Segredos de um passado obscuro escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 8
Memórias apagadas


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar um capítulo hoje!! Portanto, não prometo que vou postar essa semana, mas vou fazer o possível. Aproveitem!



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Eu, Steve e Sam passamos metade da tarde confinados dentro de um carro rumo a Iowa. Tive que discutir muito com Steve para continuarmos a viagem, e prometi a mim mesma, que da próxima vez que visse o Soldado Invernal, eu mesma o mataria.
O local onde a faca me acertou ainda dói imensamente, e às vezes fico tão inquieta no banco de trás, que Steve insiste em fazermos uma parada. Só paramos no final da tarde, em uma pousada na beira da estrada muito ruim, a propósito. Desta vez eu consigo um quarto separado, apenas por uma cortina.
Escovo meus dentes e mudo as roupas, e já me deito. Consigo ouvir a conversa entre os dois do outro lado da cortina empoeirada. Eles estão bebendo e rindo, enquanto eu pego no sono.
Acordo uma meia hora depois com carinho no cabelo, e Steve está segurando uma bandeja completa.
– O que é tudo isso?
– Você tem que comer alguma coisa. Vou atrás de Bucky esta noite, e você não virá comigo.
– Isso não vai acontecer. - eu digo pegando um salgado. Eu o calo com um beijo quando ele abre a boca para discutir.
– Tudo bem.
Estamos entre beijos e carícias quando alguém puxa bruscamente a cortina. E não é Sam.
– Nick. - eu digo, imensamente constrangida.
– Natasha. - ele acena com a cabeça, alternando seu olhar entre mim e Steve. - Eu só vim dizer que preciso que vocês dois façam algo para mim. Sei que estão ocupados, mas os outros estão indisponíveis. Além de que vocês já estão no local.
– O que quer que façamos?
– Houve uma série de sequestro. Acreditamos que as vítimas estejam sendo levadas para sedes secretas para sofrerem uma série de experimentos que podem transformá-las em... Super heróis.
– Como o soro do super soldado. - Steve pondera. - E os experimentos que fizeram com Natasha.
– Exatamente.
...
Estou sozinha há horas naquele quarto de hotel, desde que Steve saiu para uma conversa com Nick e insistiu que eu devia ficar. Sam conversou comigo por um tempo, mas depois também pegou no sono. Estou ficando furiosa, e desisto de esperar. Passo por Sam, que ronca na cama, e me esgueiro para fora. Eu os encontro em um salão nada aconchegante perto da recepção. Já estou perto suficiente para escutar trechos da conversa, e ouço meu nome várias vezes. Me escondo atrás de uma viga para ter certeza de que sou o assunto.
– ... sei que ela fez coisas horríveis, e aceito isso. - Steve ia dizendo.
– Não entende no que está se metendo. Normalmente não me meto na vida pessoal dos meus agentes, mas Natasha... Escute, Rogers, há coisas sobre ela que você jamais sonharia ser verdade. Coisas que nem ela entende.
Como assim que nem eu entendo? E por que Nick estava desencorajando Steve a ficar comigo?!
– Como o quê?!
– Coisas sobre o passado dela que ela não tem conhecimento.
– Por que ela não teria?
– Acha que aos seis anos foi a única vez que Natasha foi vítima de experimentos? - Eu não conseguia acreditar. Por que ele nunca me contou isso?! E quando havia sido minha outra experiência?
Steve se cala. Ele parece desolado. Eu quero abraçá-lo e dizer que era tudo uma grande mentira, que minha moral não é questionável, que eu tenho uma história estável e até perdoável. Mas eu nem sequer sei mais o que é verdade sobre mim e o que não era. Eu posso sentir as lágrimas se formando nos meus olhos. E tenho que me esforçar muito para não deixá-las escapar.
– Ela passou por isso outra vez, bem depois disso. Não era mais uma pessoa má, e queria salvar o pai adotivo. Então fez um acordo com alguém, e fizeram uma lavagem cerebral nela. O homem sobreviveu, mas ela não se importava mais.
– O pai adotivo? Ela disse que nunca foi adotada.
– Ela foi. Por um homem chamado Ivan Petrovic. Mas ele não pode cuidar da criança, porque ela não era uma criança comum. A vontade incontrolável de matar, a violência e agressividade, os pesadelos constantes... Ele queria interná-la, mas acabou entregando-a para alguém que ele sabia que lidaria com o caso. O nome dele era Taras Romanoff.
Os nomes me são familiares, algumas imagens se formam na minha cabeça, mas não é o suficiente. Eu não sei como lidar com tudo aquilo. Não consigo mais ouvir uma palavra, e então saio do meu esconderijo, chamando a atenção dos dois.
– Natasha, estávamos justamente...
– Falando sobre mim. É, eu ouvi. E, ah, Nick, obrigada por entender quão importante era para mim entender tudo que aconteceu, como era ruim ter um buraco na minha mente. Obrigada por sempre ser tão honesto comigo. - eu ironizo, me controlando para não gritar, e saio do salão com raiva.
Eu iria descobrir mais sobre isso, nem que tivesse que deixar Steve para isso.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam, ou o que acham que pode ser melhorado... E eu quero saber se tem algum personagem que vocês querem que apareça. Comentem!