POV Bella

Edward havia crescido tanto. Senti saudades desse sorriso torto e de toda a família. Suspirei e assim que Edward sumiu por ai fui até o celeiro. Encontrando Jacob.

–Bella não o julgue. Ele tem seus motivos para ter amadurecido tanto. - Ele disse enquanto se sentava no feno. Eu havia comentado sobre Edward ter ficado tão serio e ter se afastado tanto. Jacob sempre foi um ótimo amigo também.

–Nem tudo justifica! - Eu disse fitando minhas sapatilhas. - Ele se levantou e veio até mim.

– Bella... Edward tem... Um filho morto. E hoje faz alguns anos isso. - Ele disse segurando meu olhar. Arfei sem acreditar. Imaginar Edward com uma família era incômodo, mas imagina-lo sem e infeliz era agoniante. Jacob saiu sem me dizer mais nada. Eu sabia que ele não iria me contar nada. Suspirei e me sentei no chão, eu precisava vê-lo. Passei a mão pelos meus cabelos e subi no cavalo que Jacob havia me autorizado usar. Comecei a cavalgar sem rumo e quando me vi estava indo em direção ao riacho. Quase gritei de felicidade ao avistar Catrina. Amarrei o cavalo ao lado dela e fui em direção a ele, que estava deitado e de olhos fechados. Era uma linda visão. Deitei-me ao lado dele e por um impulso minha mão passeava por entre seu cabelo. Vi ele erguer os lábios em um sorriso.

–Realmente você não é mais a pirralha de dez anos. Já ate tem contato físico. - Ele disse me fazendo rir.

–Como sabia que era eu? - Perguntei me deitando, tirando a mão de seus cabelos e ignorando o seu protesto. Reparei ele ficar sem graça e então se virou abrindo os olhos. Era um mar de esmeraldas, porem estava triste creio.

–Morangos. Você é a única que usa esse shampoo e realmente fica com o cheiro. - Ri da sua sinceridade.

–Aqui ainda continua igual! - Comentei. Sempre vinhamos aqui quando criança. Ele voltou a fechar os olhos e fiz o mesmo.

–Cabeção eu sinto muito. - Eu disse chamando pelo apelido de antigamente. - Jacob me contou sobre... Hoje. Não brigue com ele esta bem.

–Impossível brigar Bella. Nos três sempre fomos quase irmãos ele disse e me virei de bruços.

–Assim que terminei a faculdade como um idiota fiquei bêbado e dormir com uma colega de faculdade. Nos nunca nos amamos e ela nunca foi digna de ser mãe. - Ele falava de olhos fechados revivendo o momento. Ele se sentou e eu fiz o mesmo.

–Ei. Não precisa contar se não quiser. - Eu sussurrei.

–Eu preciso. Fugi de todos Bella. Afastei todos. Apenas o pessoal de casa sabe e seus Pais. Eu não queria que ninguém soubesse.

– Estou aqui com você. - Eu disse sentindo um aperto no coração e então segurei sua mão. Ele continuou enquanto fazia círculos em minha mão.

– Obvio que eu assumi a paternidade. - Não era de me espantar. Era da personalidade dele fazer isso. - Era incrível como eu conseguia amar aquele ser mesmo não o conhecendo. Jessica a mãe do bebê sempre foi mesquinha e reclamava de tudo. Quando o bebê nasceu ela me entregou e disse que estava indo embora. Eu fiquei indignado. Como uma mãe poderia fazer isso?! - Ele falava e eu ficava com mais raiva dessa mulher. Edward iria ser o marido perfeito, a família Cullen era uma família e tanto! - Então até o nome da minha princesinha eu escolhi. Hanna.

–Uma menina! Hanna é um lindo nome. - Eu disse sorrindo imaginando Ele com um Bebezinho.

–Ela lembrava muito Alice. Olhos clarinhos e cabelos escuros era tão lisos que nunca conseguíamos deixa-los presos. - Ele riu enquanto uma lagrima escorreu. Eu estou perdida, queria fazer esse sofrimento dele passar. Vê-lo tão vulnerável e sofrendo. O sofrimento dele então se tornou o meu sofrimento.

– Ela estava com quatro anos e claro que eu já havia comprado minha própria casa, com piscina como minha princesa queria e então Jessica apareceu do nada querendo tomar minha menina. Ela não podia fazer isso, para Hanna ela era uma estranha. Havíamo-nos marcado de nadar aquele dia. - Ambos estava chorando. Eu tentava imaginar a cena sem acreditar. Jéssica querendo leva-la. Edward aqui sofrendo. Assim que ouvi o soluço dele e não pensei duas vezes abraçando-o.

–Hanna não ligou para Jessica e queria brincar. Papai vamos. Ela disse. - Ele repetiu a frase dela perdido em pensamentos. Eu falei para Jessica cuidar dela enquanto eu ia lá em cima buscar o protetor solar e o meu celular. Meus Pais iam me ajudar naquela situação. Jessica insuportável como era subiu atrás e começamos a brigar feio. E então foi tudo rápido de mais Bella. - Ele falava com pesar, dor. Olhando para a agua perdido em um passado. - Ouvi a nossa cozinheira berrar... E quando cheguei. Bella... Minha. Minha menina estava... - Ele então chorava descontroladamente e eu não estava diferente. - Boiando. - Ele disse tremendo. - Sem Pulsação.

–Eu sinto muito. - Eu sussurrei enquanto chorávamos. Ele me abraçava desesperado. Apertei o meu abraço querendo que toda dor dele sumisse. Perder um filho não é nenhum pouco fácil. Por mais que se passe anos.

–Vendi aquela maldita casa com piscina. Jessica esta tão pior quanto eu. Se eu estivesse lá. Bella eu sabia primeiros socorros Bella! Ninguém a ouviu pedir ajuda por causa da nossa briga. - Ele disse agoniado tornado

–Shh. Edward você confiou ela para Jessica olhar a pequena. Não se fique remoendo. Hanna te amava! Ela quer te ver feliz!

– Não da para ser feliz sendo que eu descuidei do meu bem mais precioso. - Edward eu mesma lido com casos assim. Sei como se sente quando perco um paciente. Mas por favor, para de se culpar. Sua família também esta sofrendo, e também esta lhe perdendo. Por favor, não se Culpe. - Eu disse abraçando-o. Deixei toda aquela dor dele ir saindo através daquelas lagrimas. Choramos juntos. Mesmo não conhecendo Hanna eu sabia o quanto eles eram importantes um para outro. Quando ele se acalmou um pouco eu tentei ser forte por ele, mas imagina o desespero dela tentando se salvar me fazia querer estar lá para ajudar. Ficamos mais de uma hora abraçados esperando acalmar as coisas. Ele deitou na grama e eu deitei ao seu lado sentindo ele me puxar. Deitei minha cabeça em seu peitoral e ele começou a fazer cafuné enquanto eu mexia no cabelo dele também. A sombra da arvore estava aumentando e os pássaros faziam uma festa entre eles de tanto que cantavam.

–Queria que nada disso estivesse acontecido e que vocês três estivessem felizes juntos. - Eu sussurrei e então percebi uma coisa que me neguei a partir do dia em que fomos embora. Que amar é aceitar a felicidade do outro, mesmo que seja sem você.

Eu o amo.