Flatmates (?) By A Time escrita por Raura


Capítulo 2
Enjoy The Silence


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo também é curto, depois os outros são maiores ^u^
sem mais,
Boa leitura!



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Sabia que a convivência com ele podia não ser tão fácil, mas aceitou e iria ajudá-lo até o fim. Fazia três dias que ele havia ‘morrido’ e desde então estava hospedado em seu apartamento. Esperava uma versão 24 horas de como ele sempre era consigo, mas apenas permanecia em silêncio. Perdido entre pensamentos, trancado em seu Palácio Mental.

No primeiro dia imaginou que teria que se adaptar a ter a companhia de alguém uma vez que morava sozinha, porém era quase como se não estivesse ali. Saiu para ir ao hospital onde ficou grande parte do dia, chegou em casa depois que anoiteceu e lá estava ele deitado no sofá, olhos fechados, as mãos sob o queixo, disse um ‘boa noite’ e ele apenas balançou a cabeça. Não tentaria iniciar uma conversa, deixaria estar. Comeu algo e tão logo saiu do chuveiro, deitou na cama e adormeceu.

O segundo dia não foi diferente do primeiro, quando acordou achou que ele ainda estivesse dormindo, mas enganou-se. Quase se assustou quando o viu sentado no chão com as pernas cruzadas de frente para a janela. Suspirou, preparou um café e foi trabalhar. Quando chegou em casa não o viu em nenhum lugar, só havia um lugar onde poderia estar. Seu apartamento ficava no último andar e tinha uma escada que dava para ir ao telhado, subiu as escadas e viu a porta entreaberta, olhou através da fresta, o viu sentado no peitoral, uma garoa caia sobre a cidade, há quanto tempo estava lá? Ele não parecia se incomodar com as pequenas gotas, acabaria resfriado se ficasse ali.

Por quanto tempo continuaria assim?

O terceiro dia foi igual ao outros dois, aproveitava todo esse silêncio para observá-lo, gostaria que pelo menos conversasse um pouco, mas seria paciente e esperaria até que ele superasse. Estava no necrotério preenchendo uma papelada quando teve a ideia, terminou de escrever, pegou seu celular, procurou o nome na lista de contatos e cruzou os dedos mentalmente para que tivesse o número salvo, nem percebeu que estava cruzando os dedos de verdade, encontrou e apertou para discar, atenderam no segundo toque:

— Mycroft, é a Molly.

— O que foi Molly? Não aguentou meu irmão nem 72 horas?

— Não é isso, preciso te pedir algo...

— Diga o que você precisa.

– - - - - - -

Esperava voltar pra casa mais cedo, porém chegou um corpo e ela teve que fazer a autópsia, eram quase nove da noite quando chegou em casa, novamente não o viu e com certeza ele estava no telhado. Mycroft mandou para o hospital o que ela pediu, tirou o violino e o arco da sacola e colocou-os em cima da mesinha de centro para que o visse quando voltasse.

Comeu a primeira coisa que viu na frente e então foi tomar um banho e se deitar, não sabia se era o cansaço ou se estava sonhando, mas ouviu uma canção que não soube identificar sendo tocada.

No outro dia quando acordou viu ele de frente pra janela com as mãos nos bolsos do roupão, Meu Deus, será ele não dorme nunca? Estava de costas preparando o café e quase derrubou a xícara quando ouviu a voz dele depois de todo aquele silêncio:

— Obrigado Molly – ela virou-se para observá-lo, a claridade que entrava em torno dele o fazia parecer uma criatura celestial, riu internamente, guardaria o pensamento para si.

— Sempre que precisar Sherlock – ela respondeu sorrindo.

Assim que terminou seu café e saiu ela apenas acenou para ele, tinha a impressão que talvez a convivência pudesse melhorar e Sherlock não fosse ficar imerso em silêncio no seu Palácio Mental, torcia para que fosse assim.


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Notas finais do capítulo

Comentem, anyway :3