The Chase escrita por Oswin Oswald


Capítulo 4
The Devil Wears a Suit


Notas iniciais do capítulo

Depois da tortura da Molls, estou de volta! A música que deu nome ao capítulo não tem muita relação com ele, mas eu a adorei desde a primeira vez que escutei (e eu precisava de um título). Pra quem quiser escutar, aí vai o link:
https://www.youtube.com/watch?v=q3FVQynT3pU&feature=kp



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– Deixe sua arma no carro, Mary. Para onde vamos haverá guardas, e armas não serão bem vistas aqui. - Sherlock disse ao estacionar o carro.

Eles estavam em Edimburgo, mas essa parte da cidade não era muito conhecida por ela. Sua carreira de assassina proporcionara várias viagens por todo o mundo, mas eram todas a trabalho. Sua atenção se reduzia a eliminar o alvo dado, o que implica a conhecer somente específicas partes da cidade. Mesmo assim, ela ainda tinha uma vaga noção por onde Sherlock os levava, e quando o detetive estacionou ela sabia perfeitamente onde estava. Mas não sabia o que esperar de tudo isso. O que estaria acontecendo? Sherlock seria esperto o suficiente para não causar nenhum tumulto chamar atenção indesejada, não seria? Afinal, serem presos agora não era o que eles queriam. John e Molly eram as prioridades máximas. E... deixar a arma no carro? Não era sensato. Na verdade, chegava a ser estúpido.

Uma grande e antiga construção os aguardava, com várias janelas e colunas. O fluxo de pessoas nas escadarias era grande, e ela não pode deixar de passar os olhos pela placa quando entraram. “Museu Real da Escócia.” Ok. Então estavam atrás de uma relíquia, o que implicaria que a "baby blue" mencionada por Sherlock ser... uma joia? Um cargo, uma vestimenta, uma sala especial? Uma joia era o que fazia mais sentido. Andando lado a lado com o detetive, ela escutou algumas palavras dos guias, tentando encontrar alguma pista ou referencia que pudesse ajudar no caso. Mas não achou que informações sobre a ovelha Dolly ou o que quer que alguns turistas discutiam pudessem ajudar muito. Sherlock continuou andando por entre os corredores como se conhecesse o local como a palma de sua mão. Pararam em frente a uma porta, um guarda a vigiava.

– Somente pessoas autorizadas tem acesso a essa área, senhor.

– Pois bem. Confira com seus superiores, soldado. Mycroft Holmes, Serviço Secreto Britânico, MI6. E esposa. - Sherlock segurou a mão de Mary, trazendo-a para perto de si com um sorriso. A loira tinha experiência nessas situações, e sorriu também, confiante. O soldado piscou algumas vezes, franzindo o cenho, mas acabou por pegando um comunicador, pelo qual trocou algumas palavras por um curto período de tempo. Sherlock continuava a segurar a mão de Mary. Melhor dizer, continuava a esmagar a mão da loira. Apesar do incômodo, a Sra. Watson sabia o que acontecia com o detetive. Sherlock nunca admitiria, mas precisava de apoio. A mulher que amava e seu melhor amigo estavam em perigo, e ela sabia que ele acreditava ser o culpado de tudo. Não que a situação dela era melhor, afinal Molly também era sua melhor amiga. A única amiga que ela teve por mais de alguns dias. Ter uma vida normal tinha suas vantagens. Se é que “vida normal” pudesse se adequar a sua pessoa.

Alguns minutos e uma mão dormente depois, o guarda retirou-se do caminho e os dois entraram na sala. Cada um deles foi em direção a um extremo, admirando os arredores. Uma vez a porta fechada atrás deles, Sherlock imediatamente assumiu a sua costumeira posição de quando estava estudando um caso. A atenção de Mary, por sua vez, tinha se fixado em um só ponto.

A sala era escura, a única luz focada na peça localizada ao centro. As paredes eram revestidas com veludo vermelho, o que fazia com que ela se sentisse levemente desconfortável. Mas no centro de tudo, lá estava a baby blue. Agora tudo fazia sentido. Um enorme e raro diamante azul dentro de uma cúpula de vidro levemente iluminada, mas que mesmo assim brilhava encantadoramente. A pedra fora a última coisa para que Sherlock olhou depois de examinar o local. Assim que seus olhos pousaram sobre a pedra, lembranças apareceram em sua memória.

***************

*Uma semana e quatro dias antes*

– Você sabe que deve falar comigo em algum momento, Sherlock. Não aja como uma criança.

Sherlock não aceitava na notícia que seu irmão lhe trouxera. Seus pais haviam adotado outro cachorro. Outro. Cachorro. Isso significava que Redbeard fora nada para eles? Quando o companheiro dele o deixara, seus pais falaram que o animal seria inesquecível e insubstituível. O que acontecera, simplesmente mudaram de ideia? Era absurdo.

Ele olhou para Mycroft de cara emburrada, e bufou. Outro cachorro. Ridículo.

– Pelo amor de Deus, Sherlock. – Usando seu guarda chuva como bengala, sua maneira habitual de disfarçar a dispraxia, o Holmes mais velho se sentou na cadeira em frente à de Sherlock. – Vamos fazer assim, irmão querido. Eu não saio daqui até escutar uma palavra sair de você.

Com os dedos das mãos juntos na posição de reflexão que o detetive costumava ficar, ele revirou os olhos. – Saia, Mycroft. Isso é uma palavra. São seis, na verdade. Pode sair agora.

– Eu sei que você está chateado, mas isso não é motivo para ser infantil.

– Ah, e você está sendo muito maduro! Olá, Senhor Adulto! Como vai a esposa e os filhos? Como vai o plano de saúde? – Ele se levantou, andando em direção à cozinha.

– Pelo menos minhas ações são mais maduras que as suas. Ah, a propósito, tenho um caso para você. – Isso fez com que Sherlock virasse a cabeça para o irmão, arrancando um sorriso sarcástico do mesmo. – Olha só quem está me escutando agora. Mas enfim, o caso. É um antigo amigo meu, Primeiro Ministro da Escócia. Aparentemente, uma das joias mais importantes do Museu Real desapareceu. Ele paga muito bem para tê-la de volta, Sherlock.

– Não estou interessado em dinheiro.

– Pois devia. Sem John Watson para pegar os cheques dos casos, você estará sem dinheiro logo.

– Tenho influência, posso sobreviver sem dinheiro.

Mycroft Holmes sorriu. – Não, irmãozinho. Você não pode. – Ele se levantou. – Enfim, pense a respeito. Caso resolva aceitar, ligue para o Primeiro Ministro. E não se esqueça de usar o codinome “Baby Blue” para mencionar o caso.

– “Baby Blue”? – Sherlock riu. – Belo codinome para uma joia de família. Óbvio, mas deve ter requerido certo tempo para encontrá-lo.

– Vejo que esqueceu Redbeard, irmão piadista. Estou morrendo de rir por dentro. De qualquer maneira, estou saindo.

************

– Sherlock, pare. – Mary repreendeu quando Sherlock começava a andar em direção à pedra. – Tem... algo aqui.

Sua intuição não a enganava. Se a música contida no pen drive os levaria para lá, deveria haver alguma armadilha ali. Ela estava procurando a armadilha desde o momento em que entraram na sala, e achava que tinha encontrado-a. Na maçaneta atrás deles, uma abertura podia ser vista. Um passo a mais e o detetive seria captado pelo sensor, o que acionaria sabe-se lá o quê, mas que ela não queria descobrir.

O olhar de Sherlock seguiu o da loira e ele entendeu. Tirou seu cachecol e o jogou em direção ao sensor. Uma bala de pequeno calibre foi imediatamente disparada, furando o cachecol e ricocheteando na base que sustentava a joia. A mão de Mary foi para o bolso do casaco onde ficava sua arma, somente para encontrá-lo vazio. Droga, Sherlock!

Uma câmera desceu no teto, vasculhando a sala. Sherlock agia como se nada estivesse acontecendo, e colocou o cachecol de volta no pescoço. Depois de a câmera voltar de onde viera, um projetor começou a funcionar, uma mensagem aparecendo.

Boa Tarde, Senhor Holmes e Senhora Watson. Ou devo dizer A.G.R.A?

Fico feliz que tenham sobrevivido ao meu simples jeito de dizer olá. Caso contrário, tudo o que está acontecendo com John e Molly seria em vão. Matá-los simplesmente seria tãão sem graça.

Gostou dessa pista, Holmes? A Baby Blue que você já conhecia. Joias da coroa. Admito ser um fã de coroas, além de ficar incrivelmente sexy em uma.

Enfim, vamos começar o nosso jogo! Caça ao tesouro!

Temos dois caminhos para a próxima pista. Resta escolher o certo. Mas lembrem-se: o tempo do qual vocês dispõem equivale ao tempo que seus amados demorarão para morrer.”

Mary viu como Sherlock se retesou e cerrou os dentes enquanto lia a mensagem. Ela via como ele se importava com Molly, mas isso não fazia com que se sentisse melhor. Uma música começou a tocar— Era a próxima pista. Pelo jeito, estavam lidando com um fã de músicas. Outro pen drive caiu do mesmo lugar que a câmera viera. Os olhos de Sherlock estavam frios e duros, mais do que Mary já havia visto.

De volta ao carro, Sherlock voltara a dirigir. A assassina estava preocupada como estado do detetive, mas sabia não adiantaria nenhuma palavra que falasse. O detetive dirigia em alta velocidade enquanto a primeira música os conduzia.

Like broken glass, under my feet
I can lose my mind, in the sea
Lookin' for the prize but I don't want blood
Order one drink, then I drink the flood
You can come inside! But your friends can't come.

99 problems and a bitch ain't one.

If you're having girl problems I feel bad for you son
99 problems and a bitch ain't one.


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Notas finais do capítulo

E então?? O que acharam? Estou com medo de estar perdendo o espírito da história, se acharem que algo pode melhorar ou poderia ser feito diferente, não hesitem em falar! Vocês vão me ajudar muito fazendo isso.
A música do final: https://www.youtube.com/watch?v=nmy113gMds0
Quando escutei "If you're having girl problems I feel bad for you son" senti que essa música era para o Sherly nessa situação. Sim, amo fazer ele sofrer *-*