Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 7
Tentando Esquecer


Notas iniciais do capítulo

E temos mais capítulos, Brasil! Estou virando uma maquininha de escrever e vocês devem estar achando que eu não faço mais nada da vida... Mas não é bem assim, ainda tenho minha vida social... rsrs

Espero que gostem do capítulo!

#Boa Leitura!



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A Unidade Móvel de Coulson ainda estava estacionada na pista do Vnukovo, quando as autoridades russas pediram que a S.H.I.E.L.D. liberasse a pista para o voo comercial. O Diretor Fury havia entrado em contato com dois ministros do Tráfego Aéreo Seguro e eles autorizaram o pouso da imensa aeronave no local, mas já passava do tempo estipulado. Após decorridos os trinta minutos como combinado, a Agente May foi obrigada a nos colocar de volta no ar, deixando a pequena agente Skye sozinha naquela van, seguindo o caminho da tropa de resgate. Quando ela chegasse ao local, os painéis de situação do avião indicariam as condições da área e a partir dali traçaríamos estratégias de combate em conjunto com os comboios. A agente estava nervosa, mas era perceptível a sua determinação em salvar o seu O.S. Só estávamos esperando que tudo corresse bem.

Ward estava preso numa Fortaleza, que ao contrário do que se pensava, estava localizada em plena luz do dia. Kremlin de Moscovo. Situada no centro da cidade e sede do governo Russo. Não era nada animador ver os pontos vermelhos piscando no painel, indicando o alto nível de segurança armada e todos aqueles soldados que apenas somava rigidez aos muros impetuosos que ainda por cima estavam cercados por um imenso fosso. Era praticamente impenetrável. Após a queda da HIDRA, os governos de todo o mundo estavam adotando medidas rígidas àqueles que ainda se diziam ser parte dela e Ward deveria ter entrado nessa contagem quando tudo entrou em colapso. Nós éramos amigos desde a Academia e estivemos juntos por muito tempo, até ele deixar Garrett para se juntar à Coulson e sua equipe.

Ainda me pergunto como não desconfiei de nenhum dos dois. Ele e Garrett viviam juntos, tinham missões secretas, Ward era sempre favorecido e elogiado mais do que todos os outros. Eu havia salvado aquele bastardo tantas vezes que não se podia contar. Me arrisquei por ele, perdi amigos por causa dele. Não conseguia me conformar com o fato de eu ter sido feito de palhaço pelos dois. A única coisa que me orgulhava era não ter feito parte daquela traição que manchava o emblema da S.H.I.E.L.D. Eu lutaria até o fim para tirar o nosso nome da lama.

– Mas não foi sua culpa. – A Agente Simmons tentava me confortar com seu lindo e acentuado sotaque britânico.

– Eu sei, mas queria ter impedido isso.

– Estava acima da sua alçada, Trip. Além do mais, ninguém pôde prever isso. Nem você, nem Coulson... Nem mesmo a Agente Hand pôde impedir o que houve.

– Aquele ataque... Achei que não íamos sair vivos dali.

– Na Central?

– Sim. Quando eles nos pegaram... Pegaram você... – Eu fiquei realmente com medo.

– Com medo. – A agente começava a demonstrar sinais de constrangimento – É... Eu também fiquei com medo... Não fazia ideia do que estava acontecendo, quem era da HIDRA e quem era da S.H.I.E.L.D. Não sabia onde estavam Coulson, Fitz, Skye... Estava tudo obscuro.

– Você é muito ligada a eles, não é?

– Sim! Eles foram minha primeira equipe de campo e estamos juntos até hoje. Pra ser sincera, eu achava que não aguentaria nem três meses fora da divisão de Ciências e Tecnologia.

– Você é mais durona do que parece.

– É, parece que eu sou. – Ela olhou pra baixo sorrindo, as bochechas estavam rosadas e eu estava encantado pela luz que emanava dos olhos dela.

– Você é muito mais do que isso na verdade. – Arriscava a dar um passo em sua direção quando ouvi a voz de Coulson cortar as minhas forças bruscamente.

– Agente Triplett! O painel está apresentando mudanças. Skye está nos mandando novas configurações. Pode nos confirmar o seu status?

– Sim, senhor. Só um instante. – Corremos até o laboratório e vimos as imagens de satélite quadriplicarem nas telas.

– O que são essas outras imagens?

– É a Skye, Jemma. – O Agente Fitz aparecia com alguma espécie de tablet em mãos – Ela está direcionando o sinal das microcâmeras direto para o nosso receptor de fibra óptica. Só preciso ajustar esse receptor portátil à porta USB para deixar a leitura compreensível... Só um instante... Carregando... Pronto! Temos as imagens em tempo real.

– Bom trabalho, Agente Skye. – Falei, mesmo sabendo que ela não me ouvia.

– Agente Triplett, precisamos fazer o levantamento da área. Assim que as imagens estabilizarem faremos o relatório parcial sobre os arredores...

– Numa espécie de reconhecimento virtual? – Percebi que havia interrompido a Agente May.

– Exato. Número de soldados, guardas, recursos naturais, locais estratégicos para uma fuga... Precisamos descobrir os pontos mais frágeis da Fortaleza...

– Levantamento de altimetria do terreno, infravermelho para detectar aproximação de inimigos dos nossos comboios... Na verdade, eu posso associar todos esses dados e manda-los para a rede de processamento digital. Dobraria a rapidez da leitura.

– Não tem nada que você não saiba fazer? – Agente Fitz perguntou, me deixando sem entender a intenção daquela interrogação.

– Bem... Não sei trazer pessoas de volta à vida. Queria ter nascido com esse dom. – Sorri para a Agente Simmons sem conseguir me distanciar mentalmente dela.

– Quer saber, deixa pra lá. – Ele olhava para os lados impacientemente – Preciso configurar os comunicadores das frotas. Avisem-me quando Skye concluir a primeira etapa do mapeamento.

– O que deu nele?

– Não sei... Fitz não costumava agir assim. Ele mudou de alguns meses pra cá. Não sei o que está havendo.

– Já tentou falar com ele?

– Já tentei, mas ele só diz que não quer que as coisas mudem. Bem, isso é praticamente impossível! Não estamos soltos numa inércia infinita. Somos pessoas! – Ela deu uma pausa para respirar profundamente – Mas não deve ser nada. Deve ter sido apenas todas essas mudanças bruscas pelas quais passamos de dois anos pra cá. Agentes da S.H.I.E.L.D.; Agentes de Nada, Fugitivos e de novo Agentes da S.H.I.E.L.D.... Com a HIDRA atrás de nós o tempo todo. Qualquer um mudaria passando por algo assim, não mudaria?

– Sim. Meu O.S tornou-se meu pior inimigo, por exemplo.

– Sinto muito, não queria tocar nesse assunto. – Ela ficava ainda mais bonita tentando se desculpar.

– Não, você não fez nada. A culpa foi toda daquele desgraçado traidor.

– Vocês também eram próximos, não?

– Sim. Você viu como eu fiquei quando descobri.

– É, eu me lembro da sua cara de indignação... – Ela se interrompeu, como se tivesse falado algo errado – Digo, você se sentia traído, então... Não imagino como aquilo foi para você. Se eu descobrisse que Coulson era da HIDRA, provavelmente eu pediria minhas contas e passaria o resto da vida trabalhando num laboratório de endemia qualquer. E você?

– Eu provavelmente estaria em uma Unidade Móvel conversando com uma britânica. – Ela sorriu – Uma linda e sorridente britânica, por sinal.

– Sério... Onde você estaria se não estivesse aqui? – Ela havia corado com a minha indireta-direta, mas parecia menos constrangida do que quando eu a elogiei de outras vezes.

– Compraria uma casa em Hamilton.

– Canadá. Por quê?

– Minha mãe viveu lá a vida toda. Ela foi morta por terroristas quando meu avô estava deixando o Comando Selvagem. Eu tinha apenas dois anos de idade.

– Sinto muito. Acho que não estou fazendo as perguntas corretas. – Ela se desculpava, sentindo-se um pouco mal por trazer aquele assunto à tona.

– Isso também não foi sua culpa. Não há um dia que se passe que eu não pense sobre isso.

– Então me dê a chance de fazê-lo esquecer por um instante.

Simmons aproximou-se de mim, ficando perto o suficiente para que eu pudesse beijá-la. Ela apenas deu dois passos na minha direção e em questão de segundos eu já a tinha em meus braços. Naquele instante eu já havia me esquecido do painel, das microcâmeras e de toda a missão. Ela era doce e firme. Seu rosto macio como um pêssego me afastava cada vez mais do foco; estava o mais longe possível do planeta Terra. Os cabelos lisos que se encaracolavam nas pontas pareciam ter sido banhados a ouro e eu estava sendo ofuscado completamente com todo o brilho que saía deles. Ela era muito mais do que eu pudesse ter previsto. Ela era o imprevisível, o mistério e a graça comprimidos em um único e deslumbrante pacote. Meu coração acelerava-se, reclamando a dor que sua presença causava em meu cérebro, sendo ao mesmo tempo o motivo de tanta alegria explodindo dentro de mim. Eu poderia simplesmente parar o tempo naquela hora.

– Estou atrapalhando algo? – A Agente May aparecia atrás de nós, fazendo Simmons passar de pálida para rubra em milésimos de segundo.

– A- agente M-May... – O nome dela quase não surgia à minha cabeça. – Nós já... Terminamos... – Estava balbuciando como um gago – A configuração do canal 4. As imagens já foram distribuídas para os receptores...

– Eu já fui informada, Agente Triplett. Fitz está me atualizando a cada cinco minutos e foi justamente por isso que eu deixei a cabine. Precisamos reorganizar as tropas... – Ela interrompeu a sentença, dirigindo seu olhar para Simmons – Se você não estiver muito ocupado.

– Claro. Faremos isso agora mesmo. – Simmons era uma estátua muda do meu lado.

– Fitz, como estamos com os comunicadores? – May o chamava até a sala onde estávamos.

– 89% Só preciso utilizar parte da nossa energia para alimentar os receptores de fibra ótica. 92%. Skye poderá entrar no ar em alguns instantes. 96%. Podem ativar os seus dispositivos e conecta-lo a uma porta USB qualquer do painel. 100% Pronto! Conclui a transferência de energia e o Bus ainda tem o suficiente para mais sete horas de voo.

– Ótimo. Desça até o laboratório.

– Já estou a caminho.


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Notas finais do capítulo

Grandes emoções aqui... Esses dois me matam do coração!

— Comentários e Sugestões são sempre bem-vindos! :)