Unapologetic escrita por oakenshield


Capítulo 11
The Day She Told The Truth


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo grande para vocês. Hoje estou inspirada. Beijo.



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Erik chamou Katerina para o altar. Eles são os padrinhos de Leona, enquanto Rebekah e seu noivo, Alek Richmanoff, são padrinhos de Michael. Alek tem os cabelos enrolados e olhos azuis, é muito bonito e é um pouco mais velho que a irmã de Michael. Alek é filho do juiz que condenou Branka.

O padre faz todo aquele discurso, todos rezam o Pai Nosso e chega a hora da resposta.

– Leona Christine Le Lëuken - o padre fala - você aceita se casar com Michael Anthony Archiberz?

Ela sorri forçadamente, mas parece convencer a maioria das pessoas.

– Sim.

– Michael Anthony Archiberz - o padre vira-se para ele - você aceita se casar com Leona Christine Le Lëuken?

Mike desvia o olhar para Katerina, que está logo atrás de Leona, junto com Erik, irmão da noiva. Ele parece tentado a desistir.

Não fuja, ela fala sem fazer barulho algum, apenas mexendo os lábios.

– Eu aceito.

Eles trocam as alianças fazendo o juramento de fidelidade, mesmo ambos e todos os presentes sabendo que isso não aconteceria.

– Pode beijar a noiva - o padre encerra a cerimônia.

Michael a beija de forma suave e com muita gentileza. Eles mal haviam trocado palavras, afinal, assim como Katerina e Erik.

Não são apenas os herdeiros que tem que se submeter ao casamento arranjado, todos os nobres e integrantes da Corte tem que fazer o mesmo, vivendo uma ilusão e de aparências. Quanta falsidade.

+++

A mesa em que os noivos vão jantar é maior do que a de costume. Nela sentarão Leona e Michael, Joffrey e Ivna, Katerina e Erik, Rebekah e Alek, Valerie, irmã da noiva, e seu acompanhante que Katerina não conhece, sem contar os pais de Leona, Heinz e Eileen.

Valerie vai falar com Katerina na hora em que ela está se servindo de Medallion au Roquefort.

– Parece bom, não é mesmo?

Valerie é a filha mais nova de Heinz. Ela tem cabelos negros e lisos, olhos azuis e pele pálida. A sua característica mais marcante é o constante batom vermelho nos lábios e as tatuagens que vão de um ombro ao outro.

– Parece mesmo.

Katerina havia ouvido alguns boatos de que Valerie gostava de mulheres, mas nunca a viu com nenhuma. Mesmo assim, preferiu não se abrir muito para ela não achar que a ruiva estava com outras intenções.

– Você sabia que os Hallaya não querem mais casar Fleur com Petrus?

Fleur Hallaya. Filha do rei e da rainha de Hahle. Uma verdeira vagabunda que estava prometida a Petrus. Katerina sabia que isso poderia acontecer mais tarde. Jacques e Florence Hallaya não iam querer a preciosa filha deles casada com o filho de uma traidora.

– Engraçado que eles casam a filha mais nova deles, Claire, com um bandido como Henry Kionbach, irmão do rei Jean-Pierre – Katerina sorri forçadamente. – Soube que Henry faz com que Claire aceite seu, hum, apetite sexual diferenciado – ela chega mais perto de Valerie. – Parece que além da esposa ele gosta de estar com mais mulheres ao mesmo tempo.

Ela não suportaria ninguém falando mal de Petrus perto dela. Seu primo havia sido muito legal com ela e não merece isso.

Depois disso, Valerie não falou mais nada. As duas jantaram lado a lado, mas não trocaram nenhuma palavra. Katerina olhou na mesa dos seguranças e logo encontrou Fabrizio. Ela sorriu para ele e quando terminou de jantar fez sinal para ele ir até a mesa de doces.

– Há boatos sobre Petrus e Fleur Hallaya – ele murmura. – É verdade?

Katerina dá de ombros.

– É provável.

Ele viu que ela não queria falar sobre isso, mas escolheu um assunto pior.

– Seu primo parecia decidido a desistir do casamento. O que aconteceu?

– Eu o disse para não fugir.

– Eu não perguntei agora.

– Como?

– Não preciso nem perguntar – ele faz uma cara maliciosa. – Eu vi os dois trancados no banheiro durante vinte minutos.

– Se você está pensando que...

– Eu não penso nada. Eu vi – ele continua a sorrir como um cafajeste, mas Katerina sabe que ele não está simplesmente zombando dela. – O banheiro tem câmeras. Vi tudo da sala de controle.

– Ai. Meu. Deus. – ela diz pausadamente.

– Não se preocupe, apaguei o cara que estava comigo.

– Você o matou? – ela questiona desesperada. – Você não...

– Era um fofoqueiro, espalharia para todo mundo e teríamos dois casamentos destruídos. Ahnmach entraria em guerra contra Frömming com forças reforçadas para vingar seus herdeiros, Erik e Leona – ele fala tudo muito rápido, mas ela consegue compreender. – Não há de que. Eu evitei um conflito histórico, mas você não é agradecida por isso.

– Eu não te pedi para fazer nada.

Katerina sai, arrasada. Ela não acredita que Fabrizio foi capaz de algo como isso, mas ela não deveria estar surpresa. Ela mesma já disse para si mesma que ele é aliado de Joffrey, não dela.

– O que aconteceu? – Erik pergunta.

– Acho que tinha um doce estragado na mesa – ela mente. – Só isso.

– Está tudo bem?

Ela imagina Fabrizio com uma arma atirando na cabeça de um homem que só fazia o seu trabalho de servir. Todos em Frömming tem a obrigação de contar tudo ao Regente. Ele estava apenas trabalhando.

A imagem do sangue voando para todos os lugares, inclusive para o rosto do moreno invade a sua mente. Ela o vê enxugando o sangue com a manga da blusa e arrastando o corpo do homem para o meio do mato, deixando-o lá.

– Acho que vou vomitar – ela se levanta e corre até o banheiro, mas não faz isso.

Ela fica simplesmente se olhando no espelho por um bom tempo e depois pega água e passa na testa e no pescoço.

Por mais que ela tivesse mentido sobre vomitar, era exatamente essa a sua vontade.

+++

Joffrey se levanta da mesa dos noivos e corre até a mesa dos seguranças. Logo em seguida eles correm para fora. Katerina anda até o tio.

– O que está acontecendo?

– Rebeldes – ele bate na própria testa. – Malditos! Por mim matava todos.

– O que eles estão aprontando dessa vez?

– Atacando o casamento de Michael. Acabando com a decoração, mijando no nosso jardim e quebrando nossas garrafas de vinhos caríssimas! – ele olha para a sobrinha e suspira. – Destruindo a cozinha. Prenderam os cozinheiros e os faxineiros. Mataram três pessoas.

– Como não ouvimos o barulho? – ela pergunta, correndo atrás do tio até a cozinha.

– Por causa dessa música idiota que vocês jovens gostam de ouvir. Música idiota. Gente idiota. Eu odeio esses rebeldes. Vou criar uma lei que faça esses desocupados perderem a cabeça. Estou aqui de boa, casando o meu filho, e olha o que eles me fazem. Isso é uma afronta!

– É exatamente o que eles querem tio – ela o tranquiliza. – Vamos dar um jeito nisso.

Katerina corre com Joffrey até a cozinha.

– Eu mandei você ficar no banheiro! – um cara com máscara no rosto grita.

– Eu preciso usar o banheiro... – uma mulher insiste. – Eu tenho problema na bexiga. Não posso segurar o...

Então ele pega uma vela e joga na mulher. Ela começa a berrar. Katerina está horrorizada com a cena, mas desperta quando Joffrey ataca o homem. Ela abre a geladeira e pega uma jarra de água e joga na mulher. O fogo apaga um pouco, mas não tudo. Ela pega mais água e joga, então depois pega alguns panos e cobre o fogo. Ele finalmente para.

– Graças a Deus – ela murmura. – Você está bem? Consegue falar?

– A senhorita... – a mulher sorri. – A senhorita é a princesa?

A ruiva assente com a cabeça.

– Sempre achei seus cabelos lindos – ela sussurra e se ajoelha, tossindo.

– Obrigada.

A mulher cai no chão e Katerina se ajoelha ao seu lado, colocando a cabeça da mulher no seu colo.

– Vai dar tudo certo.

– Eu estou feliz por conhecê-la – ela sorri abertamente. Ela realmente está feliz. – Será uma ótima rainha, Katerina. A generosidade é a melhor qualidade de uma rainha.

Então ela simplesmente para de falar. A ruiva não consegue conter as lágrimas.

– Eu sinto muito – ela sussurra para a mulher enquanto fecha seus olhos.

Agora são quatro mortos.

+++

– Merda! – Joffrey berra para o celular. – Cacete! Se virem.

Ele o joga contra a parede e ele se parte em alguns pedaços.

– O que foi isso?

– Fabrizio saiu do salão. Está lá fora com os outros guardas.

– Como é? – ela se espanta. – Eles estão armados!

– Nós também estamos.

– Mas...

Eu me preocupo com Fabrizio, é o que ela quer dizer, mas não pode. O que o seu tio perguntaria? O que ele pensaria sobre ela? Que a sobrinha está a fim de um guarda-costas?

– Eu vou lá.

– Katerina, você é o futuro desse país, você não pode...

– Como futuro desse país eu quero que eles parem de matar o meu povo! – ela grita. – Vamos acabar com eles. Mate todos.

Depois da morte daquela mulher o seu coração se encheu de raiva em relação a esses rebeldes. Ela precisa vingar a morta de uma senhora tão querida.

Há poucas luzes acesas do lado de fora, apenas as do poste de iluminação na rua e algumas iluminando as janelas do palácio. Nem as luzes do jardim estão acesas.

Ela ouve alguns tiros, mas a sua vontade de encontrar Fabrizio é maior.

– Filho da puta! – ela ouve um grito de Joffrey e uma onda de tiros logo em seguida. – Te vejo no inferno.

Joffrey está vivo. Ainda bem.

Ela continua a sua busca por Fabrizio. Ela vê um homem atirar em alguém e se esconde atrás de um arbusto. Fabrizio recebeu um tiro.

Katerina corre até ele e pega a arma ao lado do seu corpo. Ela não faz ideia de como usá-la.

– Afaste a arma do corpo – ele rosna.

Katerina puxa o gatilho e acerta o ombro do homem. Atira mais uma vez e dessa vez acerta em uma região onde provavelmente é o seu fígado.

Ela o puxa para trás do arbusto e o ajuda a sentar.

– Você está bem?

– Ele acertou o meu joelho, nada mais.

Katerina passa os dedos pelos cabelos.

– Quando eu soube que você estava aqui fora eu quase enfartei – ela conta. – Ainda bem que você está vivo.

– É bom saber que você se importa.

– É claro que eu me importo. Você me ajudou quando eu precisava, naquele dia em que eu tive meus pesadelos. Você cuidou de mim. Disse que tudo ficaria bem e eu acreditei em você. Agora é a minha vez de dizer a você que tudo vai ficar bem.

– Eu sei que vai. Você está aqui.

Ela sorri e ele toca o rosto dela. Como ele não pode se aproximar, ela faz isso por ele.

– Eu cheguei a pensar que você tinha morrido – ela diz, encostando a sua testa na dele. – Lembra quando eu disse que te jogaria nas masmorras quando eu me tornasse rainha? Bom, é mentira. Eu nunca seria capaz disso.

– Por que não? – ele pergunta, passeando com seu polegar pela bochecha dela.

Os dois estão adiando o inevitável. Tentando se repelir como se fossem duas esferas com a mesma carga, mas não são. Ele se jogou do lado de fora sem pensar duas vezes quando soube dos rebeldes, já ela procurou se esconder, mas não podia fazer isso na frente de Joffrey. Ainda mais quando ela soube que tinha gente na cozinha. Os dois podem ter muitas coisas em comum, mas eles não podem ter a mesma carga. Eles não podem se repelir.

Ele é um grosso, mal-educado e enxerido, já ela faz de tudo para ser gentil com as pessoas, foi educada pelos melhores professores de boas maneiras e deixa as pessoas à vontade para falar com ela quando quiserem. Não começa a fuçar no quarto delas e lê seu diário. Ela não seria atrevida ao ponto de fazer tudo o que Fabrizio fez se estivesse no lugar dele. Se ela fosse a guarda-costas e ele o príncipe herdeiro. Ela não teria coragem de chamá-lo pelo nome, tratando-o como igual, convidá-lo para uma boate, brigar com ele e ainda ter tempo de dar em cima dele, porque é exatamente isso o que ele vem fazendo nos últimos dias com ela. Ele não faz nem questão de disfarçar tudo isso.

Em Física dizem que os opostos se atraem. Katerina e Fabrizio são opostos, a herdeira e o segurança, a gentil e o mal-educado, a rica e o cara que não deve ter nada. Eles podem ser opostos, sim.

Tudo isso passa em milésimos por sua cabeça. Então ela olha para aquelas duas esmeraldas maravilhosas e consegue dizer:

– Eu nunca seria capaz de mandar prender você porque algo dentro de mim acende quando você está por perto. A ideia de você ter morrido me angustiou e algo no meu peito se tornou apertado – ela tenta procurar as palavras, mas não consegue. – Eu me preocupo com você e eu quero que você esteja bem e...

– Admite logo – ele pede todo convencido.

– Eu gosto de você. Pronto. Está feliz?

Katerina olha Fabrizio e o vê sorrir.

– Muito feliz.

E então, finalmente, ele a beija.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Primeiro beijo entre Katerina e Fabrizio. Acho que dessa vez o casal deslancha.
Viram que Jean-Pierre foi mencionado como irmão de Henry Kionbach? Os Kionbach e os Archiberz vivem em constante rivalidade. Lembrem-se disso.



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