O jantar tinha sido uma maravilha. Molly e Sherlock começaram a conversar um tanto apreensivos. Desde que Molly voltara de Nova York eles ainda não tinham tido um momento só para eles e sabiam que a partir de agora seria difícil ter muito tempo assim. William era um grude e não saia do pé dos dois.

Então quando William ligou, pedindo para dormir na casa de John, Molly e Sherlock não hesitaram e obviamente disseram sim.

Os dois agora estavam deitados na cama, ambos só com suas roupas íntimas. Tinha sido uma noite incrível, ambos estavam pensando isso. Depois de beberem uma garrafa de vinho, tudo tinha ficado mais fácil.

– Eu estou feliz Molly – Sherlock disse enquanto se virava para olhá-la de lado. Um sorriso largo e bonito iluminava o rosto dele. Sua mão alisava a dela, fazendo círculos carinhosos com o dedo. Sherlock tinha sentido tanta falta desses momentos com Molly que tinha esquecido como era estar perto dela. O perfume de Molly sempre acalmava o coração dele e Sherlock estava sentindo toda essa sensação novamente. Era maravilhoso.

– Por que está tão feliz Sr. Holmes? – Molly perguntou também sorrindo, olhando para Sherlock. O coque que ela tinha feito tinha desmanchado fazia muito tempo, e agora alguns fios castanhos insistiam em cair no rosto de Molly. Delicadamente Sherlock os afastou.

– Porque você voltou pra mim Molly. Eu não podia estar mais feliz. E agora não tenho só você, tenho William também. – Ele suspirou e continuou – É bom saber que eu não estou mais sozinho. Quando você foi embora, levou uma parte de mim junto e agora, você trouxe essa parte de volta junto com um bônus. – Sherlock sorria ao se referir ao “Bônus William”.

– Ele realmente te ama Sherlock. Desde sempre na verdade. – Molly disse também sorrindo. Conversar com Sherlock era tão fácil para ela. E ela queria que a conversa durasse para sempre. Ela desejava ser dele para sempre. Era tudo o que ela sempre quis. E ela teve tudo isso, mas perdeu. Ela se deixou perder.

E agora ali, estava tudo voltando para ela. O seu Sherlock Holmes estava de volta para ela. E sempre seria dela. Se lembrou de quando Sherlock pediu para ela não desistir dele. Como ela pôde um dia se imaginar viver sem ele, ela não sabia explicar. Sherlock era tudo pra ela. Com ele era feliz e sabia o que amor significava.

Para Sherlock tudo estava perfeito. A sensação de ter Molly de volta para ele era surreal. Ele não conseguia sumir com o sorriso que tinha surgido nos seus lábios. Era um sorriso para ela e por ela. Mas ele não ligava mais. Molly o fazia feliz e sempre seria ela. Ela importava e sempre tinha importado.

Então levemente Sherlock parou de acariciar a mão de Molly e se virou para pegar algo no criado-mudo do seu lado da cama. Pode ver rapidamente o rosto de Molly se entristecer quando não sentiu mais o toque dele. Eram essas reações que Sherlock sempre adorou causar em Molly.

Ele abriu a primeira gaveta e de lá, retirou uma caixinha azul pequena de veludo. Molly sabia o que aquela caixinha representava para as mulheres. Era bem provável que dentro da caixinha houvesse um anel, jóia ou uma aliança. O coração de Molly acelerou e ela prendeu a respiração. Ainda fazia isso quando ficava nervosa.

Delicadamente, Sherlock se levantou, apenas de samba canção, deu a volta na cama até parar de frente para Molly ainda deitada na cama. Ela rapidamente se levantou, sentando-se com uma cara de surpresa e assustada, parecia não estar entendendo.

Com um sorriso Sherlock se ajoelhou e abriu a caixinha. Molly não pode acreditar no que viu. A sua aliança. A aliança que ela tinha deixado para trás quando foi para Nova York. A aliança que ainda tinha o nome de Sherlock inscrito. Os olhos de Molly se encheram de lágrimas. Com uma voz suave e calma, Sherlock disse:

– Molly Hooper, você quer se casar comigo? De novo? – Ele disse sorrindo. Com as mãos no rosto e algumas lágrimas escorrendo, Molly apenas sorriu. Um sorriso apaixonado cheio de felicidade.

– Mas nós ainda somos casados Sherlock. Você não assinou os papéis do divórcio, lembra?

– Não Molly. Eu quero fazer tudo de novo. Quero ver você vestida de noiva, quero refazer os meus votos e quero recomeçar, lembra? – Sherlock disse olhando intensamente nos olhos castanhos de Molly – Mas resta saber se você também quer Molly.

O olhar dele parecia suplicar. Sherlock parecia não saber que resposta Molly daria. A capacidade de dedução dele estava sendo afetada e Molly adorou saber disso.

Rapidamente, ela tirou a aliança da caixinha e colocou no seu dedo. Olhou ela por alguns segundos, até voltar a olhar para Sherlock que tinha um olhar surpreso. Ela então o abraçou e o puxou para subir de volta na cama:

– Eu quero Sherlock, mas é claro que eu quero.

***

– Pai o que você acha da definição de “Translação”? – William perguntava enquanto abaixava o livro que estava lendo. Estava sentado numa poltrona de frente para Sherlock. Will estava profundamente concentrado no assunto que estava lendo.

– Nunca ouvi falar William. – Sherlock respondeu sem abrir os olhos. Estava em um caso e precisava pensar nos detalhes. Molly tinha deixado ele voltar a trabalhar depois do casamento e de 2 anos de férias. William agora estava quase fazendo 8 anos e continuava mais Sherlock do que nunca.

– Como nunca ouviu falar pai? Você não sabe que a Terra gira em torno do Sol? – William perguntava com os olhos arregalados surpreso.

– Não. – Sherlock simplesmente respondeu, ainda sem abrir os olhos. Apenas levantou as mãos e juntou-as em frente ao queixo. – Na verdade, acho que John já comentou algo a respeito, mas não acho importante.

Antes que William pudesse responder algo diante do fato do seu pai não saber tal coisa, Molly os chamou para almoçar. Assim que apareceu na sala, Molly soltou um suspiro e segurou na parede para não cair.

– Mãe! – William disse já se levantando para ajudá-la. – Você está bem?

– Estou sim filho, só uma tontura, nada demais. – Molly disse se sentando na poltrona onde William estava.

– Molly, o que você acha do nome Elizabeth? – Sherlock perguntou, abrindo os olhos.

– Acho bonito Sherlock. Mas porque? – Molly disse confusa, tentando entender onde seu marido queria chegar com isso.

– Acho que daqui há alguns meses vamos precisar escolher algum nome de menina! - Sherlock disse sorrindo amorosamente.