Trouble. escrita por Caroles


Capítulo 40
Eu e você.


Notas iniciais do capítulo

*LEIAM AS NOTAS INICIAIS E AS FINAIS, É IMPORTANTE!!!!*
Bom, antes de tudo, eu quero pedir desculpas por demorar, mas acontece que eu comecei a faculdade e realmente me dediquei à ela, quando chegou a semana de vista de provas, eu estava super contente de tirar boas notas e entrar de férias mais cedo, mas fiquei de exame na matéria que eu achei que tinha ido super bem, eu fiquei extremamente decepcionada comigo mesma, afinal, eu tinha estudado pacas e tirei uma nota que me arrepia só de lembrar, então meti a cara nos livros para recuperar nota, o que acarretou ainda mais a demora da postagem do final de Trouble.
Sim, esse é o capitulo final, choremos manas, mas fazer o que, tudo tem que acabar um dia, por mais que eu não goste muito disso.
MUITO OBRIGADA a você que está lendo isso aqui, sinal de que você esperou mais de dois anos para ver o rumo que Dylan e Lídia iriam tomar, se você se decepcionar com o final, bom, vai ser péssimo, porque ficou exatamente como eu imaginei dois anos atrás quando tive a ideia para o começo da historia.
Enfim, boa leitura e esperarei vocês lá embaixo!



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Eu estava me olhando no espelho pela milésima vez. Não havia motivo para tanto nervosismo, certo? Certo. Era apenas a formatura da escola, nada de muito novo. Mas que raios! Quem eu estava querendo enganar? Ir até a escola depois de tudo que tinha acontecido naquela maldita viagem era um pouco insano, afinal, eu teria que lidar com todo o falatório, todos os meus colegas, professores, e pior de tudo, com certeza acabaria por esbarrar com Dylan. E essa era a maior das minhas preocupações.

***

Dez dias atrás.

Acordei com a cabeça doendo. Abri os olhos rapidamente, para em seguida fechar com força, grunhindo por causa da luz forte. Ouvi vozes ao meu redor, tentei ignora-las, mas foi em vão. Quanto mais eu tentava bloquear, mais elas aumentavam. Céus, minha cabeça parecia uma névoa escura, eu não conseguia me concentrar em nada a não ser na dor que só crescia dentro de mim.

— Lídia? – era uma voz feminina e completamente desconhecida – Consegue me ouvir?

Abri os olhos sem pressa dessa vez, com a cabeça ainda latejando. Havia duas pessoas na minha frente. Uma mulher muito bonita, de cabelos presos em um rabo de cavalo, vestida de branco, ao seu lado um rapaz vestido de branco e verde, com cabelos empapados de gel e um sorriso aberto.

— Você se lembra de alguma coisa? – olhei para os desconhecidos e franzi a testa. Onde diabos eu estava? Forcei um pouco minha memória, e lembrei-me de água, muita água.

— Água. – minha voz saiu num fiozinho. A garganta estava mais seca que um deserto.

— Você está no hospital, consegue lembrar-se de alguma coisa? O porquê de estar aqui?

Balancei a cabeça afirmativamente, as lembranças vindo pouco a pouco. Samantha estava lá, depois eu conseguia me lembrar de água, o resto era apenas escuridão.

— Certo, vou avisar o doutor e ele irá vir até aqui.

Ela saiu com um aceno de cabeça e me deixou sozinha. Sentei com dificuldade na cama, olhando ao redor. Havia a cama, uma poltrona e uma porta. Tudo extremamente branco, fazendo a dor na minha cabeça volta a aumentar.

— Com licença – um senhor de meia idade adentrou no cômodo, sem nenhum tipo de expressão. – Como está se sentindo?

— Dor de cabeça – grunhi em resposta.

— Em um grau de 0 à 10, quão profunda é a dor? – perguntou ele se aproximando.

— 7.

— Certo – ele começou a fazer perguntas e me examinou. Disse que eu tinha deixado todos preocupados, e que tinha ficado desacordada por três dias. – Seus pais estão vindo te ver.

Mamãe entrou chorando no quarto, enquanto papai segurava com força as lágrimas. Depois de muito abraço e choro, meus pais sentaram comigo na cama, contando como tinham sido os últimos dias.

— Dylan não saiu daqui nem por um segundo, pediu para dormir aqui todos os dias. Foi um sacrifício fazer esse menino comer e tomar banho Líd, ele ficou aqui segurando a sua mão o tempo todo – contou meu pai.

— E onde ele tá? – meu coração deu um salto, dentre todas as pessoas que eu queria ver, ele era o primeiro da lista.

— Lá fora, disse que já tinha sido o primeiro a ver você acordada, então queria dar espaço para nós – ele me viu acordando? Então porque ele não estava aqui?

— Quer que eu o chame? – perguntou minha mãe.

Acenei afirmativamente com a cabeça e minha mãe saiu do quarto, quando ela voltou sozinha eu soube, Dylan já tinha ido embora.

***

Fiquei mais dois dias no hospital, sob observação, queriam ter certeza de que eu não ficaria com nenhum tipo de sequela. Eles tinham contado que eu fiquei cerca de seis minutos em baixo da água e que mais um pouco não teria nada que pudesse ser feito.

Eu poderia ter morrido. Tudo culpa daquela maldita Samantha.

Assim que eu saí do hospital, tive que dar depoimento e a garota iria responder por tentativa de homicídio culposo – afinal ela não sabia que eu não sou um ser humano que nada – mas pelo visto, o caso não ia dar em muita coisa, Samantha era menor de idade, no máximo trabalho voluntario e indenização.

Blythe e Dylan tinham ido depor ao meu favor, já que pelo que fiquei sabendo, Samantha cuspiu na cara dos dois que tinha me jogado na piscina, o que foi um tanto estúpido da parte dela, já que quando se comete um crime, não pode sair por aí contando para todo mundo o que se fez como fosse algo bom.

Agora tudo o que eu precisava fazer, era esperar por justiça.

***

Faltavam muitas horas para a cerimônia de formatura, eu estava sozinha em casa, esperando a noite chegar para poder criar coragem e me arrumar. Desci as escadas correndo quando a campainha tocou, esperando ver Blythe, que tinha prometido vir me arrumar, alegando que eu não tinha capacidade suficiente para colocar um vestido sem rasga-lo ou destruir o que seria um look incrível, mas quase caí para trás quando dei de cara com Dylan. Céus, porque os dias passavam e ele ficava mais lindo? Me senti envergonhada por estar descabelada e de pijama.

— Oi – falei animada, balancei os braços, me perguntando o motivo de querer pular no pescoço dele tão desesperadamente, seria de raiva ou de saudade?

— Posso entrar? – ele evitava o contato visual, talvez por não saber o tipo de reação que encontraria ao me encarar. Dei espaço e ele caminhou tranquilamente, subindo em direção ao quarto. Suspirei e o segui, tentando pentear o cabelo com os dedos, sentindo meu estomago dar pulos e voltas.

Encontrei Dylan olhando para o espelho, vendo a nossa foto que ainda estava ali colada com durex. Tranquei a porta e sentei na cama, esperando uma reação dele da qual não fosse ficar parado olhando para uma imagem.

— Você veio aqui só para ficar olhando para a foto? Se quiser, eu faço uma cópia para você – soei o mais rude possível, afinal, ficar apenas ali que nem uma estatua não ajudava em nada.

— Eu não vim aqui para isso – sussurrou.

— Veio fazer o que?

— Ver você – esperei que ele olhasse na minha direção, mas ao invés disso, continuou olhando para a nossa foto.

— Você ainda não olhou para mim – as palavras saíram no maior tom de chateação possível, não era essa a reação que eu esperava dele. Dylan sempre foi extremamente falante, e ficar nesse silencio não combinava nada com ele. Quando disse isso, ele levantou a cabeça e me encarou por milésimos segundos, voltando a desviar os olhos.

— Desculpe – disse baixinho ainda sem me olhar.

— Não, eu não desculpo não – retruquei irritada – Você desaparece e depois volta, eu não consigo viver desse jeito Dy, ou você fica ou você vai embora de vez.

Não obtive resposta, apenas o som das nossas respirações. Eu odiava Dylan na mesma intensidade que o amava, porque ele não podia seguir conforme a fila andava e fazer tudo direitinho? Eu estava cansada de ter idas e vindas, de ficar no escuro esperando pela boa vontade dele que nunca aparecia, eu queria que ele ficasse, mas que ficasse de corpo e alma se entregasse a mim assim como eu tinha feito com ele.

Irritada por não sair nenhuma palavra da boca do ser humano presente no meu quarto, fui até a porta e destranquei, abri com força e disse que se ele não fosse falar, olhar ou ter qualquer reação a não ser ficar parado, poderia ir embora e a gente fingia que nada existiu.

— Não é isso o que eu quero você sabe – ele andou rapidamente e fechou a porta quase desesperado. Ri internamente, não podia desfazer a carranca assim tão facilmente.

— EU NÃO SEI O QUE VOCÊ QUER! – gritei nervosa. Situações extremas pedem por medidas extremas.

— Eu quero você, mas que merda – ele andou pelo quarto tentando se acalmar – Você quase morreu por minha causa Lídia, eu não consigo olhar para você sem me sentir culpado, se não fosse a minha burrice, nós estaríamos juntos e eu não precisaria ter me jogado numa piscina para salvar a sua vida... Céus, eu achei que você estava morta, toda gelada e roxa, eu... Mas que merda, eu achei que você tinha ido embora para sempre, tudo o que você sentiu quando eu te abandonei, naquela dia eu senti de forma triplicada, Deus sabe disso, eu chamei seu nome tantas vezes e você não abriu os olhos, você não tinha pulso Lídia, tudo por culpa minha – sua respiração estava acelerada, assim como a minha, notei que ele ia abrir a boca para falar novamente, mas puxei sua nuca e o beijei sem lhe dar a chance de falar qualquer coisa.

Joguei meus braços ao redor de seus ombros e literalmente enfiei a língua dentro da boca dele, Dylan não hesitou em corresponder e me beijar de volta, grudando ainda mais nossos corpos. Senti meus dedos dos pés formigarem, e uma sensação gostosa se espalhar pelo meu corpo.

— Líd... – Dylan tentou falar.

— Pelo amor de Deus, cala a boca uma vez na vida – voltei a beijá-lo dessa vez sem ataca-lo, um beijo calmo e apaixonado. Fomos andando vagarosamente até cairmos na cama, Dylan por cima do meu corpo, puxei sua camisa que acabou ficando enroscada na cabeça, tentei puxar com força, mas meu nervosismo só atrapalhava, pelo amor dos céus, eu já tinha feito isso duas vezes, mas eu sentia que era a minha primeira vez. Depois de muito sacrifício com a maldita camiseta, ela finalmente saiu, me dando uma visão maravilhosa de Dylan, puta merda, ele era muito lindo, eu nunca ia me conformar com isso. Não contive um suspiro, fazendo um sorrisinho presunçoso surgir nos lábios do maior.

Fiz cara feia para ele, mas de nada adiantou, já que ele riu escandalosamente, voltando a ficar por cima de mim, direcionando beijos molhados no meu pescoço.

— Gosta disso? – perguntou descendo os beijos pelo meu ombro, soltei um suspiro em resposta – Vou levar isso como um sim – vagarosamente ele colocou a mão por dentro do meu pijama, enquanto seus lábios alcançavam a curva dos meus seios. Interrompi o que estávamos fazendo e arranquei a parte de cima do pijama, antes que Dylan tivesse tempo para olhar qualquer coisa, o beijei mais uma vez. – Não vai me dizer que você ainda tem vergonha? – ele soltou um risinho e balançou a cabeça negativamente – Lídia, eu já vi tudo sabia? E é lindo. – eu devia estar vermelha, tipo um pimentão, ou quem sabe coisa pior. – Você é linda por inteiro – ele depositou um beijo no meu rosto – E eu – desceu novamente para meus ombros, alcançando meu seio direito – Quero você – ele o abocanhou, me fazendo suspirar pesadamente, sua língua brincava com meus sentidos, e seus dedos tocando a minha pele, me fariam ter um colapso a qualquer instante.

Cravei minhas unhas em seus ombros quando ele desceu seus beijos e lambidas pelo meu tronco, pondo a prova todos os limites do meu corpo. Fechei os olhos, apenas sentindo tudo o que ele tinha para me dar, eu estava completamente à mercê de Dylan.

— Olha para mim amor – abri os olhos e vi encontrei suas orbes me encarando de volta. Sua língua foi de encontro com meu ponto mais fraco e senti meu corpo se contorcer, eu estava derretendo, Dylan iria sugar todas as minhas forças dessa maneira.

Dylan não estava poupando esforços em me fazer sentir prazer com a sua língua, quando eu estava quase lá, ele parou. Soltei um muxoxo, e ele riu baixinho, sussurrando um apressada no meu ouvido.

— Quero você Dy.

O maior não hesitou em arrancar rapidamente o que faltava para que pudéssemos de fato sentir tudo o que queríamos, ele afastou delicadamente minhas pernas, se posicionando de encontro à minha entrada. Fiquei em silencio por alguns segundos, ate Dylan mover seu quadril de encontro ao meu, enquanto eu mordia os lábios com força para não gemer alto demais. Senti seu corpo pressionar com força o meu, cruzei as pernas ao redor da sua cintura, e ele começou a estocar com mais rapidez e profundidade.

Quando cheguei ao meu limite senti que tudo parecia estar extremamente certo, nós dois ali, num emaranhado de lençóis e sentimentos que precisavam ser consumidos da melhor forma possível. Alguns movimentos depois, Dylan grunhiu meu nome e deixou seu corpo cair com força por cima do meu. Ficamos naquela posição por um longo tempo, até que ele se tocou que estava pesado demais e rolou para o lado. Rapidamente puxei o cobertor para cobrir nossos corpos, ainda não estou acostumada a ficar vendo tanta nudez na maior da cara de pau desse jeito.

— Tá calor Líd – Dylan tentou chutar para longe a coberta, mas eu a peguei e o cobri novamente.

— Não tá não, é inverno – apontei para a janela que praticamente resplandecia com o sol forte - Que merda, quando foi que o sol apareceu desse jeito? Até agora estava nevando.

— Minha presença deixa seus dias ensolarados – ele riu quando fingi que estava vomitando. O som da risada dele era a coisa mais gostosa que eu já tinha ouvido, gostaria de escutar isso todos os dias.

— Vamos casar? – perguntei. Ele me olhou assustado com a pergunta repentina.

— Eu que deveria te pedir em casamento, não o contrario – ele soou um tanto decepcionado – Você quer mesmo casar comigo?

Olhei em seus olhos e deixei um beijo casto em seus lábios.

— A partir de hoje eu só falo sim para você.

***

— Pelo amor de Deus, tá muito quente, deixa eu tirar isso mãe – tentei pela milésima vez arrancar a beca que incomodava me deixando molhada de suor. O dia estava saindo mais quente que o previsto pela meteorologia, e ficar em trajes nada agradáveis estava mudando o meu humor completamente.

— Lídia, eu já disse que não, fica ali, deixa eu tirar uma foto de novo – bufei e fui em direção à um dos arranjos de flores que tinham posto ali. Fiz uma pose e sorri, quando minha mãe contou três, alguém me abraçou por trás. Me afastei assustada, mas braços fortes não deixaram com que eu saísse do abraço apertado.

— Sou eu bobinha, você acha que o seu namorado iria deixar qualquer um te abraçar desse jeito?

— Desde quando você é meu namorado?

— Crianças, digam XIS! – fiz o que foi pedido e a sessão fotográfica começou. Fizemos várias poses e quando se deu por satisfeita, minha mãe pegou meu irmão e minha cunhada para serem feitos de modelos.

Dylan entrelaçou seus dedos nos meus, e balancei nossos braços alegremente. A sensação da sua mão na minha novamente era ótima demais para ser ignorada. Eu esperei tempo demais para sentir novamente isso, e eu não queria larga-lo nunca mais por nada nessa vida.

— Você não me respondeu – sussurrei para que ninguém ao nosso redor escutasse. Não que eu me importasse, já que todos pareciam ter se interessado na nossa relação na ultima hora, perdi a conta de quantas pessoas vieram falar comigo sobre o acidente, Samantha e Dylan. Eu havia escutado todo o tipo de coisa, desde “já estava na hora de se assumirem” até “ele só está com você por pena”, ignorei quem devia ser ignorado, e dei devida atenção a quem merecia.

— O que? – seus olhos se encontraram com os meus e senti meu coração afundar. Era difícil se acostumar com a presença dele ali tão nítida, na minha cabeça parecia um sonho, e assim que eu acordasse talvez ele não estivesse mais ali, chegava a ser surreal eu conseguir amar tanto alguém como eu o amava.

— Você sabe do que eu estou falando engraçadinho – bati meu ombro no dele, enquanto ele ria soprado e desviava os olhos.

— Desde hoje mais cedo, quando você disse que só iria falar sim para mim.

— Mas primeiro você precisa perguntar né? – Dylan e sua mania de nunca seguir o script, isso me deixa tão frustrada.

— Quer namorar comigo?

***

Cinco anos depois.

— Eu prometo que essa vai ser a ultima! – minha mãe mesmo com o passar dos anos não tinha perdido o habito de tirar fotos em ocasiões especiais, e hoje não seria diferente. Me peguei pensando em como seria se algum dia eu ou meu irmão resolvêssemos casar, que desastre, já consigo prever muitas fotos borradas e com caras horrorosas.

— Mãe, aqui tem fotógrafos – protestou Jared pela quinta vez seguida enquanto revirava os olhos, Avallanah colocou a mão no ombro do noivo, numa tentativa de acalma-lo, coisa que aparentemente deu certo, já que ele começou a fazer diversas poses e caretas para a câmera.

— Certas coisas nunca mudam – resmungou um Dylan risonho do meu lado.

— Você se lembra da minha formatura? – fiz careta ao lembrar das fotos que minha mãe tinha revelado, dava tristeza ao lembrar que ela tinha feito um álbum somente com aquelas fotos.

— Você não acha que é melhor nos acostumarmos com isso? – perguntou – Quando a gente casar ela vai ficar maluca, tirar foto até dos arranjos de flores para que nunca possamos se esquecer de um momento como aquele.

Não pude evitar uma gargalhada, mas parei no mesmo instante quando notei que ele tinha falado sobre a palavra casamento. Tinha um tempo que todos ao nosso redor sempre faziam questão de perguntar quando iríamos nos casar, assunto que eu sempre evitava, por achar que ainda não era o momento certo, e por nunca ter tido nenhuma conversa concreta com Dylan sobre isso. Afinal a gente tinha apenas 22 anos, era cedo e tínhamos muito a aproveitar, casamento era um compromisso extremamente serio, e não sei se Dylan estava disposto a abrir mão da vida que levava para se casar e formar uma família, não consigo nem me imaginar fazendo uma coisa dessas. Casar, ter filhos, estabilidade emocional e financeira, céus, isso estava me deixando aterrorizada.

— Líd? Está tudo bem? – Dylan tocou meu rosto me fazendo olhá-lo, e então voltei para a realidade deixando meu universo paralelo de lado.

— Casamento? Desde quando você quer casar ein Dylan? Você nunca falou nada sobre isso, porque de repente isso? Você acha que está preparado para virar pai e construir uma família? Olha eu não estou nem um pouco, caso você queria saber, eu não sei se consigo fazer parte dessa parcela da sociedade que casa e vive feliz com dois filhos e um cachorro que lambe o nosso rosto, por mais que eu goste muito de cachorros e crianças, eu não sinto que eu esteja pronta para carregar um ser humano dentro de mim por nove meses, eu não sei trocar falda sabe, e não estou com vontade nenhuma de descobrir como é que se faz isso. E se eu ficar que nem a minha mãe? Tirando fotos de todos os momentos importantes dos nossos filhos? Meu Deus do céu Dylan, eu não consigo pensar nisso.

— Lídia, você está definitivamente me assustando com esses pensamentos – ele parecia realmente mais pálido, será que ele não quer mais casar comigo? Eu seria uma esposa ruim? Ou ele que seria um péssimo marido? Dylan não queria ter filhos e um cachorro para lamber nosso rosto quando a gente acordasse?

— Você que disse que queria casar ué – rebati na defensiva.

— Eu nunca disse isso Lidia, você ficou maluca? – ele olhou para os lados, checando se ninguém nos observava discutir.

— Ah, então você não quer casar comigo? Porque ein? Eu sou tão ruim como namorada que você não me quer nem como mulher? Você quer terminar, é isso? – essa conversa tinha tomado um rumo totalmente estranho, e eu realmente não sabia como de fato ela terminaria.

— Amor, eu amo você mais que tudo nesse mundo, se você quiser casar, por mim tudo bem, a gente casa no próximo mês com direito a chuva de arroz e muitos bem-casados para a gente comer, se você quiser ter dois filhos e um cachorro para encher a gente de baba, por mim tudo bem, e se você não quiser nada disso, eu também vou entender o que importa mesmo é que você esteja comigo, independente da situação.

Suspirei de alivio, abraçando com força. Os últimos dias tinham sido extremamente cansativos para nós dois, a rotina tinha nos alcançado de uma forma, e eu só pensava que estava a apenas dois passos de perdê-lo e pensar nisso me dava calafrios até nos dedos dos pés.

— Eu também amo você – sussurrei. Afundei a cabeça em seu ombro, sentindo o cheiro amadeirado de sempre, o mesmo de anos atrás. Seu cabelos sedosos, suas mãos firmes, seus beijos, seus abraços e seus toques, sempre seriam os mesmos, as brigas, as risadas, e tudo que fizéssemos juntos ainda seria o mesmo, não importa do jeito que fosse, se permanecêssemos juntos, tudo estaria perfeito.


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Notas finais do capítulo

Bom, acabou... É realmente esquisito terminar uma fanfic, dá uma sensação de vazia no peito :( Como eu disse lá em cima, o final foi do jeito que eu imaginei desde o começo, claro que com algumas alterações, mas ainda assim, como eu esperava. Se você shippava a Lídia com o Arthur, sorry, não aconteceu... Quanto aos outros personagens... Eu não quis dar nenhum tipo de fim a vida de ninguém, quero cada um de vocês imaginem o final da história, assim é mais divertido, então me contem, o que vcês acham que aconteceu? Até mesmo com a Lídia e com o Dylan...
Mais uma vez eu quero agradecer quem esperou e apoiou a minha história, vocês são incríveis!!!!!! E levo cada um no meu coração.
Obrigada por tudo, eu amo vocês, e por favor, não me abandonem, ainda estou escrevendo "O Herdeiro" hahaha, um beijo enorme da tia Caroles ♥



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