Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 27
Worse


Notas iniciais do capítulo

hey guys, sétimo dia! A MARATONA CHEGOU AO FIM *aaaaah*
Espero que tenham gostado de ter 8 capitulos nessa semana. OITO! Espero que tenham gostado mesmo..
QUERO DEDICAR A TODAS AS LINDAS E FOFAS QUE COMENTARAM NA MARATONA, obriga mesmo, eu ri e me diverti muito com vocês, poderiamos criar um grupo no What's app do Nyah, assim poderiamos dividir histórias, dá ideias e até escrever juntos!
aGORA... APROVEITEM!



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“How do you get out from an all time low

I'm in pieces seems like peace is the only thing I'll never know”

A minha mãe está mais explosiva do que nunca.

Desde que eu sai do hospital eu estou de castigo. Atena monitora cada passo que eu dou e não me deixa sair com outra pessoa a não ser Piper e Rachel, o que torna minha vida bem chata porque Piper vive com Jason e Rachel está desesperada fazendo quadros para uma galeria importante de Los Angeles. Não posso ir a praia (que é em frente a minha casa!), não posso ir para a aula de mergulho e vôlei (minha mãe obrigou o médico me dar um atestado de quinze dias!), não posso receber visita a não ser de Piper, Rachel, Nico e Leo (que são pessoas com boas influências para mim, de acordo com minha mãe), não posso fazer nada a não ser ficar no meu quarto solitária. Já se passou uma semana e tudo o que eu gostaria de fazer nesse sábado a noite é tomar um pouco de álcool.

Fugir não é uma ideia que eu poderia cogitar. Atena tranca a porta da sacada antes de ir dormir para que isso não aconteça.

Ela nunca levou um castigo tão a sério.

Estou desesperada, agoniada e cansada de ficar aqui.

Eu quero viver.

Quando saio do banheiro já com pijamas, me sentindo uma criança que fica em casa sábado à noite, vejo que a luz do quarto de Percy acesa. É a primeira vez que vejo movimento no quarto desde que cheguei do hospital; estava sem notícias de Percy desde então e eu sempre me pegava perguntando onde ele estava. Infelizmente o nome de Percy nem era citado dentro dessa casa, o que fez com que minha curiosidade pelo garoto crescesse perigosamente.

Eu estou acostumada em sempre o tê-lo por perto e agora que ele está ausente eu sinto falta dele. Não sei porque e não sei explicar. Só sei que me pego lembrando do que ele havia falado do hospital. Caminho até a sacada e ignoro o vento gélido da noite, apoio os cotovelo no guardacorpo e encaro a sacada de Percy. Me sinto ansiosa em vê-lo.

Não acredito que estou caindo na conversa de Percy. Apenas ele dizer aquelas coisas de quebrar o coração, sair de cena dramaticamente e pronto: Aqui estou eu tentando lutar para tira-lo de meu pensamento.

Estou tentando esconder isso, mas esconder não vai adiantar, nada vai adiantar o fato de que todos os meus planos de viver desesperadamente, intensamente e loucamente envolvem Percy Jackson.

Depois de tudo que me aconteceu eu estou em pedaços, parece que a paz é a única coisa que eu nunca conhecerei. Estou na beira de um abismo e tudo que eu penso é na forma que vou decidir pula-lo. Eu sou louca. Eu me sinto louca. Masoquista e sádica. Quero ferir, como venho ferindo todos ao meu redor, e me firo.

Eu tenho problemas mentais, sério. Quanto mais percebo que o cara é confusão mais eu o quero por perto.

Prendo o ar por um momento quando o garoto passa como um furacão pelo pequeno espaço que tenho vista de seu quarto. Engulo em seco e ordeno a mim mesma que dê as costas para o quarto do moreno. Não consigo, fico imaginando em ver o par de olhos verdes do garoto novamente, escuros ou claros, em paz ou com um furacão particular. Desvio minha atenção para a praia vazia; as ondas lambiam a areia com ferocidade, algumas ondas me impressionavam com seu tamanho e mesmo com a pouca luz eu pude ver alguns poucos surfistas se atrevendo a desafiar as ondas.

Como um imã, volto a encarar o quarto de Percy. Quase tive um mini ataque do coração quando percebo que o garoto está a menos de dois metros de mim, me encarando em sua sacada. Ele sorria com deboche. Eu havia tomado um susto e eu usava isso para justificar o fato de meu coração está acelerado.

Como escolher entre minha cabeça e meu coração? Razão ou emoção?

Percy está bem, bonito, saudável, sorrindo. Parece está pronto para curtir seu sábado a noite do jeito que ele já havia me mostrado uma vez. Não poderia fazer muito barulho, minha mãe está lá embaixo na sala e quaisquer som diferente ela viria conferir o que eu ‘estou aprontando’.

– Percy, você... você... pode vim aqui? – sussurro, lutando com todas as minhas forças para conseguir fazer aquela pergunta.

Eu queria álcool e se existe alguém que poderia me dar esse alguém é Percy.

O moreno me olha desconfiado e depois balança a cabeça negativamente. Faço um biquinho. Eu preciso de vodca. Eu preciso urgentemente. Vou enlouquecer se ficar mais um dia nessa casa. Ouço um barulho vindo lá de baixo e temo que seja minha mãe, mas não tem como ela ter super audição e ouvir a conversa aqui em cima.

– Hm... nem só para emprestar uma garrafa de Absolut? – sussurro, dessa vez impaciente. Não acredito que Percy está realmente cumprindo sua promessa idiota. – Percy!

– Tudo bem, tem que ser rápido – ele sussurra apressado e vira as costas. Vejo a luz do quarto do moreno se apagar e percebo que meu coração ainda bate forte. Sento na cadeira ali na sacada e aguardo alguma manifestação.

Não posso me conter, Percy é o portal para minha diversão, para eu poder ser quem eu era. Ele me dava a coragem para isso. Não posso admitir que cada vez mais eu sinto-me atraída por aquele garoto com atitudes rebeldes e irresponsáveis. Será que eu sou masoquista o suficiente para me apaixonar por um cara que quase me matou? Bem, Luke me meteu em confusões, muitas confusões, mas nunca vi a morte de tão perto com ele.

Não quero pensar em Luke agora.

Ouço o barulho da escada sendo repousada contra a parede e confiro se é Percy. Levanto-me da cadeira e olho para baixo. O moreno não tinha nenhuma garrafa na mão, mas sim uma mochila nas costas. Espero que Percy suba as escadas agilmente e pule por cima do guardacorpo, logo ocupando o mesmo espaço que eu.

O garoto passa seus braços pela minha cintura, trazendo seu corpo para perto do meu num abraço. Agora que ele está perto, percebo que ele está todo arrumado e especialmente cheiroso, pronto para a sua noite de diversão de sempre. Thalia deve está lá, assim como Bianca, Nico e Leo. Todos se divertindo e eu aqui, de castigo.

– Linda, como sempre – ele sussurra em meu ouvido, fazendo com que um arrepio percorra minha espinha.

– Onde está a bebida? – digo com indesejada melancolia. Não era de meu querer demostrar minha infelicidade, mas ficar a semana toda sem diversão é um tanto quanto deprimente.

Percy deu um sorriso de lado, galanteador como sempre, e passou por mim, entrando no meu quarto e abrindo a mochila. Parece que a conversa no hospital nunca acontecera de fato; ele não quer ficar longe da minha vida, para meu alivio.

Sim, para meu alivio.

As palavras de Percy feriram terrivelmente meu ego, e essa foi uma das razões por tanto pensar nelas (e nele) por toda a semana. Tipo, quem desiste de mim? Quem consegue desistir de Annabeth Chase?

Pode ser mesquinho e parecer que estou mesmo fazendo um jogo com o garoto, mas é simplesmente a verdade! Meu ego foi ferido com suas palavras e o sorriso de malicioso dele agora apenas está curando isso.

Ele não desistiu de mim. Sei que não. Acredito que não. Quero que não.

– Então, o que vai fazer hoje à noite? – pergunto de forma meio arrastada e cantarolada, do tipo “me leva junto, me leva”.

Percy para de mexer na mochila e me olha com um sorriso de escárnio.

– Nem adianta, Chase, não irei te levar junto – ele diz me cortando.

– Ah, qual é? - faço um beicinho e me pergunto desde quando ele se tornou tão chato. Coloco-me ao lado dele e seguro seus ombros por trás, deslizando a mão pelo seu braço até chegar na sua mão.

– Acho que essa semana de castigo não te fez muito bem, está bem manhosa – ele comenta, continuando a mexer na sua mochila. Estava tão difícil achar uma garrafa assim?

Reviro os olhos e me sento na cama, ao lado da mochila dele.

– O tédio fez isso comigo! Não aguento mais ficar dentro desse quarto, preciso me divertir – com você.

Como ele pode? A menos de uma semana ele caia aos meus pés e agora nem mais me dá bola? Caramba! Como assim?

Ai, meu orgulho está doendo.

Espio dentro da mochila do garoto e vejo pacotinhos com erva dentro. Dou um salto e expulso o garoto de seu lugar, ficando em frente a mochila e remexendo dentro dela com os olhos arregalados.

– Maconha?! Percy! Perfeito! – eu digo empolgada. A noite não vai ser mais monótona e entediante. Não posso trazer ir a festa, mas isso não quer dizer que a atração principal não venha para mim.

– Não, isso não é para você – Percy se apressa em tirar os pacotinhos de minha mão e os guardar dentro da mochila. Percebo que tinha uma quantidade suficiente de maconha para Percy passar o resto da vida na cadeia. O moreno finalmente tira uma garrafinha de água de 500ml de dentro da mochila e me entrega. O líquido dentro dela com certeza não é água. Faço um biquinho, mas logo vem o esclarecimento em minha mente, me deixando assombrada.

– Você está revendendo, Percy? Você é traficante? – pergunto, cobrindo a mão com a boca. O garoto desvia o olhar para a sacada, com certeza louco para ir embora.

– A pouco tempo, não conte para mim ninguém, ok? – sua voz sai baixa e apressada. Ele fecha a mochila e a joga pelos ombros. Sinto meu sangue gelar. Percy não pode se tornar traficante, é sombrio demais, é perigoso demais, é um caminho sem volta. Coloco a garrafinha de vodca em cima da cama.

– Percy – seguro seu braço o impedindo de dar mais algum passo em direção a sacada. Minha respiração está falhando. – Não faça isso... É muito perigoso, você vai se ferrar muito com essa história. Essa gente não está nem ai quando as dívidas começarem a se acumular. Eles vão te ameaçar, podem te matar. É um jogo perigoso!

– Eu sei no que estou me metendo, agora dá para me soltar? – ele mesmo puxa seu braço, mas continua me encarando com aqueles grandes e esmeraldinos olhos. Indecifráveis.

– Não, não sabe... eu... – gaguejo e não consigo continuar. Poderia falar da minha experiência, de quando me envolvi indiretamente e às vezes diretamente com esse tipo de coisa e acabei muito ferrada, mas isso não é algo que eu me orgulhe e queira mostrar para as pessoas daqui - Se... e se eu pedisse para você não ir? – tento, com a testa franzida e uma expressão de urgência.

Percy pode usar quanta droga ele quiser, mas ser traficante não. Não posso deixar que isso aconteça.

Sinto meus instintos se aflorarem enquanto o encaro; seus olhos tão assustadoramente atraentes, seu jeito confiante, sua boca convidativa. Não consigo me segurar. O beijo como se nada em volta importasse. Como se o medo que ele me rejeitasse tomasse conta de mim.

Eu apenas relaxo quando suas mãos seguram firme minha cintura, quase me fundindo ao seu corpo. As vezes eu me esqueço de como Percy era realmente um pedaço de mal caminho. Na verdade, eu esqueço de proposito; não posso me dá ao luxo de ficar babando por ele.

Nos separamos quando o ar nos faltava, o que demorou muito, muito tempo. Por um momento pensei que ele iria mudar de ideia, mas ele ficou sério novamente.

– Acho que não, Annabeth. Sério, tenho que ir – ele se virou novamente e caminhou até a sacada. Ando até ele, insistente. Ele está fazendo isso porque está atrasado ou porque está com medo de machucar, como da última vez? Não consigo entender aquele moreno.

Será que Leo sabe disso? Será que os Di Ângelos estão nessa também? Quantas coisas que não sei?!

Eu considero todos eles como meus amigos (menos Thalia, já que ela nem me procurou depois daquele showzinho ridículo na casa dos Di Ângelos, quando decidiu falar todas aquelas maldades), mas percebo que pouco os conheço.

– Então fique aqui comigo! O ápice da depressão é ficar bêbada sozinha, então o que acha de uma festinha a dois?

– Annabeth, o que você está tentando fazer é patético, ok? Eu preciso ir. Prometi que ficarei longe da sua vida e eu costumo pelo menos honrar as promessas que faço com meus amigos – o garoto fecha os olhos por um instante e inala o odor ao seu redor antes de se virar e ir para a sacada. Gostaria de ter o poder de ler os pensamentos.

– Percy... sério, não faça isso. Vai ser o pior situação de sua vida.

– Annabeth, você não é ninguém para dizer o que eu não deva fazer – dessa vez ele saiu com a voz um pouco irritada. Suas palavras foram um tapa em meu ego. Não sou ninguém para ele. Franzo ainda mais a testa, quase unindo as sobrancelhas. Não posso mais fazer nada a não ser deixa-lo ir.

Ele fez sua escolha, assim como um dia eu fiz a minha. A diferença é que ninguém estava lá tentar me impedir de faze-la.

– Percy – o chamo baixinho, com um tom diferente, quase que meigo. Uma coisa que eu aprendi com a vida foi: se você quer mudar alguém, não adianta conselhos, seja diferente, surpreenda. O moreno olha para cima, segurando a escada firme – Aquele foi o melhor beijo subaquático de todos os tempos.

Ele sorri.

– Você é impossível, Chase – ele diz, antes de voltar a descer as escadas.

– Sim, eu sou.


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