Demigods in... Brazil? escrita por brubs


Capítulo 2
O Girassol Consumidor de Esteroides


Notas iniciais do capítulo

Oi.
E então, povinho? Como estão?
Espero que tenham gostado do primeiro cap, e também que gostem desse.
Até lá em baixo.



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– Ora, ora, ora. – Uma voz feminina soou atrás do grupo. – Se não são minha adorável enteada e seus companheiros!

– Perséfone. – Murmurou Lily, revirando os olhos. – Vaca.

– O que disse?

– O que você ouviu!

A deusa semicerrou os olhos para a filha de Hades e deu um passo a frente, a morena, porém, não recuou. Ficaram se metralhando com o olhar até Arthur se por entre as duas.

– Lady Perséfone! – Disse com falsa alegria. – É tão bom ter vossa majestade como companhia.

– É claro que é! – A deusa disse, ainda metralhando Lily com o olhar. – Viu, querida? Seu sátiro sabe o que é bom.

– Ah, meu amor, você não sabe o que é sarcasm... – Arthur tapou a boca de Llily antes que ela falasse demais.

– Não dê ouvidos á ela, não sabe de nada, inocente. – Arthur se apressou em dizer, sorrindo nervoso.

Lily tirou a mão do sátiro de sua boca e se voltou para Mason e Bianca, que viam toda a cena. Com um único olhar ela disse o que queria. Mason empurrou Lena para perto de Daniel e pediu que o garoto segurasse a flor com ele e a mante-se segura.

– Mas, me diga... – Continuou o sátiro. – O que a trás aqui?

– Mexeram na minha muda de Kadupul, e você sabe... Eu odeio que mecham em minhas preciosas mudinhas. – A deusa deixou de fuzilar Lily e analisou o resto do grupo, parando em Daniel, que rapidamente levou a mão que segurava Sophie ás costas. – Novos semideuses?

– Sim, Lady Perséfone, estou tentando leva-los para o Acampamento. – Arthur disse, tentando tirar a atenção de Perséfone do garoto.

– Sei sei... – A deusa deu a volta pelo sátiro e se postou na frente do garoto. – O que tem nas mãos?

O garoto hesitou, segurando a flor mais firmemente. Observou os outros em busca de apoio, todos pensavam em um plano. Daniel sentiu Lena colar discretamente seu corpo ao dele, e sentiu a mão da garota pegar Sophie com cuidado.

– E-Eu... Só algumas mudas... Lady Perséfone. – Falou saindo todo enrolado. Pode ver Mason revirar os olhos e Bianca bater a mão na testa. Lily não olhava para ele, e sim para Lena. Arthur estava pensando em uma saída para aquela situação.

– Mostre-me. – A deusa disse.

– O que? – Perguntou voltando a encarar a deusa, que o assustava.

– Mostre-me as mudas.

Hesitante, Daniel pôs as mãos para frente. Quando as abriu, duas mudas de tulipas roxas apareceram na palma de suas mãos.

– Daniel! – Arthur disse animado, finalmente pensando em um plano. – Você achou as mudas de tulipas roxas! Muito bom, garoto!

A deusa não pareceu convencida, mas seu interesse em Daniel diminuiu. Perséfone voltou a analisar o grupo até encontrar o sorriso satisfeito de Lily. Revirou os olhos para a enteada e se voltou para o sátiro. Mas na hora errada. Arthur havia pegado a flor das mãos de Lena, e estava colocando-a cuidadosamente em sua pasta. Quando seu olhar se focou na flor branca, um sorriso sinistro se formou em seus lábios.

– Droga! – Resmungou Mason.

– A Flor, Arthur. Dê-me agora! – Mandou a deusa.

O sátiro olhou em volta, até parar em Lena e Daniel que negavam freneticamente com a cabeça.

– Não posso. Sebastian arrancaria meu coro. – Falou, sorrindo nervosamente.

– Não me importo com aquele Conselheiro idiota, QUERO MINHA MUDA! – Perséfone gritou.

– Hum... Acho que não! – Mason passou correndo por Arthur e Perséfone, tomando a Flor das mãos do sátiro.

– CORRAM! – Arthur gritou, empurrando Daniel e Lena para a ponte.

A deusa foi ficando para trás, mas não totalmente. O grupo atravessou a ponte com Mason na frente, seguido de Bianca, Lena e Arthur, e Lily e Daniel atrás. No susto o garoto nem teve tempo de pegar velocidade, se tivesse, ele teria passado Mason.

– VAMOS! – Gritava Arthur lá na frente.

Daniel acelerou e quando viu, estava correndo ao lado de Mason. Quando Mason viu o garoto ao seu lado, deu um pulo.

– Como você...? – Ofegou.

Eles ouviram um grito feminino vindo das suas costas e ambos viraram, vendo um girassol enorme com Lily presa em uma das folhas ofegando. A planta gigante estava na cola do grupo e não parecia se importar com os mortais a sua volta.

– Você deixou ela para trás? – Mason perguntou com raiva.

– Eu não... – Daniel perdeu as palavras. O moreno não tinha percebido esse fato, se não teria carregado Lily nas costas.

– Pegue a flor! – Mandou Mason com raiva. Ele deu a flor para Daniel, que a segurou com o maior cuidado, e Mason disparou em direção ao girassol com esteroides.

– AONDE VOCÊ VAI? – Gritou Arthur quando Mason passou por ele.

– SALVAR A DONZELA! – Gritou de volta.

– DONZELA O CARALHO! – Lily gritou para Mason, que balançou a cabeça sorrindo.

O moreno correu para perto do monstro e tirou do bolso um canivete suíço. Mason levantou uma das peças de ferro. O objeto automaticamente alongou, virando uma espada de bronze celestial. Correu em direção ao girassol gigante e acertou o caule. O monstro rugiu e levantou uma das folhas, onde segurava Lily.

– Não, pra cima não, pra cima... MASON! – A morena gritou.

– Estou indo, estou indo! – Falou o garoto, se esquivando de outra folha.

O girassol gigante parecia começar a se incomodar com o moreno. O mesmo caule se alongou e voou em direção a Mason, ele desviou desse, outro foi lançado, ele também desviou pulando para o lado. No terceiro, Mason não teve tempo de desviar, já que a flor o pegou pelos pés, levantando-o no ar de cabeça para baixo. Mason ficou sustentado de cabeça para baixo, como uma samambaia bem perto de Lily.

– Meu herói! – Lily resmungou se remexendo nas folhas.

– Calada. – Retrucou o moreno.

O girassol com esteroides deu meia-volta e caminhou descontraidamente de volta para o pátio. Arthur, Bianca, Daniel, Lena e Sophie, a flor, encararam o bicho sem entender.

– Mas... Aonde ele vai? – Perguntou Bianca ofegante, enquanto jogava o cabelo para trás.

– Não sei. – Confessou Arthur. – Acho que ele pensa que a flor está com eles.

– Ou Perséfone só queria a Lily. – Palpitou Bianca.

– Pode ser, mas então por que todo esse escarcéu da muda de Kadupul?

– Dos deuses, qualquer coisa é esperada!

– Com licença – Pediu Lena. – mas estamos aqui também, com a nossa amiga transformada em uma planta possuída por uma “deusa” exaltada e vocês estão aí parados por quê?

Bianca voltou sua atenção para Lena. Os olhos claros da loira adquiriram um brilho roxo. Lena franziu o cenho, pensando ter imaginado isso. A morena se voltou para Daniel, que parecia bem concentrado numa discussão consigo mesmo.

Daniel havia deixado Lily para trás. Que bela maneira de ganhar a garota, pensou. Ele não queria, fez isso por impulso, quando viu Mason na frente, o olhando desafiador. O garoto nunca foi de amarelar quando era desafiado, mas abandonar Lily foi uma atitude nada corajosa dele, e Daniel mudaria isso.

– Segure a Sophie. – Mandou, enquanto colocava com cuidado a flor na mão de Lena. – Já volto.

– O que? – Disse Arthur. – Aonde você vai, garoto?

– Limpar minha imagem. – Falou, enquanto corria de volta para o pátio.

– LILY! – Daniel gritou assim que viu a morena ser balançada de um lado para o outro.

Lily logo voltou á realidade e achou o garoto, correndo atrás da flor gigante.

– Daniel? – Disse surpresa. – O que esta fazendo aqui? Você vai acabar morto!

– Não nessa vida! – Respondeu Daniel, mas para si mesmo do que para a morena.

Daniel não tinha um plano, isso era fato. Mas improvisaria algo. Nada ao seu redor o ajudaria, ali só tinha plantas, madeira usada na ponte, a escada de pedras e metal.

Metal!

A lembrança surgiu em sua mente. Nas férias de fim de ano ele havia ido para praia com sua mãe, mas não estava no clima para isso. Enquanto andava pelo calçadão, o garoto encontrou um cano de metal. Ele havia desejado um raio, mas, como esperado, nada aconteceu. Quando sua mãe o chamou para ir ao mar, ele voltou a desejar novamente, mas dessa vez com mais vontade. Se ele conseguisse essa façanha...

Sentindo a adrenalina em seu sangue, Daniel pegou o cano de metal e correu atrás do monstro, que estava bem perto da escadaria de pedras.

– EI, ERVA DANINHA, ATRÁS DE VOCÊ! – Gritou.

O monstro se virou para ele, parecendo ofendido e deu um passo a frente, mas o garoto não recuou. Ele empunhou com força o metal e apontou a outra ponta para a flor gigante.

Por favor, um raio... Zeus, dos céus, e das tempestades, não precisa ter grande potência, só o suficiente para fritar a seiva desse girassol maromba!

Daniel repetiu o pedido mais duas vezes em sua mente.

Controle, garoto.

Não era sua voz. Não mesmo. Daniel abriu os olhos rapidamente, mas quando focalizou o monstro a poucos metros de si, uma força saiu do cano de metal, acertando em cheio o girassol gigante. Essa mesma força empurrou Daniel para trás, que caiu de costas na ponte, batendo a cabeça em uma das tábuas.

Sua visão ficou turva e ele se sentia no lupin de uma montanha-russa. Quando sua visão parou de rodar, o garoto conseguiu se sentar. Estava tudo borrado, mas ele conseguia identificar uma pessoa correndo até ele. A mesma se ajoelhou ao seu lado e o ajudou a se manter sentado.

– VOCÊ FICOU MALUCO?! – Lily gritou com Daniel, que parecia completamente zonzo. – Sabe o que você acabou de fazer?

– Não... – Resmungou Daniel.

Ela o encarou com as sobrancelhas arqueadas e levou uma das mãos até a frente do rosto do garoto.

– Daniel quantos dedos eu tenho aqui? – Perguntou, mostrando três dedos.

– Cinco? – Respondeu, fazendo um biquinho.

Lily mordeu o lábio inferior e se virou para o resto do grupo.

– Temos que leva-lo para o Acampamento.

Todos se entreolharam e concordaram, até Mason que sorria, vendo a situação do garoto.

Lily ajudou Daniel a se levantar e passou o braço esquerdo do garoto por seus ombros, enquanto seu braço direito rodeava a cintura dele. Seguiram assim até a bilheteria do Jardim Botânico. Uma van escolar os esperava logo ao lado da placa com o mapa do lugar. Era uma van escolar normal, tirando o fato de que onde deveria estar escrito “escolar” estava escrito Busão Mágico. Apoiado ao lado da porta, um rapaz moreno, com calças jeans escuras, uma camiseta branca e uma blusa azul escura encarava o grupo com o cenho franzido.

– Busão Mágico? – Lena perguntou tombando a cabeça para o lado.

– É! – Respondeu Mason, que andava ao lado da morena, com as mãos nos bolsos. – Criativo, não?

– É, até que é sim. – Lena respondeu, corando levemente. Mason percebeu e sorriu mais abertamente, com a certeza de que essa garota seria dele.

– O que aconteceu com vocês? – O rapaz apoiado na porta perguntou com os dois braços para cima. – Não era só uma missão de recrutamento?

– Era. – Disse Lily, se ajeitando com Daniel ainda apoiado nela. – Até Perséfone aparecer e estragar tudo.

O rapaz bufou e revirou os olhos. – Típico.

– Vamos sair logo daqui, ela pode voltar com rosas atiradoras de espinhos. – Disse Bianca, já entrando no Busão.

– Bia, espera, eu... – O rapaz pediu, mas a loira já havia entrado.

O grupo ouviu um barulho de alguém caindo, e outro, depois o som da doce voz de Bianca.

– PONTE QUE PARTIU! CHARLIE, SEU LAZARENTO DE UMA FIGA, TIRA ESSAS PORCARIAS DE FERRAMENTRAS DO CAMINHO!

– Oi, Bia. – Uma voz masculina cumprimentou. – Tudo bem com você?

– NÃO, NÃO ESTA TUDO BEM! TIRA ESSA DROGA DE CAIXA DE FERRAMENTAS DO CHÃO!

– Foi mal, já estou tirando. – Disse Charlie dentro da van.

– Ian, Mason – Chamou Lily, que já não aguentava o peso de Daniel, que estava prestes a desmaiar. – Uma... Ajudinha!

– Mals, dá ele aqui. – Falaram os dois juntos.

Ian e Mason levaram Daniel para dentro da van. Arthur, Lena e Lily ainda estavam lá fora e Lena ainda segurava Sophie, com o maior cuidado.

– Vocês vão trazê-la de volta, né? – Lena já sentia sua voz ficar embargada.

– Não se preocupe. – Garantiu Lily, sorrindo e pousando a mão no ombro da morena.

A filha de Hades entrou na van e deixou o sátiro com a garota, e a flor.

Arthur respirou fundo e se colocou frente a frente com Lena, segurando seus ombros.

– Sinto que vocês três tenham descoberto tudo dessa maneira, mas infelizmente, foi o único jeito. Não queria esconder minha verdadeira forma de vocês, mas precisava ficar de olho. Três semideuses no mundo mortal? Encrenca na certa, e com dois de vocês com cheiro de crias dos Três Grandes... Eu não podia deixa-los. Mas agora vocês vão para o Acampamento, lá é seguro, e nós vamos trazer Sophie de volta, Angie vai saber o que fazer.

Lena respirou fundo e assentiu. Ela baixou o olhar para a flor e se prendeu ao pensamento de ter Sophie de volta, um sorriso se formou em seus lábios e ela segurou mais firmemente.

– Vamos lá, garota. Você vai amar o Acampamento. Tem muitos boys magia pra você. – O sátiro passou um dos braços pelos ombros dela, sorrindo. Lena revirou os olhos e os dois entraram na van.

– Acho que agora podemos fazer as apresentações descentes. – Disse Arthur. – Lena, Daniel e... Sophie, esses são Lily, filha de Hades, - A morena sorriu pelo retrovisor. – essa é a Bianca, filha de Dionísio, - Falou, apontando para a loira, que sorriu e fez o sinal de paz e amor. – esse é o Mason, filho de Hermes, – Apontou para o moreno, que sorriu malicioso. – e esses são o Charlie, filho de Hefesto, - O garoto que foi ameaçado por Bianca olhou pelo retrovisor da van e sorriu. – E esse é o Ian. – O rapaz da van. – Filho de Hades.

– Então vocês dois são irmãos? – Perguntou Daniel. O garoto havia se recuperado do acidente e agora tinha um saco de gelo na cabeça, e uma bandagem no antebraço.

– Meio irmãos, na verdade. – Respondeu Ian. – O pai igual, mas a mãe diferente. Não é, maninha? – Falou, olhando para o banco do navegador.

– Claro, maninho. – A morena respondeu sorrindo pelo retrovisor. Daniel observou a garota abaixar o quebra-sol e abrir o espelho. Lily limpou uma mancha de terra da bochecha e penteou rapidamente o cabelo com os dedos, quando percebeu o olhar de Daniel pelo retrovisor, corou e subiu o quebra-sol.

O garoto desviou o olhar e passou a se concentrar na paisagem. Logo eles estavam saindo da Av. Armando Arruda Pereira e entrando na Av. Jabaquara. O metro Conceição passou, o São Judas, Saúde, Praça da Árvore, Santa Cruz, Vila Mariana e por fim Ana Rosa. Charlie desceu pela Rua Joaquim Távora, e eles saíram na Vinte Três de Maio. O motorista deu algumas fechadas em outros carros enquanto conversava sobre algo com Lily, que sorria enquanto revirava os olhos. Daniel se concentrou em prestar atenção nas palavras deles, em meio a tantas conversas.

– Você vai mesmo apostar isso? – Perguntou Charlie. – Não que você seja de se jogar fora, longe disso. É só que... Isso é baixo!

– Eu sei, mas é a única coisa que ele quer. E até parece que ele vai conseguir ganhar no Canibal. Nós jogamos isso desde sempre e eu e o Ian só perdemos uma vez. Ele vai perder.

– Não brinque com o destino, Lily. Se você ficar pensando nisso, os deuses dão um jeito de mudar tudo.

– Relaxa, isso não vai acontecer!

Daniel desviou o olhar e viu a paisagem pela janela. Reconheceu-a de primeira.

– Por que estamos no Parque Ibirapuera? – Perguntou.

Arthur olhou para o garoto e para Lena, que também mantinha uma expressão curiosa. O sátiro abriu um sorriso e apontou para fora da van.

– Bem-Vindos ao Acampamento Hydra!


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Notas finais do capítulo

Reviews? Por favor comentem, gente.