... ele atrapalhou sua vida uma vez quando foi embora, não deixe ele atrapalhar de novo.

Esposito agora chorava, Ryan também não conteve as lágrimas, o que Castle havia acabado de falar era verdade, mas ele não sabia o que fazer.

– Já esta tarde, acho melhor irmos pra casa – disse Ryan.

– Ryan tem razão, é melhor irmos – disse Castle.

Os três saíram para pegar um táxi, cada um entrou em um e antes de saírem Castle falou com Espo.

– Pense bem no que te falei Espo, veja se vale à pena perder tudo por alguém que nunca te deu nada.

Castle então entrou no seu táxi e foi pra casa. Quando chegou Kate estava esperando dormindo no sofá da sala, ele a viu e então resolveu chamá-la para ir pra cama.

– Amor... porque ta dormindo no sofá? – perguntou ele.

– Castle... eu... estava esperando você chegar, acabei pegando no sono. Que horas são?

– Já é bem tarde... vem, vamos pra cama.

– Ok... mas como foi com o Espo?

– Ele esta muito confuso e amedrontado... sente raiva do pai dele.

Castle contou a Kate tudo que eles haviam conversado, contou das inseguranças do Espo e dos conselhos que ele e Ryan deram.

– Você é um homem maravilhoso meu amor – disse ela.

– Eu só estava tentando ajudar um amigo... o Sito merece ser feliz.

Depois da conversa os dois acabaram dormindo.

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Enquanto isso...

Espo chegou em casa e Lanie já estava dormindo, entrou na ponta dos pés e foi tomar um banho gelado, no banho pensou em toda a conversa que teve com Castle e Ryan, terminou o banho e foi se deitar, tentou não fazer nenhum barulho para não acordar a Esposa, mas assim que se sentou na cama, Lanie acordou.

– Ei! Desculpa, não queria te acordar – disse ele.

– Tudo bem... se divertiu com os meninos? – perguntou ela.

– O mesmo de sempre, bebemos e jogamos conversa fora.

– Típico de vocês – disse ela se virando pra voltar a dormir.

Ele se deitou e a abraçou, colocando a mão em sua barriga, Lanie ficou surpresa, era a primeira vez que ele fazia aquilo, ela então pôs sua mão por cima da dele.

– Me perdoa amor... me perdoa por ter sido um idiota – disse ele no ouvido dela.

– Ta tudo bem amor – disse ela virando-se pra ele.

– Não, não ta... eu fui um idiota, tenho te tratado com tanta indiferença e não dei o devido valor e atenção a você e ao fato de que vamos ter um filho... eu me deixei levar por sentimentos tolos, e por magoas do passado, sem perceber que vocês não tinham nada a ver com isso – ele estava chorando.

Lanie se sentou de frente pra ele.

– Meu amor, eu entendo, ta tudo bem... eu sei que você sofreu muito e que essa noticia trouxe a tona todo o sentimento, toda a dor e magoa que seu pai lhe causou, eu não te culpo de nada querido – disse ela que também estava chorando.

– Mas isso não era motivo pra descontar em vocês, mas eu estou arrependido, Castle me ajudou a entender que eu não devo me deixar levar por essas magoas, que eu não posso deixar que o que ele fez comigo atrapalhe a minha felicidade novamente...eu posso ser melhor do que ele... se você me perdoar eu vou fazer de tudo para ser o melhor pai do mundo, darei ao nosso filho todo o amor e carinho e jamais abandonarei ele.

– Meu amor você já é melhor do que ele, e eu não tenho que te perdoar de nada.

– Lanie, eu quero saber tudo sobre o nosso bebê, até os menores detalhes.

Lanie sorriu.

– Eu vou te contar tudo meu amor, tudo mesmo.

Eles passaram a noite toda conversando, ela contou pra ele tudo sobre o bebê, sobre as consultas, sobre ter escondido a noticia e a barriga durante esse tempo, contou que não havia descoberto o sexo do bebê ainda e que não tinha começado o quarto, pois tinha esperança de que ele quisesse participar.

– A partir de hoje eu não perco mais nenhum detalhe sobre o nosso bebê - disse ele.

– Que bom amor, eu estou tão feliz por isso – disse ela sorrindo.

– De agora em diante eu só vou te fazer feliz – disse ele.

Ela sorriu e o abraçou.

– Javi! – disse Lanie com um sorriso.

– O que foi Lanie? Ta sentindo alguma coisa?

– Sim!

– O que? O que foi ? Ta com alguma dor? – perguntava ele desesperado.

– Não... nosso bebê... ele mexeu – disse ela sorrindo.

Ela pegou a mão dele e pousou sobre sua barriga.

– Ta sentindo? – perguntou ela.

– Sim! É maravilhoso... mágico – disse ele emocionado.

– É a primeira vez que ele mexe – disse ela.

– Primeira vez?

– Sim! ... Acho que ele estava esperando pelo papai – disse ela sorrindo.

Ele começou a beijar a barriga dela e depois a abraçou.

– Eu te amo e estou muito, muito feliz por ter enxergado que você e o bebê são as melhores coisas da minha vida – disse ele.

– Eu também te amo e estou muito feliz por ter você de volta, disse ela.

Ele ficou mais um tempo com a mão sobre a barriga dela, sentindo o bebê.

– Amor, daqui a dois dias tenho uma consulta – disse ela.

– Eu vou com você.

– Nós podemos descobrir o sexo do bebê, você vai querer saber ou vai querer surpresa?

– Vamos descobrir.

– Que bom, porque eu não aguentaria esperar ate nascer pra saber – disse ela rindo.

– Eu também não – ele sorriu. Agora vamos dormir... você precisa descansar – disse ele.

Eles então foram dormir. No dia seguinte acordaram tão bem, estavam felizes, tranquilos, aliviados. Quando chegaram a cena do crime estavam sorrindo e cheios de carinho um com o outro.

– Hum... estou vendo que os pombinhos se acertaram – disse Castle sorrindo.

– Nos acertamos sim, e graças a você Castle... muito obrigada mano – disse Espo.

– Que isso cara, só adiantei o que você saberia de qualquer jeito – disse ele.

– Obrigada, de verdade Castle... você não faz ideia do quanto foi importante – disse Lanie.

– Eu tinha certeza de que o Sito ia se dar conta do quão importante vocês são na vida dele – disse Castle.

– Eu estou muito feliz por vocês, muito mesmo – disse Kate os abraçando.

– Obrigada maninha... mas pega mais leve se não vai esmagar nosso bebê – disse Espo rindo.

– Opa! Me desculpa – disse ela sorrindo.

– Agora vamos trabalhar – disse Lanie.

Tudo voltou a ser como antes.

Os meses foram se passando e Lanie e Espo estavam cada vez mais felizes, ele adorava tudo que era relacionado ao bebê, que por sinal eles descobriram que seria um menino. Prepararam o quartinho, compraram tudo o que o bebê precisaria, tudo eles fizeram juntos. Ela estava menos neurótica do que Kate quando estava grávida e Espo fazia questão de falar isso pra Castle sempre que todos estavam juntos.

– Lanie esta um doce se comparar com a Kate quando estava grávida – disse Espo.

– Beckett ficou muito neurótica – disse Ryan.

– Eu não acredito, do jeito que Lanie é, deve querer te matar todos os dias – disse Castle.

– É serio, é verdade que às vezes ela não quer nem me ouvir falar, mas só dura algumas horas, depois passa – disse ele.

– Mas a Kate não ficava gritando o dia todo – disse Castle.

– Só 80% do dia né Castle? – Falou ele rindo.

– Só que eu estava carregando duas crianças Esposito... você tem noção de quanto peso é ? – perguntou Beckett.

– Kate tem razão, o bebê aqui já me deixa com uma baita dor nas costas, imagine dois – disse Lanie.

– E eu me sentia imensa, parecia um elefante – falou Kate.

– Isso eu também sinto, pareço um hipopótamo – disse Lanie.

– Você esta linda querida – disse Espo dando-lhe um beijo.

– Ryan... e como era a Jenny quando estava grávida? – perguntou Castle.

– Jenny não ficou tão neurótica, não ficava gritando o dia todo e não se sentia um elefante ou um hipopótamo... mas as vezes ela queria me matar – disse ele fazendo uma careta.

– Era porque você ficava me irritando – disse ela.

– Mas fora isso ela foi um doce... só quando a Sarah estava pra nascer que ficava ligando a cada cinco minutos – disse ele.

– Checava se o seu celular estava funcionando, e depois do que você e o Javier passaram... não gosto nem de lembrar.

– Foi um momento horrível – disse Lanie.

– Muito... algo para deixar no passado... mas então Lanie, quanto tempo ainda falta? Porque pra mim esse menino já era pra ter nascido – disse Castle.

– Faltam duas semanas Castle... ta tão ansioso que até parece que é o pai – disse Lanie.

– É que parece que faz um não que você esta grávida – disse Castle.

– Faz nada Castle, só contei quando estava de quase cinco meses e estou com oito, pare de bobagem – disse ela rindo.

– Pra mim parece que foi a séculos – disse ele.

– E como ele vai se chamar? – perguntou Ryan.

– Juan Carlos Esposito, como o meu avô – disse Espo.

Eles passaram o resto da noite conversando e se divertindo, riam das bobagens do Castle e das comparações que faziam entre as meninas.

Já havia se passado quase três semanas e o bebê de Lanie não deu sinal de que ia nascer, o médico decidiu marcar uma cesariana para o fim da semana, caso o bebê não viesse a nascer.

– Eu não queria cesariana, eu queria parto normal, mas esse menino é tão teimoso quanto o pai... acho que ele esta fazendo isso para me irritar – dizia Lanie brava.

Ninguém conseguia segurar o riso diante das reclamações de Lanie, ela estava realmente brava por ter que fazer uma cesariana, como se isso fosse o maior dos pecados.

– Lanie, fica calma, não tem nada de mal em fazer uma cesariana – dizia Kate.

– Você diz isso porque teve parto normal... e você também nem adianta falar Jenny... eu não queria ter que ficar quarenta dias sem mal poder levantar da cama – dizia ela.

– Vai ser os quarenta dias mais longos da minha vida – disse Esposito.

– Porque ta falando isso ? – perguntou Ryan.

– Porque tudo que ela não reclamou na gravidez ela vai reclamar enquanto estiver deitada sem poder fazer nada... acredite em mim, Lanie vai pirar por não poder fazer nada – respondeu ele.

– Da pra ver... ela já ta pirando antes mesmo do bebê nascer - disse Castle fazendo uma careta.

Passaram – se mais dois dias, faltavam apenas três para o dia da cesariana. A cada dia que passava Lanie reclamava ainda mais, estava inconformada de ter que fazer uma cesariana.

– Amor não vai ser tão ruim assim vai ? ... Digo, você vai ter mais tempo pra cuidar só do bebê e eu vou poder cuidar de você – disse Espo.

– Eu adoro essa idéia de você cuidar de mim, mas eu não vou aguentar tanto tempo sem poder fazer nada... eu vou ficar louca – disse ela.

– as ai eu não vou poder cuidar de você – disse ele.

– Claro que vai amor, você já cuida de mim, mas quero poder levantar quando nosso filho chorar, poder ir até a cozinha e fazer um lanche, ir ao banheiro... quero poder fazer essas coisas sem precisar da ajuda de alguém – disse ela.

– Eu te entendo amor, mas você não deve ficar triste por conta disso, vão ser 40 dias e vai passar rápido, eu prometo – disse ele.

Naquela noite Lanie acordou de madrugada, se sentindo mal, suava frio e estava sentindo muitas dores, Esposito estava trabalhando, devido a uma chamada noturna que eles receberam, ele não atendia o celular, pensou em ligar pra Beckett, mas ela também devia estar trabalhando e talvez não atenderia, decidiu ligar pra única pessoa que ela sabia que encontraria em casa.

– Atende Jenny... atende, por favor – implorava ela ao telefone.

– Alô? – atendeu Jenny com uma voz sonolenta.

– Je... AAAAH!... Jenny, é a Lanie...

– Lanie, o que houve?

– Eu preciso da sua ajuda... AAAH!

– O que foi?

– Eu to sentindo muita dor... AAAH!

– Onde está o Javier ?

– Teve uma chamada noturna.

– E ele te deixou sozinha?

– Eu disse pra ele ir que eu ficaria bem... AAAAH!

– Ele não devia ter te deixado sozinha...

– Jenny, você vai me ajudar ou não?

– Eu vou, vou sim... chego ai em cinco minutos.

– Ok. Não demora.

Lanie desligou o telefone e ficou esperando, as dores aumentavam mais a cada vez. Passou-se cinco minutos, mas parecia que tinha passado uma eternidade.

– Jenny cadê você? AAAAAAH MEU DEUS!

Em poucos minutos Jenny chegou, entrou direto, pois Lanie já havia deixado a porta aberta pra quando ela chegasse.

– Jenny graças a Deus, achei que não chegava nunca.

– Desculpa, tive que acordar os vizinhos pra deixar a Sarah... Onde estão suas coisas ?

– Minha bolsa está ao lado da minha cama e a bolsa do bebê esta no berço.

Jenny pegou as duas bolsas, correu e jogou no carro e voltou correndo para ajudar Lanie.

– Vem vamos – disse ela ajudando Lanie a se levantar.

As duas entraram no carro.

– Não conseguiu falar com o Javier ainda ? – perguntou Jenny.

– Ainda não, ele não atende.

– Tenta o Ryan ou a Kate, ou até mesmo o Castle, ele deve atender.

– Vou tentar... Obrigada por me ajudar Jenny.

– Estou retribuindo o que fez por mim quando a Sarah nasceu... e que bom que moramos perto – disse ela.

– AAAAAH!... Verdade!

Lanie continuou ligando e nada, chegaram ao hospital em 15 minutos e quando Lanie saiu do carro sua bolsa estourou. Dois enfermeiros vieram correndo ajudá-la.

Enquanto Lanie estava recebendo o primeiro atendimento, Jenny continuou tentando falar com um deles, enfim conseguiu que Castle atendesse o celular.

– Castle, graças a Deus... você esta com Kate e os meninos?

– Ei Jenny! Estou sim... aconteceu alguma coisa?

– O que foi Castle, a Jenny e a Sarah estão bem? – perguntou Ryan preocupado.

– É a Lanie, a bolsa dela estourou, estamos no hospital.

– Oh meu Deus! Isso é demais! – dizia Castle que estava surtado.

– O que houve Castle? Como esta minha mulher?– perguntou Ryan.

– O que aconteceu, Castle fala – disse Kate.

– Lanie... bebê... bolsa – dizia ele apavorado.

– Lanie!

Esposito correu para o elevador seguido dos outros três.

– Castle onde elas estão? – perguntou ele.

– No hospital.

– Mas a Lanie esta bem? – perguntou Kate.

– Sim, ela disse que a bolsa rompeu e que estavam no hospital.

Eles entraram no carro e ligou a sirene, Beckett estava dirigindo, corria o mais rápido possível, em dez minutos chegaram ao hospital. Entraram correndo na recepção e Espo avistou Jenny.

– Jenny! ... Como ela esta? E onde ela esta? – perguntou Espo.

– Ela esta lá dentro, estavam fazendo o primeiro atendimento.

Um medico então o conduziu até o quarto onde Lanie estava.

– Ei amor! Como você esta? – perguntou ele quando entrou no quarto.

– Ei amor... estou sim, agora estou bem melhor.

– Eu sabia que não devia te deixar sozinha.

– Eu estava bem, mas esse danadinho resolveu aprontar com a mamãe – disse ela passando a mão na barriga.

– Eu fiquei muito assustado.

– Eu também... eu te liguei mas você não atendia, nem Kate e nem Ryan, então liguei pra Jenny, sabia que ela me ajudaria.

– Fez muito bem amor, desculpe... nós estávamos com um suspeito.

– Ta tudo bem amor – disse ela beijando-o.

Nesse momento o medico entrou no quarto.

–Desculpa interromper, mas vim ver como você esta – disse o medico.

– AH! Tudo bem doutor.

Ele examinou Lanie e verificou com quantos centímetros de dilatação ela estava.

– Esta com oito centímetros, quase lá... como esta as dores?

– Bem forte, mas já não estou gritando mais – disse ela rindo.

– E o que foi que te deixou assim tão calma – perguntou o doutor sorrindo.

– O meu grande amor – disse ela olhando beijando Espo com ternura.

– Que maravilha... eu voltou depois para vê-la de novo.

– Ok. Obrigada doutor.

Passou-se mais meia hora e o doutor voltou para vê-la, ela já estava com dez centímetros, era hora do bebê nascer. Lanie fez força e Espo a ajudou, ficou ao seu lado segurando sua mão e a incentivando, ela gritava feito uma louca, mas não parava, mesmo quando estava cansada, depois de uns dez minutos fazendo força, finalmente ouviu o choro do seu bebezinho.