Hermione retribuiu o olhar e sorriu de forma doce. “Acho que essa garota é muito sábia”, sussurrou em meu ouvido e nos beijamos. Mas logo o salão começou a encher e tive de ir a mesa Slytherin e mesmo assim fiquei encarando-a de longe. Ri comigo mesmo por isso, eu estava obcecado por Hermione Granger.

P.O.V Pansy

Entrei no dormitório feminino que dividia com Stephanie Donnovan. Não éramos grandes amigas, mas nos dávamos bem, tanto que eu sabia alguns segredos dela e ela alguns meus. Bom, pensando melhor acho que éramos amigas sim. Entrei no quarto e fui direto ao banheiro, tomar um banho e tentar me sentir melhor. O tempo todo, minha mente ficava repetindo “Realmente não tenho razão para gostar de uma idiota como você, Parkinson!”, eu via Blásio e Astoria se beijando e aquilo me causava uma ânsia de vomito enorme.

O bolo na garganta voltou, respirei fundo e tentei me controlar para não chorar de novo. Eu nunca havia me sentido assim, tão humilhada, diminuída e tão NÃO Pansy Parkinson, por que eu sempre fui a garota que magoava e nunca a que era magoada.

Eu não me importava mais com nada naquele momento, nem com as N.I.E.M’s, ou as férias que estavam por vir... A única coisa que eu pensava era em como eu estava machucada e em como doía tê-lo visto com a vadia, eu queria magoa-la mais do que ela me magoou...

– Pansy? Ta tudo bem? – perguntou Stephanie do outro lado da porta.

Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e sai do box.

– Sim, estou bem! Já estou saindo – respondi.

Coloquei o pijama e sai do banheiro.

– O que houve com você? – perguntou preocupada.

Stephanie era uma garota legal, sempre conversávamos sobre os garotos e ela, assim como eu, odiava a vadia Greengrass.

– Sim, sim estou bem, só quero dormir – ela acenou com a cabeça e entrou no banheiro.

Deitei-me na cama e fiquei olhando para o teto por alguns instantes. Que sabe tenha sido melhor assim, falei a mim mesma.

Ouvi alguém bater na porta.

– Já vou! – respondi e me levantei.

Abri a porta e me arrependi por tê-la feito.

– Oi – falou Blásio Zabini. Fechei a porta na cara dele – Qual é, Pansy? Eu quero falar com você!

Ele dizia do outro lado da porta.

– Ah é mesmo? – falei ironia – Pois eu não tenho nada para conversar com você! Agora vai embora!

– Pansy, por favor, abra a porta! Por favor! – ele suplicava.

Respirei fundo e a abri. Nos encaramos por alguns instantes.

– Vamos, por falar, estou ouvindo – falei sem paciência.

Zabini respirou fundo, fechou os olhos com força e os abriu novamente.

– Ta bom, lá vai... Pansy eu sinto muito pela minha atitude de ontem a noite, sinto muito pelo que eu lhe falei e especialmente por tê-la magoado – disse ele – Eu sou um idiota! E eu sei que não mereço você, por que você é uma garota maravilhosa e incrível, mas por favor, me perdoa?

Eu não sabia o que dizer. Minha cabeça estava a mil assim como meu coração que batia cada vez mais acelerado. Eu o amava, sempre amei, mas as atitudes dele nos últimos dias vinham me decepcionando cada vez mais e mais.

Quando eu estava pronta para dizer eu o odiava e era melhor ele nunca mais aparecer na minha frente, uma voz apareceu em minha cabeça. Lembrei-me do que Draco havia me dito certa vez “Uma das coisas que Hermione me ensinou é que todo mundo merece uma segunda chance...”. Pois é, talvez Granger estivesse certa...

– Olha, Zabini, o que você fez para mim não tem perdão... – vi seus olhos perdendo o brilho de esperança – Mas eu aprendi recentemente que as pessoas merecem uma segunda chance e você também...

Blás sorriu de orelha a orelha e me abraçou tirando-me do chão. Retribui o abraço e ficamos assim alguns minutos.

– Eu te amo, Pansy Parkinson! Sempre amei e sempre vou amar! – ele falou olhando em meus olhos assim que nos soltamos – Eu sei que sou um idiota e não mereço você, mas eu te amo!

Sorri para ele. Naquele momento eu era a pessoa mais feliz do mundo.

– Sim, você realmente é um idiota, mas é o idiota que eu amo! – falei.

Nos beijamos de forma singela. Nada poderia atrapalhar aquele momento incrível e perfeito!

P.O.V Draco

– Então é isso? – perguntei a Blás e Pansy quando Pansy terminou de me contar o que aconteceu. Ambos concordaram com a cabeça – Uau! Fico muito feliz por você, meus amigos. Finalmente caíram na real...

– Ahh Draco, faz favor! Você demorou seis anos para cair na real e perceber que amava a Granger, portanto não pode falar nada de nós! – falou Pansy rindo.

– Olha, is-isso é diferente, ta legal? – falei meio gaguejando.

Pansy e Blás riram da minha expressão.

– Vamos, temos aula agora – disse Blás e nos fomos em direção a sala de DCAT, nossa primeira aula com a Gryffindor.

E é claro que tive de me sentar sozinho agora que meus dois amigos estava namorando! Fiquei esperando a MINHA namorada aparecer e se sentar comigo e assim ela fez.

– Oi de novo – falou ela se sentando ao meu lado.

– Oi morena – respondi.

Conversamos um pouco ate que o professor Springfield entrou na sala e disse que teríamos aula no jardim. Todos nós saímos e fomos aos jardins. Quando todos os alunos já estavam lá o professor começou a explicar o que faríamos.

– Bom, turma hoje vamos aprender o feitiço do patrono – ouve um murmúrio entre os alunos e o professor continuou – Sim, eu sei que a maioria aqui já sabe executar um patrono com perfeição e é por isso que esses alunos irão ajudar os que não conseguem! Juntem-se em duplas, os que sabem com os que não sabem e podem começar!

Springfield terminou de falar e me virei para Hermione.

– Então, você me ajuda? – perguntei.

– Como assim? – ela me olhou surpresa – Achei que soubesse...

– Pois é, mas eu não sei, eu não consigo! – respondi – Nunca tive lembranças felizes o suficiente para criar um patrono...

– Tudo bem, Draco, é claro que eu te ajudo – falou – Olhe você só precisa se concentrar na melhor lembrança que tiver, agitar sua varinha e dizer Expecto Patronum! – disse ela fazendo uma demonstração e da ponta de sua varinha saiu uma lontra – Agora é sua vez.

Concentrei-me e comecei a pensar em alguma lembra feliz. Descartei a minha infância e minha família, nem mesmo as lembranças com meus amigos eram o suficiente, pois eu já havia tentado isso... Mas então me lembrei de Hermione. Ela era minha lembrança feliz.

Voltei a me concentrar no dia em que ela havia dito que me amava pela primeira vez, sem duvida foi o melhor dia de minha vida. O mais feliz.

– Expecto Patronum! – falei.

E para minha surpresa o meu patrono não era uma cobra, nem uma fênix ou um cavalo... Era uma lontra, assim como o da Hermione.