Flores da Neve 2 - Sementes que Germinam escrita por Pime chan


Capítulo 1
Oneshot - Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Day-chan, espero que goste.



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Flores da neve II – sementes que germinam

 

“Quando o amor cria raízes

 

acaba por disseminar

 

suas sementes para além das gerações”.

 

 

 

Por sorte ainda tinha algum tempo antes que Kisame viesse procurá-lo para informar a posição de Sasuke e do time Hebi. O momento crítico estava próximo, e ele tinha que ser cauteloso. Logo o irmão mais novo o encontraria para executar a esperada vingança.

 

 

 

Tão cedo estaria pronto para transferir seu poder ao jovem Sasuke. Sabia que a luta não seria nada fácil até mesmo para alguém tão onipotente quanto ele. Os efeitos da doença que consumia seu corpo já eram notáveis, uma delas a visão embaraçada e distorcida.

 

 

 

Itachi sabia que estava prestes a ficar cego pelo uso contínuo do Mangekyou Sharingan, e que tal fato o atrapalharia na hora de lutar com Sasuke. Mas de qualquer modo, estava disposto a encarar humilhações, batalhas e morrer em silêncio, tudo para que o irmão fizesse a justiça tão almejada. Tudo para que Sasuke se orgulhasse de ter derrotado o irmão assassino e que nunca viesse a saber do quão podre era o clã Uchiha, motivo de vergonha para uma vida toda.

 

 

 

O plano sairia como há tempos vinha esquematizando. Tudo a seu tempo e a seu lugar. Perfeito como a chuva que cai na terra e proporciona o crescimento da semente mais minúscula em uma árvore imponente.

 

 

 

Itachi iria favorecer o crescimento de Sasuke dando-lhe todo o poder que em anos havia adquirido. Um dia quem sabe, o irmão pudesse retornar à Vila para defendê-la como ele havia feito. Itachi amava a Konoha e todos que lá habitavam.

 

 

 

E o clã? Os Uchihas sim eram uma vergonha para Itachi. Gananciosos, arrogantes e orgulhosos. Não baixavam a cabeça diante das ordens de Konoha, nem aceitavam imposições. Um povo ruim que sobrepunha suas vontades acima de todos, longe de serem solidários ou humildes.

 

 

 

De nada adiantava lembrar-se do clã se estavam todos aniquilados. Não por suas mãos, mas pelas de Madara. Itachi não fora capaz de matar sua própria família ainda que odiasse e abominasse todos os valores que ela cultuava. Mas Madara, esse sim tivera coragem o suficiente de exterminar o clã por terem lhe virado as costas na época em que os liderava.

 

 

 

Saíra de seus devaneios como quem é liberto de um genjutsu.

 

 

 

Caminhou apressado rumo à cabana no alto da colina. Fazia mais de dois meses que não a via. Da última vez, encontraram-se numa tarde fria de inverno, contudo os corações ferviam ao ponto de explodirem pela emoção por estarem juntos.  

 

 

 

Preocupa-se com a namorada Lyn. Ficar sem notícias delas por tanto tempo deixava Itachi ainda mais amargo. Tantas coisas perturbavam-lhe a mente como a morte que se aproximava, as conseqüências da doença e a tristeza em ter que deixar Lyn sozinha no mundo sem poder protegê-la como um dia ainda menino havia prometido proteger.

 

 

 

Parou na soleira da porta pego de surpresa pelo próprio pensamento.

 

 

 

“É a última vez que venho aqui. Depois disso não mais a verei... Lyn.”

 

 

 

Pensou triste, afinal não teria chances ainda que quisesse de sobreviver depois da luta com Sasuke. Estava decidido que morreria em batalha e não por conta de uma doença estúpida que o deixava frágil.

 

 

 

Bateu à porta e ela apontou o rosto pela fenda.

 

 

 

_Itachi-kun! _Emocionou-se. Era como ter uma miragem diante dos olhos. _Eu pensei que... pensei que... _As lágrimas atrapalhavam suas palavras.

 

 

 

_Pensou que eu não voltaria mais para vê-la? _Ele completou triste.

 

 

 

Lyn sentiu as faces serem tomadas por um traiçoeiro rubor. Que boba havia sido por ter duvidado de Itachi.

 

 

 

_Desculpe-me Itachi-kun, mas é que faz muito tempo que você não vem. _Desabafou caminhando em direção a ele.

 

 

 

_Eu sei. _Falou olhando fixo para o chão.

 

 

 

_Sabe que eu morro aos poucos sem a sua presença. Você me faz muita falta. _Abraçou-o. Gostava de envolver a cintura dele e aninhar a cabeça no peito largo. Adorava ouvir o coração descompassado pulando de excitação desde o dia em que estiveram juntos pela primeira vez.

 

 

 

Mantiveram-se no abraço harmonioso por alguns minutos até que o moreno interrompeu com duras palavras.

 

 

 

_Lyn, essa provavelmente será a última vez que venho vê-la. _Falou, pois acima de tudo deveria ser sincero com ela. _Sasuke e eu estamos muito próximos do duelo e depois disso com a saúde escassa que venho tendo é bem provável que-!

 

 

 

_Xiii. Não diga mais nada. _Ela sabia perfeitamente o que estava por vir, mas negava-se a ouvir e ver um Uchiha Itachi tão pessimista rendido à morte. Calou-o com o dedo indicador, queria seu menino apenas pensando em como era bom quando estavam juntos, mesmo que fosse pela última vez. _Não quero ouvir nada que não seja bom. Quero apenas ser feliz ao seu lado outra vez, Itachi-kun. _Apertou-o nos braços carente do beijo dele.

 

 

 

_Beije-me, por favor. _Pediu desesperada. O desespero de ter ficado tanto tempo sem o gosto daqueles lábios quentes. Sem poder ter as carícias e o calor dos braços fortes de seu moreno envolvendo-lhe o corpo.

 

 

 

O Uchiha tomou os lábios da amante e selou-os com a língua em chamas que clamava pelo contato há muito esperado. Deixou que a capa negra lhe escorregasse do corpo ficando apenas com a fina regata que trajava. Saboreou o pescoço de Lyn arrepiado pelo toque da língua dele.

 

 

 

Sentaram-se no humilde sofá da choupana. Ali buscaram o ar depois do beijo fervoroso. Itachi a olhou tomado de desejo. Amava aquela mulher, sempre amaria. Levaria consigo a lembrança das íris negras cintilando ternura até a hora de sua morte.

 

 

 

Lyn baixou a cabeça perdendo-se em algum lugar fora da janela onde o sol da tarde fria de inverno se escondia por entre as nuvens. Itachi notara as feições tristes da namorada.

 

 

 

_O que foi? _Falou levantando seu queixo com a ponta do dedo.

 

 

 

_Tenho algo para contar-lhe, mas cresce o meu receio de que possa zangar-se profundamente comigo. _Ela falou apreensiva.

 

 

 

_E por que eu deveria? _Indagou interessado.

 

 

 

_Itachi-kun, eu descobri que... _Ela segurou-lhe a mão direita e fez com pousasse sobre seu ventre. _... que espero um filho seu. _Terminou engolindo seco, pois nunca conseguira imaginar a reação de Itachi com tal notícia.

 

 

 

Os orbes negros foram do rosto de Lyn até seu ventre e do ventre voltaram a encarar Lyn. Parecia até uma de suas ilusões, onde tudo poderia ser criado facilmente com a ajuda da imaginação e do poderoso Sharingan. 

 

 

 

_Grávida? _Balbuciou, mas havia ouvido perfeitamente bem.

 

 

 

_Sim, há dois meses. Receio ter acontecido da última vez em que esteve aqui. _Justificou-se ainda muito assustada pela inexpressividade do companheiro perante tal notícia.

 

 

 

Adivinhar os pensamentos do Uchiha mais velho naquele momento era um desafio.

 

 

 

Por fim, pareceu reagir de alguma forma.

 

 

 

Aproximou-se mais de Lyn e abraçou-lhe ternamente. O que mais poderia fazer depois de saber que mesmo deixando o mundo, um pedacinho de si viveria para carregar-lhe os genes?

 

 

 

A continuação de sua vida em outro ser que estava por vir. Quiçá devesse gabar-se porque estava quase como um deus imortal. Imaginar que continuaria vivendo no filho trazia uma sensação inexplicável ao coração do amargurado Uchiha Itachi.

 

 

 

_Obrigado, Lyn. _Agradeceu. Era uma dádiva ter feito pelo menos alguma vez na vida algo de verdadeiramente bom. Quem sabe aquela criança não fosse a semente de paz que envolveria o mundo.

 

 

 

Beijou-a carinhosamente deslizando as mãos rumo ao ventre dela por debaixo do quimono azul. Apalpou-lhe a pele como se procurasse pela cria.

 

 

 

A moça estava visivelmente emocionada. A reação do companheiro havia sido a melhor já imaginada. Segurou-lhe pelo pescoço embrenhando as mãos nas madeixas negras. Enfim estava feliz por dar um filho ao homem que mais amava.

 

 

 

Havia sido simplória demais ao imaginar uma reação diferente. Itachi nunca deixaria de ser o nobre homem que sempre fora. Sereno, compreensível e para com ela extremamente carinhoso.

 

 

 

_Lyn, eu queria ser de fato o pai que essa criança merece. Gostaria de poder vivenciar o nascimento dela e fazê-la crescer rodeada num mundo de amor e não de guerras como eu cresci. Eu queria poder ensinar-lhe tantas coisas... _A voz já lhe saía um tanto triste.

 

 

 

_Itachi-kun, não fale assim. Se não estiver mais presente quando nosso filho nascer, eu mesma lhe contarei toda a sua história, sem esconder o herói que foi. O homem do maior coração que conheci. _Ela segurava as lágrimas grossas que teimavam em lhe fugir pelos olhos.

 

 

 

_Pedirei a você só mais duas coisas além da carta que deverá ser entregue ao meu irmão. _Ele falou segurando as mãos da moça. _Conte ao Sasuke que ele tem um sobrinho a quem deve proteger assim como eu o protegi. Peça a ele que nunca deixe que Madara descubra do paradeiro dessa criança ou tentaria se vingar dela por minha causa. _Engoliu seco imaginando o pior. _E antes de tudo, não permita que nosso filho use o maldito Sharingan.

 

 

 

_C-Como é? _Lyn arregalou os olhos.

 

 

 

_Isso mesmo Lyn, não desejo ver meu filho com esses olhos demoníacos. Por causa deles e da ambição que trazem, o clã Uchiha perdeu-se nas trevas da dor e do ódio. Não permita que nosso filho desperte essa maldita herança  dos antepassados. _Terminou sério.

 

 

 

Lyn apenas tentou sorrir afirmando que lhe faria as vontades, ainda que a idéia de impedir o despertar do Sharingan no filho parecesse absurda.

 

 

 

Itachi vislumbrou a serenidade de sua mulher que acariciava a própria barriga. Os olhos ora turvos o traziam para a cruel realidade de que sua hora estava próxima.

 

 

 

Voltou a tê-la nos braços onde ali na choupana puderam amar-se mais uma vez.

 

 

 

A última de muitas.

 

 

 

Fez e a faria sua mulher todos se dias se ainda pudesse.

 

 

 

Horas depois que saísse de lá Kisame o avisaria da posição de Sasuke. Seguiria para o esconderijo combinado à espera do irmão. Dali em diante seria o começo do seu fim, mas ainda que morresse como uma flor soterrada pela neve, sua semente estaria germinando no ventre da mulher amada, dali a algum tempo pronta para vir ao mundo.

 

 

 

FIM**************************************************

 

 

Itachi vai ser papai... *________* NHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH isto é altamente surtável >.<. Tenho uma verdadeira tara-obsessão por fazer os personagens do mangá descobrirem-se pais.

 

Em primeiríssimo lugar: FanFic dedicada exclusivamente à querida Dayana Mafrere, muito mais do que uma leitora estimada, uma grande amiga. Sei da sua paixão pelo Uchiha maior e essa história foi para retribuir pelo carinho deixado junto dos seus reviews em AMANTE PROFISSIONAL. Obrigada, nunca me esquecerei. Te adoro flor!!!

 

 

 

Em segundo lugar: Eu acredito cegamente na inocência do Itachi (sim eu já disse isso em FLORES DA NEVE I) e repito. Para mim, Uchiha Itachi foi o maior e melhor herói de todos os tempos. E não, acredito que Madara não contou toda a verdade. Naquela noite, quando Itachi se prepara para sair de casa, tenho minhas dúvidas de que ele se preparava para dar um fim em Madara e não no clã. Madara acabou assassinando o clã e as imagens que Sasuke viu foram puras ilusões criadas por ele (e os motivos vocês já sabem). E tem mais, seguindo as teorias da Day-chan, tenho minha pontinha de fé de que Itachi possa estar vivo, sim vivíssimo da silva só esperando a boa vontade do Kishimoto para aparecer (até o Minato apareceu, por que Itachi não pode? ;__;)

 

 

 

Quem gostou dessa FanFic super-mega-power dramática capriche no review. Hum... agora relendo a história, deu uma vontade de fazer uma longfic *esfregando as mãos*. Vamos ver! ^^ Beijo a todos. 


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