para ela, pensando um pouco. Mas, por fim, disse apenas:

– É, é verdade. - ele suspirou.

– Eu sabia! - Caspian respondeu. - Minha vontade é a de te esganar aqui e agora!

– Acho melhor não, Caspian. Ele deve ter muitos parentes por aqui. Eles podem defendê-lo. - Belle respondeu - E além disso, Samantha vai gostar de ter esse prazer ela mesma.

Na mesa para o jantar, todos na vila estavam acentados, e serviam-se animadamente. Eldarion não se encontrava ali, afinal já era muito velho e doente, quase a ponto de morrer. Mas em seu lugar na cabeceira, estava a mulher que eles viram cuidar de Eldarion. Seu nome era Milifrey.

Milifrey era a mãe de Gildarion II, casada com Kaern, o pai. Ela era a líder da vila de uns anos para cá, e cuidava e regia os cidadãos com mãos firmes, especialmente as moças, que deviam estar sempre arrumadas, e dispostas a ajudar. E também que o nome Gildarion havia sido uma honenagem de Kaern a seu irmão mais velho, um dos primeiros a morrer com a peste. Pelo menos, foi o que Kuller contou para Caspian e Belle durante a refeição. Ele também contou que era o irmão mais novo de Katherine, também filho de Eliza, e que Medalyne era sua sobrinha, mas não era filha de Katherine. Contou que Eliza era filho de Gailnaur, segunda filha de Aragorn.

Kuller era um rapaz muito inteligente, e que gostava muito de estudar e pesquisar. Tornou-se o guardião do conhecimento na vila, e com isso, a posse de todos os livros.

De repente, ele se levantou, e pediu que Abelle cuidasse de Medalyne por alguns minutos. Eles acharam estranho, mas depois, muitas moças e rapazes começaram a se levantar e voltar para suas casas apressadamente, e fechavam as portas e janelas. Caspian e Abelle decidiram voltar para a casa de Kuller, onde encontraram Samantha entretida na mesma tarefa, enquanto ele se encarregava de trancar uma porta com uma chave dourada, e depois com muitas cadeiras.

– Rápido, Caspian, me ajude! - Samantha pediu, acordando o primo da hipnose.

Abelle observava a correria, segurando Medalyne em seu colo, que cobria as orelhas com as mãos. Kuller trancou a porta da frente, e parece que isso era a única coisa que ele poderia fazer.

De repente, sentiram uma forte onde de impacto, um estrondo muito forte, que fez com que eles se desequilibrassem.

– Rápido! Se encostem nas paredes! Sentem nos sofás! - Kuller ordenou.

Samantha subiu em uma prateleira, e Caspian sentou no sofá ao lado de Belle. Kuller sentou-se em uma cadeira enorme de balanço, e Medalyne correu para ele e o abraçou. Um segundo estrondo estremeceu o lugar, e os primos acharam que aquilo era um terremoto. Quem dera se fosse. E então, parou.

– Acho que acabou... - Caspian sussurrou.

Mas então, eles ouviram um grito. E outro, e outro. Muitos gritos desesperados, vindos de muitas casas da vila. Vozes femininas, masculinas, idosos e jovens, adultos, gritos e berros desesperados. Medalyne cobria os ouvidos, e Kuller a embalava em sua cadeira, dizendo frases ridículas como "está tudo bem", "não é nada", "vai passar" e coisas do tipo. Os corações dos primos nunca ficaram tão angustiados em toda a viagem. Mas agora, era tarde demais para fugir ou fazer qualquer coisa. A peste havia começado.


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Notas finais do capítulo

Tenso, não?



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