Enemies escrita por MMenezes


Capítulo 4
O Lobo e o Cordeiro


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Sentiram falta da Mary & cia ? hehe
Bem, capitulo grandinho pela frente... espero que gostem.
A propósito, agradeçam a Almofadinhas, Akanny Reedus e Margareth pois sem os comentários delas eu não teria postado este capitulo tão cedo.

Agora chega de lenga lenga e boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486582/chapter/4

Acordar para o primeiro dia de aula foi terrivelmente difícil. Mary estava largada na cama ainda dormindo, ignorando completamente as ameaças e xingamentos por parte de Pansy Parkinson que tentava a quase meia hora acordá-la.

Aguamenti! – Sussurrou a loira sorrindo maldosamente enquanto um jato de água saia de sua varinha encharcando Mary Marine, que agora berrava contrariada.

– Qual é o seu problema!?

– Você! Esse é o meu problema. Agora pare de resmungar e se arrume logo, Black. Sua cara de zumbi está lamentável. – Completou a loira arrastando Mary para fora da cama. – Você vai ter que se acostumar a acordar mais cedo. Eu sou monitora da Sonserina, já tenho trabalho suficiente com aquelas pragas do primeiro ano, não preciso de mais uma pra me atormentar.

– Não me lembro de pedir pra você me acordar. – Mary retrucou mal-humorada.

– Não pense que eu gosto de servir de baba. – Pansy respondeu enquanto retocava o gloss. – Mas se voltar a namorar com o Draco significa ficar no seu pé 24 horas por dia, então, que seja.

– Tudo isso é por causa do Malfoy?

– Mas é claro. – Pansy continuou enquanto Mary se secava e começava a vestir o uniforme. – Você se torna a "priminha melhor amiga” do Draco e depois que os laços familiares entre vocês estiverem bem fortes você diz o quão boa amiga eu sou e o quão feliz você ficaria se ele voltasse a namorar comigo.

– Sem chance. – Mary respondeu rindo da fantasia da garota. – O Malfoy deve, no mínimo, estar me odiando por ter discutido com ele ontem.

– Vocês só tiveram uma discussãozinha boba, ele vai te desculpar. – Pansy falou rolando os olhos.

– E quem disse que eu quero que ele me desculpe?

– Eu disse. – Pansy respondeu, ajeitando os cabelos de Mary com as mãos antes de puxá-la para fora do quarto.

– Não viaja, Parkinson.

Pansy a arrastou saindo da sala comunal da Sonserina, caminhando pelas masmorras, passando pelo hall de entrada e então seguindo para a primeira aula.

– O que aconteceu com o café da manhã? – Mary perguntou ainda do lado de fora da sala.

– Se quiser café da manhã, acorde mais cedo!

O primeiro período do dia foi Feitiços com o Professor Flitwick, um homenzinho pequeno que se encarrapitava em cima de vários livros pra conseguir enxergar sobre a mesa.

A manhã passou tranquila enquanto o professor Flitwick explicava sobre o N.O.M.s, revisava feitiços convocatórios e pedia para que os alunos treinassem alguns feitiços básicos para a próxima aula que seria no dia seguinte.

Logo depois Mary Marine e Pansy Parkinson voltaram às masmorras onde teriam aula de Poções junto com a turma da Grifinória. Mary e Pansy se sentaram próximas à turma da Sonserina. Harry, Rony e Hermione não demoraram muito para chegar, e Mary logo percebeu que eles a procuravam pela sala sendo Harry o primeiro a encontrá-la, mas não houve tempo para explicações pois logo o Professor de Poções entrou na sala batendo a porta e os mandando sentar.

– Este ano o conteúdo será extenso e complexo, mas considerando que poucos aqui de fato entendem a arte do preparo de poções creio que isso não fará diferença a vocês cabeças de vento. – Severo Snape concluiu categoricamente num tom vazio que fez com que Mary deixasse escapar uma careta no exato momento em que ele a olhou. – Alguma pergunta, Srta. Black?

– Professor, com todo respeito, o senhor não sabe nenhum feitiço para cortar os cabelos? – Perguntou com falsa curiosidade, pronta para contrariar e irritar Severo Snape, o homem que seu pai sempre odiou.

– A aula é de Poções e não de Feitiços, Srta. Black. Mas eu não espero que saiba a diferença entre os dois considerando que seu cérebro seja tão pequeno quanto o do seu pai, aquele trasgo inútil. E ainda assim eu não ensino banalidades e inutilidades.

– Bom professor, uma tesoura seria bem útil para o senhor. – Mary continuou na tentativa de não se abater pelas ofensas proferidas contra Sirius. Pansy por outro lado deixou escapar uma risadinha assim como outros poucos alunos, mas logo se arrependeu.

– Menos 10 pontos pela ousadia, Srta. Black. - Snape sentenciou para então voltar-se contra Pansy. - E você também Srta. Parkinson, menos 5 pontos por incentivar as brincadeiras estupidas da sua colega.

– Nossa, não pergunto mais. – Mary falou com inocência enquanto o professor se afastava lhe dando as costas.

– Você é louca? – Pansy sussurrou, mas Mary não respondeu, apenas deu um sorrisinho torto e voltou sua atenção para a aula.

As duas aulas de Poções passaram tão rápido quanto a de feitiços. Snape pediu para que os alunos preparassem a Poção da Paz e uma hora e meia depois Mary estava com a poção devidamente terminada e tão bem preparada que poderia pacificar até mesmo uma região em guerra. Snape passou de caldeirão em caldeirão analisando o conteúdo, alguns cuspiam fagulhas verdes, outros pareciam cheios de concreto e por vezes até ameaçavam explodir. A poção de Mary, no entanto, desprendia um vapor prateado claro, demonstrando a perfeição. Snape analisou a poção da garota com o dobro de atenção, crispou os lábios em desdém e passou para o caldeirão de Pansy que soltava uma fumaça quase negra. Pouco mais a frente Hermione também terminara sua poção com perfeição, Harry, porém, não parecia ter feito o mesmo visto que logo Snape estava ralhando e esvaziando seu caldeirão.

– Os alunos que conseguiram ler as instruções encham um frasco com uma amostra de sua poção, colem uma etiqueta com o seu nome escrito com clareza e tragam-no à minha escrivaninha para verificação. – Disse Snape. – Dever de casa: trinta centímetros de pergaminho sobre as propriedades da Pedra da Lua e seu uso no preparo de poções.

Os alunos já começavam a deixar a sala e Mary terminava de arrumar seus livros quando ouviu seu nome ser chamado.

– Senhorita Black. – Snape repeti dessa vez mais alto.

– Sim, Professor. – Respondeu a garota educadamente enquanto recolhia seus livros.

Os últimos alunos saíram da sala, deixando-a sozinha, apenas ela e Snape.

– Sente-se. – Ele mandou.

– Estou bem de pé...

– Eu disse, sente-se! – Repetiu com mais veemência.

– Ok, já que faz tanta questão. – Mary falou rolando os olhos.

– Bem, a senhorita foi designada para a Sonserina, isso pode ser considerado como um milagre sendo você filha de quem é, mas não pense que sendo eu o Diretor desta casa, lhe darei algum privilegio. Não vou permitir que transforme minhas aulas em um circo com suas palhaçadas. – Ele falou levantando-se e rodeando lentamente a carteira onde Mary estava sentada. – Contudo, a senhorita parece ser tão hábil no preparo de poções quando sua mãe Emmeline Vance era. Nesse caso, quero lições extras.

– Sem problemas. – Mary falou despreocupadamente. – Agora pare de dar voltas, o senhor está me deixando tonta.

– Quero que discorra sobre a importância da Essência de Arruda no preparo de poções. - Snape falou agarrando um pergaminho sobre sua mesa e jogando no colo da garota. - Quero para a próxima aula.

– Ok. Já posso ir embora? – Mary perguntou rolando os olhos tediosamente.

Snape respondeu balançando uma das mãos com descaso, dando-lhe permissão. Assim que saiu da sala Mary se deparou com Harry, Ron e Hermione encostados num canto cochichando provavelmente a sua espera e a seu respeito.

– Mary. – Harry falou percebendo a presença da garota. – Estávamos te esperando.

– Queremos pedir desculpas por não termos falado com você depois da seleção das casas. – Hermione continuou, agora cabisbaixa e visivelmente culpada.

– É que ficamos surpresos por você cair justo na Sonserina, afinal seus pais eram grifinórios, sem contar que a maioria dos sonserinos são maus. – Rony falou para então corar violentamente e tentar corrigir. - Não que tenha algum problema com isso, afinal, muitos bruxos bons pertenceram a Sonserina, tipo... tipo...

– O que estamos tentando dizer... – Harry interrompeu dando uma cotovelada nas costelas do Rony. - É que não importa se você é uma sonserina, não importa se você se senta ao lado da Parkinson, não importa se teremos que esculachar sua casa no quadribol. Nós vamos continuar sendo seus amigos.

– Sinceramente, vocês são terríveis em pedir desculpas. – Mary falou fazendo-os rir. – Mas está tudo bem, não será a Sonserina que vai livrá-los de mim. Agora, será que alguém pode me ajudar a achar uma coruja? Ou eu vou ter que pedir a um sonserino?

– Eu te ajudo. – Harry se prontificou. – A não ser que queira pedir ajuda ao Malfoy.

– Do jeito que estamos bem ele seria capaz de me jogar da torre mais alta desse castelo. – Ela respondeu fazendo-os rir.

Mary e Harry se despediram dos amigos e caminharam para fora do castelo, cruzando os jardins de Hogwarts em direção ao Corujal. Durante o caminho Mary contou a ele os detalhes do dia anterior, discorrendo sobre a tagarelice do Chapéu Seletor, a linda sala comunal da Sonserina, e o curto dialogo com Draco Malfoy.

Chegando ao Corujal, Mary se sentou no topo da escadaria a fim de escrever suas cartas e só então se deu conta do quão agradável estava o dia. O sol matinal banhava os terrenos de Hogwarts, tornando os jardins ainda mais belos e as copas das arvores da Floresta Proibida menos assustadoras. O lago refletia os céu azulado e servia de abrigo para a Lula Gigante que espirava água no alunos desocupados que a incomodavam.

Ainda apreciando a paisagem Mary pegou tinta, pena e pergaminho, escrevendo uma carta aos seus avós e Julie, contando em suma sobre a seleção das casas e descrevendo rapidamente os terrenos de Hogwarts assim como sua irmã mais nova pedira. Logo depois pegou mais pergaminho e começou a escrever dessa vez para Sirius, usando um codinome qualquer só para o caso da carta ser extraviada.

Querido Snuffles,

Estou sem palavras para descrever como Hogwarts é incrível. Neste exato momento tenho vista privilegiada para os jardins e a floresta da escola, e está sol, muito sol. Você amaria estar aqui, muito ar livre, muita natureza e muita coisa para aprontar.

Aproposito, não sei se já sabe, mas sou a mais nova sonserina de Hogwarts, eu sei que não eraexatamente o que esperávamos, mas juro que ainda não entendo porque fui selecionada pra essa casa, eu não sou uma garota má, eu juro.

Ah, já tive o imenso desprazer de conhecer meu ilustríssimo primo Draco Malfoy, ele é tão chato e insuportável quanto Harry tinha descrito e obviamente já discutimos. Também conheci o Professor Snape, sei que ele é o diretor da minha casa, mas será que me expulsariam por azará-lo?

Agora, e quanto a você? Espero que esteja bem e menos ranzinza.

Não demore a responder.

Com amor,

Mary.

– Será que vão interceptar minhas cartas? – Mary perguntou no caminho de volta para o castelo.

– Talvez. – Harry respondeu. –Não acho que o Ministério da Magia seja assim tão tolo a ponto de achar que você não tem nenhum envolvimento com Sirius.

– Isso significa que eu o ponho em risco? – Sussurrou apreensiva.

– Significa que você deve tomar cuidado com o que escreve.

A semana seguinte começou nublada, lembrando a todos que logo o verão daria lugar aos ventos gélidos do outono. Mary tomava café da manhã ao lado de Pansy Parkinson e Theodore Nott quando as corujas começaram a chegar pousando em frente a seus donos e fazendo o maior estardalhaço. Mary aguardava ansiosamente pela resposta a suas cartas e quase pulou de felicidade quando uma coruja parda pousou a sua frente trazendo um pacote pesado. Dentro havia uma pilha de pergaminhos com os desenhos de Julie e varias fotos dela ajudando sua avó Dora com os jardins e estufas. Perdida no meio de tantos papeis, Mary achou uma carta e começou a lê-la em silencio.

Mary,

Estamos todos muito orgulhosos por você ter sido selecionada para a Sonserina. O Chapéu Seletor não leva em consideração o quão bom ou mal é um bruxo e sim as qualidades que ele tem. Ser uma sonserina não significa ser uma garota má, significa ser perseverante, perspicaz e astuta, e você é tudo isso. Sei que será a melhor e mais brilhante aluna da Sonserina e que nos trará muito orgulho.

Julie está bem, tem passado as manhãs me ajudando a cuidar dos jardins. Ela insistiu para que Phillep lhe ensinasse a ler e escrever e dizer que logo estará escrevendo uma carta inteira pra você. A propósito, sentimos muito a sua falta, a casa fica estranhamente vazia sem você.

Escreva mais vezes, sempre haverá desenhos da Julie para te mandar.

Sentimos muito a sua falta.

Dora, Phillep e Julie

Mary leu e releu a carta três vezes e quando estava prestes a fazê-lo novamente o zelador Filch entrou correndo no Salão Principal trazendo uma espécie de gaiola achatada enquanto lhe chamava.

– Senhorita Black. – Ele falou aproximando-se da garota. – Chegou uma encomenda para a senhorita.

– Encomenda? – Ela perguntou olhando para dentro da gaiola. – Um gato?

– Foi deixado no Hall de entrada.

– Obrigado, Filch. - Ela agradeceu meigamente, desejando ver-se livre dos olhos curiosos do zelador.

Observando com mais atenção notou um bilhetinho grudado próximo a tranca da gaiola e arrancou-o para ler.

Tenho certeza que a Sonserina está honrada em recebê-la. Faça o que quiser com o Snape, ele é um parvo estupido e seboso.

Espero que essa bola de pelos albina te faça companhia (foi a Molly quem escolheu).

Estou orgulhoso por você.

Com carinho,

Snuffles

– Você ganhou um gatinho! – Pansy falou, ajudando a abrir à gaiola.

– Olá gatinho. – Mary falou pegando o filhote branco e macio de dentro da gaiola e tentando aconchegá-lo em seu colo, mas o bichano foi mais rápido e logo se atirou no chão soltando um miado irritado e correndo para fora do Salão Principal. – Algo me diz que ele vai me dar trabalho.

Mary e Pansy terminaram o café da manhã e seguirão para fora do Salão Principal, onde Harry, Ron e Hermione a esperavam.

– Te encontro na sala. – Falou, despedindo-se de Pansy que lhe lançou um olhar reprovador, e correndo para encontrar seus amigos.

– Bom dia. – Mary cumprimentou, aproximando-se deles.

– Bom dia. – Responderam juntos.

– Sirius respondeu a minha carta. – Sussurrou animada. – Foi mais como um bilhete, e não tinha informação nenhuma sobre nada, mas ainda assim, foi uma resposta.

– Ele nos respondeu também. – Harry sussurrou – Apareceu na lareira noite passada.

– Ele está se arriscando demais. – Hermione falou séria. – O Malfoy tem feito insinuações sobre cães toda vez que nos encontramos, acho que o pai dele reconheceu Sirius na estação.

– Garoto irritante. – Mary sussurrou fechando a cara ao se lembrar do desagrado de Draco. – Vou pedir a Sirius que seja mais cuidadoso.

– Ok. – Harry concordou para então completar. – Temos que ir para a aula, nos falamos no jantar.

– Você tem detenção com a Umbridge, Harry. – Hermione o lembrou.

– Ah! – Falou com tristeza.

– Falando nisso, como está sua mão? - Mary perguntou lembrando-se da ultima vez que encontrou Harry saindo da sala de Umbridge com as costas da mão em carne viva.

– Melhor, eu acho. – Ele respondeu estendendo a mão para que Mary analisa-se. – Aproposito, obrigado pela essência de murtisco que você e a Hermione prepararam, ajudou muito.

– Que bom. – Mary falou sorrindo e dirigindo-se a Hermione. – Vou preparar mais um pouco hoje à tarde e te entrego no jantar.

– Ok. - Hermione respondeu antes de sair correndo junto com os amigos para a próxima aula.

O resto do dia correu rapidamente, Mary raramente tinha aula com a turma da Grifinória, mas mesmo assim tentava ficar próxima dos amigos durante as horas vagas e quando não estava com eles estava com Pansy Parkinson que não a largava por nada.

Em poucos dias Mary já se entrosava com vários alunos de diversas casas, muitos achavam um erro ela ter sido designada para a Sonserina, mas poucos tinham coragem de dizer isso a ela. Mesmo não gostando do jeito simpático com o qual a garota tratava os outros alunos, os sonserinos também não conseguiam ignorá-la. Pansy, particularmente, achava tudo isso muito vantajoso, pois até mesmo Filch tinha cedido aos encantos da garota. Havia apenas uma pessoa que ainda não o tinha feito...

Draco estava sentado próximo a uma janela na sala comunal da Sonserina, já era tarde da noite e o aposento estava quase vazio, ele mesmo já teria ido dormir se não fosse por Blásio e uma garota do quarto ano que estavam se atracando no dormitório, ou seja, Draco só tivera duas opções, ou ocupava o quarto de algum primeiranista estupido como Grabbe e Goyle fizeram, ou esperava na sala comunal até a farra do amigo terminar. Não é preciso dizer que ele optou pelo conforto da sala comunal e que agora observava enquanto Mary conversava animadamente com alguns colegas enquanto terminava o dever extra que Umbrigde lhe deu por interromper a aula.

A garota era bem bonitinha, ele não podia negar. Mas algo nela o incomodava profundamente não sabia dizer ao certo o que era, mas sempre que a via distribuindo sorrisos pela escola sentia algo queimando dentro de si, algo muito próximo do ódio. – Tola, é isso que ela é.– Pensou o garoto ainda observando-a. – Uma Black como ela não deveria ficar por ai fazendo amiguinhos e distribuindo sorrisinhos! Ela vai acabar com a reputação da nossa família... tanto quanto o pai dela já acabou.

Tentando manter uma linha de raciocínio, Draco seguiu a noite acusando-a e xingando-a mentalmente, por varias vezes se viu distraído observando a forma como Mary franzia a testa enquanto lia ou como sorria vitoriosa ao terminar um exercício. Mas definitivamente perdeu a linha de raciocínio quando Robb Tyler, um garoto do ultimo ano, a puxou para uma conversa “particular” próximo as escadas que levavam aos dormitórios.

Draco sabia que Robb Tyler não queria conversar coisa nenhuma, o garoto era conhecido por namorar as garotas mais bonitas de Hogwarts. Não era raro encontrar os companheiros de dormitório de Robb trancados do lado de fora do quarto enquanto ele se divertia com alguma palerma que caíra em sua lábia. Mas dessa vez isso não parecia estar funcionando, Mary encarava o rapaz mais velho com cara de poucos amigos e até fez menção de subir as escadas que levavam ao dormitório feminino antes que Robb a agarrasse pelo braço. Os alunos restantes na sala deixaram o aposento silenciosamente assim que perceberam o que acontecia – “Frouxos.” – Pensou permanecendo sentado tentando ouvir o que Mary dizia ao Tyler – “O que quer que seja não deve ser bom” – Ele concluiu.

Draco observou enquanto Mary tentava livrar-se do aperto do mais velho, mas as forças da garota não eram páreas para os músculos bem desenvolvidos do rapaz e logo Robb pôs-se a arrastá-la escada a cima.

– Hey Tyler. – Draco chamou avançando até as escadas, fazendo-o estacar. – Solta a Black.

Robb se virou lentamente para encará-lo enquanto Mary agradecia mentalmente pela intervenção.

– Tentando proteger a priminha, Malfoy? – Robb perguntou debochado. – Não precisa se preocupar, eu já trago ela de volta.

Draco sentiu o sangue ferver e uma imensa vontade de azará-lo ou até mesmo amaldiçoá-lo. Podia não sentir afeto algum por Mary Marine, mas não deixaria um trasgo imundo como Robb Tyler desonrar sua família.

– Solta a Black e me poupe o trabalho de ferrar com a sua vida. – Draco falou com desdém. – Caso o contrário posso pedir ao meu pai que demita o seu pai do Ministério da Magia. Qual é o nome dele mesmo? Ah, sim. Augustus Tyler, certo?

– Você não faria isso. – Robb falou com a voz vacilante.

– Você sabe que eu já fiz coisas muito piores por motivos muito mais fúteis. – Respondeu ainda encarando-o furiosamente enquanto o garoto parecia digerir aquilo.

Robb pensou um pouco e então soltou o braço da garota à contra gosto, subindo as escadas irritado.

Mary permaneceu parada por alguns segundos massageando o braço arroxeado enquanto tentava entender o que tinha se passado ali. Mas antes que Draco pudesse dizer qualquer coisa, a garota correu para as escadas do dormitório feminino e desapareceu, deixando-o sozinho apenas com o eco da porta batendo escada a cima.

– É por isso que não faço favores. - Draco resmungou mal-humorado, subindo as escadas rumo ao seu dormitório que, pelo visto, ainda estava ocupado.

Mary chegou ao seu dormitório e correu para o banheiro, queria ficar sozinha e não queria acordar suas companheiras de quarto. Silenciosamente fechou a porta e encostou-se na mesma escorregando e sentando-se no chão. Ainda estava ofegante e sua cabeça girava com o excesso de tensão e adrenalina dos últimos minutos. Sentia milhares de informações, sentimentos e sensações explodindo dentro de si. Sentia tanto ódio e nojo de Robb Tyler que seria capaz de azará-lo ao encontrá-lo de novo, mas por outro lado também se sentia grata a Draco Malfoy por tê-la ajudado, e isso era algo terrivelmente difícil de se admitir. – ”Eu sendo grata a um Malfoy.” – Pensou irônica. – "Soa tão absurdo.”

Depois de muito pensar tomou um banho rápido, vestiu uma calça de flanela e uma regata preta prendendo os cabelos em um coque frouxo e tentou dormir um pouco, mas depois de quase 20 minutos rolando de um lado ao outro da cama, desistiu.

– Eu deveria agradecer pelo que ele fez. – Mary sussurrou pensativa, sentando-se na cama. – Querendo ou não ele, de certa forma, me salvou.

Levantando-se a contra gosto, Mary andou pelo quarto pensando no que dizer ao Malfoy e depois de ter um discurso parcialmente ensaiado tomou fôlego e saiu do quarto. – É o certo a se fazer. – Repetia mentalmente tentando convencer a si mesma enquanto descia as escadas.

Mary correu os olhos pela sala assim que chegou aos últimos degraus, estava deserta, não havia sinal do garoto e tão pouco de qualquer outra pessoa. Pensou em procurá-lo no dormitório dos garotos, mas sentiu sua coragem se esvair – “Pensando bem, é melhor voltar para o quarto e fingir que nada disso aconteceu.” – Cogitou, tarde demais.

– Você deveria estar dormindo, Black. - A voz baixa e arrastada de Draco encheu a sala fazendo com que Mary se virasse rapidamente para o topo das escadas e esquecesse completamente o discurso que havia preparado.

– Vim agradecer pelo que fez mais cedo. – Ela falou com rispidez, achando que isso impediria o rubor em suas bochechas.

– Você me deve uma. – Ele respondeu descendo as escadas de forma descontraída e parando um degrau a cima da garota.

– Eu sei que devo. – Mary falou contendo um suspiro pela proximidade do garoto e descendo o resto das escadas para se sentar no sofá em frente à lareira fracamente acessa. – Então, o que vai ser?

– Ainda não tenho nada em mente. – Draco respondeu fazendo o mesmo que a garota e sentando ao seu lado. – Mas não vou me esquecer de cobrar.

Mary permaneceu em silêncio, encarando a pequena chama que tremeluzia na lareira enquanto Draco se aconchegava no sofá pondo as mãos atrás da cabeça de forma relaxada.

– Não precisava ter me defendido! – Mary falou orgulhosa depois de longos minutos em silêncio. – Honestamente, eu teria dado um jeito.

– Você estava tão apavorada que nem sabia como usar a varinha. - Draco falou divertido.

– Eu sabia sim e usaria em algum momento. – Mary falou irritadiça. – Ainda assim, não faz sentido. Você é Draco Malfoy o garoto mau da Sonserina, lembra!? Você não defende garotinhas indefesas e coisa do tipo.

– Também sou Draco Black, seu primo de quarto grau que não deixaria um imbecil como o Tyler desonrar a nossa família. – Draco respondeu impulsivamente e continuou. – É claro que ajudaria muito se você não saísse distribuindo sorrisos por ai, e se quer sabe, eu até tinha esperanças de que você fosse leal a nossa família, mas não, você tinha que ser idêntica a ele, idêntica ao cachorro do seu pai.

– Pare de chamá-lo de cachorro. – Mary ordenou, fechando a cara.

– Porque você se incomoda tanto. – Draco perguntou debochando. – Ele agiu exatamente como um cão na estação King Cross.

Mary o encarrou atônica. Hermione tinha razão, eles tinha reconhecido Sirius.

– Não se preocupe. – Draco falou ainda debochado. – Ainda não sabemos onde ele está, mas eu ficaria muito feliz se você me dissesse.

– Nem se eu soubesse. – Mary respondeu com a voz tremula.

– Você sabe, eu sei que sabe. Mas tudo bem, eu não gosto de me meter nos assuntos do meu pai mesmo.

Mary permaneceu em silencio e Draco não voltou a se pronunciar. Ambos olhavam diretamente para a chama a sua frente que teimava em continuar queimando, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Mary sentiu o cansaço pesar em seus olhos, mas estava assustada demais com o que Draco acabara de dizer para dormir. Teria que avisar Sirius sobre o risco que corria, mas achava que a essa altura já estariam de olho em suas cartas. Muito tempo se passou até que Draco ressonou ao seu lado, já passava da uma da manhã, não era a toa que o garoto tinha caído no sono. Mary permaneceu mais alguns minutos encarando a chama tremula na lareira, mas logo o sono lhe venceu e a garota se permitiu relaxar um pouco no sofá, sem imaginar a surpresa que teria no dia seguinte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? hahahaha'
Espero pela opinião de vocês e em breve posto o próximo capitulo.

Beijos da Miia!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Enemies" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.