Coisas que nunca direi a você.

Nunca direi que sua presença é a que mais me conforta. Nunca direi que teu sorriso é o mais belo que eu já vi. Nunca direi que você tem o riso mais doce que já ouvi. Nunca direi que você tem os olhos mais intensos que já vi. Nunca direi que tens o rosto mais belo que já vi. Nunca direi te desejo mais que tudo nesse mundo. Jamais direi que és a pessoa que eu quero passar a vida ao lado, até o último suspiro.

Ela escrevia em um papel branco de carta. Uma carta sem destinário. Uma carta só.

O problema dela era: Ele estava apaixonado por outra. E não era só um problema: Ele era seu melhor amigo desde sua infância. Ele lhe causava uma confusão na cabeça e no coração. Ela simplesmente o amava, mas ele já pertencia a outra.

Ela botou, delicadamente, o papel dentro de um envelope decorado — não de maneira exagerada —, o que era simplesmente estranho já que ela nunca se importou com coisas fofas, nem com sua aparência. Mas ele fazia isso com ela, ele fazia ela ser quem ela nunca foi. Assim era o amor não é? Um sentimento detonador e doloroso.

Ela selou o papel e o escondeu em um pequeno baú aonde haviam outras cartas. Trancou o pequeno cadeado que era o que escondia seus sentimentos dos outros.

E aqueles envelopes selados escondiam um turbilhão de sentimentos que ela passou tanto tempo ocultando.

E ali jazia as coisas que ela nunca diria a ele. Nunca.

Mas ele já sabia.