– Ayla–

– Oi.

Eu ainda estava um pouco atordoada quando me virei. Oh céus, era o garoto lindo que estava brincando com minha trança! Ele veio me chamar e me disse oi!
Não Ayla, você não pode desmaiar agora. Além de ser uma hora inapropriada seria vergonhoso.

– Hey! - Cumprimentei o garoto lindo, tentando me manter em pé. Os olhos dele definitivamente hipnotizavam.

– É Ayla, né? - Ele disse sorrindo. Oh meu Deus, ele ainda lembrava meu nome!

– Uhum. Ayla Lorency. - Assenti. - Mas eu ainda não sei o seu... - Dei o meu melhor sorriso de flerte e charme que Susie tinha me ensinado. A unica diferença é que eu não era ela e nem tinha seu charme.

– Lucas. Lucas Sheller. - Ele deu um sorrisinho modesto. Que coisa fofa!

Pelo menos ele não era aqueles meninos convencidos que se acham irresistíveis. Deus, eu não suporto esses tipos de garotos.

– Muito prazer. - Ergui minha mão para cumprimenta-lo e ele beijou a parte de cima.

– Pode ter certeza que o prazer é todo meu.

Instintivamente eu comecei a pensar se uma pessoa poderia ter um colapso por isso. Se a resposta fosse sim, eu estava prestes a ter um. Ou dois.

– Obrigada por deixar Max me trazer. - Falava enquanto tentava me equilibrar.

– Senhor! Se eu soubesse que você era tão bonita...! - Ele exclamou. Merda, aquilo era sexy.

Ele me achava bonita. Lucas Sheller. O garoto e escritor mais bonito que já vi me achava bonita.

Mais tarde agradeceria a Susie por ter me emprestado aquele vestido.

– Ér... obrigada. - Ruborizei.

Ficamos ali. Um olhando para o outro por alguns instantes sem dizer nada. Ele era tão bonito, modesto e charmoso. E é claro que ele sabia disso e também sabia que eu sabia disso, mas ele tinha mais alguma coisa, ele tinha alguma coisa... diferente. E era essa coisa que me atraia nele. E droga, só Deus sabia o quanto eu queria descobrir que coisa é essa.

– Lucas–

Pela primeira vez em minha bela vida, eu fiquei sem saber o que dizer para uma garota.

– Aylaaa... - Susana apareceu cantarolando seu nome. - Temos que ir, garota!
A loira olhou para Ayla e para mim abrindo um sorriso malicioso. Ayla sorriu de volta e rolou os olhos.

Coisas de garotas, sem duvidas.

– Uh, Lucas essa é minha melhor amiga, Susie. - Ayla disse.

– Muito prazer. - Susana estendeu as mãos e eu não as beijei como fiz com Ayla. Tinha respeito por meu amigo Max.

– O prazer é todo meu. Max fala muito sobre você, Susana.

Ela me olhou incrédula e surpresa.

– Max fala de mim? - Ela me perguntou cética.

– E como. Mas relaxe, são coisas boas... - Tranquilizei-a.

Susana simplesmente nos olhou boquiaberta e seguiu para a mesa de bebidas, deixando eu e Ayla novamente sozinhos. Susie era uma garota bem legal e compreensiva. Precisava ficar sozinho com Ayla.

– Então, você virá na próxima reunião? - Perguntei.

– Eu não sei. Não estou aqui como membro, só estou visitando...

– Eu imploro para que venha. - Respondi rapidamente, só depois vi o quão idiota eu tinha sido dizendo que implorava. Deus, eu preciso treinar algumas cantadas.

Ayla me olhou com diversão. Eu realmente tinha soado patético.

– Se você insiste.

– Não. Eu imploro.

– Se você implora, eu virei. - Ela riu. Ela era uma nerd inegavelmente linda.

Eu sabia que ela já iria embora e eu não tinha dito nenhuma das cantadas que eu planejei dizer. E eu não tinha coragem nenhuma para pedir para ela ficar comigo assim na cara dura. E se ela dissesse não? Ela provavelmente nunca viria para o clube de novo. E eu não queria que isso acontecesse, de jeito nenhum.

– Você pode, hum, trazer uma musica de novo? - Eu perguntei fingindo timidez. E eu acho que funcionou porque ela suspirou. Quando garotas suspiram é que elas gostam, certo?

– Pode deixar.

– "Tenho medo de não conseguir seguir em frente sem você / quando estou do seu lado você me faz esquecer..."

Ela demorou alguns segundos para descobrir que a frase era de sua própria musica. Eu não a culpei, não é qualquer um que pode decorar uma musica inteira só para impressionar a própria garota que compôs.

– Santo Deus, você decorou minha musica?!

– Ayla–

Olhei para ele incrédula.

– Hum, acho que sim. Eu realmente gostei.

Lucas Sheller era mesmo inacreditável. Tinha me chamado de bonita, implorou para que eu viesse na próxima reunião e ainda decorou minha musica.

Fiquei ali, parada por um tempo.

– Eu estou... estou totalmente, hum, lisonjeada. - Gaguejei.

Ele riu sedutoramente. Bote sedutor nisto.

– E eu estou encantado. - Ele disse se aproximando. - Você quer ir lá fora comigo?

Oh, meu Deus! Esqueci completamente de como respirar.

– É claro. - Respondi um pouco nervosa. Eu não tinha ideia do que ele iria fazer. Me perguntei se tinha sido um pouco precipitado aceitar um convite de um menino estranho, por mais bonito, fofo e conquistador que fosse. Sei lá, vai que ele é um Serial Killer menor de idade...?

Lucas pegou minha mão e seguiu para a porta dos fundos. Assim como a casa, o quintal dos fundos era surpreendentemente bonito e organizado. Havia uma enorme piscina, uma churrasqueira e bancos de balanço.

– Sua casa é linda. - Comentei.

– Minha mãe ficaria contente em ouvir isso. Vou dizer a ela. - Ele sorriu. Corei um pouco só de imaginar Lucas falando para a mãe sobre mim.

Ah, não seja tola, Ayla. Desde quando você ficou tão... tão romântica? Você escreve sobre ele não vive a realidade.

Lucas se sentou em um dos bancos de balanço e eu me sentei ao seu lado. Ficamos ali, sem dizer nenhuma palavra. Ele pegou minha mão direita e começou a fazer desenhos imaginários, brincando com minha unha e massageando minha palma. Ah, era tão bom! Provavelmente Max e Susie estariam me procurando, mas eu apenas torcia para que eles não me achassem.

– Sabe, Ayla. - Ele começou. - Eu sei que pode parecer um pouco rude e precipitado, mas eu daria tudo agora para beijar você.

Meu estomago deu voltas. Ele queria me beijar. E eu nunca beijei ninguém que tinha conhecido a duas horas. Mas não era isso o que eu também queria? Beijar ele?

– Você tem namorada? - Perguntei antes mesmo de pensar.

Ele arqueou uma sobrancelha, o deixando ridiculamente bonito. Ah, vamos ser sinceras, o que não deixava esse menino bonito?

– Lucas–

– Se eu tivesse uma namorada eu não estaria aqui. - Respondi, um pouco ofendido.

Esse era um dos motivos por qual eu não entrava em um relacionamento estável. Eu adoro garotas, mas eu não teria coragem de ser infiel.

– Me desculpe. - Ela respondeu envergonhada.

– E você? - Perguntei com uma pitada de diversão.

– O que? Não! - Ela praticamente pulou do banco. - Eu também não estaria aqui se tivesse um. Não sou desse tipo.

– De que tipo? - Sorri.

– Que fica com outros garotos mesmo tendo um namorado.

– Então quer dizer que você está livre para ficar, já que você não tem namorado...

Ela me lançou um olhar malicioso. Não como o de Cassie, assustador. Mas um olhar malicioso que exitava. Jesus, cade a doce e meiga Ayla que conheci a poucas horas?!

– Depende. Se ele tiver olhos azuis e decorar um trecho de sua musica é bem difícil de recusar...

Exitado. Essa era a palavra que me definia.

– Hum, eu acho que estou nesta lista, mas eu não tenho certeza porque algumas pessoas dizem que os meus olhos são um cinza... - Brinquei.

– Se for cinza não rola. - Ela negou com a cabeça sorrindo inocentemente.

– Tudo bem, eu coloco lentes azuis. - Me aproximei mais um pouco dela partindo para o tão esperado beijo e...

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O MEU NAMORADO SUA CADELA DE TRANÇAS? - ...Cassie surgiu no quintal com apenas um sutiã e uma calcinha.