Atraída por um Darcy escrita por Efêmera


Capítulo 12
Excitantes Férias de Verão — Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus anjos. Eu sei que sentiram a minha falta, pois eu também senti de vocês. E aqui segue um novo capítulo para vocês, afinal eu sei que estão curiosas sobre quem diabos é ele. hehehe Ah, e Feliz Natal atrasado, além de um Próspero Ano Novo.



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— Georgie... Quem é ele?

A essa altura ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas e eu desejei poder levar um pouco daquela dor comigo, porque afinal eu já tinha doutorado nisso, não é?

Ela suspirou, depois levantou e se aproximou da janela que dava para frente da casa. Eu fiz o mesmo e lhe acompanhei. Ficamos ali durante alguns minutos, mas eu não ousei quebrar o silêncio... Ela me diria quando estivesse pronta – embora eu estivesse morrendo de curiosidade. Depois de um tempo que me pareceu longo demais, dois homens, sobre um cavalo cada, apareceram no horizonte se aproximando da casa. Eu os reconheci na mesma hora e Georgie também, mas ela apenas se afastou da janela e voltou a sentar na poltrona, apoiando a cabeça entre as mãos.

— Eu sou uma tola, Lizzie.

— Por que, Georgie? Eu não entendo...

— Ele...

— Ele...

— Poxa, Lizzie, eu nunca disse isso para ninguém, é difícil falar. — ela falou e eu suspirei. Voltei a olhar através da janela e os homens estavam mais perto da mansão, logo estariam entrando.

— Ok, você não precisa dizer o nome, só confirmar ou negar a minha pergunta, ok?

Ela ficou calada por alguns segundos, mas logo suspirou e deu de ombros confirmando.

— Você disse que ele era leal a seu irmão e agora notei o quanto te deixou triste olhar para eles dois. — ela balançou a cabeça, confirmando, e eu tive certeza de que estava indo no caminho certo. — Richard...?

— Sim. — respondeu relutante. Então era isso? Ela estava apaixonada pelo primo dela, que também era o melhor amigo do irmão? Melhor amigo era forma de falar, porque ele estava mais para irmão.

— Você está falando sério? — Ela meneou a face na direção da janela e depois, olhando-me vermelha, balançou a cabeça em afirmação. Aquilo era tão estranho. — E qual o problema em vocês ficarem juntos?

Diante da minha pergunta, Georgie suspirou e se se encostou à poltrona. Tentando compreender tudo aquilo, me sentei na poltrona onde antes eu havia estado sentada.

— Eu poderia dizer que o fato dele não estar interessado seria uma variável muito importante, mas como essa não foi a sua pergunta, a resposta é bem diferente... Eu já te falei a minha história, depois disso foi muito difícil entrar em um relacionamento. Até mesmo com amigos... meu irmão sempre impediu que eu seguisse em diante. No máximo eu poderia ter amigas, mas eu me fechei por tanto tempo que as pessoas não se aproximavam mais, exceto por alguns garotos que no fundo eu sei que estavam interessados em algo mais. Quando isso acontecia eu deixava claro que não estava interessada na maior parte das vezes, mas teve uma ou duas vezes que eu tentei seguir em frente, mas aí entrou o meu irmão e colocou os caras para correr. Ele sempre faz isso. Já tentei algumas vezes fazê-lo parar, mas você sabe como ele é... e é meu irmão, eu não poderia ir contra alguma vontade dele mesmo que quisesse. Eu posso brincar com coisas irrelevantes, mas em assuntos sérios eu preciso escutá-lo. — Diante dessa afirmação eu tive que me conter para não revirar os olhos, afinal seria uma falta de respeito muito grande, mas eu iria falar... Ah, se ia. — Então... — continuou Georgie: — Como eu já o conheço, sei exatamente o que ele faria se eu me envolvesse com nosso primo. Sem falar que isso poderia afetar demais a amizade deles... Lizzie, eu não poderia ser feliz sabendo que acabei com essa amizade forte que há entre eles. Eles sempre foram como irmãos, não devem deixar de ser por minha causa.

Eu tive que ficar em silêncio um pouco a fim de refletir sobre o que Georgie havia me falado. Pensando melhor, depois de conviver todo aquele tempo com a família, pude ver o quanto Darcy protegia a irmã, então aquilo definitivamente não era coisa da cabeça de Georgie. No entanto, ela deveria mostrar a ele que não era mais aquela menina ingênua de antes e que poderia sim escolher alguém para namorar... e se essa pessoa fosse Richard ele teria que aceitar, afinal não tinha nada a ver com isso. Quanto a Richard eu não sabia. Até o momento não havia notado nenhuma atenção especial dele para com Georgie, ao contrário... ele nem sequer tocava no nome dela. Apesar de ser próximo de Darcy, nem ao menos havia visitado a mansão da família desde que eu havia ido morar lá. Será que haveria alguma chance dele se interessar por Georgie ou tudo o que sentiu foi apenas um sentimento bobo de criança e que passou há muito tempo? Eu gostaria muito de saber.

Enquanto minha mente vagava pelas memórias que tinha de Richard e tentava buscar respostas, meus olhos captaram o olhar de expectativa de Georgiana diante do meu silêncio e eu tive que sorrir sem graça.

— Eita, desculpa... estava pensando sobre tudo isso. Você se envolvendo com um sem vergonha e ignorando quem realmente se importa com você, seu irmão lhe proibindo de namorar e o seu interesse pelo seu primo, que por sinal é o melhor amigo do seu irmão. Tem como ficar mais trágico? Isso me lembrou de uma daquelas novelas mexicanas...

— Lizzie! — exclamou Georgie, vermelha.

— Desculpa de novo. Mas você sabe que precisa tomar uma atitude, certo?

— Atitude? Não acho que-

— Poxa, Georgie. — Tive que cortá-la. — Você já tem quase 18 anos, tem a mesma idade que seu irmão, está na hora de escolher o que quer fazer da vida. Ele não pode ficar lhe impedindo de viver.

— Eu sei... É que é tão difícil ir contra ele. — lamentou.

— Por quê?

— Porque... Porque... Porque ele é meu irmão e sei o quanto ficaria chateado.

— Mas é da vida, inevitavelmente ele vai ficar chateado com alguma coisa. O que é mais importante: evitar deixá-lo chateado ou ser feliz?

— Eu não sei... — sussurrou e eu revirei os olhos.

— Por Deus, Georgie. Se Darcy ficar chateado, e isso é “se ficar”, provavelmente não dure muito tempo. Uma vez que ele veja o quanto Richard te deixa feliz ele vai voltar atrás e aceitar vocês dois. Você não pode deixar de viver para não deixar o seu irmão triste, pois isso faz parte da vida. Ele não pode ter tudo, assim como todos nós, e você também não pode viver em função dele, afinal tem a sua vida para aproveitar. — explodi.

— Eu sei, eu sei... Mas é tudo tão incerto. E se Richard não gostar mais de mim? Eu fui uma tola! — lamentou e eu estava vendo a hora ela chorar.

— E se ele gostar? Ninguém esquece outra pessoa tão rápido assim não. Se o que ele sentiu foi sincero, sente até hoje. Se não, você foi quem saiu ganhando e partirá para outro, mesmo que isso a magoe no começo.

— Eu também sei disso... Mas e se ele gostar? Não sei o que devo fazer. Como fazê-lo se declarar? — murmurou e um plano começou a se formar em minha mente. Eu sabia exatamente o que deveria fazer e Char iria me ajudar!

— Eu tenho certeza que no mínimo ele gosta. Você disse que faz tempo que ele não lhe visita, não é?

— Sim, ele costumava visitar bastante. Parou tem alguns meses.

— Hmm... — murmurei enquanto avaliava cada passo do meu plano. — Não sei o que esperar, Georgie, mas prefiro acreditar que Rich não é inconstante. Agora se tiver sido uma atração de criança... não sei, mas, de qualquer forma, você precisa fazer algo.

— Fazer algo? Você está louca? — exclamou Georgie assustada e eu tive que rir.

— Sim, você definitivamente precisa fazer algo. Você sabe... fazer alguma coisa para que ele volte a pensar em você como mulher. Quem sabe funcione...

— E se não funcionar? Acabarei sendo humilhada quando ele me der o fora-

— Shhh! — interpelei. — Você precisa ficar em silêncio e me escutar, ok? — Ela ficou em silêncio e eu continuei: — Nós vamos, cautelosamente, fazer com que Rich te enxergue. Ele não vai perceber que estamos armando, nem seu irmão, mas se ele sentir algo... pode ter certeza que vamos descobrir e seguiremos para a segunda fase.

— Segunda fase? — indagou confusa.

— Sim, o ataque. — repliquei com uma piscadela.

Quem me ouvia assim poderia pensar que eu entendia tudo de casais, o que na verdade era o contrário. O máximo que eu poderia fazer era ajudar Georgie com coisas superficiais, mas no fim isso tudo só daria certo se Rich realmente gostasse dela. Eu tinha fé no meu plano, mas iria precisar da ajuda da Char para saber exatamente o que fazer... e da Jane, porque, afinal, seria ela que iria dizer se o que iríamos fazer era exagero ou não. Jane era a nossa voz da razão, sem ela eu temo que eu e char já teríamos passado dos limites – Char principalmente.

Embora Georgie ficasse me perguntando durante um bom tempo sobre que tipo de ataque eu me referia, eu fiquei calada, só falando quando encontramos Char e Jane. Jane havia passado todo o tempo com Charles, conhecendo o que havia dado tempo de conhecer naquela manhã, já Char eu preferi não perguntar, afinal sabemos o que pode sair daquela boca. Como faltava algum tempo até a hora em que o almoço seria servido, nos trancamos no meu quarto e começamos a colocar em prática o nosso plano, isso depois de atualizarmos as meninas sobre o assunto.

— Antes de tudo precisamos saber se ele realmente sente algo, não podemos atacar sem conhecer o território inimigo. — iniciou char e eu assenti, mas Georgie não estava muito feliz com o nosso linguajar.

— Território inimigo? Mas, gente, é só o Richard-

— Sim, território inimigo, afinal homens são homens. — interpelou Jane.

— Ok, ok... E o que vocês têm em mente? — indagou Georgie.

— Primeiro vamos observar. — falei.

— Não concordo em parte. — disse Char, pensativa: — Observar é uma boa, mas só isso não basta. Georgie precisa fazer algo, chamar a atenção dele e aí observaremos as ações dele. Dependendo do comportamento, acredito que teremos nossas respostas.

— E o que eu farei? — falou Georgie, mas ela parecia assustada demais e eu senti pena, mas foi Charlotte que falou.

— Não precisa ficar assim, Georgie, você só precisará falar com ele como prima. Se atualizar sobre a família, perguntar como vai na escola, se ele andou se interessando por alguém e coisas do tipo. Basta apenas conversar e arrumar alguma desculpa para tirá-lo de perto do seu irmão, pode deixar o resto com a gente.

— Ok.

Quando o almoço foi anunciado, deixamos o meu quarto e seguimos para a sala de jantar – ou o que eu achava que era, afinal não conhecia quase nada ali. Assim que chegamos dois pares de olhos viraram para nos receber, enquanto o dono do terceiro estava ocupado em uma ligação em um canto mais distante da sala.

Charles logo se adiantou e levantou-se para puxar uma cadeira para Jane, o que já era esperado, já Richard fez o mesmo, mas comigo, e eu o olhei de lado sentindo uma vontade enorme de dar um soco na cara dele para aprender a ser homem. Foi só quando me sentei que notei que Georgie estava com a cabeça abaixada, triste. Droga!

— Aconteceu alguma coisa, Georgie? — indagou Darcy assim que se aproximou da mesa e eu quis me bater... e quebrar a cara de Rich. Georgie ergueu a cabeça mordendo os lábios, talvez para tentar esconder a tristeza, mas qualquer um poderia ver.

— Errr... n-não.

— Tem certeza? — insistiu Darcy, preocupado.

— S-sim, não se preocupe. — tornou Georgie, um pouco mais confiante.

— Ok. — assentiu Darcy, mas era óbvio que não estava acreditando naquilo. Nesse mesmo instante eu olhei para o lado, apenas para dar de cara com Rich que estava encarando o seu prato como se esperasse que a comida brotasse dali. Eu, me aproveitando da minha delicadeza, bati com o meu cotovelo em seu braço, fazendo com que ele me olhasse.

— Idiota! — sussurrei irritada e fechei a cara, voltando a olhar ao redor.

— Hã? — foi só o que ouvi em resposta.

Almoçamos sem maiores dores de cabeça, embora eu pudesse ver o quanto Georgie ainda parecia triste. Maldito Richard! E, para piorar, ele tentava puxar assunto comigo quando eu estava chateada com ele, me perguntando o motivo do meu “idiota”. Eu não conseguia entender como os homens podem ser tão cegos! Mas enquanto eu não estava nem um pouco receptiva, Char era o oposto, e propôs que todos fizessem um piquenique próximo ao rio que ficava dentro da propriedade. Darcy não se agradou muito da ideia, mas uma vez que todos gostaram, ele foi impelido a aceitar. Dessa forma, assim que terminamos a refeição começamos a nos preparar para a tarde que prometia ser mais longa do que qualquer outra até aquele dia.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que algumas de vocês não esperavam um romance entre Georgie e Richard, mas eu tenho que admitir que sempre pensava nisso quando lia O&P. Acho que uma ou duas pessoas esperavam mesmo era que Richard ficasse com Anne, mas eu não vejo os dois juntos, tenho algo bem mais surpreendente para Anne e vocês verão mais para frente. Anne será um amor e, diferente do que acontece no livro, vocês vão amá-la. (olha o spoiler hehehe) O próximo cap será um POV da Georgie. Acredito que a maioria queira um POV do Harvey, ou da char, mas por agora eu quis seguir com a Georgie... aviso logo que demorará um pouco para ter novamente um POV da Lizzie, ou seja, como falei, o romance dos dois não ficará em foco enquanto durar o Capítulo 4, mas eu creio que vocês vão gostar de estar na mente da doce Georgie, afinal ela sabe de coisas que ninguém mais poderia saber ali. kkk Beijinhos e até mais, afinal o cap está quase pronto.



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