POV Samantha

Minha visão estava embaçada e minha cabeça doía (para variar um pouco), eu estava deitada em um piso frio e preto, senti minhas mãos amarradas e meus pés também, tentei me colocar em pé, mas o máximo que consegui foi me encostar à parede sentada. Minha visão limpou e eu pude ver onde eu estava, o piso, as paredes e o teto eram feitos de mármore preto e havia colunas feitas de mármore preto e dourado em algumas partes. Eu deveria estar em alguma espécie de templo.

Do outro lado da sala, havia uma espécie de trono feito de mármore preto e dourado com alguns detalhes em um verde-esmeralda, havia um grupo de pessoas ao redor do trono, algumas pareciam ser bruxos e outras eram crianças da lua (lobisomens), entre a multidão conseguir ver Draco Malfoy. Sentado no trono, estava Jace, não, não era ele, esse era Cronos. Ele me notou e esboçou um sorriso.

– Nossa convidada acordou – Todos se voltaram para mim – Espero que tenha tido um bom sono. Quero que minha convidada veja minha volta ao poder de camarote.

Eu olhei para baixo. O tempo todo Jace era Cronos, mas como isso aconteceu? Minha cabeça ainda estava um pouco nebulosa, mas eu sabia que Cronos não iria me deixar assistir nada de camarote.

– Ou talvez, ela deva ser a primeira vítima da minha foice – Ele falou, nesse momento três de seus capangas entraram, segurando uma foice de pelo menos dois metros e uma lâmina dourada de um metro e meio.

Jace/Cronos pegou a foice e a admirou, ficava a rodando e mudava a foice de mão em mão. Então ele olhou para mim.

– Acho que chegou sua hora, Samantha – Cronos falou sorrindo – Vou te matar e pegar seu cordão.

Minha mão foi ao meu pescoço – Meu cordão? Você vai me matar só para ter meu cordão? Você além de idiota é burro? – Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, dado o meu estado de medo.

Cronos sorriu e começou a se aproximar, a cada passo ele girava aquela maldita foice, como se imaginasse como seria decepar minha cabeça.

– Você realmente não sabe de nada? – Ele gargalhou – Você tem um tesouro no seu pescoço e nem sabe disso.

– Do que você está falando? – Falei um pouco rude.

Ele parou e ficou a alguns metros de mim – Sério? Como você acha que sobreviveu ao Avada Kedavra? Você acha que foi um milagre? Não, não foi, você esse tempo todo tem estado com a pedra da ressurreição, uma das relíquias da morte.

As palavras afundaram na minha mente. A Pedra da Ressurreição? Isso não era uma réplica/ Isso era a verdadeira?

– Essa pedra foi o que te fez ressuscitar, eu não sei como você conseguiu, mas eu vi nisso a grande oportunidade para ressurgir em um corpo novo e melhorado. O corpo do nephilim é um corpo bem poderoso – Ele falou batendo uma mão no peito – Mas não é o bastante, eu preciso de um corpo mais forte, então “A” me contou sobre a pedra e que você tinha a original e eu finalmente vi a oportunidade de ressurgir de uma forma mais forte, é por isso que eu estava atrás de você.

Minha cabeça estava rodando com o número de informações que eu havia recebido. Eu tinha a verdadeira Pedra da Ressurreição, mas não fazia sentido, nada fazia sentido, senti que minha cabeça ia explodir a cabeça a qualquer momento.

– Você deveria culpar seu irmão, foi tudo graças a ele – Jace falou sorrindo, voltando a se aproximar de mim e ficando na minha gente – Quando ele trouxe todos nós à esse mundo, ele me fez ganhar uma consciência, mas o desgraçado me trouxe fraco sem um pingo de poder.

Jace começou a girar distraidamente sua foice que passava perto do meu rosto.

– Você sabia que seu irmão tem uma prisão em que ele deixa preso todos aqueles que ele considera forte demais? É um lugar desprezível, pior que o tártaro. Minha mãe Gaia está lá, um cara chamado Voldemort também, e um velho idiota chamado Alvo Dumbledore, Apófis e os deuses olimpianos e egípcios e muitos outros estão trancados lá. Mas todos eles estão fracos, reduzidos à quase nada. Sabe, por um momento, eu achei que eu passaria a eternidade naquela prisão, naquela condição, destruído por um mero mortal. Mas então veio “A”.

Cronos passou a olhar para o horizonte e se distanciou de mim.

– “A” me ajudou a escapar da prisão e me arranjou uma nova forma, no caso Jace. Mas que para que eu pudesse controlar Jace e me apropriar do seu corpo, eu precisava de um ritual. Os ingredientes do ritual eram sangue de um imortal e um sacrífico humanos. Mas como eu conseguiria sangue imortal se todos os deuses estavam naquela prisão horrível?

Dessa vez, Cronos passou a andar de uma lado para o outro e de vez em quando me lançava olhares.

– Havia um deus que não foi para a prisão, o nome dele era Anúbis. Por algum motivo Pain o deixou ainda ancorado ao corpo de um mortal chamado Walt, “A” conseguiu separar os dois, o mortal morreu e eu consegui o sangue de Anúbis, e desde então eu o mantenho preso. Depois eu consegui achar uma maga egípcia perfeita para o sacrífico, como era mesmo o nome dela?

– Zia Rashid – Draco respondeu por Cronos.

– Sim, essa mesma, o sacrifício dela serviu perfeitamente. Depois disso, fazer ele se aproximar de Hermione e orquestrar o encontro deles com o seu grupo foi fácil – Cronos falou sorrindo – Se serve de consolo, na maior parte do tempo eu deixava Jace no controle, ele nem percebia que estava sendo controlado. Mas acho que já conversamos demais, não concorda?

Eu estava horrorizada, Cronos foi o culpado pela morte de Walt e ainda havia matado Zia Rashid, a namorada do irmão de Sadie. Cronos ficou na minha frente outra vez e então pressionou a lâmina de sua foice contra minha garganta, o local onde a lâmina tocou ardeu e eu comecei a gritar. Cronos se curvou e sussurrou pra mim:

É chegada a hora da sua morte Samantha.

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POV Percy

Olhei para o alto de prédio, daqui dava para ver as nuvens pretas rodando em espiral sobre o prédio, raios de energia negra podiam ser vistos nas nuvens e o vento rugia. Eu não estava muito disposto a subir lá em cima e resgatar alguém que suspostamente estava lá.

– Então – Falei – Nós vamos ter que subir?

Sadie revirou os olhos – Obviamente.

– Você tem certeza que ele está lá? – Perguntou Finnick.

– Não – Sadie encolheu os ombros – Mas nós nunca vamos ter certeza se não formos conferir.

Hermione começou a andar – Eu espero que você esteja certa.

Entramos no prédio que como era de se esperar estava vazio, havia rachaduras no teto quase todo do hall de entrada, estremeci quando pensei na possibilidade de o prédio cair sobre nossas cabeças. Optamos por ir de escadas até o terraço, já que os elevadores não pareciam seguros.

Enquanto nos encaminhávamos para o terraço, meus pensamentos pairavam em Samantha, eu me senti tão culpado por não ter contado tudo a ela. Mas havia um motivo para eu não ter contado, e se Samantha no fundo fosse igual à Pain? E se quando ela descobrisse que Pain era seu irmão decidisse que deveria se juntar a ele? Eu me sentiria muito culpado.

Chegamos à porta que dava para o terraço e a abrimos. Lá em cima o vento rugia e os raios negros caiam a nossa volta. No meio do terraço, havia uma figura acorrentada, ele só usava uma espécie de saia típica egípcia e alguns braceletes no braço.

– Anúbis! – Sadie gritou. Ela correu em sua direção, Finnick a puxou bem na hora em que um raio negro caiu no lugar em que ela estava.

– Se quisermos libertá-lo temos que fazer isso rápido – Hermione disse.

Então corremos em direção a Anúbis, desviei duas vezes de raios negros antes de chegar até ele. Saquei a espada e comecei a cortar as correntes, primeiro de seus pés e depois das mãos. Quando eu finalmente o soltei, ele deu um grande abraço em Sadie que retribuiu.

– Me desculpe Sadie – Anúbis falou – Eu não consegui evitar que Walt fosse morto.

Sadie olhou para Anúbis com lágrimas nos olhos – Está tudo bem agora, o importante é que eu consegui te encontrar.

Então depois Sadie deu um beijo em Anúbis, desviei o olhar me sentindo constrangido por pegar um momento íntimo entre os dois.

A tempestade começou a enfraquecer, as nuvens negras começaram a se dissolver e os raios negros cessaram. Havia passado uns dois minutos e Sadie e Anúbis ainda se beijavam, nem eu, Finnick ou Hermione se atreveram a interromper. Então Anúbis se separou de Sadie e nos olhou com preocupação.

– Nós precisamos ir agora – Anúbis falou – A amiga de você corre perigo.

Hermione franziu a testa – Samantha?

Anúbis assentiu – Sim, Cronos deve estar com ela a essa hora, se já não a tiver matado. Nós precisamos ir, ele está em um templo que ele montou não muito longe daqui.

Anúbis correu para a porta do terraço, não tivemos alternativa a não ser segui-lo. Descemos as escadas e saímos do prédio, nos encaminhamos até o norte da cidade, foi quando Anúbis começou a contar o que sabia sobre Cronos e seu plano. Ele contou que Cronos o havia sequestrado e tirado seu sangue e também que Cronos matou Zia Rashid.

– Desculpa Sadie, mas eu não consegui impedi-lo – Ele falou e Sadie apenas assentiu.

Então Anúbis continuou a história. Eu engasguei quando soube que Cronos está no corpo de Jace e pela expressão nos rostos dos outros eles também estavam se sentindo tão confusos quanto eu. Por que se Jace era Cronos, isso colocaria abaixo a nossa teoria de Cronos ser “A”, Jace havia ficado do nosso lado na visita a festa de Magnus.

– Então Cronos não é “A” – Hermione disse – Cronos apenas estava aliado à “A”.

– Você conseguiu ver o rosto de “A”? – Sadie perguntou.

Anúbis negou com a cabeça – Toda vez que eu via “A”, ele ou ela estava encapuzada e sempre falava com Cronos aos sussurros.

– Isso quer dizer que Cronos sabe quem é “A” – Finnick concluiu.

Continuamos correndo. Quando eu conheci Jace, meu primeiro instinto foi em não confiar nele, mas depois de um tempo eu havia me aproximado dele. Jace era irônico, egocêntrico e um ótimo espadachim. Saber que Cronos havia tomado o corpo de Jace me deu um motivo a mais para destruir Cronos, ele já havia feito isso com Luke antes. Não vou deixar que ele destrua outro amigo meu.

Passado algum tempo, eu avistei o templo que Anúbis havia falado. Era ao estilo grego e era quase todo de mármore preto, havia alguns detalhes em verde e dourado e era enorme, fazia um contraste com as pequenas casas da periferia de Manaus ao redor.

– É melhor se prepararem – Anúbis falou quando uma espada curva apareceu em sua mão, Finnick já tinha um tridente em suas mãos e o segurava como se fosse uma lança, Hermione tinha sacado sua varinha e Sadie tinha sua varinha curva e um cajado em mãos. Saque Contracorrente.

Adentramos no recinto, por dentro tudo também era feito de mármore preto e havia várias colunas em todo o templo, havia um grupo de pessoas perto de um trono, todos eles olhavam com diversão, um garoto loiro com uma foice na mão apertando a lâmina contra o pescoço de uma garota que estava encostada em uma coluna.

O garoto loiro levantou a cabeça e me olhou com olhos dourados, não como costumavam ser antes, esses olhos dourados eram brilhantes, frios e maliciosos. Ele sorriu e retirou a lâmina da foice do pescoço da garota, ela também se virou e eu pude ver quem era. Era Samantha, sua expressão obviamente demonstrava alívio.

Olha, Olha quem está aqui! – Cronos rugiu, a multidão que antes tinha a atenção em Samantha se virou para nós, pude ver Draco Malfoy entre eles – Percy Jackson e seu novo grupinho de amigos.

– Cronos – Eu falei rangendo os dentes – Parece que você não consegui ficar no tártaro.

Cronos gargalhou – Eu esperei muito tempo pelo momento em que eu lutaria contra você de novo e te mataria.

– Pode tentar – Eu o desafiei.

Então eu avancei contra ele com minha espada em mãos, ele fez o mesmo. Como se esperassem as deixa, os capangas de Cronos avançaram também, alguns se transformaram em lobo, outros sacaram suas varinhas e disparavam feitiços contra o restante do meu grupo.

Hermione conseguia desviar e se defender dos bruxos, vi Anúbis se transformar em um chacal e avançar contra os lobos ao lado de Finnick. Samantha ainda continuava presa e encostada em uma coluna, Sadie jogou seu cajado e ele se transformou em um tigre que avançava e estraçalhava os inimigos e hieróglifos egípcios brilhavam em todos os cantos e explodiam.

Cronos chegou até mim e investiu com sua foice tentando cortar minha cabeça, eu me abaixei e tentei um golpe na barriga, ele bloqueou e se afastou. Então ele avançou de novo, eu bloquei sua foice com a espada e tentei um golpe para ela cair de suas mãos, mas sem sucesso. Cronos voltou a atacar, mas dessa vez ele conseguiu um corte em meu braço, ele deu um tapa em minha espada e ela voou longe.

Cronos sorriu – Parece que você não tem mais a marca de Aquiles.

– Nem você – Eu falei, reparando em um pequeno corte em sua testa.

– É, mas, eu não estou desarmado – Seu sorriso aumentou e ele atacou com a foice.

– Expelliarmus – Ouço Hermione gritar de não muito longe e a foice de Cronos voa para longe.

Eu sorrio para ele – Parece que ambos estamos desarmados.

Então eu chuto suas pernas e ele cai, eu consigo acertar um murro bem no meio de sua barriga, Cronos urra e então ele consegue acertar uma joelhada em minhas coxas e um murro em meu queixo. Eu me levanto e ele também. Cronos avança contra mim e tenta acertar um murro, eu bloquei com minha mão, mas ele consegue acertar um murro em minha barriga com sua outra mão, então me afasto dele para me recuperar.

– Parece que o grande Percy Jackson não é assim tão forte afinal – Ele falou. Olhei ao meu redor, a batalha continuava, Sadie estava cuidando sozinha dos bruxos enquanto Hermione tinha uma batalha contra Draco. Anúbis e Finnick lutavam contra os lobos.

Cronos avançou contra mim outra vez, tentei bloquear seu golpe mas ele acertou minha cabeça e me jogou contra uma coluna, bati as costa com força no mármore, ele ainda acertou três joelhadas em minha barriga e dois murros no meu queixo. Eu caí no chão me sentindo tonto e com dores por todo o corpo. Senti o pé dele em minha garganta forçando para baixo.

– Você está acabado Percy Jackson.

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POV Hermione

Desviei de duas azarações de Draco e me defendi da última, ele conjurou um feitiço de fogo e usei uma barreira de água para me defender. Ele a toda hora jogava um Avada em mim e eu conseguia me desviar.

– Estupefaça – Gritei.

Ele desviou e se escondeu atrás de uma coluna, eu me aproximei da coluna em que Samantha estava e comecei a desamarrá-la, havia uma peque na marca de queimadura em sua garganta, um efeito da foice de Cronos.

– Você está bem – Perguntei a ela, quando terminei de desamarrá-la.

Ela se levantou cambaleando – Estaria bem melhor se eu estivesse armada – Ela bufou – Eu odeio ser a donzela em perigo.

– Bom, pelo menos você é uma donzela em perigo viva – Tento confortá-la.

Eu a puxo para trás de uma coluna bem no momento em que Draco tenta atingir um feitiço em nós. Olhei ao redor, Anúbis como chacal, mordia e arrava os outros lobos e Finnick avançava com seu tridente, mas havia marcas de cortes e mordidas em seus braços.

Sadie estava se saindo muito melhor, havia um escudo dourado brilhando redor dela, nenhum feitiço a atingia, ela murmurava palavras em egípcios e hieróglifos brilhavam e explodiam na cara dos outros bruxos. Percy era o que estava em pior estado, havia um corte grande em seu braço e seu rosto estava coberto de sangue, ele estava caído no chão e Cronos/Jace mantinha um pé pressionado em sua garganta.

Recuei e desviei de um feitiço de Draco, Samantha estava logo atrás de mim. Sadie que percebeu que Samantha havia se livrado e jogou um cajado para ela. Sam pegou o cajado que rapidamente virou uma espada de bronze celestial, ela se preparou para se juntar a Anúbis e Finnick que começavam a ter problemas, mas parou e me olhou e depois para Percy e Cronos.

– Você sabe que não podemos matar Cronos sem matar Jace? – Ela falou e eu assenti – Nós não podemos derrotar Cronos como Percy o derrotou da última vez.

– Então como o derrotamos? – Perguntei dela com um pouco de arrogância.

Samantha suspirou – Avada Kedavra. Talvez a maldição só mate Cronos, é uma aposta, mas eu não vejo alternativa se não essa.

Sam correu para se juntar a batalha, eu também não via outra opção, mas era uma aposta muito grande. Ela estava certa não havia jeito de salvar Jace, eu teria que correr o risco, o sorriso dele veio em minha cabeça, Jace foi o primeiro amigo que eu fiz ao chegar aqui, aquilo não podia ser armação, ele era meu amigo, eu tinha que fazer isso por ele.

– Mãos para cima – Me virei e dei de cara com Draco me olhando e apontando a varinha – Jogue sua varinha, agora!

– Draco – Falo num tom calmo – Não precisa ser assim, você havia mudado, lembra?

– Cala a boca, sangue ruim – Ele gritou – Você não sabe nada.

Minhas mãos começaram a tremer – Draco, por favor, não faça besteira.

– Desculpa, mas eu tenho que te matar Hermione – Ele falou, sua voz tremia – Pain está com minha filha, me unir a Cronos era o único jeito de salvá-la.

– Draco, eu posso te ajudar – Eu tentei falar para ele, mas ele não parecia me escutar.

Ele começou a falar alguma coisa, sua varinha começou a brilhar com uma luz verde na ponta e antes que ele pudesse terminar o feitiço eu o falei primeiro.

– Avada Kedavra – Eu gritei, uma luz verde saiu de minha varinha e atingiu Draco que caiu morto no chão.

Eu desabei. Eu havia matado uma pessoa, eu usado uma maldição imperdoável para matar Draco, minhas pernas tremeram e lágrimas irromperam dos meus olhos.

Eu não conseguiria fazer isso de novo, a culpa acabava comigo, eu não poderia usar isso em Jace, eu não conseguiria, como alguém pode usar um feitiço desse. Olhei para Cronos/Jace, ele estava com um pé ainda em cima da garganta, mas agora a sua foice havia voltado as suas mãos.

Ele levantou a foice pronto para acabar com a vida de Percy, olhei para Samantha e olhos dela suplicavam para que eu fizesse agora. Era o único jeito, eu podia ouvir Samantha falando em minha cabeça. Então eu suspirei, levantei os olhos, apontei a varinha e gritei:

– Avada Kedavra.

Ouvi o barulho de um corpo caindo e então silêncio, ninguém fazia barulho nenhum. Me atrevi a abrir os olhos, o corpo de Jace estava caído no chão como um saco de batas. Então os lobos e bruxos que haviam sobrado, começaram a bater em retiradas e tudo voltou ao silêncio.

Sem pensar duas vezes eu comecei a correr na direção de Jace, me incline sobre Percy que estava semiacordado e o apoiei em uma coluna, depois fui até Jace e me inclinei, toquei em seu pescoço procurando sinais vitais, senti algo pulsando nele. Ele estava vivo, chorei aliviada.

Anúbis, Sadie, Finnick e Samantha chegaram e se aproximaram de Jace também. Anúbis se inclinou e tocou na testa de Jace, a sua expressão se tornou um pouco preocupada.

– E então Cronos morreu? – Finnick perguntou.

– Não – Anúbis respondeu – Ele é imortal, não pode morrer, mas o feitiço definitivamente deu certo, a essência de Cronos foi reduzida a quase nada, mas...

– O que foi? – Perguntei.

Anúbis suspirou – O feitiço não matou Jace, mas o deixou num estado de quase morte.

– Você quer dizer que ele está em coma – Samantha falou e Anúbis assentiu.

Olhei em volta, havia vários corpos de inimigos mortos espalhados pelo chão de templo, olhei para o corpo de Draco no outro lado do templo. Sadie também olhou ao redor e suspirou.

– O que vamos fazer com todos esses corpos – Sadie falou – Eu não sei se quero deixar todos eles aqui.

Eu me levantei – Vamos dar um enterro digno a todos.

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POV Finnick

Três dias já haviam se passado desde que a batalha do templo de Cronos aconteceu nesse meio tempo, a cidade Manaus foi evacuada, o hotel em estávamos hospedados foi abandonado. Havia caravanas do exército para levar os habitantes para o sul do país.

Estávamos reunidos no refeitório esperando Sadie e Hermione se despedirem de Jace, Anúbis havia falado que talvez ele pudesse ouvi-las. Samantha estava vestindo um vestido branco curto e botas pretas, ela parecia uma guerreira fashion, Percy estava vestido com uma camisa laranja e calças jeans. Anúbis havia trocado suas roupas egípcias por roupas meio fúnebres, calça preta, camisa preta e uma jaqueta preta.

No dia seguinte, depois que fizemos o enterro dos mortos na batalha, Hermione havia pedido o mapa de Magnus (ou de “A”, tanto faz) para tentar achar seu namorado, Rony Weasley. Quando Hermione sussurrou o nome dele para o mapa, o mapa escreveu de volta em linhas pretas: Rony Weasley, Ilha Nublar.

A expressão de Samantha ficou entre algo como uma careta, mas ela não falou nada, mas definitivamente ela sabia onde era o lugar. O lugar de acordo com o mapa ficava em algum lugar perto da Costa Rica. Hermione então começou a se preparar para partir.

Ontem, seria a minha vez de usar o mapa, mas Sadie havia pedido e eu cedi, quando ela sussurrou o nome do seu irmão, Carter Kane, o mapa também havia apontado o lugar em que ele estava como Ilha Nublar. A expressão de Samantha se contorceu de novo.

– Isso é ruim – Ela falou.

– Por quê? – Sadie perguntou.

Samantha coçou a cabeça – Sabe esses dinossauros que tem nos atacado, teoricamente, todos os dinossauros vem de lá, se Carter e Rony estão lá, então eles estão em perigo.

Depois dessa feliz afirmação de Samantha, Sadie e Hermione haviam decido partir juntas, Anúbis falou que também iria, afinal ela precisavam de um homem para protege-las, obviamente ninguém falou isso em voz alta. Hoje elas haviam acordado cedo e arrumado as malas (não que houvesse muita coisa para levar).

Depois de um tempo elas desceram do quarto, Hermione usava uma calça jeans, camisa sem manga azul e uma jaqueta rosa, Sadie usava camisa branca, calças jeans e sua botas de combate, seu cabelo loiro tinhas mechas verdes hoje.

Elas nos olharam e então Sadie correu e me abraçou, Hermione correu e abraçou Percy.

– Se cuida – Eu sussurrei para Sadie.

Ela riu – E quando eu não me cuido?

Ela se separou de mim e foi abraçar Percy, Hermione veio e me deu um abraço.

– Cuidado onde você guarda essa varinha hein – Falei para ela.

Ela gargalhou – Idiota!

Ela se afastou de mim e ficou de frente para Samantha, Sadie se juntou a ela, então as três deram um abraço triplo, quando se separaram os rostos delas estavam cobertos de lágrimas. Sadie e Hermione se juntaram a Anúbis e nos olharam.

– Boa sorte para vocês – Falei.

Hermione sorriu – Boa sorte para vocês também.

– Ei – Percy falou – Nós ainda vamos nos encontrar de novo um dia.

Samantha suspirou – De preferência em um spa acompanhados de um milk-shake.

Todos riram. Então Anúbis, Hermione e Sadie deram um último adeus e saíram. Eu, Samantha e Percy ficamos ali sentados no refeitório apenas olhando para o lugar em que eles haviam saído. Percy se espreguiçou e se dirigiu até o terraço, Samantha o seguiu e fui logo depois.

Lá no terraço do hotel, havia uma pequena área de lazer com espreguiçadeiras e guarda-sóis espalhados. Percy se deitou em uma espreguiçadeira, Samantha se sentou em uma e eu me sentei ao lado dele. Percy olhou para nós e suspirou.

– Então somos só nós três novamente – Ele falou.

– E pensar que Cronos e “A” quase acabaram com a gente – Falo.

Samantha se virou para mim – Sabe, andei pensando e acho que “A” não estava aliado a Cronos.

Percy se levantou de repente muito interessado – Como assim?

– Quando Luke me atacou, ele falou que teria que me matar por que “A” mandou – Samantha falou – Acho que “A” queria a pedra da ressurreição, Cronos só estava sendo usado.

Eu solto um longo suspiro – Faz sentido.

A mão de Samantha foi ao pescoço procurando um cordão que não estava mais lá. Ela havia perdido a pedra durante a batalha, passamos algumas horas procurando, mas depois desistimos, achando que era melhor manter aquela pedra perdida e longe de qualquer um.

Puxei um papel do meu bolso e entreguei para Samantha – Pegue.

– O que é isso? – Ela perguntou

– O mapa – Digo para ela – Eu sei que você quer.

Ela pega o mapa e o olha, parecia que ela estava tomando uma decisão, então ela se inclinou e sussurrou um nome. Na parte branca, tinta preta começou a aparecer e formar palavras, ela formou:

Pain, Nova York.

O celular de Samantha tocou, ela o puxou de seu bolso e abriu uma mensagem que havia chegado, Percy se inclinou para ler também.

“Eu deveria desejar parabéns pela vitória de vocês, mas vocês meio que não venceram. Alô, eu ainda estou aqui. E eu tenho que dizer que você não deveriam deixar os amigos em coma de vocês sozinhos, ás vezes eles podem simplesmente sumir. Vejo vocês em Nova York, até lá. –A”

Nós trocamos um olhar, então corremos em direção ao quarto do hotel, quando entramos lá, o quarto estava estranhamente vazio, silencioso e arrumado, a janela estava aberta. Pensei ter visto uma sombra do lado de fora, as camas estavam vazias.

Jace havia desaparecido.