Messed up kids escrita por Khaleesi


Capítulo 10
Capítulo 10




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Era a quinta vez que Rachel chamava atenção de Percy. Eles estavam na biblioteca estudando para uma prova.

– Percy é sério. Larga esse celular – disse Rachel. – Você nem esta me ouvindo.

– Hã? O que você disse? Eu não estava ouvindo. – disse Percy enquanto mexia no celular.

– O que foi? O que esta acontecendo dessa vez? – Rachel perguntou tomando o celular da mão de Percy.

– Pode me devolver?

– Pode responder minha pergunta?

– É só que... uma coisa meio estranha aconteceu entre mim e Annabeth e estou pensando em mandar uma mensagem para ela.

– O que aconteceu?

– Ela me perguntou se devia terminar com o namorado, e eu disse não. Quando na verdade eu queria dizer sim. E eu até acho que ela queria ouvir isso também.

– Então porque não diz isso para ela.

– Agora?

– Não, mais tarde, depois da Sessão da Tarde talvez.... É claro que é agora Jackson! Não adianta ficar estudando, você vai tirar uma nota ruim nessa prova de qualquer jeito.

Rachel nem tinha terminado de falar e Percy já estava na porta da biblioteca.

Era isso. Percy ia para a casa de Annabeth e diria que ela deve terminar com Luke, e quem sabe o que aconteceria depois?

Eles poderiam viajar. Annabeth fala um milhão de línguas, ele poderia mostrar Barcelona para ela, e poderia visita-la na Inglaterra. É claro que ele teria que trabalhar para conseguir dinheiro para fazer isso, mas tudo, valeria a pena

Percy só conseguia imaginar ele e Annabeth viajando por tanto lugares diferentes. E conversando sobre tantos assuntos diferentes. E também aproveitando o silêncio. Simplesmente ficar sentando ao lado dela, ouvido musica, sem dizer nada, como na noite em que se conheceram.

Ele nem percebeu quanto tempo levou para chegar a casa de Annabeth ou pensou se ela estaria lá, ou se seria a mãe dela a abrir a porta, ele simplesmente tocou a campainha e esperou.

Luke abriu a porta. Mas nem era a pior parte. Ele estava sem camisa e com a calça desabotoada e o cabelo bagunçado.

– Ei Percy, oi – ele disse sorrindo.

– Hamm, hum, oi.. Luke. Preciso falar com Annabeth – Percy disse.

– Estamos um pouco... ocupados. Se é que você me entende – disse Luke, levantando uma sobrancelha sugestivamente.

– Claro que entendo – Percy respondeu.

Ele entendia. Não queria entender, mas tudo fazia sentido. Todos os sinais eram claros, mas a mente dele se recusa a entender. Quer dizer, Percy sempre foi uma pouco (muito) lerdo, mas aquilo... estava tão obvio, que nem sua lerdeza suprema conseguia ignorar.

Annabeth tinha dormido com Luke. Annabeth disse que ia esperar, mas ela mentiu.

– Você pode voltar outro dia, não é? A não ser que você tenha um assunto super urgente para tratar com a minha namorada – disse Luke.

– Eu falo com ela depois. Eu não queria interromper...o que vocês estavam fazendo... – Percy foi lentamente se afastando da porta.

– Eu aviso que você passou por aqui – disse Luke, fechando a porta.

Percy começou a correr, o mais rápido que podia, ele sentia que precisava se movimentar, deixar seu corpo tão ocupado quanto sua mente.

Annabeth estava com Luke.

Quando suas pernas começaram a doer e seus músculos doerem, ele parou. Pegou o celular e ligou para Nico.

– Você ainda tem aquelas identidades falsas? – Percy perguntou.

– Claro que sim.

– Que bom. Vamos usa-las essa noite – disse Percy.

**==**

– Luke, quem era? – perguntou Annabeth entrando na sala.

– Ninguém – Luke respondeu.

– Bem, eu consegui tirar a maior parte da mancha da sua camisa, nem dá para perceber direito – disse Annabeth devolvendo a camisa de Luke. – E por que você está com a calça aberta?!

– Desculpa – disse Luke vestindo a camisa e fechando a calça.

Luke deixou katchup cair em sua camisa enquanto comia com Annabeth, e ela disse que conseguia tirar a mancha. Ele estava ajudando ela a estudar.

– Obrigada por ter vindo hoje. – Annabeth disse - Eu sei que a época de provas na sua faculdade esta chegando e...

– Tudo bem. Eu gosto de ficar com você. E você vai arrasar nessa prova – Luke disse aproximando e beijando-a.

– É claro que eu vou – ela disse sorrindo.

– Eu tenho que ir embora agora – Luke disse abrindo a porta.

Quando Luke saiu, Annabeth se jogou no sofá e fechou os olhos. Onde estava aquele sentimento de alegria que ela tinha quando estava com Luke? Eles estavam fora de sincronia e isso era tão perceptível. Ela gostava de estar com ele, mas era um sentimento tão... morno.

Ela começou a mexer no celular e viu que Percy tinha lhe mandando uma mensagem que dizia que ele estava indo visita-la e que precisa conversar com ela. Então Annabeth esperou.

E esperou. Por 2 horas, até que ficou claro que ele não apareceria.

Por que ele tinha feito isso? Ela se sentou idiota por ter ficado animada para vê-lo. Provavelmente ele devia estar fazendo alguma coisa para Rachel.

Annabeth procurou qualquer coisa para fazer, desde que tirasse Percy e sua mente. E é claro, não deu certo. Ela se sentia magoada, ela queria vê-lo.

Mais tarde, naquela noite, quando ela já não conseguia mais parar de pensar nisso, ligou para ele.

– Alô – ele disse.

– Sou eu – Annabeth falou.

– Annabeth! – Percy disse do outro lado da linha, animado. – Ah não, espera, estou triste com você. Tchau.

– O que? Por que? O que eu fiz?

– Você mentiu! – disse Percy.

– Percy, você bebeu?

– Sim. Muito. E vou beber mais, com licença, adeus.

– Percy onde você esta? – Annabeth perguntou.

Percy deu o endereço, mas Annabeth não confiou muito, já que ele estava realmente bêbado.

– Ok, estou indo te buscar.

– Não quero que você venha me buscar! Pode ficar com Luke!

– Não estou Luke.

– Ok, então pode vir.

Annabeth simplesmente desligou o telefone e foi atrás de Percy. Ela não fazia ideia do ele estava falando. Sobre o que ela tinha mentido? Que historia doida era aquela?

Ela pegou um taxi e foi até o endereço que Percy lhe deu. Ela disse para o motorista esperar e saiu do carro.

O local era um tipo de boate no centro da cidade e no momento que olhou a faixada, Annabeth sabia que precisaria ser maior de idade para entrar no local. Então ela ligou para Percy.

– Ei, eu estou aqui na porta, vem aqui – ela disse.

– Ok. – ele disse. Ou foi um som bem parecido com ok, Annabeth não tinha certeza.

Alguns minutos depois, um Percy muito desorientado passa pela porta da boate, tropeçando na calçada em direção a Annabeth.

– Você veio! – ele disse agitando os braços.

– Você está realmente bêbado – Annabeth disse quando ele caiu em seus braços.

– Vamos entrar!

– Hahahahaha, não. – Annabeth disse. – Vou te levar para sua casa.

– Eu consigo ir para casa sozinho.

– Percy, eu vou dar um soquinho na sua cabeça e você tem que desviar, ok?

– Ok, eu consigo.

Então, muito, muito, muito lentamente (mesmo) Annabeth levou a mão fechada em direção a cabeça de Percy. E ele não conseguiu desviar.

– Não, calma, eu não estava preparado!

– Percy, quando dedos você vê? – Annabeth perguntou.

– Dois, não, um. Não, não. Definitivamente dois – Percy afirmou.

Annabeth estava com a mão fechada. Não mostrava nenhum dedo. Ela nem quis mandar ele andar em linha reta com medo que ele caísse e quebrasse a cara na calçada.

– Vamos embora – ela disse puxando ele pelo braço em direção ao taxi que ainda a esperava.

– Se você quiser vomitar, avisa. – Annabeth disse assim que entraram no carro e Percy disse seu endereço para o motorista.

Pararam duas vezes para que Percy vomitasse. Em uma situação normal, Annabeth acharia aquilo bem nojento, mas naquele momento ela só queria levar Percy para casa. Durante o caminho Percy deitou-se no colo de Annabeth e cochilou o resto do caminho.

– Seus pais estão em casa? – Annabeth perguntou assim que chegaram na casa de Percy.

– Não. Eles saíram com alguns amigos.

– E seu irmão?

– Foi dormir na casa de um amigo.

– Entendi. Onde esta a chave? – Annabeth perguntou.

Com um pouco de dificuldade, Percy pescou a chave de casa no bolso e deu para Annabeth. Ela não tinha intenção de ficar. O plano era só levar Percy para casa e ir embora, mas seus pais não estavam em casa, e ele estava muito mal, e ela teve medo que ele tropeçasse, batesse a cabeça ou que se afogasse no próprio vomito ou coisa do tipo.

Eles entraram tropeçando, a casa estava escura e Percy seguiu direto para seu quarto, trombando com as paredes de vez em quando.

– Obrigada no me trazer para casa. – ele disse sentando-se em sua cama.

Ao que parecia vomitar tinha eliminado um pouco do álcool do seu organismo e agora ele falava um jeito melhor. Quer dizer, desse vez Annabeth entendia mais claramente as palavras que saiam de seu boca.

– De nada. O que deu em você?

– Eu só... – Percy parou a frase no meio, lançou um olhar assustado para Annabeth.

Annabeth entendeu a mensagem.

– Corre – ela disse, mas ele já estava no corredor quando ela terminou de falar. Ela o seguiu até o banheiro e ficou ao seu lado enquanto ele, mais uma vez vomitava.

– Eu... nunca mais... vou... beber. – ele disse ofegante.

– Duvido. Mas tudo bem. Nossa, você tem um estomago muito fraco.

– Claro que não! – ele disse, mas logo em seguindo estava com a cabeça quase dentro da privada vomitando de novo.

– Percy, você está nojento – Annabeth disse quando ele se acalmou. Ele cheirava a álcool, cigarro, possivelmente maconha, tudo isso mais o odor de vomito.

Totalmente diferente do cheiro que Annabeth tinha em sua mente quando lembrava de Percy.

– Que palavras gentis. Quanta bondade no coração.

– De nada.

Annabeth ligou o chuveiro e jogou Percy debaixo da agua fria com roupa e tudo. Ele deu um grito de susto.

– Ai, to me afogando! – ele disse.

– Você é um nadador! Você se afogar debaixo do chuveiro é a coisa mais ridícula da face do universo.

– Você só vai ficar ai me assistindo tomar banho? – Percy perguntou fazendo uma pose que devia ser sexy, mas ficou estranha.

– Calado Jackson – ela disse.

Annabeth foi pegar uma toalha para Percy e quando voltou ele estava lá parado, com a água fria caindo em seu corpo, olhando para ela. Seus olhos estavam vermelhos, mas ela percebeu que não era um efeito da embriaguez, mas sim ele estava... chorando?

– O que foi? – ela perguntou se aproximando.

– É sua culpa.

– O que eu fiz!?

– Você sabe o que você fez.

– Eu não sei! Eu só sei que eu fiquei esperando você a tarde inteira e você não apareceu.

– Você estava com Luke.

– Ele é meu namorado, o que você esperava?

– VOCÊ DISSE QUE NÃO IA DORMIR COM ELE!

– EU NUNCA DORMI COM ELE! Que historia é essa?!

– Você esta falando sério?

– É claro! Eu te disse que eu não ia fazer sexo com ele, e eu não fiz! Eu não menti para você! Eu nunca faria isso. Mas que droga, Percy! Foi por isso que você saiu por ai enchendo a cara!?!

– Você não teve a sua primeira vez com ele?

– Nem com ninguém!

Antes que ela pudesse fazer alguma coisa, Percy, todo encharcado a puxou e a abraçou, deixando-a molhada também.

– Me desculpe. Me perdoa. Eu sou um idiota. O maior idiota da face da terra. Eu pensei que você tinha...

– Ok. Ok. Já passou. Não precisa surtar por causa disso.

– Eu estou molhando toda sua roupa.

– Eu sei.

Mas eles continuaram abraçados por mais um tempo. Annabeth esperou no corredor enquanto Percy se secava e trocava de roupa.

– Eu posso te emprestar alguma coisa, quer dizer, você não pode ficar com essa roupa.

– Eu aceito.

Percy deu uma camisa e um shorts para Annabeth então foi a vez dele esperar no corredor.

– Ficou um pouco grande, mas tudo bem – Annaeth disse quando ele voltou para o quarto.

– Ficou... ótimo – ele disse. Sua camisa era grande demais para Annabeth, servia quase como camisola nela, e ele a achou linda daquele jeito.

– Você poderia... ficar? Essa noite. – Percy disse. Não sabia se era o efeito do álcool ou um surto de coragem momentâneo.

– Eu... é que... Percy... – Annabeth não sabia o que fazer. O que dizer. Ela queria gritar: Sim Percy, eu adoraria dormir aqui. Mas ela sabia que as coisas não eram assim. Ela não podia fazer isso! Sua mãe a mataria se descobrisse isso.

Ela apenas acenou com a cabeça concordando.

– Obrigado. – ele disse.

Então eles se deitaram na cama, um ao lado do outro.

– Percy, por que você pensou que eu tinha dormido com Luke? – ela perguntou

– Porque ele disse.

– Quando?

– Quando eu fui na sua casa hoje. Ele abriu a porta e deu uma indireta bem clara.

– Por que você foi na minha casa?

– Porque eu queria falar com você.

– Falar o que?

– Falar para você terminar com Luke.

Ela se virou para vê-lo melhor.

– Me dê um bom motivo para eu terminar com Luke. – ela pediu.

– Estou apaixonado por você.


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