Bom.. antes de qualquer outra coisa devo me apresentar.. Meu nome é Kyra, tenho 16 anos. Meus cabelos são escuros e os olhos azuis. Moro com minha mãe Sigyn, em um vilarejo em Asgard.

Eu não sei quem é meu pai, minha mãe nunca falou nada sobre ele, não sei se ele esta vivo ou morto, mas gostaria de conhecer ele um dia, mas mudando de assunto, minha mãe está doente. Alguns meses atrás um grupo de Elfos Negros atacaram nosso vilarejo, destruíram quase tudo, algumas pessoas morreram, outras vivas e no caso da minha mãe.. ferida. Ela foi atingida por uma flecha que continha um veneno dos Elfos negros, ela ainda está viva, mas a cada dia que passa ela piora.

***

Acordei com o brilho do sol invadindo o meu quarto, me levantei e tomei um banho com água bem fria, depois do banho troquei de roupa e fui até a cozinha fazer o café da manha para a minha mãe, pelo fato de ela estar doente ela não pode mais trabalhar, então nossa situação não é das melhores. As vezes eu prefiro ficar sem comer, do que ver minha mãe em uma cama quase morrendo sem comer. Preparei o café da manha e fui até o quarto dela, que já havia acordado, estava sentada na cama encostada na cabeceira com um sorriso triste no rosto. Caminhei até ela e sentei ao seu lado segurando sua mão e dando um sorriso.

––Oi mãe, como se sente?

–– Bem, eu acho, estou com muitas dores ainda e as vezes não consigo respirar direito. Me sinto fraca. – ela estava pálida e eu estava muito preocupada.

–– Coma isso vai fazer você ficar mais forte – disse à ela colocando um prato com um pouco de comida no colo dela. Ela comeu tudo, mas não parecia ter melhorado muito a sua situação – descanse vai fazer bem.

E assim saí do quarto. Minha mãe dormiu por um bom tempo, e as vezes eu ia ver se ela estava bem, a tarde saí para colher algumas ervas de cura que achei nos arredores. Nossa casa era um pouco afastada das outras, ali perto havia um rio pequeno, é o meu lugar preferido quando precisava pensar e relaxar eu ia até lá sentava a beira do rio e ficava um tempinho com os olhos fechados, era um momento só meu, mas isso acabou quando minha mãe ficou doente.

O céu começou a escurecer e as estrelas a brilharem mais, já estava anoitecendo. Voltei para casa, coloquei as plantas em cima da mesa e fui até o quarto da minha mãe para ver se ela precisava de alguma coisa, subi as escadas e abri a porta de seu quarto lentamente, ela estava lá lendo um livro, a sua aparência tinha melhorado um pouco, eu sorri e fui até ela, sentei ao seu lado, ela sorriu de volta e abaixou o livro olhando para mim.

–– Eu quase nunca vejo você ler livros. – disse quebrando o silencio que havia se formado entre nós. Ela abaixou a cabeça olhando para o livro.

–– Seu pai gostava de ler. – ela disse com um pequeno sorriso. Eu olhei para ela e tomei coragem para dizer:

–– Você nunca falou comigo sobre ele. Por que?

–– Seu pai não sabe sobre você e você não sabe sobre ele, nós estamos bem assim não precisa mudar... não precisamos dele. – disse ela me olhando nos olhos, eu não estava entendendo o por que dela estar fazendo aquilo, era óbvio que precisavamos da ajuda dele.

–– É claro que precisamos dele mãe. Você esta doente e quase morrendo, e não temos muita comida, se você me dizer quem ele é eu posso encontrá-lo e ele pode nos ajudar. – falei olhando fundo nos seus olhos e segundo suas mãos tentando convence-lá de que seria o melhor para nós se ela dissesse quem é o meu pai.

–– Eu não teria tanta certeza. – disse abaixando a cabeça novamente – filha você não conhece seu pai, não tente imaginar como ele é e quem ele é. Estou me sentindo muito fraca.

Ela tossiu e parecia estar com falta de ar

–– Mãe você está bem? Quer que eu pegue um chá ou algo assim? – eu falei ficando preocupada, a cada dia que se passava mais fraca ela ficava, eu sabia que seu dia chegaria, mas eu não pensava nisso vou lutar todos os dias para ao menos tentar mantê-la viva. Me doía o coração só de pensar o quanto ela estava sofrendo e eu aqui sentada sem poder fazer nada.

Sua tosse se aliviou e ela respirou fundo, sua respiração voltou ao normal, isso me deixou um tanto aliviada.

–– Eu não preciso de nada, obrigada, eu estou bem. – ela disse com um meio sorriso, mas no fundo eu sabia que por trás desse sorriso ela estava sentindo dores.

–– Tem certeza?

–– Sim, só preciso descansar um pouco e você deveria fazer o mesmo. Boa noite filha. – ela falou me dando um beijo na testa.

–– Boa noite mãe – lhe dei um sorriso e saí do quarto deixando ela descansar.

Desci as escadas e fui até a cozinha, eu havia esquecido de colher frutas, já era tarde da noite mas eu estava com fome, então fui até as árvores mais próximas a casa, comecei a colher as frutas, até que vi arbustos se mexerem no começo fiquei um pouco assustada estava voltando para casa quando os arbustos se mexeram novamente e um lobo saiu de trás deles, ele começou a fazer círculos a minha volta, quando decidiu atacar estendi meus braços na direção do leopardo, esperando para morrer, mas algo estava errado isso não aconteceu depois de alguns segundos respirei fundo e finalmente tomei coragem para abrir meus olhos. O leopardo estava bem a minha frente... morto??

Parecia ter sido morto por magia, uma magia poderosa. Fiquei assustada e olhei ao redor para ver o que havia acontecido. Meu olhos se arregalaram quando vi ela ali, deitada no chão, lagrimas começaram a brotar rapidamente em meus olhos.. em um ato de desespero gritei o mais alto que podia:

–– Mãaaaaaaaaaaae!!!

Continua...