Segredos de um passado obscuro escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 2
Lembranças amargas


Notas iniciais do capítulo

O capítulo se resume mais às memórias da Natasha de quando deixou de ser "humana". Vou RELEMBRAR que não é a história verdadeira que aparece nos quadrinhos. Espero que gostem ;)



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Acordo com um despertador antiquado, e os raios solares se inflitram por uma brecha na janela, diretamente nos meus olhos. Levanto num pulo e começo uma seção de flexões, seguidas por vários alongamentos.
Já são seis e quarenta quado saio de casa, e passei na Starbucks para um café. Ligo para Steve para perguntar onde nos encontraríamos, mas não preciso. Aproximadamente no terceiro toque, alguém cutuca minhas costas, e quando me viro, lá está ele, vestindo uma jaqueta de couro e jeans.
– Capitão. - cumprimento, e aperto sua mão de maneira desajeitada. - Como me encontrou aqui?
– Na verdade, eu só vim para um café, quando recebi sua ligação e vi pelo vidro uma garota ruiva com um telefone. Deduzi que fosse você.
Eu rio em resposta, e Steve senta-se ao meu lado e pede um café.
– Então, quais são os planos? - pergunto.
– Partiremos hoje, Sam está resolvendo algumas coisas com Tony Stark. Eles estão atrás de um carro legal, e algo que nos ajude a localizar Bucky. - percebo que Steve vacila ao dizer o nome do amigo.
Coloco uma mão em seu ombro, e quando nossos olhos se encontram, sou obrigada a reviver os momentos que passamos juntos e questionar minha posição em cada um deles. Clint me acusou de ter sentimentos por Steve, e eu os neguei prontamente. Eu estava sendo sincera, não estava?
– Espere, Tony está aqui?!
– Sim. Ele veio para alguma coisa das indústrias.
– Ah, certo.
– Mudou o cabelo. - ele comenta. - Eu gostei. Estava assim quando nos conhecemos.

– É, estava sim. - não consigo evitar pensar no Gavião, em como ele criticara o outro corte, mas eu não fiz isso por ele. Fiz por mim.

Sam não demora muito para nos encontrar, em uma Ferrari lustrosa. Steve senta no banco da frente, e reclamo por ter que ir atrás. O motor não faz nenhum ruído quando aceleramos, mas os pneus cantam no asfalto, como se Sam fizesse isso para chamar atenção, o que não duvido muito.
– Seu amiguinho está em Michigan. Se não quisermos ir de barco, chegaremos lá em três dias, contando com algumas paradas, estaremos lá em cinco. - Sam explica para Steve.
Steve parece apreensivo com a demora. Talvez fosse melhor pegar um avião, mas não sugiro nada, e então pegamos a estrada. A viagem é tranquila, não pegamos grandes tráficos no trânsito, e mantemos uma velocidade rápida porém confortável. Sam e eu mostramos a Steve algumas bandas legais no programa sofisticado de Stark, e percebo em sua expressão quando ele gosta de uma, e quando ele tem vontade voltar para a Guerra para não ouvir aquilo.
Já está anoitecendo, e minha bexiga quer explodir. Já me cansei do vento e quero urgentemente me deitar, mas eu tento não demonstrar nada disso. Steve continua com a mesma expressão solene de quando saímos, e Sam mantêm os olhos na estrada.
– Sabe, talvez possamos parar um pouco. Há uma pousada aqui perto. - sugere Sam, olhando no GPS que Tony desenvolvera.
– Acho uma boa ideia. - concordo de imediato.
Steve suspira e assente. As pessoas da pousada nos olham de maneira estranha por causa do carro, e tenho a impressão de que seus olhares focam mais sobre mim. É só paranoia, digo para mim mesma.
– Precisamos de dois quartos, um de solteiro e outro com duas camas de solteiro. - eu peço na recepção.
– Sinto muito, mas só temos um quarto com três camas. - a mulher baixinha atrás do balcão responde, apática.
– Pode ser. - Sam replica.
O quarto é pequeno, apenas com um pequeno espaço entre as camas e um banheiro. Há uma televisão e um ventilador na parede, e um banco onde colocamos nossas mochilas.
– Eu fico com a do canto. - eu digo, me jogando na cama de frente para a porta. É uma mania minha: sempre quero estar perto das saídas, para o caso de algo acontecer e eu precisar fugir.
Não acho uma boa ideia vestir pijama perto de dois homens, e escolho dormir com um short e uma camisa de flanela. Quase como um impulso, eu puxo os cabelos para amarrá-los em um coque antes de me deitar, mas nem consigo enrolar os fios o suficiente para isso. Estão tão curtos quanto eram antes, mas ficam bem menos volumosos, o que é bom. Desisto e me deito com eles soltos mesmo.
Puxo as cobertas até o pescoço. Faz muito frio, mesmo meus instintos humanos serem diminuídos. Me deito de costas para os dois, e murmuro boa noite antes de fechar os olhos e me deixar levar pelo cansaço. Os sonhos vêm com tudo.
Sou apenas uma criança, e estou com medo. Tento puxar minhas mãos mais uma vez, mas estão amarradas em nós cegos nos braços e pernas da cadeira.
– O que vocês querem?! - eu pergunto novamente. Me dou conta de que estou falando russo. Eu me lembro bem deste dia, mesmo que tenha tentado afastá-lo da imnha memória tantas vezes.
– Percebemos que você tem muitas habilidades, Natasha, só queremos aprimorá-las para que você nos seja útil. - um homem alto e calvo, de aparência assustadora responde.
Mordo o interior da boca para não chorar. Foi assim que meus pais morreram, numa cadeira como essa, torturados pelo governo soviético porque tinham informações confidenciais. E agora eu, porque tinha talentos especiais.
Um dos homens insere o conteúdo de uma seringa em minhas veias, e começo a me contorcer na cadeira, como se estivesse tendo uma convulção. Os fios avermelhados grudam na minha testa com o suor, e experimento sensações de dores insanas. Sei que ninguém ouvirá minhas preces por socorro, mas grito mesmo assim.
As injeções seguem por horas, talvez dias, até que eu não aguento mais. Quero desistir, morrer. Só quero que aquilo acabe. O fim está bem próximo, mas não é exatamente bom. Quando me liberam, eu não sou mais humana. Me sinto extasiada por dias, até passar a me sentir mais forte, mais poderosa. Foi assim que fui transformada no que era hoje, na Viúva Negra.


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Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado! Comentem por favor, mesmo que sejam críticas. Obrigada por ler! Beijos, Bianca :*