Quinze anos depois...

Muito tempo se passou, e com ele nossa vida mudou completamente. Agora todos nós morávamos em Los Angeles. Quando digo todos nós, me refiro ao Freddie, eu, a Carly, o Gibby, a Cat, o Robbie, a Evelyn, a Chelsea e o Jones. Ficou mal explicado né? É mais ou menos assim:

Depois de dois anos que Freddie e eu havíamos nos casados, foi à vez da Cat e do Robbie se casarem. No ano seguinte, Gibby e Carly fizeram o mesmo.

Antes de Carly se casar, ela decidiu morar em Los Angeles junto com todos nós, porque pretendia cursar faculdade de direito em seu próprio país. Quando terminou os estudos, se tornou uma advogada, que em pouco tempo ficou renomada.

Cat e eu não fizemos nenhuma faculdade, mas abrimos nosso próprio restaurante, o “Sam & Cat’s food”, que rapidamente fez sucesso aqui em Los Angeles. Gibby acabou virando um dos nossos cozinheiros e um dos pratos que mais gostava de fazer eram os tacos de macarrão que Spencer o havia ensinado a preparar.

Freddie terminou sua faculdade de tecnologia e acabou conseguindo emprego em uma renomada empresa de eletroeletrônicos.

Robbie acabou se tornando um cantor famoso, e seu primeiro sucesso foi com a música “I Think You're Swell”, que ele havia composto para a Cat, quando ainda estudavam juntos. O Freddie realmente odiava aquela canção.

Em 2018, nós três acabamos engravidando quase juntas e assim nasceram: Minha filha, Evelyn, dia 08 de setembro de 2018; a filha da Cat, Chelsea, dia 22 de outubro de 2018 e o filho da Carly, Jones, dia 27 de dezembro de 2018.

Quando atingiram idade suficiente, foram estudar na mesma escola. Pelo fato dos três terem nascido no mesmo ano, acabaram caindo na mesma classe. Por fim, se tornaram amigos inseparáveis.

Chelsea, assim como seus pais, era a bobinha. Dos três era a que mais fazia burrices e era constantemente “enganada” pela Evelyn. Também possuía dificuldades na escola, porém Evelyn e Jones a ajudavam com todas as suas dúvidas. Tinha longos cabelos ruivos e cacheados.

Jones era o mais “palhaço” dos três. Herdou a inteligência e doçura de mãe, porém a personalidade do pai também estava em seu sangue. Tinha cabelos curtos, lisos e escuros.

Evelyn por sua vez era uma mistura de nerd com valentona. Assim como o pai, amava tecnologia e só aceitava notas “A” no boletim, mas acabou herdando também minha força e meu jeito de durona. Constantemente levava advertências por bater em alguém. Ela tinha longos cabelos castanhos e levemente cacheados. E por falar na Evelyn...

– Bom dia mãe. – Disse Evelyn com uma expressão de irritação.

– Bom dia amor! – Disse Freddie, em seguida, me dando um selinho.

Freddie tinha acabado de chegar do trabalho, antes passando de carro buscar Evelyn da escola. Notei que a mesma não estava nem um pouco feliz. No mínimo havia brigado com alguém. Resolvi perguntar:

– O que aconteceu dessa vez Evelyn?

– Foi aquele chato do Alex de novo. Hoje, na entrada da escola, eu estava pegando meu material no armário e vendo que eu havia tirado “A” na prova de matemática, ele começou a tirar sarro de mim, me insultando e chamando de nerd. Então perdi a paciência e bati nele, o deixando com um dos olhos roxo. Só que bem na hora que ele caiu no chão, a diretora estava passando pelo corredor e viu tudo... por isso ela me deu uma advertência e disse que só entro na escola segunda, acompanhada pelo pai ou mãe. Como eu O-D-E-I-O aquele garoto!

No instante que Evelyn terminou a frase, Freddie e eu olhamos um para o outro e começamos a rir.

– Qual é a graça de levar advertência? – Minha filha disse totalmente desentendida.

Acontece que naquele momento, nós dois havíamos nos lembrado que agíamos praticamente da mesma forma um com o outro, quando jovens. Obviamente encaixamos Evelyn e Alex na mesma situação em que vivíamos.

– Quem sabe um dia você entende, assim como nós entendemos. – Freddie disse olhando para mim.

– Credo, parem de conversar em códigos, falem minha língua!

Evelyn ainda tinha 11 anos, era uma criança e não podia compreender os sentimentos, até porque nem mesma eu com meus 33 anos de idade conseguia compreendê-los direito... acho que ninguém pode ao certo decifrá-los.

– Filha, por favor, maneire mais essa mão e tenha paciência com os insultos! – Freddie disse alertando-a.

– Impossível! Todos devem ter o que merecem!

– Ok, eu sei que a sua mãe não foi um exemplo de boa aluna nos tempos de colégio, mas esses comportamentos, além de influenciarem na sua média bimestral, ainda vão te gerar uma expulsão!

– Certo, vou tentar... mas isso não muda em nada a minha inimizade com Alex Cortez! – Ela disse, falando as últimas palavras com um tom de irritação.

– Tudo bem, você e esse tal de Cortez podem ficar do jeito que quiserem desde que não me deem mais dor de cabeça. Enfim, vamos logo almoçar antes que a comida esfrie. – Eu disse indo em direção à mesa da cozinha.

Almoçamos tranquilamente, enquanto assistíamos à televisão lá da cozinha. Antes de Freddie e eu voltarmos para os nossos serviços, resolvi alertar Evelyn:

– Filha, não se esqueça de que hoje à noite, vamos ir à casa de Carly e Gibby, visitar o Spencer que está de viagem e logo na manhã do sábado, passaremos o dia todo na chácara de Robbie e Cat, por isso não se atrase para tomar banho. Quando voltarmos do trabalho, quero ver você pronta para sairmos!

– Pode deixar mãe.

Logo me despedi dela e fui trabalhar. Quando Freddie e eu voltamos para a casa, já eram seis horas da tarde. Pude ver que Evelyn estava com os cabelos úmidos, sentada fazendo uma tarefa que parecia ser de Geografia. Interpretei que ela já estivesse pronta.

– Oi mãe, oi pai! – Disse ela, vindo em nossa direção.

Logo ouvi Freddie comentando:

– Evelyn, você vai sair de casa vestida assim?

– Sim, por quê?

– Simples, porque você está de chinelo e com uma bermuda toda rasgada e encardida, de tanto jogar futebol!

– Mas esse é o meu short favorito! – Evelyn disse indignada.

– Por favor, vá colocar roupas e sapatos decentes!

– Ok. – Ela disse rendida.

Enquanto Evelyn trocava de roupa, Freddie e eu fomos tomar banho. Depois de arrumados, fomos para a casa da Carly e do Gibby.