Destino escrita por TaisePeixoto


Capítulo 15
Capítulo 14 - A Casa Branca


Notas iniciais do capítulo

Adorei esse capítulo!!!! Tá muito romântico gente. Me digam o que vocês acharam depois.
Esse capítulo vai especialmente pra Ingrid-chan que amou o Bacon *------*



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“Aquelas palavras ecoaram na minha mente.

- Vai ficar tudo bem...”

 

- Jane onde exatamente ele foi?

- E já disse Nesme, ele achou uma trilha, achou que dessa vez ele vai encontrá-los.

- E por que ele não esperou pra me contar? Por que ele foi afinal, não podia ter sido você?

- Ele é melhor rastreador que eu querida, você sabe. E a trilha leva pra longe, vai precisar de muita perícia.

- Quanto tempo ele vai levar?

- Uns três dias eu acho.

Aos poucos eu fui me acalmando da fúria que eu senti quando acordei e dei de cara com a Jane e não o Alec. Me senti culpada, afinal ela me adorava.

- Desculpa Jane.

- Tudo bem querida.

Que ótimo! Agora eu teria a Jane me vigiando o tempo todo. Ela jamais me deixaria ir a La Push, já tinha inclusive me proibido de ir. Como eu faria pra despistá-la? Tive uma idéia súbita.

- Jane eu preciso caçar.

Ela me olhou com surpresa.

- Mas já? Seus olhos nem estão vermelhos ainda.

- Sim, eu sei, mas preciso. Não agüento mais comida humana.

Ela se levantou com euforia. Se tinha uma coisa que a animava era caçar.

- Ótimo, vamos até Port Angeles, sempre tem algum desavisado em um beco escuro.

A idéia do que Jane ia fazer com esse desavisado me dava arrepios. Mas eu tinha uma idéia melhor.

- Não precisamos ir tão longe. Eu estava passeando outro dia e achei um pequeno povoado perto das montanhas. É muito longe da cidade, eles não devem ter uma boa comunicação, e ninguém vai reparar se dois ou três sumirem misteriosamente.

Jane me deu um sorriso enorme. Eu senti nojo de mim mesma em falar aquilo, mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas, eu tinha pelo menos que me despedir do Jake, pois Jane ia me vigiai o tempo todo, principalmente depois de eu fugir, e quando Alec voltasse iríamos embora.

- Vamos então, você mostra o caminho Nesme.

Jane confiava demais nos seus poderes de induzir o sofrimento nas pessoas, confiava tanto que não achou necessário desenvolver outras habilidades. Ninguém conseguia derrubá-la é claro, mas ela nunca se interessou em aprender a lutar. E aparentemente nem a rastrear, ela era pior do que eu nisso. Eu era um pouco mais veloz do que ela, e como eu conhecia melhor a floresta ela logo ficou pra trás.

- Nesme espera.

Ela se irritava muito quando deixávamos ela pra trás. Virei uma curva fechada que tornava impossível Jane me ver de onde ela estava.

- Rápido Jane, se você não se apressar eles vão morrer de velhice.

Ela estava pouco atrás mas ainda não conseguia me ver. Eu subi com rapidez as rochas penhasco acima e me escondi entre as árvores do topo. Jane fez a curva e parou, sem saber onde eu tinha ido. Vi ela bater o pé no chão furiosa e seguir a trilha. Ótimo, ela não me acharia mais. Corri até a praia e de lá até a casa do Jake. Chamei e ele veio até a porta surpreso por ter visitas.

- O quê... Nessie? NESSIE!

Antes que eu pudesse fazer alguma coisa ele me puxou em um abraço de urso. Eu corei um pouco.

- Er... tudo bem Jake.

- Desculpa, é que é tão bom ver você!

- Eu também gosto muito de ver você. Hum eu estive pensando, será que você pode me levar na clareira de novo? Preciso conversar sobre uma coisa com você.

Caminhamos até a clareira, ele parecia não caber em si de tanta felicidade. Sentamos no chão sob a chuva fina.

- Jake eu tenho que te contar uma coisa. Eu vou embora daqui a três dias.

Ele pareceu chocado e desesperado ao mesmo tempo.

- Como... mas por quê?

- Por que minha família precisa de mim em outro lugar.

Era melhor do que ter que explicar a verdade. Ele me encarou por um longo tempo, por fim disse.

- Tem certeza que é só isso? Não quer me contar nada?

Será que ele sabia que eu estava escondendo alguma coisa. As nuvens se abriram um pouco, embora ainda chovesse, um raio de sol entrou na clareira iluminando em cheio meu rosto. Jake arregalou os olhos por um momento. Eu sabia o que ele estava vendo, embora eu não brilhasse exatamente, eu meio que resplandecia.

- Nessie... sua pele... está brilhando?

- Hum... é um creme especial.

Que mentira idiota! Nunca fui boa nisso mesmo.

- Nessie você quer me contar alguma coisa.

Senti uma vontade louca de contar a verdade. Que eu era meio-humana, que minha família era composta de vampiros, que eu tinha vindo ali procurar minha família pra me vingar pelo monstro que eles me tornaram. Era loucura, mas eu sentia que no fundo eu podia contar qualquer coisa pra ele. Ele me encarava com aqueles lindos olhos negros. Nossa, ele era muito bonito! E havia alguma coisa nele que me atraía, uma segurança, um carinho, uma recordação. É, uma recordação, como se nos conhecêssemos há anos. Por fim eu decidi que não podia trair Alec e Jane. Eu não podia contar algo que não afetava somente a mim, mas a eles também.

- Não Jake.

Ele me olhou com firmeza. Como se tivesse criado coragem pra dizer o que ele queria dizer a muito tempo.

- Mas eu tenho algo pra te dizer.

Ele se aproximou de mim. Em um instante eu percebi que queria que ele se aproximasse, que me tocasse. Mas então eu lembrei do Alec, e levantei rapidamente me afastando. Ele me puxou pelo braço pra perto dele, eu poderia ter me desvencilhado, mas algo dentro de mim não queria se afastar dele.

- Nessie, há algum tempo eu quero dizer isso a você. Provavelmente não vai mudar o fato de você ir embora, mas eu preciso dizer assim mesmo. Eu amo você. Eu amei você desde o dia em que te vi pela primeira vez. Seus olhos se tornaram minha religião e seu sorriso se tornou meu motivo pra acordar todas as manhãs. Pra ter você comigo eu faria qualquer coisa, eu morreria só pra ver você olhar pra mim. Cada segundo sem você é um tempo perdido, cada passo que eu dou pra longe de você é um passo para me afogar na dor de não ter você comigo. Você se tornou a minha vida Nessie, meu chão, meu ar, minha lua. Sem você não existe luz, tudo são trevas. e eu daria meu último ar só pra chamá-la de minha.

Ele disse tudo isso me olhando fundo nos olhos, como se ele estivesse a beira da morte e temesse não ter tempo de dizer tudo o que queria. Ele continuou me encarando, eu não conseguia falar nem me mexer, eu estava apavorada como que ele disse, e de certa forma eu havia gostado. Sem aviso ele me puxou pra mais perto dele e me beijou.

Eu nunca tinha beijado ninguém que não fosse o Alec. Ele era diferente, era tão quente, tão intenso, como se há séculos ele esperasse pra fazer isso. Sem ter muita consciência do que eu estava fazendo eu correspondi. Por um segundo não existia mais nada, nem Alec, nem minha família, nem o chão debaixo dos meus pés. Só existia ele, e eu só conseguia pensar no quanto ele me completava. Aquele delírio só parou quando nos soltamos, eu me sentia culpada por ter beijado outro homem sendo que eu estava comprometida com o Alec, e pior, eu me culpava por ter gostado.

- Nessie eu...

- Não fala nada Jake. Você tem razão, eu não quero magoar você, mas eu realmente tenho que ir embora daqui a três dias. Me desculpe eu realmente fico emocionada por você sentir isso por mim, mas eu deveria ter te avisado, eu estou noiva. – ele me fitou incrédulo – a culpa não é sua, eu devia ter dito. Me desculpe Jake.

Ele pareceu arrasado por um momento, mas logo depois ele sorriu e disse.

- Bem Renesmee Volturi, se você não me quer acho melhor ficar longe de mim antes que eu agarre você.

- O quê?

Ele avançou correndo pra cima de mim, eu acharia que ele estava me agredindo se não estivesse sorrindo. Eu me desviei é claro.

- Pois saiba de uma coisa Jacob Black, ninguém me beija sem permissão e fica por isso mesmo.

Ele sorriu e saiu correndo, eu poderia tê-lo alcançado facilmente mas não podia me denunciar. Era irritante ter todo o meu corpo querendo correr e ter que ficar na estúpida velocidade humana. Passamos por várias trilhas até que ele parou onde as árvores se abriam pra uma clareira. Parei também, estávamos olhando diretamente pra uma casa enorme pintada de branco com várias janelas de vidro. Era um lugar certamente agradável de se morar. Eu continuei olhando para a casa e inconscientemente fechei os olhos.

- Nessie? Nessie o que deu em você? Ah não, de novo não...

Eu só parcialmente ouvia o que Jacob dizia. Imagens não muito claras vieram à minha mente. Eu era apenas uma garotinha e corria por um corredor iluminado, com janelas enormes de vidro. Ouvia uma voz atrás de mim.

- Nessie? Cadê você? Sabe que não pode se esconder do Tio Emm!

Outra visão, eu estava sentada sobre um balcão de mármore em um lugar que parecia uma cozinha. Alguém cujas feições eu não conseguia identificar cuidava da minha mão de onde escorria um grande filete de sangue.

- Nessie quando vai aprender a não correr pela casa heim? Vovó gostava daquele vaso sabia? Não chore querida, vovô vai cuidar de você.

Tudo ficou escuro e de repente eu estava me olhando em um espelho com um belo vestido de cetim. Uma voz doce falava atrás de mim.

- Viu só querida? Eu falei que ficaria bonito não é? Tem que aprender a confiar nas visões da sua tia.

Novamente eu estava correndo pela casa e chorando, havia alguém sentado em um piano de cauda, foi pra ele que eu me dirigi, eu não conseguia identificar suas feições, pareciam embaçadas.

- Papai, Tia Rose comeu o meu coelho!

- Rosálie o que eu falei sobre matar os animais da Renesmee?

Outra visão, eu estava na floresta correndo atrás de alguma coisa. De repente um urso enorme apareceu atrás de mim, eu gritei e ele estava prestes a me atacar quando um rugido veio de trás de mim, era tão forte que o urso imediatamente foi embora. Eu corri para a pessoa atrás de mim e a abracei chorando.

- Tudo bem Renesmee, Mamãe está aqui, vai ficar tudo bem.

Aquelas palavras ecoaram na minha mente.

- Vai ficar tudo bem...

- Vai ficar tudo bem...

- Vai ficar tudo bem...

 

- Vai ficar tudo bem Jacob não se preocupe. Ajuda se você sair de cima dela.

Abri os olhos e estava deitada em um sofá, em uma sala enorme e arejada, com grandes janelas de vidro. Sentei no sofá e notei uma mulher sentada do meu lado. Ela era linda, pálida com longos cabelos castanhos, mas ela era mais do que linda, ela era uma vampira. Meus instintos me fizeram afastar-me dela imediatamente, pulei do sofá mas ela apenas sorriu pra mim.

- Não se preocupe, não vou machucar você. Jake trouxe você aqui, sou amiga dele.

Olhei pra trás e lá estava ele com uma expressão tão preocupada que chegava a ser cômica.

- Tem certeza que ela está bem Bella?

Bella... aquilo me soava familiar.

- Sim Jake, ela só desmaiou, deve ter sido um mal estar.

- É foi só isso. – me apressei a acrescentar.

- Ainda não nos apresentamos. Sou Bella Swan.

- Prazer, Renesmee Volturi.

Uma sombra pareceu passar pelos olhos dela, é claro, não era todo dia que vampiros recebiam em sua casa um membro da guarda sem que tivessem feito algo errado. Só então eu olhei direto nos olhos dela, não eram vermelhos como dos vampiros normais, tampouco castanhos como os meus, eram castanho amarelados, como topázio. Eu sabia que aquela cor não era normal, nem em humanos nem em vampiros.

- Bella se não se importa eu vou ao banheiro lavar o rosto – e olhando pra mim – você me deu um susto mocinha.

Eu ri da expressão séria dele. Jake subiu as escadas, aparentemente já estava familiarizado com a casa.

- Então, - eu disse – você é uma de nós?

Ela sorriu e assentiu com a cabeça.

- O Jake sabe?

- Não, eu conheci o pai dele e quando nos mudamos pra cá nos tornamos amigos.

- Quantos tem no seu clã?

Ela sorriu de novo.

- Não nos consideramos um clã, somos mais uma família. Somos ao todo oito. Vivemos juntos há uns cinqüenta anos.

- Nossa! Isso não é muito comum. – olhei as fotos no console da lareira, todos pareciam com expressões felizes no rosto. De alguma forma tudo aquilo me parecia familiar – Bella, posso fazer uma pergunta?

- Claro.

- Seus olhos... eu nunca vi vampiros com olhos dessa cor.

Ela sorriu ainda mais.

- É porque somos vegetarianos.

- São o quê?

- Desculpe, é uma piada interna. Quer dizer que não bebemos sangue humano, nos alimentamos de sangue de animais.

- Isso... isso é possível?

- Claro que sim. Exige um pouco de autocontrole é claro, mas eu garanto que é uma existência muito melhor.

- Claro que é! – eu exclamei animada. Não ser uma assassina era a melhor coisa que poderia acontecer. Sentei no sofá e pedi que ela me contasse tudo sobre isso. Ela me contou um pouco sobre a família deles e como eles tentavam agir como seres humanos. Eu falei que eu e alguns outros membros da guarda tínhamos vindo procurando um clã de vampiros, ela não fez muitas perguntas. Era incrível como tínhamos coisas em comum. Novamente senti como se já a conhecesse.

- Nessie eu acho que já é tarde.

Eu nem tinha notado quando Jacob entrou na sala. Olhei lá fora e vi que o Sol já estava se pondo. Era melhor eu voltar e enfrentar Jane logo.

- Acho melhor irmos embora.

Me despedi de Bella e ela foi nos levar até a porta. Ela parecia preocupada quando olhou pra estrada e parecia querer que nos despedíssemos logo.

- Hum, Bells não quer ir lá em casa amanhã? Você podia ir também Nessie.

Concordamos de nos encontrarmos no outro dia, e eu fiquei pensando como diria isso pra Jane. Me despedi de Jake com um aperto de mãos, não queria chegar perto dos lábios dele mais que o necessário. Entrei no acampamento pronta pra enfrentar um exército, mas Jane não tinha chegado ainda. Rezei pra que não existisse realmente um povoado nas montanhas. Fui dormir na cama improvisada pensando na minha nova amiga e nas visões que eu tive. O que elas significavam? De qualquer forma era o meu nome que aquelas pessoas falavam. Seria possível que não fossem visões e sim lembranças? E se fossem? Elas pareciam felizes, pelo que os Volturi me disseram minha família me maltratava. Fui dormir cheia de dúvidas e sonhei com a única coisa que eu não me permitia sonhar, Jacob.

 


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam por favor. Amanhã tem mais.
Bjus



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