O resgate de Hermione escrita por Angel Black
– Isso está demorando demais!!! – falou Valashei com um forte sotaque búlgaro.
Hermione percebeu que Valashei estava ficando ansioso e isso era perigoso. Sabia, pelo que Krum lhe contara, que ele era um homem insano e instável.
Hermione olhou para o lenço que segurava na testa de Krum. Estava ensopado e Krum estava pálido. Não iria durar muito tempo se não tivesse cuidados medi-bruxos.
Mas o que poderia fazer?
Hermione olhou ao redor. Os homens de Valashei estavam em pé, dando rondas e Valashei estava sentado em uma cadeira, olhando um estranho livro a cada minuto. Distraído demais para por os olhos nela. Arrastando-se pelo chão, Hermione começou a se aproximar de Valashei, principalmente do bolso de seu robe, onde pendiam seis varinhas apreendidas. Com cuidado, Hermione olhou para o outro lado, mas nenhum dos capangas olhavam para ela. Sorrateiramente, ela posicionou-se atrás de Valashei e estendeu a mão. Estava quase tocando numa das varinhas, quando sentiu os dedos de Valashei circundando seu pulso estreito.
– O que você pensa que está fazendo? – disse ele, flagrando-a no ato.
Ela tentou revidar: fechou a mão esquerda e acertou um murro em sua mandíbula e enfiou a mão no robe dele arrancando de lá uma das varinhas. Com o estrondo, os capangas de Valashei começaram a atacar. Hermione defendeu-se como podia, mas enquanto lutava com os outros, Valashei se recompôs do soco e agarrou Hermione por trás, dando-lhe uma chave de gravata, sufocando-a.
Hermione tentou bater em Valashei com o cotovelo, mas o ar começou a lhe faltar e pouco a pouco, foi se entregando a escuridão.
Antes de desmaiar, Hermione olhou em direção de onde Krum estava. Respirando fundo, apontou a varinha para Victor e proferiu o feitiço que salvaria sua vida.
Hermione forçou os olhos a se abrirem. Sentia fortes dores nos pulsos. Demorou algum tempo até entender onde estava. Encostou a ponta dos pés no chão, mas não conseguiu mais do que isso, então olhou para cima. Estava pendurada ao teto por uma corrente e por algemas grossas que esmagavam seus pulsos. Ela se apavorou com a situação e tentou libertar-se, mas aquilo só piorou a situação: cortou-se e o sangue escorria pelo braço.
– Deveria ter pensado duas vezes antes de tentar me atacar, garotinha! – falou Valashei de algum ponto do aposento.
Forçou a visão e aos poucos enxergou seu inimigo.
– Sabe o que é isso? – perguntou ele, mostrando a ela um pequeno vidrinho com uma substancia de cor avermelhada, vibrante e brilhante.
– Cruzarium... – balbuciou Hermione, tomada pelo medo. – Por favor, você não precisa... por favor...
Seu pedido foi ignorado. Ao invés de ajudá-la, Valashei agarrou Hermione, puxou seus cabelos e forçou ela a abrir a boca. Hermione deixou os lábios bem fechados pois sabia que por pior que fosse a tortura, era melhor do que beber aquele líquido.
– Idiota! – disse Valashei, esbofeteando Hermione quando percebeu que ela não abriria a boca. – Tragam o Krum!!
Hermione escutou passos se afastando e depois se aproximando do lugar onde estava. A porta do que parecia ser a masmorra se abriu e dois capangas entraram arrastando Victor que, mesmo pálido, parecia bem melhor do que antes.
– Ou você bebe o meu licor ou ele beberá, o que você prefere? – perguntou Valashei.
Hermione olhou novamente para Victor. Ele não tinha condições físicas ou psicológicas de aguentar horas e horas de horror que aquele pequeno vidrinho de Cruzarium prometia conceder a quem o bebesse.
– Você não precisa fazer isso... – suplicou Hermione.
– Abram a boca dele – gritou Valashei.
– Não... eu vou beber... eu beberei... – disse Hermione e abriu a boca.
Valashei sorriu torcendo a face deformada. Aproximou-se dela, e derramou o conteúdo do vidro em sua boca.
– Engula! – disse ele, com os olhos arregalados, completamente ensandecido.
Hermione engoliu o líquido, sentindo sua garganta ferver. Respirou fundo e se preparou. Demorou um pouco para que a primeira onde de dor a atingisse. Ela segurou o choro e fechou os olhos. A dor parou de repente e Hermione se alegrou. Escutou que algumas pessoas eram imunes aquela maldita poção inventada pelo próprio Valashei. Quem sabe ela fosse uma dessas pessoas, mas então ...
A dor penetrou seu corpo e todos os seus poros. O mínimo movimento irradiava ondas e mais ondas de dor. Tentou segurar o choro novamente, mas as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto.
– Deus do céu! – implorou ela. – Por favor, pare... faça parar...
– Só está começando, garotinha.
– Ahhhh!!! – gritou Hermione, enquanto ainda tinha forças...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!