Wake Up, Wake Up escrita por The Queen


Capítulo 2
Primeiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Quero dedicar esse capítulo às nove pessoas que deixaram review no capítulo anterior, principalmente lays!

Boa leitura!



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Wake Up, Wake Up

Sakura nunca tinha chorado tanto.

Depois de saber que tinha passado nove anos em coma não havia nada que ela quisesse fazer além de chorar.

A seu pedido, Tsunade e os outros saíram do quarto para que Sakura pudesse colocar a cabeça no lugar e se acalmar, mas prometeram voltar para que pudessem fazer alguns exames. Desde então Sakura estava deitada, olhando para a janela, enquanto lagrimais escorriam por seu rosto e caiam no travesseiro.

Nove anos. Nove longos anos em que tinha ficado deitada naquela cama. Pelas contas agora tinha 25 anos de idade. Ela não conseguia parar de pensar no tempo que tinha perdido, nas mudanças que ela nunca faria parte nas vidas das pessoas que amava, muitos deveriam ter realizado seus sonhos com o fim da guerra, talvez muitos estivessem casados e com filhos.

Seus pais, seus amigos...

Uma pontada aguda em seu peito a fez soluçar enquanto chorava. Como ela poderia alcançar a todos depois de tanto tempo. E Sasuke? Será que tinha voltado para casa? Sakura não podia acreditar que havia a possibilidade de ele ter ido embora mais uma vez, antes que ela pudesse tentar convencê-lo a ficar, era doloroso demais.

Uma suave batida na porta a sobressaltou.

‒ Sakura-san ‒ chamou a voz da enfermeira que a tinha visto acordada primeiro. Hannah. ‒ Uzumaki Naruto está no hospital e quer vê-la.

A respiração de Sakura ficou presa na garganta por um momento. Não, de jeito nenhum. Ela não queria ver ninguém, não queria que ninguém a visse, principalmente naquele estado. Naruto era uma das pessoas mais importantes em sua vida, mas Sakura não podia deixar que ele a visse, não era o momento certo.

‒ Não, por favor, Hannah-san, não deixe ele entrar ‒ disse Sakura em tom de súplica, lágrimas começavam a transbordar de seus olhos em maior quantidade. Esperava que a enfermeira entendesse que ela precisava fazer aquilo.

Hannah olhou para a rosada com descrença, mas assentiu e saiu do quarto sem dizer mais nada.

E então Sakura se pôs a soluçar mais uma vez.

Naruto não foi a única visita do dia e também não foi o único que Sakura não quis ver, Hyuuga Hinata, Inuzuka Kiba, Nara Shikamaru, Rock Lee e Yamanaka Ino receberam a mesma resposta quando apareceram na recepção do hospital querendo vê-la.

Sakura simplesmente sentia-se infeliz demais para querer ver seus amigos, e somente permitiu que alguém ficasse em seu quarto quando Tsunade veio coletar uma mostra de seu sangue para fazer exames e mais tarde quando outra enfermeira lhe trouxe algo para comer. De alguma maneira, a rosada não sentia como se nove anos tivessem passado em branco, além do corpo dolorido, era como se no dia anterior ainda tivesse 16 anos de idade. E de certa forma era o que tinha acontecido.

▪ ▪ ▪

Na manhã seguinte quando acordou, a primeira coisa que Sakura percebeu foram vários buquês de flores que estavam espalhados pelo quarto de hospital. Rosas, tulipas, margaridas, lírios e um grande girassol.

Sentada na poltrona que estava ao lado da cama, Tsunade a observava curiosamente, como se estivesse ali há algum tempo.

‒ Foi Naruto ‒ disse a loura. Sakura ergueu as sobrancelhas, confusa. ‒ Ele mandou as flores.

‒ Oh ‒ reagiu, sem saber o que dizer.

‒ Como está se sentindo? Ainda sente desconforto?

Sakura mexeu levemente os braços e respirou fundo, procurando saber se sentia algum desconforto. Por fim respondeu: ‒ Não, me sinto bem.

Tsunade balançou a cabeça, demonstrando compreensão, e então cruzou as pernas e apoiou a cabeça na mão em que o cotovelo se apoiava no braço da poltrona, parecendo mais jovem do que nunca.

‒ Sabe, Sakura, o seu coma foi um caso curioso ‒ começou Tsunade. ‒ Durante o tempo em que esteve inconsciente, não precisou de aparelhos respiratórios em momento algum, seu corpo após o acidente não sofreu danos e seus exames nunca apresentaram nada de errado, aparentemente você apenas dormiu.

Sakura olhava para sua shishou com atenção, um frio na barriga incomodava-lhe ligeiramente, causado pelo nervosismo de saber sobre seu estado durante o coma.

‒ E é interessante como mesmo depois de ter acordado tudo parece estar normal, você continua saudável, e pelo que diz não sente nada diferente.

‒ Acredita que isso tenha acontecido pela quantidade excessiva de chakra que me atingiu? ‒ sugeriu Sakura e nos lábios de Tsunade surgiu um largo sorriso satisfeito.

‒ É exatamente nisso em que estou pensando. Tenho minhas suposições, mas isso é algo que teremos que “testar” em um outro dia.

Sakura assentiu e desviou o olhar pra o girassol que estava bem à frente da cama. Tsunade se pôs de pé.

‒ Seus pais estão a caminho ‒ disse e Sakura tornou a olhá-la. ‒ Pedi a eles que viessem hoje pela manhã, você não estava disposta ontem ‒ direcionou a sua pupila um olhar um tanto desaprovador.

‒ Obrigada, Shishou ‒ murmurou Sakura.

‒ Certo. Vou voltar para o meu escritório, se precisar de mim sabe como me chamar.

Sakura esperou que a mulher saísse do quarto para voltar a afundar no colchão, prometendo a si mesma que faria desse dia algo muito melhor que o anterior.

Não muito depois, Mebuki e Kisashi Haruno passaram apressados pela porta e a rosada se viu espremida entre os braços de sua mãe. A mulher chorava desesperada mente em seu ombro.

‒ Mamãe, não chore ‒ disse Sakura desconfortavelmente, não se lembrava de ter visto sua mãe chorar nos dezesseis anos em que esteve consciente.

Mebuki se afastou ligeiramente e passou as mãos pelo rosto da filha com certo desespero.

‒ Você realmente está acordada! Minha Sakura-chan! ‒ exclamou a mulher.

Sakura deixou que um sorriso sem graça se estendesse por seus lábios. Em seguida seu pai a abraçou também, quase tão apertado quando sua mãe.

Enquanto eles expressavam sua felicidade por vê-la acordada, Sakura não pôde deixar de notar os fios brancos que apareciam em abundancia nos cabelos de seus pais e as rugas em seus rostos. Aquilo a deixou espantada. Eles tinham envelhecido! Como ela não tinha pensado nisso?!

Era angustiante ver como o tempo a sua volta tinha realmente passado e pior ainda era não ter podido fazer parte dele. Uma enorme culpa pesava por algum motivo em seus ombros.

‒ Sakura-chan, o que foi? ‒ perguntou um preocupado Kisashi.

‒ Eu... ‒ ela não soube como responder, estava de volta ao seu estado infeliz.

Depois daquele momento nada conseguiu tirar o sentimento de autopiedade de Sakura e assim a rosada forçou-se a adormecer novamente, convencendo a si mesma que nada faria daquele dia algo melhor.

▪ ▪ ▪

Vozes do lado de fora do quarto acordaram-na horas mais tarde, alguém discutia com Hannah.

‒ ...Vou entrar! Você não pode e não deve me impedir! ‒ exclamou uma voz que Sakura conhecia bem. ‒ Se ela não quiser me ver, o problema é dela, vou entrar de qualquer jeito, nem que seja pela janela, então saia da minha frente!

E Ino abriu a porta.

‒ VOCÊ! ‒ gritou a loura, seus olhos azuis brilhavam em fúria. ‒ Como teve coragem de me mandar embora ontem? Sem nem ter me visto! E Naruto? Tem ideia de como ele ficou depois de saber que você não queria vê-lo?! Não tem direito de fazer isso conosco!

‒ I-ino... ‒ gaguejou Sakura.

‒ Não me venha com “Ino”, você não sabe o quanto nós sofremos por sua culpa! ‒ a voz dela começava a ficar embargada e sua expressão se suavizou tão suavemente que Sakura não percebeu. ‒ Você nunca vai entender o sentimento de esperar notícias da sua morte todos os dias durante praticamente nove anos! Então não se atreva a recusar nossas visitas! Não se atreva, Sakura!

‒ Me desculpe! ‒ gritou Sakura de volta com a voz tão embargada quanto a de Ino.

E foi aí que Ino correu para lhe abraçar.

‒ Todos ficaram tão felizes de saber que você despertou ‒ choramingou a loura.

‒ Me desculpe, Ino ‒ disse Sakura da mesma forma. ‒ Eu não conseguiria olhar pra vocês, eu...

Ino soltou-a e a encarou com cenho franzido.

‒ E por que não? Qual é o problema? ‒ indagou. Sakura riu, sem graça.

‒ Você realmente está me perguntando isso? ‒ Ino assentiu, uma expressão desafiadora em seu rosto. ‒ Por Kami, Ino, se você acha difícil me ver em coma por nove anos, imagine acordar de um coma de nove anos! As coisas mudaram, as pessoas envelheceram, e eu não vi nada disso, eu simplesmente tenho que aceitar o fato de ter perdido nove anos da minha vida!

‒ E isso não impede você de continuar! ‒ retrucou Ino. ‒ Deveria agradecer por estar viva...!

‒ Você não entende! ‒ A rosada colocou as mãos no rosto, frustrada. ‒ Hoje vi meus pais cheios de rugas e cabelos brancos. Eles envelheceram e eu não acompanhei isso, não pude estar com eles! Isso acabou comigo! E pode ser que eu me decepcione com algo que tenha acontecido no tempo que não estive aqui! Argh!

A Yamanaka ficou em silêncio por alguns momentos, incerta do que dizer.

‒ Em alguns momentos simplesmente não quero saber o que me aguarda lá fora ‒ resmungou Sakura.

‒ Isso não é algo que você possa escolher ‒ disse Ino em tom suave e continuou antes que pudesse ser interrompida: ‒ Você ainda tem uma vida em Konoha, seu lugar ainda é aqui, Sakura.

A rosada suspirou e tirou as mãos do rosto, erguendo o olhar para a mulher sentada na beirada da cama. Ino não parecia mais uma menina, era uma mulher feita, seu rosto maduro carregava um ar de vivencia e seus olhos azuis eram muito mais sábios do que na última vez que os tinha visto.

Sakura sorriu.

‒ Você envelheceu.

Ino soltou um bufo debochado e revirou os olhos.

‒ Olha só quem falando! Esses pés de galinha não ajudam você em nada, Testuda!

As mãos de Sakura voaram para o canto de seus olhos, assustada com o que a amiga tinha dito. Ino franziu o cenho mais uma vez.

‒ Você já se viu no espelho? ‒ perguntou e Sakura negou com a cabeça.

‒ Não, pedi para Hannah-san colocar uma toalha no espelho do banheiro, não quero me ver tão cedo ‒ disse ela.

‒ Agora já acho que você está sendo muito dramática, isso é ridículo.

Sakura deu de ombros e não disse nada.

‒ Naruto conversou comigo hoje pela manhã, quando foi comprar as flores ‒ declarou a loura.

‒ Como ele está? ‒ perguntou Sakura cautelosamente e Ino lançou-lhe um logo olhar indiferente.

‒ Ele acredita que você não quer vê-lo porque o culpa.

‒ Não! ‒ exclamou. ‒ Ino, diga a ele que eu não o culpo por nada, foi um acidente!

‒ Quem deve dizer é você, não eu. Na próxima vez que ele vier, deixe-o entrar ‒ pediu. ‒ Naruto e todos os outros que vierem lhe visitar.

Sakura concordou.

As duas conversaram por mais algum tempo, Sakura ficou surpresa quando Ino lhe disse que tinha filhos ‒ gêmeos de quatro anos ‒ com Shikamaru, tanto pelo fato de Ino ter filhos quanto pelo fato de Shikamaru não ter ficado com Temari. Ino ainda lhe falou um pouco mais sobre o que tinha acontecido antes de anunciar que precisa voltar para casa.

E foi quando Ino estava se preparando para ir embora que Sakura segurou sua mão. A Yamanaka o olhou em expectativa.

‒ E Sasuke?

Sua pergunta foi tão baixa que a rosada quase acreditou que as palavras não tinham chegado nos ouvidos da loura. Ino pareceu pensar muito bem no que ia dizer e por fim respondeu: ‒ Sasuke voltou.


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Notas finais do capítulo

Yo!

Espero que tenham gostado. Primeiro capítulo é sempre mais "indiferente" pra mim. Nesse capítulo nós vimos mais como a Sakura se sente com relação ao coma, o tempo que passou e como ela não pôde acompanhar as mudanças. A Ino apareceu pra colocar um senso na cabeça da Sakura, até porque mocinhas choronas são broxantes ;p

No próximo capítulo Naruto e Sasuke vão aparecer, hm, hm. Acho que vou postar ele amanhã ou talvez depois de amanhã, depende.

Deixem review, adoro escolher o melhor.

Obrigada por terem lido até aqui!