Broken Crown. escrita por Paula Greene


Capítulo 20
Capitulo 20 - The Deal.


Notas iniciais do capítulo

- Regina passa por desafios.
— Emma ganha nova esperança.
— Rumple sugere novo acordo.



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Minutos após entrar na montanha Regina se deparou com outro desafio. As paredes se abriam dando espaço para uma câmara de uns dez metros de diâmetro, havia um espelho e nenhuma porta ou buraco para seguir em diante, logo Regina soube que aquele era mais um dos truques de Peter Pan.

Primeiro viu seu reflexo e sua expressão de contorcer, nunca estivera tão indigna de um titulo Real. As vestes rasgadas, os cabelos sujos, mas então a imagem mudou aos poucos e ela parecia mais jovens, mais bonita, usava um vestido azul com detalhes prateados. Sorriu ao se ver jovem mas então lembrou-se de quando escolheu aquele vestido em meio a tantos outros sabendo como ficaria bem com os cabelos loiros da guerreira Emma, lembrava nitidamente da noite em que a conheceu . Sabia que era um jogo a vida de seu filho estava em risco, não podia ser fraca. Sua expressão de dor refletiu no espelho e foi ficando mais velha, aos poucos olhava nos olhos de Cora, sua mãe, que perdeu a vida em buscar de poder. Compreendeu o quanto eram diferentes, estava ali por Henry e abriria mão de qualquer coisa no mundo por ele.

— Eu não me importo com o poder, nem com o ouro, só quero minha família de volta. – Sentiu seu coração pesar uma tonelada, uma luz branca explodiu o espelho em mil pedaços e ela precisou se esconder para não ser atingida. No lugar dele uma passagem por onde ela seguiu sem pensar duas vezes.

***

Emma seguiu o riacho para fora da floresta proibida, o cheiro de morte a perseguiu por todo o caminho e ela se alegrou quando finalmente chegou a praia. Podia jurar que horas tinham se passado, mas a noite continuava escura e a lua cheia brilhava intensamente no céu. Avistou a montanha da lua minguante, onde a sombra de Peter lhe disse que era a entrada do novo esconderijo dele. Não conhecia aquela montanha e era isso que a intrigava, esteve em Neverland por muito tempo e nunca tinha se quer visto aquela montanha.

— Maldito seja Peter Pan. – Disse em voz alta, o que queria era que ele pudesse escutá-la.

O mar estava agitado, um pouco incomum já que não havia vento, mas nada era de se surpreender por ali. Emma observou novamente achando muito estranho que a agua estivesse se mexendo em um determinado ponto, uma ideia genial passou em sua cabeça, mas mesmo que fosse verdade não seria prudente sair de onde estava escondida e preferiu observar por mais alguns minutos. Mais rápido que pudesse perceber um pequeno barco de madeira se materializou na sua frente e ela sorriu ao ver os homens que remavam em direção a praia. Eram piratas e só podiam estar a bordo do Jolly Rogers que tinha poder de atracar invisivelmente. A bordo do pequeno bote estavam Killian, a fada, o valente senhor Smee, Alex Turner podia ser reconhecido pelo cigarro acesso em seus dentes e é claro o marujo chamado Warp que nunca falava uma palavra, mas que era muito bom em esgrima.

Emma ainda ficou escondida até ter certeza de que eles não eram impostores, quando deixou que a vissem não demonstraram surpresa e sim felicidade.

— Ora, essa foi a missão de resgate mais fácil da minha vida, suba a bordo e vamos embora. – Killian disse sem por muita confiança em suas palavras.

— Regina e Henry estão aqui. Pan os pegou.

Tinker Bell levou a mão à boca para reprimir um gemido.

— O que estamos esperando? Já lutamos contra Pan antes. – Falou o jovem Turner.

— Mas dessa vez é diferente, eu sinto algo estranho e tem a ver com aquela montanha maldita.

— De que montanha esta falando? – A fada perguntou, já adivinhando a resposta. – A montanha da lua minguante. Só pode estar de brincadeira, se entrarmos naquela montanha iremos morrer.

— Você diz a mesma coisa sempre. – Killian irritou-se. – Todas as vezes você diz que vamos morrer. Que tal um pouquinho de otimismo?

— Otimismo? Você o que tem la dentro? – Ela exclamou.

— Não, mas sei que Regina esta lá. – Emma falou chamando a atenção da fada. – E agora sei que ela me ama também e mesmo que não soubesse não importaria eu tentaria salvá-la do mesmo jeito. Não porque sou a salvadora, mas porque eu a amo. Eu sei que existe alguém por quem você faria o mesmo então entenderá. Eu também entenderei se não quiser nos mostrar o que sabe sobre essa montanha.

Tinker Bell suspirou pesadamente.

— Não é mais segredo pra ninguém. – Falou lançando um olhar ao capitão. – A montanha da lua minguante era o lar das fadas muitos anos atrás quando nem eu era nascida. Ela foi tomada por uma força maligna, a mesma força que depois se espalhou por toda ilha. A força que se apossou de Peter Pan é só uma fração daquilo que se iniciou naquela montanha a tantas centenas de anos.

— Historia assustadora. – Turner deu de ombros. – Mas como entramos?

— Vou guia-los pela entrada das fadas, mas só a um jeito de entrar.

— Como? – Emma perguntou.

— Com pó de fada.

***

Belle estava escondida atrás de varias plantas, espinhosas e de aparência repugnante. Qualquer lugar era melhor que perto dele.

Rumpelstiltskin os tinha levado até um pântano lamacento que ficava nas partes mais distantes da ilha. O pântano seguia quilômetros até chegar a encosta de um morro, ao invés de subirem o morro eles viraram a esquerda e desceram uma íngreme ladeira. Belle achou que nunca iriam parar de descer, a lama já alcançava seus tornozelos e era difícil passar pelas galhas e cipós. Seu rosto estava arranhado e suas vestes rasgadas, mas Rumpelstiltskin seguia sem se importar em ajudar. Aos poucos ouvia o barulho do rio e enfim chegaram a sua borda, ele era negro e violento. Estar ali era perturbador, Belle jurava poder ouvir sussurros na agua. Sabia que não podia se esconder dele, mas talvez precisasse se esconder de outras coisas.

Ele parecia não dar atenção a ela, como se pouco se importasse que ela estivesse ali, mas ela sabia que se tentasse fugir ele a castigaria, já tentara muitas vezes. Ela se limitou a sentar no chão lamacento e esperar. Suas pernas doíam e ela tremia de frio.

Rumpelstiltskin invocou um caldeirão e ele ficou imóvel no ar envolto em chamar, ele pegou a bolsa que carregava com ele e começou a despejar os ingredientes que vinha coletando durante todo esse tempo em Neverland. Por fim quando todos acabaram ele começou a dizer palavras em um idioma que ela não entendia. Pegou uma concha qualquer no chão e a soprou e de repente uma criatura surgia na agua, indiferente a correnteza que arrastava tudo a criatura não se movia pela força da água, logo Belle soube que era uma criatura magica. Ela nadou na direção dele inocentemente, ela linda. Tinha cabelos negros que caiam enrolados em seios nus e uma pele branca como a lua. Seus olhos eram verdes escuros e violentos como a agua do rio, mas sua expressão era doce. Quando estava perto o suficiente Rumpelstiltskin a puxou para fora da água, Belle levou a mão a boca pois sabia o que ele ia fazer e já estava apaixonada pela criatura. Ele atravessou o peito dela com a mão e arrancou seu coração. Ele brilhou vivo e pulsante por alguns segundo até que Rumpelstiltskin o atirou dentro do caldeirão.

Com toda frieza jogou o corpo da sereia de volta ao rio. Ao longe Belle viu a lua quase desaparecer no horizonte, o dia estava próximo, mas ainda era uma lua enorme. Olhando para ela viu a figura de um lobo correr e descer a encosta passando por espinhos como se fossem feitos de plástico.

O lobo pulou em cima do homem, derrubou o caldeirão e tudo o que tinha dentro. O grito de ódio e terror de Rumpelstiltskin fez algo se contorcer dentro de Belle. O lobo avançou novamente. Rumpelstiltskin tinha que usar magia, se não o lobo o mataria, mas se usasse então Peter o mataria. Tudo que conseguiu pensar foi em sair dali e desapareceu em fumaça negra.

Belle correu para o lobo e o abraçou. Não conseguia demonstrar o que estava sentindo então o abraçou mais forte e o beijou. Beijou sua testa e viu suas lágrimas se misturarem as lágrimas do lobo e uma magia começar a acontecer. Magia do amor verdadeiro. O lobo se jogou no chão e se contorceu até transformar-se na mulher. Ruby. E antes que ela se recuperasse completamente Belle a tomou nos braços e beijou seus lábios.

***

Regina sabia que seu tempo estava acabando, sentia que dias já tinham se passado, mas estava chegando. Sentia a adrenalina se apossar de seu organismo a cada passo que dava e que já havia chegado ao coração da montanha. Viu as luzes de uma câmara movimentada a sua frente e tentou ser cautelosa. Inesperadamente uma figura curvada e ferida se materializou na sua frente. Ela se lembrava dele, era o parteiro, o feiticeiro. Era o homem que sabia de todas as respostas, mas ele não se parecia mais com um homem.

— Vossa Majestade. Creio que se lembra do acordo que fizemos. – Disse ele. – Sim, se lembra, foi na noite em que seu filho nasceu, pois bem, eu tinha outros planos pra você, mas creio que não podemos esperar.

Regina o analisou friamente. Ele estava desesperado e seu filho estava logo ali.

— Certo. O  que você quer?

— Bom, muito bom. – Ele pareceu muito satisfeito. – Boa menina, você vai sair lá fora e vai matar um lobo.

— Tanto faz, mas primeiro tenho que salvar meu filho.

Ele se mostrou impaciente, como ela esperava.

— Seja rápida, não posso esperar. – Ele falou com muita amargura.

— Se quer que eu seja mais rápida vou precisar de ajuda.

— Então vai me dever outro favor. – Disse ele maldosamente.

— Certo, outro favor. Então vá agora, encontre a salvadora ela vai me ajudar a destruir Peter Pan.

Feliz por ter novo acordo com a Rainha Rumpelstiltskin desapareceu novamente em uma fumaça escura e foi de encontro a Emma Swan.


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Notas finais do capítulo

Essa história ainda vai ter fim, segurem-se.