O Herdeiro escrita por GabrielaGQ


Capítulo 13
Mycroft acolhe um Nova Iorquino


Notas iniciais do capítulo

Deixei vocês com raiva da Molly né? Mas momentos Sherlolly virão.
Agora vamos ver Will e Mycroft?

Here we go!



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William Júnior. Prazer. Você é irmão do Sherlock não é?

Uau, você deduziu isso sozinho? – Mycroft disse num tom de deboche. Ainda observava William enquanto levava a xícara de chá à boca. Era por isso que a esposinha do meu irmão tinha ido para Nova York, Mycroft concluiu. Um filho. Sherlock tinha se superado. E um filho idêntico a ele, quando criança, é claro.

Não fale assim com ele Mike. – Margaret advertiu, dando um sorriso para William.

Você é tão chato quanto ele. - William disse bem baixinho para que Mycroft não escutasse. Mas Margaret, que estava próxima servindo leite e biscoitos para seu neto recém descoberto, pôde ouvir, dando um sorrisinho. Molly e Sherlock entraram na cozinha. O clima entre os dois não podia estar tão péssimo e Margaret odiava ver seu filho destruindo a melhor coisa que tinha acontecido na vida dele. Molly fora a salvação para Sherlock não se afundar e se destruir. Margaret era imensamente grata a Molly e agia mais como uma mãe para ela do que para seus próprios filhos.

Todos os Holmes estavam reunidos na cozinha. Depois que Molly cumprimentou o Sr. Holmes com um abraço, apenas balançou a cabeça em cumprimento a Mycroft.

Mycroft.

Molly.

É mamãe, você realmente não gosta dele! – William disse com a boca cheia de biscoitos e um sorriso. Molly apenas fechou os olhos brevemente, se sentindo ficar completamente vermelha. Pode ouvir Sherlock rindo atrás dela e Mycroft lançar um olhar esnobe em sua direção.

William, é feio falar de boca cheia. O que a mãe já disse? – Molly advertiu.

Um silêncio constrangedor se estabeleceu na cozinha. Apenas podiam ouvir o barulho de William mordendo os biscoitos com uma inocência, sem notar o mundo ao seu redor. Sherlock o observava com as mãos nos bolsos do casaco. Margaret e Arthur observavam, ambos com um sorriso no rosto, o neto tão sonhado deles. E Molly ali em pé, agora de frente para Sherlock, o observava tentando estudá-lo mais uma vez.

O rosto ainda tinha um lado mais vermelho. Molly não sabia o que tinha acontecido para ela bater em Sherlock, mas quando viu já tinha feito. Talvez tenha sido o resultado de 5 anos guardando a raiva que sentiu no dia do beijo com Janine. Mesmo depois de Sherlock ter se explicado, Molly não conseguia perdoá-lo. Só a idéia de outra pessoa beijando os lábios que deveriam ser só seus, embrulhava o estômago de Molly. Se não tivesse acontecido nada pior. O beijo foi a única coisa que Molly viu e Molly sabia que Sherlock fazia qualquer coisa para ter sucesso nos seus casos. Não, não podia nem sequer pensar nisso, ou seria capaz de armar uma 3ª Guerra Mundial e acabar com Sherlock.

Mas enquanto o observava, Molly se lembrou do beijo que ela e Sherlock tinham acabado de dar. Molly não sabia o que tudo aquilo significava e estar ali, na casa dos Holmes, estava começando a deixar ela sem ar. Rapidamente, saiu em direção a varanda. Como era de se esperar Sherlock a seguiu.

***

Então William, está gostando de Londres? – Mycroft perguntava com um sorriso tentando parecer amigável.

– Na verdade, não muito. Prefiro morar em Nova York. – William respondeu surpreendendo Mycroft. Já tinha terminado seu leite com biscoitos e agora só restavam ele e Mycroft na cozinha. O Sr. e a Sra Holmes tinham saído para ir na quitanda ali perto.

Londres não é uma cidade boa?

Não. Ainda não fui em nenhum lugar interessante. Em nenhum museu, nem na London Eye e muito menos, visitar o trabalho da minha mãe. Eu fazia isso o tempo todo em Nova York. E a escola não é um lugar legal, tem um garoto que me incomoda e a Olivia, que fala sem parar.

Mycroft riu quando entendeu de que Olivia, Will estava falando. A filha de John era uma tagarela e Mycroft raramente dava atenção a essas coisas desnecessárias. Mas o pequeno Will, sentado a sua frente, tinha algo de diferente. Pela primeira vez, Mycroft realmente quis ficar perto de uma criança:

Quantos anos você tem?

Quase 6. – William disse sorrindo. –E você? Uns 40 anos?

O chute surpreendeu Mycroft:

Quase. 39. – Disse sorrindo. – Então você é bom em deduzir coisas das pessoas?

Acho que sim, mas não gosto. Algumas pessoas não me deixam confortável, então prefiro ler.

Ler? Você já lê com 5 anos?

Tenho quase 6. – William repetiu com um tom de reprovação. – O seu nariz é engraçado.

Mycroft juntou as sobrancelhas. Nunca ninguém tinha sido tão direto com ele. A não ser seu irmão, mas Sherlock não contava. E agora, tinha uma criança na sua frente, colocando defeitos nele. O que está acontecendo comigo? O que é isso que estou sentindo? Se importar não é uma vantagem Mycroft.

Quando você conheceu seu pai? – Mycroft então perguntou assumindo seu tom sério de sempre. Não iria baixar a guarda, não poderia, principalmente para uma criança. Ele era incapaz de sentir afeto por alguém e isso nunca mudaria. Será?, sua consciência plantava a dúvida.

Ao ouvir a pergunta, William também ficou sério. Tão pequeno e tão cheio de personalidade, Mycroft também concluiu.

Eu conheço Sherlock Holmes desde Nova York. Lia sobre ele no blog do John.

Ah então você era mais um fã que lê aquele blog ridículo?

Vai me dizer que você nunca leu? Se você sabe que é ridículo, deve ter pelo menos olhado alguma coisa. – William disse levantando uma sobrancelha.

Mais uma vez, Mycroft ficou boquiaberto e surpreso. Nunca tinha conversado com uma criança, mas ele mesmo tinha acabado de se tornar fã de uma. Sem responder, apenas se levantou, pegou seu guarda chuva e sorriu para William:

Não culpe Sherlock pelos erros que talvez ele tenha cometido William. A maioria das ações dele foram baseadas em conselhos dados por mim e, apesar de ser incrível, eu não sei de tudo. – Mycroft desabafava para William, que não entendia porque ele estava dizendo todas aquelas coisas sem sentido, mas Molly tinha lhe dito para ser gentil e ouvir os adultos com educação, então apenas deixou ele falar.

Dê uma chance para Sherlock ser seu pai. Ele merece isso. Meu irmãozinho, não seguiu nenhum dos meus conselhos e isso foi bom. – Mycroft fez uma pausa.

Até que você não é tão chato quanto pensei que fosse. - William comentou.

Não sou um tio chato? Preciso melhorar então. – Mycroft disse já se encaminhando para ir embora. – Me diga William, você sabe jogar xadrez?

William se virou e o olhou com um sorrisinho:

Ganhei de Sherlock com um xeque mate.

Mycroft sorriu, sinceramente feliz de ter um companheiro a sua altura:

Muito bom. Combinamos um dia de jogar então. – Disse se despedindo.

Pela primeira vez, Mycroft sentia um calor confortar-lhe o coração. Enfim, fez algo direito irmãozinho, disse consigo mesmo.


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Notas finais do capítulo

Se Sherlock pode se casar com Molly na minha fic, posso fazer Mycroft ser um tio bonzinho né? kkkkkkk

O que acharam?