Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 25
Coronation


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Para Katerina os minutos demoravam a passar. Enquanto Erik a penetrava, ela manteve os olhos fechados, esperando que tudo acabasse logo. Ele a beijou e ela abriu os olhos e tudo o que conseguiu ver foi Fabrizio. Era ele que estava lá, não Erik. A sua imaginação a fez manter não só os olhos abertos, mas também outras partes do corpo.

O seu delírio não durou muito tempo. A imagem de Fabrizio logo se desfez e os olhos azuis de Erik voltaram a encará-la. Desta vez ela não tentou imaginar o seu amado, mas simplesmente deixou as coisas acontecerem. Ela não poderia delirar todas as noites com Fabrizio, pois Erik é seu marido agora. Ela deve se acostumar com ele em situações como essas se um dia quisesse ter filhos.

Sempre soube que teria que me casar com alguém que não conheço para restaurar a paz entre Frömming e Ahnmach. Eu aprendi tudo sobre política e também que eu deveria ter filhos, de preferência homens, para dar continuidade a minha linhagem. Amor, por exemplo, era algo que eu não poderia me dar ao luxo de sentir. Herdeiros, como eu, não devem amar, porque amar é uma fraqueza e nós devemos dar o exemplo ao nosso povo, mostrar o quanto somos fortes e o quanto eles também devem ser, Katerina reflete. Eu acreditava em tudo o que me foi ensinado e seguia tudo à risca, até conhecer Fabrizio, o dono de lindos olhos verdes e um sorriso cafajeste encantador.

Apesar da sua rápida reflexão, Katerina deixou tudo de lado. Erik é o seu foco agora.

+++

Pela manhã ela se levantou e colocou a camisola que estava jogada no chão. Saiu sorrateiramente do quarto e foi para o seu tomar um banho quente. Ela mesma secou os cabelos e colocou um vestido amarelo simples de mangas compridas. Os corredores estavam gelados sendo que continham aquecedores, o que significava que lá fora o clima era o mesmo. O inverno está chegando.

Ela chama dois seguranças para ir em um carro atrás do dela. Depois ela acha o seu motorista.

– Para onde deseja ir tão cedo, princesa Katerina? - ele pergunta.

– Para Hülle.

O motorista se surpreende.

– Tem certeza, princesa?

Ela assente com a cabeça.

– Tenho que conversar com alguém que está lá.

Hülle. A prisão mais temida de Frömming, o local mais impossível de fugir. É claro que Branka havia sido levada para lá apenas para Joffrey conseguir mostrar o tamanho do seu poder, afinal lá só param os criminosos que não foram condenados à morte, mas sim à prisão perpétua ou um bom par de anos. Nenhum desses é o caso da sua tia.

Os seguranças de Katerina entram com ela em Hülle sendo acompanhados por caras fardados. Os três são revistados, ela em separado por ser uma mulher, e depois a passagem deles é liberada, mas quando chega na sala, a princesa pede para os seus seguranças a esperarem na porta.

Os cabelos loiros da sua tia estão longos, já bem abaixo dos seios, e sem corte. Seus olhos estão fundos e cheios de olheiras. Ela usa um conjunto cinza já bem batido. Ela está horrível.

– Katerina - ela se senta. - Que surpresa.

– Estive tentando evitar esse momento, mas não há como evitar o inevitável.

Branka arregala os olhos, mas depois um sorriso se abre.

– Já descobriu a verdade sobre Joffrey?

– Minha mãe me procurou.

O sorriso de Branka desaparece.

– Harriet está morta.

Katerina procura câmeras na sala ou microfones escondidos até embaixo da mesa, mas não há. Ela pediu privacidade total e é exatamente isso o que está recebendo. Quem por acaso iria desacatar um mandato da futura rainha?

– Não, está viva. Bem viva - ela apoia os cotovelos na mesa. - Está em Altulle, no palácio Kionbach. Eu mesma estive lá.

– Parece que a sua vida deu uma animada de uns tempos para cá. Como é que anda o seu guarda-costas e amante?

– Como é que...?

– Mesmo presa e em um país que não é o meu, uma rainha é sempre uma rainha. Eu tenho meus informantes - ela estala os dedos. - Então, você estava falando da minha irmã.

– Minha mãe me pediu para te dizer que estava viva.

– E a quanto tempo foi isso?

Katerina dá um sorriso amarelo.

– Muito tempo. Sinto muito, não tive muito tempo e, bom, eu não queria vir.

– Não queria reconhecer que eu estava certa o tempo todo. O orgulho Archiberz.

Por mais que não quisesse reconhecer, era exatamente isso. Katerina é uma pessoa orgulhosa, isso ela tinha que admitir pelo menos para si mesma, e parece que é de família.

– Eu vim para atender um pedido da minha mãe. Agora que você já está sabendo... - Katerina se levanta.

– Sua mãe já veio.

A ruiva cai na cadeira novamente.

– Como é?

– Harriet já veio me visitar. De peruca e maquiagem, mas veio.

– E por que você fez aquela cara quando eu te contei? Por que você aceitou me atender?

– Porque eu queria ver você se humilhar vindo até aqui, sendo revistada, tudo para reconhecer que eu estive certa esse tempo todo e que você foi uma idiota por acreditar no monstro que tentou matar os seus pais.

– Não é humilhação alguma para mim vir até aqui. Sim, eu tive que passar por cima do meu orgulho, mas não é humilhação. Minha mãe está viva, o que significa que Joffrey não é tão culpado assim.

– Mas o seu pai ainda está morto! Kurt ainda deve se revirar no caixão enquanto sente dia e noite o seu punhal pessoal ser cravado no seu peito.

Katerina se assusta.

– Espere. Você disse punhal no peito?

– Sim. Foi assim que Harriet me disse que Kurt morreu na frente dela - Branka rosna. - O que vale é a intenção, Katerina. Mesmo que o seu pai ressuscite milagrosamente, a intenção de Joffrey de matá-lo anos atrás ainda pairará sob a vida de todos nós.

Mas Katerina não está interessada no que Branka que está dizendo. O punhal pessoal do seu pai cravado no peito.

Branka parece perceber a desatenção da sobrinha.

– O que está acontecendo?

A noite em que Fabrizio foi até o seu quarto após um pesadelo se gruda em sua mente. Não pode ser.

– Eu tive um sonho - ela olha para a tia. - E o meu pai morreu exatamente como você disse.

+++

Katerina está com um vestido branco de mangas compridas feitas em renda, com as costas cobertas apenas por uma camada de tule e os cabelos presos em um coque desfiado. Seu batom é vermelho e em seus olhos há lápis, apenas o suficiente para destacar os seus olhos.

Ela se olhou no espelho e Maribelle ajustou a coroa prateada em seus cabelos cor de fogo.

– Está na hora - Judith entrou no quarto anunciando. - O seu marido a espera, princesa.

Erik está do lado em um terno também branco de linho fino com sapatos da mesma cor. Seus cabelos loiros estão levemente bagunçados e os seus olhos azuis estão reluzentes nesse dia. Ele entra no quarto dela.

– Você está linda, minha princesa - ele lhe beija a mão e ela sorri em agradecimento.

Apesar de tudo, a conversa com Branka não lhe sai da cabeça. Ela precisava investigar mais a fundo depois. Agora estava indo para a sua coroação.

Katerina e Erik desceram de mãos dadas para o grande salão. Todos os nobres mais importantes de todos os países do continente estão ali, assim como a imprensa. Todas as pessoas ricas e cheias de influência estão presentes. Esse é mais um dia dela.

Uma música clássica soa quando os dois entram. Katerina vê Fabrizio de relance, junto com os outros seguranças, e o coração dentro do seu peito dispara, mas quando os olhos dois dois se encontram, Fabrizio desvia o olhar. Isso a quebra por completo.

Joffrey e Ivna estão em frente aos tronos do mesmo tamanho. Katerina ainda se lembra que foi o seu pai que mandou fazerem os tronos de tamanhos iguais para que ele e Harriet pudessem ser tratados com o mesmo respeito, mostrando que o poder que um tinha também pertencia ao outro. Um sinal de igualdade.

O hino de Frömming começa a tocar, depois o de Ahnmach. Erik faz o seu juramento primeiro em frente ao papa e logo chega a vez de Katerina repetir as palavras do Santo Padre.

– Eu, Mary Katerina Hüfner Archiberz, princesa de Frömming, herdeira do trono, rainha das Ilhas Perdidas e filha da beleza, juro lealdade ao meu povo - ela olha para Erik e aperta a sua mão, modificando o juramento - e ao povo do meu marido.

O loiro não consegue conter o sorriso. Os dois são apenas um agora. O casamento foi consumado e só a morte os separará. O seu povo também será dele e vice-versa.

– Juro atender as minhas responsabilidades de melhor forma possível, ouvir atentamente as pessoas que precisam e fazer de tudo para resolver problemas sociais e econômicos - ela repete as palavras do papa. - Eu juro me doar completamente ao meu povo. Prometo que todas as minhas necessidades estarão vinculadas as necessidades do meu país. Vidas serão salvas e enquanto eu viver todos estarão a salvo. Eu juro pela minha vida que eu morrerei pelo meu povo.

Ela olha para o papa e ele entende o recado. Ela quer falar.

– O governo do meu pai foi forte - seus olhos se encontram com as esmeraldas escuras de Joffrey - e o do meu tio também. O meu será uma fortaleza.

– Erik Julian Hepp Le Lëuken e Mary Katerina Hüfner Archiberz Le Lëuken, eu vos declaro rei e rainha de Ahnmach e de Frömming.

Todos aplaudem. Joffrey entrega a coroa do rei a Erik e Ivna faz o mesmo com Katerina. A coroa de princesa é retira dos seus cabelos ruivos de forma rude, mas não desmancha o seu penteado.

– Eu espero que seja uma fortaleza mesmo - Ivna rosna. - Você poderá suportar as coisas por muito tempo, mas no final as ondas sempre ultrapassam a barreira.

– Você não é mais uma ameaça, tia.

– Veremos.

– Veremos - Katerina repete.

Katerina e Erik recebem cetros em ouro e um manto vermelho em veludo cada um. Fotos são batidas, a imprensa está em festa e os nobres fazem filas para cumprimentá-los.

Eu sou a rainha agora.


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Notas finais do capítulo

Como será o reinado de Katerina? E essa ameaça de Ivna terá algum valor?



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