Atraída por um Darcy escrita por Efêmera


Capítulo 10
Coração em Risco — Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, meu amores. Eu sei que estou postando beem antes do tempo de costume, mas, como falei, estou de férias e meu tempo, às vezes, fica bem folgado, dessa forma irei me redimir um pouco... mas só um pouco. Hoje eu irei digitar bastante nessas notas, então não deixem de ler a do fim do capítulo. :3 Ah! Eu vi alguns comentários e fiquei "Oh! Terei que frustrar os sonhos de algumas pessoas, mas infelizmente farei isso." O caso é o seguinte, gente. Infelizmente, se vocês querem um romance de pegação, este não é o caso. Vai ter pegação, claro, é um +18, mas Darcy é um cavalheiro (um bem moderninho, mas é) e a Lizzie não é oferecida, sem falar que eles são novos demais. Não irei fazer uma daquelas fanfics onde tem sexo onde não cabe, porque isso é irreal demais até para mim! Vai ter, sim, no tempo certo, o que demorará bastante. Até lá eu irei garantir as risadas, que são váriaaaaaas. A questão é que o romance ainda está sendo construído, isso em um Darcy perdido e em uma Lizzie sem orgulho. O Darcy, antes de tudo, precisa gostar da Lizzie e aceitar isso. Isso não é spoiler, vocês sabem que é mais que óbvio que irá acontecer, afinal é totalmente baseada em Itazura na Kiss. No fim, que será lá pelo meio da fic, nós teremos o que vocês tanto querem. Mas só lá. E eu ainda arrumarei um jeito de colocar piada no meio, porque essa sou eu: meus romances precisam ser uma comédia! Por hora, se tiverem paciência, continuem me acompanhando.



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E ele continuou aproximando seu rosto, deixando-me quase sentir o sabor do seu hálito de tão perto que sua boca estava da minha... — Porque, na verdade, o que eu quero e o que desejo, agora, vem me confundindo terrivelmente. Você compreende? — prosseguiu e eu pude sentir seus lábios roçarem os meus.

Ou pelo menos foi o que eu pensei...

Lá, no meu subconsciente, eu tinha essa capacidade louca em alucinar.

No entanto, na minha realidade, ele começou a gargalhar enquanto me empurrava para que eu me erguesse. Claro, sem ignorar o vermelhão que tomou conta do meu rosto – era inevitável... assim como a fúria que tomou conta de mim depois que eu consegui conter aquela outra emoção muito da embaraçosa.

— Seu idiota! — gritei encarando-o, mas o imbecil só continuou rindo. E o pior nem era isso... Mesmo estando com raiva pelo que ele tinha feito e por estar rindo de mim, eu ainda não conseguia ignorar como vê-lo tão descontraído daquela forma me deixava extasiada. Sou mesmo uma doente.

— O que você fez, irmão? — E só então eu notei que Georgie estava na escada, praticamente no mesmo lugar onde eu havia parado anteriormente. — Você sabe o quanto mamãe ficaria aborrecida se você estivesse fazendo algo para Lizzie.

E foi aí que eu vi a minha chance! Ainda com a mesma raiva, segurei firme o seu olhar até que ele compreendeu e parou de rir. Ponto para mim!

— Não, claro, eu não fiz nada, irmã. — falou ainda me encarando sério – ou quase, já que estava era com mais receio das coisas complicarem para o lado dele... pois bem, nosso menininho se pelava de medo da mãe –, mas ergueu-se para se aproximar e envolver o braço direito ao redor da minha cintura: — A propósito, você está linda. — falou deixando um beijo na minha bochecha. Eu sabia que o beijo era só uma desculpa para algo, o que se tornou claro diante das suas próximas palavras sussurradas: — Mantenha isso entre nós!

Eu suspirei. Afinal, né... Mas não iria ceder.

— Não adianta, você está na minha mão pelo resto da noite. E eu realmente não me importo com mais nada, então até o final da noite irei dar o troco. — respondi em outro sussurro e me afastei. Ficar tão perto dele estava me fazendo mal, porque me fazia tão bem que eu esquecia o que aquilo realmente significava e começava a sonhar. Enquanto ainda me afastava, ouvimos vozes dos andares superiores e logo meu pai se aproximou com os pais de Georgie, todos muito bem vestidos (afinal, meu pai também foi presenteado com um closet novo... em menor quantidade e só aceitou porque o Sr. Darcy usou aquele momento para cobrar um favor antigo).

Eu vi o quanto escutar a voz dos pais haviam deixado Darcy incomodado e também notei quando ele tentou disfarçar e voltou a sentar na poltrona, passando a aparentemente ignorar a todos nós.

Nós saímos em dois carros, ambos iguais ao que me levava todos os dias para a escola. Um era dirigido pelo motorista e segurança pessoal do Sr. Darcy, no qual ia o próprio Sr. Darcy, Maggie e meu pai. No segundo carro, dirigido como sempre pelo Sr. Reynolds, ia eu, Georgie, Darcy e o Sr. Ferrars. O que me fez ficar curiosa...

— Eu não compreendo por que seu pai só tem um motorista, que também é segurança, mas para vocês ele faz completamente diferente, tendo um empregado para cada função.

Georgie pareceu ponderar, depois olhou para Darcy e voltou-se novamente para mim.

— Eu acho que você não compreendeu mesmo, Lizzie... — murmurou — O segurança nem é tão importante, nossa família nunca realmente precisou... não até recentemente. — E nesse momento ela pausou, olhando novamente para Darcy. Eu também olhei, mas ele olhava tranquilamente para a estrada pela janela. Voltando a olhar para mim, tornou: — O segurança do meu pai é mais motorista do que tudo e são raros os momentos em que meu pai usa seus serviços. Hoje, no entanto, ele quer beber algo, por isso prefere não dirigir. Já o Sr. Ferrars... ele não é meu segurança, nem nosso, e sim do Will. Ele realmente precisa de segurança. — O quê? Eu olhei novamente para ele, que continuava encarando a estrada sem falar nada e muito menos parecer se importar com a nossa conversa. — Veja bem... nem sempre foi assim. Nossas vidas eram normais, eu e o Will estudávamos na mesma escola, o Sr. Reynolds sempre nos levando e nos deixando no portão. No entanto algumas coisas aconteceram e eu resolvi estudar em casa. Um tempo depois, o Will começou a chegar em casa um pouco mais bagunçado do que antes. Era estranho, mas mamãe ignorou porque achou que fosse coisa de garoto. Só que não era bem coisa de garoto, descobrimos isso quando um dia ele chegou sangrando. Mamãe perguntou e-

— Georgiana, pare. — a voz profunda tomou o carro e eu me encolhi porque era no mínimo assustadora. Georgie parou, embora parecesse relutante, e se fez um silêncio irritante. Eu queria tocar em qualquer assunto para aliviar o clima, mas não conseguia pensar em nada. Por sorte, paramos em frente a um restaurante e descemos.

O lugar era adorável, chamava-se Bella, segundo Georgie, em homenagem à esposa do dono, e muito aconchegante. Um lugar para a família, diferente do que eu estava esperando... aqueles restaurantes chiques sem nada pessoal, apenas funcional.

Fomos levamos para um espaço reservado para os VIPs e, pelo que percebi, a família Darcy conhecia todos por quem passava, os cumprimentando com bastante atenção. Aquela família me surpreendia a cada dia.

Assim que tomamos nosso lugar, o maitre chamou um garçom que nos serviu vinho – Maggie disse que, como iríamos comemorar a minha ida para morar na mansão e minhas notas ótimas, todos poderiam beber – e se retirou.

Passamos um início de noite ótimo, falando sobre os acontecimentos dos últimos dias enquanto saboreávamos a entrada e o prato principal. Antes da sobremesa, no entanto, Georgie e eu decidimos ir ao WC para retocar a maquiagem. Para minha sorte, Maggie não quis se juntar a nós, o que me deu a chance de aproveitar o momento.

— Georgie... — comecei enquanto retocava o batom. — Sobre aquilo que falava no carro...

— Desculpa, Lizzie, eu realmente gostaria de ter terminado, mas você viu como Will ficou. É um assunto muito delicado para ele.

— Certo, entendi, já que você não quer continuar tudo bem.

— Não! Não é isso... Eu sei como você se importa com o meu irmão, é claro que quero lhe contar. Só que não podia fazer isso na frente dele quando ele não queria que eu fizesse. Você deve me compreender, meu irmão sabe ser duro da mesma forma como sabe ser carinhoso. E ele não me perdoaria se eu tivesse falado. Não ali, de qualquer forma.

— Então... se ele não vai perdoar você, prefiro que não me fale.

— De forma alguma, ele me perdoará com o tempo. Onde foi que eu parei mesmo? Hmm... — ela pausou enquanto tentava lembrar — Ah, sim! A gente não desconfiava de nada, até que um dia ele chegou sangrando em casa. Mamãe ficou assustada, porque Will nunca foi de se meter em brigas, e ela disse que iria falar com papai. Se papai soubesse, as coisas iriam piorar para Will, afinal ele é um Marquês e herdeiro de um Duque, não pode se meter em coisas ilícitas. Will pediu para que mamãe não fizesse, implorou como nunca o vi fazer antes, até que no fim ela acabou aceitando. Seria melhor se não tivesse feito... E assim passou muitos meses. Mamãe não via, mas eu sim... Várias vezes Will chegava bem pior do que nesse dia em particular, e também começou a ficar mais fechado na biblioteca. Eu sei que ele sempre foi um gênio, mas realmente não precisava ficar tão preso assim. Mamãe não gostava disso, mas achava que era melhor do que ficar saindo com esses supostos novos amigos que ela achava que ele tinha. E eu também acreditava que tinha mesmo esses novos amigos, até que encontrei Richard para saber melhor o que estava acontecendo e ele me disse que não tinha nada de novos amigos. Segundo ele, Will estava sendo perseguido por uma garota um pouco mais velha, do último ano. E, mesmo Richard e Charles o mandando ir à polícia, ele disse que isso só faria nossos pais prender ele ainda mais e colocar um segurança na cola dele – ele não poderia estar mais certo. Essa garota... é... Thorpe. Isabella Thorpe, antes, mesmo ele sendo ainda do primeiro ano, vivia pedindo para que ele a ajudasse nas atividades. Meu irmão nunca foi de dizer não para quem lhe pedisse ajuda, então aceitou. Depois disso, ela começou a dizer em toda a escola que eles estavam namorando. Meu irmão não sabia de nada do que estava acontecendo e continuou ajudando ela, até que Charles perguntou se era verdade e ele não gostou nada de saber que novamente era o assunto na escola. Bem, ele sempre foi, mas segundo Richard tinha acontecido algo no ano anterior que ressuscitou a vontade de todos falarem dele tão avidamente. Eu não faço ideia do que pode ter sido, mas foi algo quente.

Algo quente. Será que...? Não, não pode ser!

— No fim, ele foi até a tal Srta. Thorpe e pediu para que ela desmentisse tudo o que estavam falando, ou então não ajudaria mais ela com nenhuma atividade. Ela disse que iria desmentir e ele acreditou, pelo menos por um tempo, mas depois, quando percebeu que ela não iria fazer, ele mesmo cuidou de fazer com que todos soubessem que era mentira e se afastou dela. Ela, no entanto, não ficou satisfeita e começou a perseguir ele, falando que ele não podia terminar o “namoro” do nada porque eles estavam apaixonados, ou seja, ela estava louca. Ele tentou a todo custo manter isso longe da mamãe e do papai, porque sabia, segundo as próprias palavras do papai, que ninguém poderia mexer com o futuro Duque de Dorset. No fim meu irmão ainda estava tentando proteger aquela louca. — suspirou Georgie revirando os olhos. — Mas depois de um tempo ela passou de ameaças para agressões, o seguindo e o pegando de surpresa. Ele começou até a sair poucas vezes de casa, porque, sabe Deus lá como, ela sempre descobria onde ele estava. Eu ainda não entendo como meu irmão deixou isso ir tão longe, mas era realmente lamentável. Pelo menos foi isso que Rick me disse e eu o agradeci muito, porque então eu pude ficar de olho para o caso de ter que intervir, embora eu fosse gostar mais de fazer isso ainda naquele momento... mas eu sempre respeitei muito o Will e se ele queria que as coisas ficassem em segredo, elas iriam ficar. Isso deu certo por um tempo, até que ele se meteu em um acidente grave que precisou ficar em coma induzido por alguns dias. Mamãe ficou louca, papai nem se fala... o Will sempre foi o seu protegido, afinal seria o herdeiro dele e o responsável por proteger o meu futuro. O filho homem mais velho tem muita responsabilidade nas costas, e vê-lo ali em cima daquela cama não fez nenhum de nós feliz, mas como eu estava muito desconfiada, acabei chamando Charles e Rick para ter uma conversa e eles me falaram tudo. Como sempre, a tal Isabella estava envolvida. Segundo eles... — Georgie parou, fechando os olhos por alguns segundos. — Segundo eles, ela tinha conseguido um carro e, enquanto meu irmão saía da escola, ainda no portão, ela atirou o veículo em cima dele e depois conseguiu fugir. Por sorte ainda era cedo e não havia muitas pessoas ali, mas até Rick e Charles estavam meio machucados. Eles disseram que iriam contar tudo, só precisavam ter certeza de que era mesmo ela e que conseguiram a confirmação porque uma das pessoas presentes conseguiu registrar a placa do carro e eles levaram à polícia. Meu pai ficou furioso e não demorou muitos minutos até que tinha todos os dados da tal família Thorpe. Era uma família grande e o pai não gostou nada de saber que ela havia se metido com o Marquês de Derby, o único herdeiro do Duque de Dorset. Ele sabe o quanto um herdeiro é importante para um nobre, ainda mais um que tem filhas. Meu pai disse que, se ele não cuidasse para que a filha nunca mais chegasse perto do Will ou de qualquer membro da família, iria cuidar para que a empresa do Sr. Thorpe falisse em poucos meses. E o Sr. Thorpe conhecia o meu pai o suficiente para saber que aquilo não era uma ameaça vã. Então, para manter isso longe de impressa, preferimos ficar longe da investigação e deixamos o nome do Will de fora. Hoje a Srta. Thorpe está internada em um hospital para deficientes mentais no Canadá, sem qualquer meio de voltar a Londres e deve permanecer lá por muitos anos. Depois de alguns dias, meu irmão finalmente voltou aos sentidos e poucas semanas depois teve alta, não levando muito tempo para se recuperar. Como ele queria retornar à escola mesmo depois de tudo e não queria negociar com mamãe e papai, que eram contra, acabou ficando acertado que ele teria um segurança particular e contrataram o Sr. Ferrars, que é novo o suficiente para não chamar atenção em alguns momentos. Ele e Will são até bons amigos, quando Will assim deseja. É por isso que, mesmo quando você não o vê, o Sr. Ferrars sempre está por perto do Will. Ele é bom em se fazer invisível, mas não fique surpresa se, em algum momento qualquer, ele aparecer do nada. O trabalho dele em manter Will longe de problemas, e vem conseguindo isso até hoje. — finalizou sorrindo.

Eu fiquei olhando-a em silêncio. Tipo, era difícil falar depois daquela história que mais parecia coisa de filme. Will sendo vitima de uma perseguidora? Eu não podia acreditar! E o pior... alguma coisa me dizia que eu tinha alguma culpa naquilo tudo. Eu era causadora do sofrimento de toda aquela família...

Como eu permaneci em silêncio, Georgie terminou de retocar a sua maquiagem e se adiantou até a saída.

— Vamos, Lizzie, já demoramos demais aqui. Logo mamãe não aguentará mais esperar e virá atrás da gente.

— Sim, certo. — murmurei alcançando a minha bolsa e a seguindo.

Todos, exceto Darcy, comentaram sobre a nossa demora e usamos a desculpa de que estávamos falando sobre coisas de garota e esquecemos a hora. Isso sempre funcionava. E não era lá uma mentira muito grande, afinal perdemos mesmo a noção do tempo falando sobre Darcy, que era irmão da Georgie, que era uma garota, e algo de meu interesse, e eu também sou uma garota. Então, né.

Depois das explicações, seguimos com a noite. Como todos estavam rindo sem nos dar muita atenção, aproveitei para exagerar um pouco na bebida, o que afetou bastante a minha inibição. Eu não estava tão bêbada, afinal conseguia compreender tudo muito bem, mas não estava com uma capacidade muito grande de manter a boca fechada, o que era um perigo daqueles.

Meu pai e o Sr. Darcy, relembrando os tempos de juventude, resolveram improvisar e começaram a cantar um sucesso dos anos... bem, sei lá de qual ano era, mas certeza que eu ainda não havia nascido. E até que eles cantavam bem. Quando terminaram, depois que havíamos elogiado os dois, a Sra. Darcy virou-se para Darcy, que nos ignorava totalmente enquanto teclava no celular, e sorriu abertamente.

— William, junte-se a nós e cante algo.

Darcy levantou os olhos do celular e olhou para Maggie com a orelha esquerda arqueada.

— Você está bêbada, não é?

— O quê? Ei! Pare de ser assim e cante uma música.

Para mim, era mais que óbvio que ele não iria fazer. Afinal, estávamos falando de Fitzwilliam Darcy, o cara que não mostra fraqueza ou faz papel de ridículo – embora eu achasse que ele cantaria muito bem, se quisesse. Ok, ok. Mas antes que eu pudesse me segurar, já estava falando.

— Esqueça. Irá Fitzwilliam Darcy cantar em um lugar tão modesto?

Mas meu pai entendeu tudo e também não ficou parado, falando sorrindo, mas também preocupado.

— Você está bêbada!

— Que bêbada? Ainda nem terminei com essa taça! — pausei suspirando. — Me chamando de insignificante... dizendo que eu poderia morrer que ele não iria se importar. Papai, — continuei, virando para o meu pai. — ele diz que sou inconveniente, querendo dizer que só atrapalho a vida dele.

— É isso mesmo, Fitzwilliam? — perguntou Maggie.

— É sério? — indagou papai, se sentindo incomodado.

— Não é nada disso. — interveio Darcy, completamente desconfortável e sem graça. Eu estava tão fora de mim que nem pude aproveitar aquele pequeno momento que me traria alguma satisfação.

— Não acredito, Will. — lamentou Georgie. Não escutei o Sr. Darcy, mas eu já o conhecia o suficiente para saber que ele estava ponderando sobre tudo para agir no futuro. Ele era assim: silencioso, mas fatal. Um pouco igual ao filho.

— Fitzwilliam Darcy, você é assim tão perfeito? — falei lamentando, porque eu não poderia ficar calada. — Tão perfeito que pode menosprezar as pessoas? Você disse para não revelar que morávamos na mesma casa, mas o que eu poderia fazer? Como eu poderia explicar para os meus amigos? Tive que mentir para eles como nunca havia feito antes. Na frente de todos, você precisava dizer coisas assim? Você sempre faz isso, sempre malvado comigo!

— Hora de ir para casa. — interpelou Darcy ainda sem graça, já se levantando.

— Isso mesmo! — falou papai, mas eu o segurei para que se sentasse novamente. Darcy fez o mesmo.

— Vejam só, olhem para ele querendo acabar com o discurso das pessoas. Só ele pode falar! Continua me criticando e tirando com a minha cara. Você só faz comentários maldosos. — E o mais inacreditável era que ele continuava me olhando nos olhos, mesmo se sentindo desconfortável. — Eu realmente te odeio, absolutamente te odeio!

— Você realmente está bêbada, Lizzie? E com algo tão fraco como... Nossa, olhe para você. — murmurou papai.

— Lizzie, você realmente odeia o William? — perguntou Maggie com a voz triste. — Mas durante esses dias, eu achei que vocês formavam um casal maravilhoso e compatível. Eu não sabia que o detestava tanto.

— Isso mesmo! — E não seria agora que eu iria calar a minha boca, né? — Eu realmente não gosto dele. Maggie, Sr. Darcy, Georgie... Sr. Reynolds, Sr. Ferrars... todos... eu gosto de todos. Mas... Darcy é o único que eu não gosto. — afirmei apontando o indicador direito para ele, que olhou para o seu celular por um momento e depois olhou de volta para mim, sorrindo.

— Certo. — falou.

— Certo. — repeti.

— Você não estaria querendo dizer justamente o oposto? — indagou ainda sorrindo.

— O quê? — perguntei sem entender.

— “Eu venho, durante todo esse tempo, escondendo o que sinto. Mas não posso mais. Quando lhe vejo, sinto como se todo o sentimento que venho guardando se tornasse tão claro. É impossível me controlar, ser eu mesma, quando estou em sua presença.”

— Ei!

— “Por isso, por favor, perdoe o meu atrevimento. Eu sinto que preciso lhe dizer o quanto lhe admiro e amo. Posso ser nova para compreender o significado do amor, mas não posso deixar de acreditar que realmente o sinto. Durante a escola, mesmo eu só podendo passar por você, ainda assim penso todos os dias em como seria estar ao seu lado. — ele continuava falando enquanto me olhava sorrindo, e eu não conseguia pensar em um pesadelo pior. — Você é tão maravilhoso em meus sonhos.”

— Cale a boca! — gritei jogando a primeira coisa que vi na minha frente, que por sinal era uma taça que, felizmente, bateu em seu ombro, mas que não o machucou demais. — Seu imbecil! Você a leu sem minha permissão? Isso é terrível.

— Mas você escreveu para mim! — Darcy gritou enquanto tentava se limpar, o conteúdo da taça havia molhado todo o seu ombro.

— E você rejeitou! Ainda assim, não precisava decorar!

— Não é minha culpa se decoro mesmo quando leio apenas uma vez! O que eu poderia fazer, arrancar meu cérebro para lhe fazer feliz?

— O que é isso? — perguntou Georgie, olhando entre nós dois.

— Lizzie... Você... Você escreveu uma carta para William? — indagou Sra. Darcy. Droga, ela precisava ser tão esperta? Eu não precisei responder, meu silêncio já era resposta suficiente. — Então não era apenas um desejo meu! — comemorou contente.

— Certo. — e eu estava mais para lá do que para cá. — Eu posso ser uma infeliz na frente da pessoa que desejo, mas isso terá um fim agora. Mesmo que depois de todos esses anos ainda exista algum afeto, está acabado agora.

— É mesmo? — perguntou sorrindo.

— Sim, arrogante. É tão sujo e desprezível que não posso mais continuar com isso. Fitzwilliam Darcy, a partir de hoje eu te odeio! — falei com toda a minha possível glória, mas depois disso minhas pernas estavam tão pesadas que eu caí. Todos correram para me ajudar, mas ninguém conseguia me segurar sozinho. Darcy continuava no seu lugar, olhando para mim em toda a sua indiferença.

— Vamos, Fitzwilliam. Ajude Lizzie! — escutei a voz da Sra. Darcy.

— Eu?

— Por quê? Quer que eu coloque nas minhas costas? Vamos!

— Não precisa, deixe que eu pego. — interveio o meu pai, tentando me segurar, mas sem ter sucesso. Poderíamos ter caído, nós dois, mas o Sr. Darcy nos ajudou.

— Vamos, Fitzwilliam!

— Tão problemática! — resmungou, mas eu senti quando ele me apoiou para que deixássemos o lugar.

Eu não estava muito bem, mas, como eu estava deitada, pude perceber que Georgie não estava ali, o que deixava claro que quem estava no carro, além do motorista e do segurança, era apenas eu e Darcy. Não lembro muito bem se era coisa da minha mente, mas parecia até que minha cabeça estava apoiada no seu colo. Como não imaginava como Darcy poderia permitir tal coisa, aquilo só poderia ser coisa da minha cabeça. Não demorou muito, afinal eu tive momentos em que perdi a consciência de tão cansada que estava, e logo estávamos parando em frente à mansão. Como havia feito antes, Darcy me apoiou nele e me levou até o elevador, depois me levantou nos braços para me levar ao meu quarto. Mesmo não estando muito bem, eu sabia que era ele ali.

— Seu imbecil...

— Você realmente consegue o que quer, hein, Bennet. Acabou me colocando em uma enrascada.

— O quê? Do que está falando? — resmunguei meio sonolenta sem compreender.

— Só estou falando o quanto você é maravilhosa.

Eu comecei a tomar consciência pouco a pouco, até que compreendi o que estava acontecendo.

— Ei! Me coloque no chão! Por que você está me carregando?

— Você parou de gostar de mim, não é?

— O quê? Sim, parei!

— Oh! Isso é tão bom... Você sabe, eu preciso pensar nos meus filhos.

— O quê?

— Fico pensando como seria o futuro se eu te escolhesse. Porque, se continuar assim, você não teme pelo futuro deles?

— Do que você está falando?

— Me parece pior do que eu esperava. Você não se preocupa com os seus futuros filhos, Lizzie? Digo... Se continuar assim, quando o seu filho nascer, você conseguirá amamentá-lo?

Então eu compreendi sobre o que ele estava falando. Demorou, mas sim, mesmo bêbada eu não era tão demente. Afinal, eu estava em seus braços e ele estava conseguindo ter uma bela visão da área transparente do meu decote, que não estava bem em cima do decote e me deixava muito exposta, o que resultou em um ato impensado onde eu o empurrei e ambos caímos esparramados no chão duro do corredor, bem na frente do meu quarto.

— Sua louca! — gritou Darcy com raiva.

— Seu pervertido! — revidei, tentando esconder meu decote transparente.

— Eu avisei! Pare de andar de tubinho por aí. Eu sou homem e solteiro, se me mostrar eu vou olhar sim, não sou cego!

— Pois vai ficar se olhar outra vez!

— Como se tivesse alguma coisa para ver, até parece que sua barriga vai até o pescoço.

— Ah, seu idiota! — gritei pulando em cima dele para acertar algumas tapas, mas o idiota era mais rápido e segurou os meus dois pulsos, empurrando-me para trás e caindo com seu corpo sobre o meu. — Ai! Sai de cima de mim! — continuei gritando enquanto me debatia. Ele, para limitar meus movimentos, prendeu minhas mãos sobre o chão e usou suas pernas para prender as minhas. Eu ainda poderia dar cabeçadas, mas não achei que teria muito sucesso batendo naquele cabeça dura, então nem tentei.

— Cale a boca ou você vai chamar atenção demais e acredite quando digo que dessa vez vai se arrepender! — rosnou.

— Eu não vou me calar, pare de ser idiota! Sai! Sai! — e nisso eu fiquei gritando, mas ele só me segurava mais forte enquanto me olhava com raiva. A casa estava silenciosa, exceto pelos meus gritos, não iria demorar muito até que alguém chegasse ali e eu me livrasse daquele idiota. Mas, quando eu fechei meus olhos e tentei gritar outra vez, lábios abafaram meus gritos e permaneceram ali até que eu abri meus olhos novamente e deparei-me com os de Darcy mais perto dos meus do que nunca havia visto antes. Ele só permaneceu por poucos segundos, pois logo se afastou confuso e se levantou, olhando-me, depois caminhou alguns passos até que entrou em seu quarto. Eu continuei deitada olhando para o teto por mais uns cinco minutos, ainda perplexa, até que resolvi me erguer e ir para o meu quarto. Eu não dei um segundo pensamento ao beijo, me pareceu irreal demais para eu acreditar. Afinal, eu já havia me iludido demais por um dia, não é? E estava bêbada demais para qualquer coisa fazer sentido. Sim, tudo não passou de fruto da minha fértil imaginação doente, Darcy nunca me beijaria. Não neste mundo, pelo menos.


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Notas finais do capítulo

Pois bem, gostaram do capítulo? Espero que não me matem pelo beijo anterior ter sido falso, mas eu nunca deixei claro que ele tinha ocorrido. Vocês viajaram, assim como a Lizzie. Não me culpem. u.u ~me saindo~ Outra coisa... Acho que já deixei claro um dos problemas do Will. Vocês entenderam, não é?! Eu sempre disse que ele tinha seus motivos, que ficaram mais que óbvios aqui. E eu, essa louquinha aqui, sou fascinada por ele, afinal o cara, mesmo sofrendo tudo aquilo, ainda tentou proteger a doida. Eu mandava matar! Vocês viram que eu uso "ele" como capa aqui da minha conta, né?! Acho o Douglas lindo, mesmo ele sendo novinho demais para o meu gosto. Como "Coração em Risco" acabou aqui, eu preciso perguntar uma coisa: Já descobriram qual coração está em risco? HAHA Estarei postando em breve, mas talvez ainda leve em torno de uma semana. Ou não. Me perdoem, estou de férias da facul, mas ainda tenho uma pesquisa para organizar essa semana. Bjs, lindas. s2



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