Minha Querida Trolha escrita por Paloma Tsui


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Demorei pelo mesmo motivo de sempre. Enjoy ^_^



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Mais tarde, depois que todos foram para os seus respectivos quartos e se deitaram nas suas respectivas camas. Marie pensou sobre o tal sonho que ela e Newt tiveram, e como se ele lê-se os pensamentos dela, o loiro sutilmente entrou no quarto, sozinho.

_ Newt. O que esta fazendo aqui? – Marie perguntou sussurrando tentando não acordar Teresa.

_ Queria conversar sobre a coisa do sonho – Newt indagou.

_ Tem alguma idéia do que pode ser? – Marie ficou curiosa. Ela queria entender toda essa ligação com Newt. Queria saber por que ele era tão familiar a ela. Porque eles são tão parecidos.

_ Mais ou menos. – Newt vacilou no tom de voz. – Eu pensei sobre isso e lembro que o Tommy nos disse que alguns de nós somos modificados. Não sei se você sabe, mas o Thomas e a Teresa podem se comunicar telepaticamente, tipo, eles conseguem falar um na cabeça do outro, e se...

_ Espera ai. O que? – Marie interrompeu. – Essa trolha nunca me falou nada sobre essa coisa de telepatia. – Marie deu um solavanco em Teresa para que ela acordasse.

_ Que foi trolha? – Teresa acordou irritada. Ela se sentou e viu Newt no quarto. – Newt. O que esta fazendo aqui?

_ É a segunda vez que me fazem essa mesma pergunta. – Newt revirou os olhos.

_ Por que nunca me disse que consegue falar telepaticamente com o Thomas? – Marie indagou também irritada.

_ Porque você nunca me perguntou – Teresa disse num tom debochado. – E eu não entendo isso direito.

_ Marie. – Newt chamou. – O foco somos nós.

_ Ah. Sim. Claro. Continue. – Marie voltou a Newt.

_ Acho que pode ser parecido, mas a diferença é que podemos transmitir nossos pensamentos um para o outro, mas através de imagens e acho que precisamos estar em contato. – Newt vacilou no tom de voz de novo.

Teresa e Marie pensaram no assunto por um momento, estavam um tanto espantadas com o assunto.

_ Uau, fedelho, descobriu isso tudo sozinho? – Teresa brincou. – Se resolvam. Só que em voz baixa, eu vou dormir.

_ Por que acha que precisamos estar em contato? – Marie perguntou.

_ Por que o Thomas me explicou como ele faz com a Teresa, e não funcionou comigo. Pelo menos acho que não. Você não viu nada né? – Newt semicerrou os olhos.

_ Não, não vi. – Marie pensou sobre o assunto, mas realmente não tinha visto nenhuma imagem aleatória na cabeça.

_ Então quer tentar? – Newt propôs.

_ Tentar o que?

_ A coisa da telepatia, fedelha. Mas temos que dar as mãos. – Newt explicou revirando os olhos e depois sorriu. Ele achava Marie tão incrivelmente familiar que aquilo o assustava. Sentia que deveria protegê-la, cuidar dela, e estar com ela quando ela estivesse com medo. Sentiu isso desde a primeira vez que a viu. Embora quem tenha feito tudo isso havia sido Minho, e agora ele é namorado dela.

_ Ah. Claro. Tudo bem. – Marie estendeu a mão pra Newt e ele segurou. Os dois fecharam os olhos e respiraram fundo. – Ta. Pense no tal sonho que nos dois tivemos. Pense na imagem de todos nós juntos no sonho. Como foi essa cena?

Newt montou a imagem na sua cabeça, e tentou de algum modo passar ela pra Marie. Como Thomas havia dito. Procure uma ligação com o cérebro dela. A parte que vai de você a ela. E mande a mensagem através de lá. Newt tentou, esperou, respirou, e tentou de novo. E o jeito como Marie reagiu, fez Newt pensar que havia conseguido. Ela soltou a mão dele rapidamente e abriu os olhos que estavam azuis como os dele, incrivelmente azuis como os dele.

_ Foi exatamente assim. As blusas do time, os vestidos. Foi estranho. Apareceu no meu cérebro do nada, eu estava pensando no café da manha para me desviar do sonho e daí isso apareceu na minha cabeça. Newt isso é demais. – Marie pulou pra cima do loiro fazendo ele se deitar de costas na cama e ela por cima dele. De alguma maneira, não tinha malicia nos dois. Era uma relação pura.

Marie colocou a mão no rosto de Newt e fechou os olhos, e dessa vez, bem mais rápido que ele, ela conseguiu mostrar a ele o que queria. A parte favorita dela no sonho. Ela de braços dados com Newt de um lado e Minho de outro, com Thomas e Teresa andando ao lado, todos eles num corredor de escola, adolescentes normais. Ele abriu os olhos e sorriu com a visão. Os olhos tão azuis semelhantes dos dois pareciam se entender e se conectar de alguma forma.

_ Acho que você deveria ir dormir trolho. Fazemos mais disso amanhã. – Marie disse saindo de cima de Newt e deixando-o levantar. Ele abraçou Marie antes de sair e foi.

Marie não sabia como aconteceu, mas do nada, como num sonho, ela simplesmente lembrou. Todas as memórias de Marie voltaram como num turbilhão de imagens e sons. Era doloroso, mas ela queria aquilo.

Marie viu duas crianças, eram totalmente iguais, os mesmos olhos azuis, os mesmo cabelos loiros, Marie não tinha certeza se eram duas meninas ou dois meninos, em uma casa, num campo, correndo de um lado para o outro. Gêmeos unidos como um só. Uma mulher, também loira com os olhos um pouco verdes, chamou dois nomes, eles ecoaram na cabeça de Marie como uma explosão. Surpreendentemente, ela não conseguiu entender, era como se daquilo, ela não pudesse lembrar. Marie se lembrou da mulher cantando para as crianças. O cenário mudou, as duas crianças estavam encolhidas num canto, elas estavam um pouco mais velhas agora. Marie percebeu que um deles era um menino e a outra uma menina, o menino com os braços ao redor da garota protetoramente, a tal mulher deu um beijo nas duas crianças e subiu alguma escada rumo a lugar nenhum. Ela não voltou. Quem apareceu foram várias pessoas, eles levaram as crianças para um lugar que era apenas branco e cinza, tinha fios e maquinas por todo o canto. As outras crianças de lá eram solitárias e esquisitas, mas não os dois gêmeos, eles tinham um ao outro acima de tudo. Várias crianças foram sumindo, simplesmente sumindo, mas não os dois loiros, eles continuaram, assim como umas poucas crianças que no fim de toda a seleção já tinha crescido um bom tanto. Os gêmeos não se chamavam por nomes, até por que nem eles próprios sabiam qual era o nome deles, então o garoto chamava a irmã de “minha gêmea” e a garota chamava o irmão de “meu gêmeo”, até que um dia uma mulher pareceu e disse que a partir daquele momento, a garota se chamaria Marie Curie, e o garoto, Isaac Newton. Tudo mudou a partir daquele momento, eles mal tiveram tempo de crescer um pouco mais, eram apenas adolescentes quando um foi arrancado do outro. Doeu como uma cirurgia sem anestesia, mas não durou muito, um tempo depois a memória dos dois foi apagada, Marie era apenas Marie, e Isaac Newton era apenas Newt. Eles nunca mais se viram até chegar a tal hora, a hora em que Marie foi lançada de baixo pra cima pra dentro de um labirinto. E daí tudo simplesmente parou.

Sem saber com exatidão naquela hora o porquê Marie começou a chamar por Newt.

Marie não tinha certeza, mas parece que ela estava se contorcendo e chutando, enquanto Teresa tentava desesperadamente acordá-la, mas ela estava quase como num transe profundo do qual ela não queria acordar. Mas quando ela se acalmou, ficou chamando entre sussurros apenas um nome: Newt. Era como se ainda estivesse no transe, do qual talvez só Newt pudesse tirá-la. Teresa correu para chamar o loiro, mas com ele vieram acompanhados o asiático e o fedelho, Minho e Thomas.

Quando eles voltaram ao quarto ela parecia apenas dormindo.

Newt se ajoelhou perto dela e a sacudiu, Marie se virou e abriu brevemente os olhos, e quando ela viu a silhueta da sua cópia exata, da sua versão masculina que a muito havia sido arrancado dela, lagrimas surgiram nos olhos azuis de Marie.

_ O que foi? – Newt perguntou se levantando. Ele e Marie sentaram na cama.

_ Eu lembrei, minhas memórias voltaram. – Marie tinha lagrimas nos olhos, mas sorria. Todos ficaram pasmos.

_ Mas como assim? Por que você chamou o Newt? – Marie não sabia dizer se Minho estava perguntando por curiosidade ou por que havia ficado com ciúmes por ela ter chamado pelo loiro e não pelo asiático.

_ Por que ele é meu irmão. – Marie riu como se fosse uma brincadeira. – Meu gêmeo. – Ela enfatizou a frase na esperança que Newt percebesse. Que ele se lembrasse dela. Qualquer coisa. Pareceu funcionar o rosto de Newt se iluminou, ele arregalou os grandes olhos azuis idênticos ao de Marie e começou a piscar freneticamente. Marie sabia que como os pensamentos haviam ficado confusos, ele precisava organizá-los e lembrar.

_ Minha gêmea. – Havia funcionado. Newt se lembrava dela. – Eu me lembro, lembro de você, quando... , quando, quando... – ele parecia engasgado sem saber aonde colocar as palavras –, éramos crianças. Deus. Éramos tão parecidos. Somos tão parecidos.

_ Faz tanto sentido. – Marie indagou esbanjando felicidade. Finalmente duas pessoas que nasceram juntas, cresceram juntas e foram arrancadas uma da outra, estavam juntas novamente. – Eu não consigo me expressar.

_ E eu não consigo acreditar – Minho disse se mostrando embasbacado, como se aquilo fosse absurdo demais para ser verdade. – Como assim gêmeos?

_ Gêmeos, seu trolho. Sabe? Cresceram juntos na barriga da mãe, nasceram no mesmo dia, são incrivelmente parecidos. Gêmeos é isso. – Teresa respondeu ironicamente a pergunta de Minho.

_ Eu consigo me lembrar de nós dois, em uma casa normal, depois nos laboratórios do CRUEL, mas nada de detalhes, são informações maximizadas, mas eu me lembro de você é isso que importa. – Marie abraçou Newt com tanta força que achou até que poderia estar doendo.

_ Isso é muito incrível. – Thomas já sorria, assim como Teresa e até Minho agora.

_ Mas espera ai. – Newt objetou. – Minho. Você esta namorando a minha irmã gêmea? Como pode? Ela é minha gêmea!

_ Hei, calma ai loiro – Minho interrompeu. – Eu comecei a namorar ela antes de vocês descobrirem essa coisa de gêmeo.

_ Só estou brincando, asiático. – Newt deu tapinhas nas costas de Minho. – Mas saiba que agora aquelas tais regras valem mais do que nunca.

_ Ele sempre foi assim tão protetor? – Teresa perguntou com uma expressão de estranheza.

_ Sim, sempre – Marie admitiu feliz.


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Notas finais do capítulo

XOXO :*



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