Little Hell escrita por Diana


Capítulo 22
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Ei!

Tia Diana trouxe mais um capítulo para vocês!
Dessa vez, nem foi tão demorado!

Espero que gostem
Já vou avisando que, talvez, cês ficarão chateadas comigo (hehehehe)

Boa leitura!



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CLARISSE

Clarisse recebeu a mensagem de Silena. Apesar de seu humor, morena resolveu abrir: “Encontre-me na cantina. Tenho uma surpresa.”. Era tudo que estava escrito. A wrestler pensou em responder que não estava no clima para brincadeiras ou surpresas, mas sua paciência não deixou e ela decidiu ir logo procurar por Silena.

Annabeth não a respondia desde ontem e a morena começava a ponderar se seria uma boa ideia ir até a casa da outra. Mesmo sabendo da pouca afeição que a mãe de Annabeth tinha por ela, a morena estava pensando em ir lá. Talvez tentar entrar por uma janela ou algo do tipo.

Oito e quinze. Era o que marcava o relógio. Ela estava no intervalo entre as aulas de química e filosofia. A morena sentiu falta da namorada durante a prática de química, mas conseguiu ganhar até uma boa nota, surpreendendo a professora e seus colegas de classe.

No caminho até o refeitório, Clarisse pensava o quanto duas pessoas diferentes podiam se atrair. Começou a pensar em quando Annabeth passou a chamar sua atenção. Fora no início daquele ano letivo ou fora desde sempre? Desde que ela ganhara uma bolsa no colégio e notara a loira irritante que tentava se exibir em cada aula. Clarisse sorriu. Um sorriso bobo e tratou logo de tirá-lo do rosto e substituir pela cara fechada usual. Ela tinha uma reputação a manter, oras!

REYNA

A morena levou um tempo para reagir. A imagem de Piper saindo da biblioteca, pisando duro e resmungando ainda se assentava em sua memória quando sua irritação começou a crescer e subir por sua pele. Reyna trincou os dentes. Que diabos se passava na cabeça daquela garota!?  Num instante, Reyna deixou os livros e material na mesa e saiu atrás de Piper. Ela estava dividida entre dar uma lição na garota ou deixar de lado, afinal Piper não era responsabilidade dela. Claro que uma pontada de angústia lhe atingiu. Reyna sabia que havia certa dose de hipocrisia em dizer tal coisa.

A morena respirou fundo ao avistar a figura esbelta sentada num dos bancos do jardim da escola. Ela se sentia mais calma. Contudo, Piper parecia ter o dom de irritá-la além do suportável. Quando ela pensava que já tinha domado suas emoções em relação à adolescente, ela já aprontava outra e deixava Reyna em um dilema pior que o outro.

Sem pensar direito, coisa que ela fazia sempre que estava perto da garota e que estava disposta a mudar, Reyna se aproximou e, antes mesmo de se fazer notada, retirou o cigarro da boca da adolescente e jogou-o longe, recebendo um “Ei!” de advertência pueril.

— Você não tem idade para fumar. – Reyna disse e deixou seu tom de voz transparecer toda raiva. A demonstração levou Piper a se calar. – E eu não tenho tempo para brincadeiras.

— Eu não estou brincando! – A adolescente tentou rebater e Reyna começou a pensar, pela milésima vez, o que estava fazendo.

— Você me chamou aqui para ter aula! Você saiu da biblioteca! E você estava fumando! O que... – Reyna controlou as palavras para se acalmar. Ela estava agindo quase passional. Ela desviou os olhos do de Piper, que ameaçavam chorar. – O que aconteceu lá dentro? – A morena disse num tom mais brando e viu Piper encarar os próprios pés.

— Eu não sei... – Foi tudo que a garota ousou resmungar. – Me desculpe por ter feito você vir aqui a toa. Quanto te devo por hoje?

— Eu não vou te cobrar uma aula que não te dei. – Reyna disse. Ela sabia que Piper estava desviando do assunto. – Piper... – A morena se calou de novo. Dessa vez, ela conseguiu captar a atenção de sua aluna. Ela não queria dizer o que estava prestes a dizer, mas era o melhor para as duas. Aquela situação já tinha ido longe demais.

ANNABETH

Annabeth rodava de um lado para o outro na cantina. Ela pedira a Silena para mandar uma mensagem para Clarisse, uma vez que seu celular estava de posse de sua mãe. Ela tinha que se explicar para a morena! Ela tinha que bolar um plano. Com a Sra Chase em cima dela igual um policial obcecado, Annabeth sabia que tinha que ser cautelosa. Mas a saudade de Clarisse deixava a loira descuidada. A loira sorriu. Então isso era estar apaixonada? Era sentir a falta da pessoa o tempo todo? Era sentir a falta dela no minuto em que ela saísse? Annabeth não sabia. E achou melhor não pensar demais.

Quando viu Clarisse chegar na cantina, o coração da loira disparou. Os olhos da morena logo a localizaram, talvez por seu treinamento, Clarisse já estava acostumada a focalizar seus alvos. Annabeth sentiu outra pontada. Ela, instantaneamente, se lembrou de todas as outras de Clarisse e se perguntou se ela agiria assim com elas também. Annabeth afastou tal pensamento. O sorriso que Clarisse lhe dera parecia mais bonito.

A morena nem esperou e a abraçou com força. O perfume de Clarisse capaz de calar todos os planos de Annabeth. De novo, era assim que os apaixonados se sentiam? Realmente, beirava a estupidez.

— Onde você se meteu? – Os olhos castanhos de Clarisse espelhavam preocupação. A morena segurava as mãos de Annabeth com uma força capaz de manter um búfalo no lugar.

— Calma! Você está me machucando! – Annabeth riu e Clarisse entendeu, logo a soltando.

— Desculpe-me. – A morena corou um pouco e Annabeth a recompensou com um beijo estalado na bochecha.

— Uau! Quem diria que a grande wrestler da Aristotle’s pediria desculpas? – Clarisse a cutucou nas costelas e a levou para uma mesa afastada no refeitório.

— Quem devia pedir desculpas é você! Afinal, a senhorita me deixou doente de preocupação ontem!

— Uau! Quem diria que Clarisse La Rue se preocuparia com alguma outra garota? – Annabeth decidiu parar de brincar ao perceber o olhar cortante que a morena lhe oferecia. – Desculpe.

— Bem melhor agora. Recebi a mensagem de Silena, mas ela não dizia nada sobre você estar aqui. Achei que não tivesse vindo.

— Eu quase não viria. – O tom de voz de Annabeth mudou. – Temos de conversar.

— Ah, meu deus! Você não está terminando comigo, está? – Clarisse olhou Annabeth com toda intensidade que a morena tinha. A loira segurou a vontade de rir diante da expressão assustada no rosto da outra.

— Claro que não! Clarisse! – Annabeth teve vontade de socar a outra por pensar algo assim e, por fim concluiu que, sim, pessoas apaixonadas tendem às decisões menos racionais.

PIPER

Piper ouviu as palavras saindo da boca de Reyna e, apesar de já esperar por elas, não quis aceitá-las. Quando a morena lhe olhou com uma expressão magoada no rosto, Piper soube de imediato que tinha ferrado com tudo de vez.

— Piper... – Piper ouviu as reticências na respiração cortada da mais velha. Reyna desviou o olhar. – Não posso continuar dando aula particular para você. Acho que estamos confundindo as coisas. – Reyna engoliu seco e, novamente, encarou sua aluna.

A filha de Tristan McLean ficou um tempo sem saber o que dizer. Ela não acreditava em Reyna. Ela não podia perder Reyna! Espera, perder? E suas notas? Logo agora que ela estava entendo a matéria e até se interessando pelo Império Romano?

— Reyna... Não, quer dizer! Você foi a melhor professora que eu já tive! A que me aturou por mais de uma semana! – O rosto de Reyna era quase uma pedra. Ela estava irredutível.

— Sinto muito, Piper. Posso te indicar Jason ou...

— Eu não quero Jason ou outro! – A garota gritou e se levantou. Ela segurou os ombros da outra, a obrigando a olhar nos olhos. – Reyna!

— A gente tem bagagem, Piper. Nossa relação não é mais professor-aluno. – Reyna dizia cada palavra sem se importar no tamanho da ferida que elas abriam no coração de Piper.

— Só porque nós fodemos uma vez? Reyna,é exatamente por isso que nossa relação é professor-aluno! – A garota tentou brincar e Reyna riu. O peito de Piper oscilava entre a esperança e o medo. Ela não entendia sua reação. E daí que Reyna não lhe daria aula mais? E daí que ela não veria a morena todas segundas e quartas de manhã? Ela nunca precisou disso antes.

— Sinto muito, Piper. – A morena disse e se levantou. Piper resistiu ao impulso de ficar na ponta dos pés para encarar Reyna. Elas ficaram se encarando por um tempo. Piper lutando contra a vontade de beijar sua professora, Piper lutando contra a vontade de estapear sua professora. Piper lutando contra a ideia de que ela estava apaixonada por aquela idiota!

— Até breve. – A morena disse por fim e deixou um beijo na testa da garota. Um beijo que mais parecia um sussurro. Como se Reyna temesse que seus lábios machucassem a pele bronzeada da garota.

Só quando Reyna se afastou sem olhar para trás, foi que Piper deixou suas lágrimas caírem. Ela não daria esse gosto a Reyna. Ela não deu esse gosto a nenhuma de suas ficantes. Não seria Reyna que mudaria a regra. Reyna foi só um caso, nada mais, nada menos.

— Covarde. – Piper murmurou para si mesmo antes de voltar até a biblioteca. Ela sabia que não ficaria esperando Reyna passar para acenar um adeus.

O que ela não sabia, o que ela não vira, fora a própria razão de suas lutas internas limpar o rosto antes de entrar no carro e dar partida.


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Notas finais do capítulo

Bora comentar!
Quero saber o que vocês estão achando!
Tia Diana!