Magia Negra escrita por Elliot White


Capítulo 7
Os Poderes de Sunori


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!



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– Afaste-se! – exclamou uma voz feminina já expulsando o idiota de perto de mim, usando uma descarga de magia. – Você está bem? – era Nina, e o rapaz parecia estar inconsciente. – Estou só com um pouco de dor. – ela me ajudou a levantar, enquanto uma coisa inesperada acontecia: a misteriosa porta abriu aparentemente sozinha rangendo do jeito mais assustador possível exibindo a escuridão atrás dela, fazendo parecer mais deslocada do lugar do que já era.

A morena se aproximou dela, logo sumindo lá dentro. A segui sem pensar.

– Nina, espere! É melhor não entrar aí! – gritei, observando a enorme sala vazia feita de pedra e barro, por estar debaixo da terra, enquanto a bruxa andava pelo local sem medo.

– Que porcaria é essa?! – em frente a ela estava uma pichação na parede, escrito “as irmãs Kent são duas vadias” em vermelho-sangue. – Alguém está brincando com a gente. – “jura capitã óbvia?” pensei sem dizer em voz alta, no mesmo momento em que Shirley entrava: - o que estão fazendo aqui? – falou em tom elevado já notando o recado na parede. – Quem poderia ser... Alguém tem algo contra nós?

– Tipo o colégio inteiro? – soltei o que já estava a muito entalado na garganta. As duas me olharam com expressão de “o quê?” – Sinto muito despontá-las, mas isso não aconteceria se não arranjassem encrenca com quem nem precisa. – “tipo o garoto do ponche”, pensei.

– Olha aqui, você tem sorte de estar do nosso lado, sua ingrata. – se exaltou Nina já apontando o dedo na minha cara – ou prefere ser vítima de bullying daquelas vacas?

– Se acalmem meninas – a irmã dela se interveio, na mesma hora em que a porta secreta se fechou sozinha do mesmo jeito que abriu, causando um grande estrondo. Uma risada diabólica e masculina estremeceu o ambiente, aterrorizando nós três.

Shirley gritou de medo e correu até a porta, tentando abri-la, o que não foi possível. Balançou a tranca da mesma fazendo o maior barulho, mesmo assim nada aconteceu. Um gemido comprovou que a loira já estava entrando em desespero.

– Não irão sair dessa tão fácil. – a voz macabra continuou, agora dando para perceber claramente que não se tratava de uma voz masculina, e sim uma mistura de falas alteradas. – não como na última vez.

– Do que aquilo está falando? – perguntei a Nina, recebendo em resposta apenas um olhar mutilador.

– A mais velha das Kent. Continua sendo uma insensível obcecada em envenenar e metamorfosear garotos? – a entidade continuou, já mostrando sua forma, uma névoa escura e embaçada feita de traços humanóides; provavelmente camuflando alguém. – E a mais jovem, ainda separando casais como forma de diversão? – se dirigiu a Shirley, que estava sem ações de tanto pânico. Seja quem for, sabia muito sobre as irmãs. – Claro, não iria esquecer a jovem Sunori, caloura do colégio. Começou bem, já se juntando a essas duas. Já contou seu segredinho? – a voz prosseguiu cada vez mais afiada e causando muitos olhares desconfiados entre nós três.

– Que segredo? – questionou Nina, exigindo uma resposta.

Sem esperar, a bruxa estendeu uma das mãos, exalando da palma estocadas de vento que varreram as paredes rochosas do local, mas apenas atravessou o corpo como se fosse um fantasma.

– A jovem bruxinha esconde um dom místico. – se demorou nas últimas palavras, impondo a importância que tinham o que quer que signifique.

– Isso é verdade?

– Digo quando confessar que colocou alguma coisa na minha bebida. – tudo que fiz foi deixar a morena ainda mais irada, que se virou em minha direção imediatamente, baixando a mão que soltara o feitiço; a outra segurava um cálice.

– Não comecem tudo de novo! – exclamou Shirley saindo do canto em que estava e se intervindo entre nós.

– A deixe, irmã. É assim que me agradece por tê-la salvo daquele bruto. – talvez ela tivesse razão, afinal eram minhas primeiras amigas na academia e eu já estava brigando com elas. Mas tudo que eu queria era meus outros amigos e minha vida de volta. Fechei os olhos agüentando calada tudo que Nina dizia pra mim.

A entidade não se pronunciou, ajudando o meu isolamento, quase se como não houvesse mais ninguém ali além de mim mesma. Foi aí que algo inusitado aconteceu, assustando a mim e as duas, antes que eu gritasse:

– Chega! – o grito foi abafado pelo barulho de vidro quebrando, o cálice na mão de Nina sumira; os olhos da mesma fitando a base partida sabiam que não tinha sido ela.

O líquido que estava no cálice não derramou no chão, muito pelo contrário, estava flutuando na minha frente em grandes bolhas redondas, o que fez meus olhos azuis saltarem, era inacreditável.

Foi então que da bolha maior brotou uma menor que voou tão rápido que quase nem foi vista, atingindo a parede onde a entidade maligna estava apoiada em cheio, causando um barulho parecido com um tiro. Não acertou a mesma, mas os lançamentos não pararam, obrigando a adversária a se desviar, mesmo sendo tudo muito rápido.

Não demorou muito para o jato encontrar o alvo, e o corpo ser destroçado em um grande buraco em seu tronco. O feitiço de Nina fracassara, pensei; então aquilo iria ter o mesmo efeito. Mas não foi o que ocorreu: a bolha d’água estava machucando o inimigo.

– Como fez isso? – uma das duas perguntou.

– Não fui eu – balancei a cabeça em negação.

– É claro que foi. – Shirley levou a mão até a grande bolha de onde saíam às menores – au! Deu choque!

Nina me encarou, como se suas engrenagens estivessem trabalhando. Agarrou meu braço e induziu ao mesmo lugar que Shirley, deixando minha mão submersa no líquido. Era gelado, mas não molhava. Em um segundo mil bolhas brotaram e de uma vez só, algumas maiores até que a principal, bombardeando o ser e estourando em uníssono fazendo mais barulho que o som da festa. A criatura de névoa se dissipou e sumiu, entre berros.

– Conseguimos! – exclamou Shirley saltitante e infantil.

– Vamos sair daqui antes que alguém venha. – me antecipei, sendo segurada pelo braço por Nina antes que pudesse chegar à saída.

– Não pense que não vai ter que explicar isso, senhorita dom místico.

Fitei seus olhos castanho escuros, imaginando como eu poderia ter feito aquilo sem saber como e sem nem ao menos ter conhecimento do que é um “dom místico”.


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Notas finais do capítulo

Comentem, leitores!