Mess. escrita por bangerz


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Eis que saí de férias e decidi comemorar isso com um capítulo. E CHEGAMOS A MAIS DE 70 LEITORESSSSSS! Queria saber só onde vocês se escondem, dêem as caras amiguinhos!
Gente, eu to tão feliz, sl eu amei esse capitulo de um jeito que vocês não tem noção!
Enfim, como vocês estão? To morrendo de saudade, me contem como andam e tudo mais porque quero saber mais de vcs!
Até as notas finais (:



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O destino é essa coisa realmente engraçada.
Em um momento da vida, quando eu tinha treze anos, eu achei que as maiores dificuldades que encontraria no colegial seriam quais garotas eu iria querer como amigas e quais eu iria evitar como se elas fossem o próprio demônio, eu nunca pensei que chegaria ao colegial e me meteria em metades dos problemas que me meti, mas como costumava dizer minha mãe, eu sempre atrai confusão.

Puxei minhas pernas para cima da poltrona marrom escuro que fazia parte da mobília antiga e cara da biblioteca principal e encarei Travis que olhava atentamente para as linhas de um livro qualquer como se aquilo fosse algum tipo de código supremo que ele deveria decifrar para só então poder viver em paz. Veja bem, eu deveria estar me empenhando tanto quanto o ruivo a minha frente, mas eu apenas não podia. Não quando minha melhor amiga me chamava de vagabunda e meu melhor amigo me ignorava como se eu fosse algum tipo de leproso que fugiu de um hospital psiquiátrico. Eu me meti em um monte de problemas mesmo. Mas a coisa é que as conseqüências pareciam nada quando anoitecia e Travis estacionava na minha garagem com aquele sorriso convencido no rosto, parecia totalmente suportável o que viesse a seguir se eu pudesse apenas tirar uma pontinha do que ele me oferecia, mas eu queria Zack também e queria minhas duas melhores amigas juntas para uma noite do pijama, eu só não sabia como conseguir as três coisas ao mesmo tempo. Enruguei minhas sobrancelhas e empurrei meus pés para o chão outra vez enquanto me inclinava na mesa e apoiava a testa na mesa.

– Melissa, será que você pode prestar um pouco de atenção aqui? Temos que entregar isso amanhã. – A voz de Travis me faz erguer a cabeça pra encontrar seu olhar levemente irritado.

– Desculpe, não tenho cabeça pra isso agora Becker. – Resmungo enquanto volto a esconder meu rosto entre os braços apoiados na mesa.

– O que aconteceu? É sobre a Emy? Ela vai entender uma hora ou outra.

– Não é só sobre isso, é sobre tudo. Sinceramente Travis, as coisas estão desabando e você parece achar tudo perfeito. – Solto enquanto me levanto da poltrona e ando até a janela imensa que me mostra as nuvens cinza lá fora.

– Foda-se, eu realmente não dou a mínima. Eu não passei esse tempo todo te enchendo a paciência e tentando fazer você não se esquecer de mim pra deixar qualquer merda me abalar quando eu enfim consigo ter você. Eu não vou deixar, Melissa. – Travis é tão direto que eu não posso encará-lo então tudo que eu faço é olhar pra fora enquanto retorço meus dedos.

– Eu sinto falta deles. – Minha voz sai tão baixa quanto um sussurro.

– Tudo vai se acalmar com o tempo. – Poucos minutos depois eu tenho o Becker com os braços ao meu redor e o rosto escondido na curva do meu pescoço. É bom e me deixa tranqüila.

– Preciso esperar pra ver. – Resmungo antes que ele me puxe para um dos beijos que eu tanto gosto.

Quando nós saímos para o fim de tarde chuvoso eu estou um tanto quanto mais tranqüila embora eu não saiba como lidar com as coisas de qualquer forma. Quando as coisas caminham para dar certo algo sempre precisa dar errado para causar comoção ao leitor, para aumentar o suspense, para deixar os nervos a flor da pele. No meu caso, as coisas sempre estavam dando errado e ter algo dando certo em partes era simplesmente desesperador, tão desesperador como tomar chuva num frio de gelar os ossos, tão desesperador como perder a mãe no supermercado. O carro estaciona na frente da minha casa mas eu momentaneamente me recuso a sair porque tudo que eu quero é me manter escondida ali onde tudo parece bem, onde eu não sou uma vagabunda traiçoeira e mentirosa, mas nem tudo que se quer, se tem, então tudo que eu posso fazer é empurrar meus pés para fora depois de receber o meu beijo de boa noite. Becker me encara como se quisesse me dizer algo, mas sua boca se fecha e ele acena rápido antes de acelerar para o fim da rua e sumir das minhas vistas. Arrumo a alça da mochila sobre os meus ombros e tiro meu cabelo do rosto, enfio as mãos nos bolsos da calça jeans procurando pela chave, me arrasto como uma deficiente vital – aquele nome legal para zumbis, eu acho que vi em um livro, eu gosto dessas coisas. – e subo os degraus da varanda, estou prestes a entrar em casa quando escuto o balanço da varanda ranger me alertando que alguém está lá, olho rapidamente e encaro Zacky que se balança calmamente enquanto esquenta as mãos e usa a sua touca do Mickey que eu lhe dei no aniversario de quinze anos. Eu nunca soube presentear ninguém.

– Eu estava esperando você chegar. Você sabe, eu estou chateado mas eu tenho essa minha maldita consciência que me obriga a vir até aqui nesse frio maldito para ouvir o que você tem a me dizer. Lissa, eu não quero sair da sua vida logo agora. Não quando eu acabei de voltar. – Zacky me dá o seu olhar se compreensão e tudo que eu queria era me jogar nele e deixar que ele me dissesse que tudo ficaria bem, porque eu confiava em Travis, mas eu sempre confiaria mais em Zacky, pelo menos quando se tratava dos meus sentimentos.

– Quer um chocolate quente? – Tão bobo quanto possa parecer, isso é tudo que sai da minha boca e surpreendentemente, arranca um sorriso dele que se ergue e anda até mim, bagunça meu cabelo e me presenteia com leves batidinhas no nariz.

– Eu vou te ajudar a fazer, vamos lá.

Me encosto no balcão enquanto me desfaço das minhas luvas e do casaco pesado, Zacky revira a geladeira enquanto eu derreto o chocolate. Por um momento parece como antes, mas ele faz toda questão de me lembrar porque está ali, finjo que não ouvi, mas Zacky pode ser tão insistente quanto eu as vezes. Me dou por vencida e me impulsiono para cima do balcão enquanto ele se senta em umas das cadeiras da mesa e me encara como se esperasse pelo conto das mil e uma noites e não pela minha confissão de erros ou seja lá o que eu estivesse prestes a fazer. As vezes eu me perguntava como Zacky poderia me causar tais reações como aquelas, mesmo quando não queria, tudo que eu poderia fazer era falar durante horas para ele sobre o que sentia ou não, sobre meus erros e sobre quem diabos eu tinha fodido agora. Abaixei a cabeça, enrolei os cabelos num coque e ergui meus olhos novamente para encontrar Zacky com sua xícara em mãos me olhando inquisidor. Então eu fui lá e me abri, como eu sempre faria quando se tratava dele.

– Parece fodido, eu sei disso, mas eu não consigo ficar longe do Becker. – Essa é a primeira coisa que eu digo, é impressionante que eu tenha admitido aquilo para outra pessoa quando eu apenas não podia assumir pra mim mesma.

– É bem fodido mesmo, Melissa. Como diabos você foi se apaixonar por ele? Você não odiava o cara como o diabo odeia a cruz? Me dê uma luz aqui porque eu não sei de onde isso veio. – Zacky está me encarando e tudo que eu posso fazer é desviar o olhar, porque eu sei que ele está certo, isso não fazia o menor sentido.

– Só estava aqui. Eu acho que sempre esteve você sabe, você vivia com a gente e era tão simples e antes dele sumir nós realmente íamos sair. Eu acho que pode ser algum tipo de arrependimento idiota por não ter tido isso anos atrás, mas no fundo, bem lá no fundo mesmo, eu acho que realmente... Eu me ferrei dessa vez.

– Nenhum de nós pode mudar isso, então eu só vou com as ondas, mas não me peça para agir como se eu gostasse do cara. Eu não gostava há anos atrás, eu continuo com a mesma opinião. – Ele sorve o ultimo gole do chocolate e se levanta vindo pra mim, abro os braços porque preciso receber o abraço tanto quanto ele precisa me dar. Zacky se aconchega em mim e eu passo meus braços ao seu redor, afundo meu rosto no seu pescoço e dou um sorriso leve. Zacky era como casa e sempre seria, enquanto eu o tivesse, eu poderia lidar com as outras coisas. Naquela noite ele dormiu comigo, e eu me senti com treze anos de novo. Nunca tive tanta paz.

Ir ao colégio é como receber uma intimação para ir ao inferno sem uma certeza de que sairá de lá vivo. Eu rolo até encontrar o despertador e dou um tapa no maldito objeto que insiste em me manter acordada, empurro meus pés para fora da cama e calço minhas pantufas, dou um tapa nas costas do meu melhor amigo eu lhe chamo pela terceira vez. Zacky resmunga algum palavrão e se senta na cama enquanto encara tudo ao seu redor tentando sair da tontura confusa pós sono, eu dou um sorriso porque o cara parece um maldito ursinho quando acorda. Me arrasto até o banheiro, faço xixi e procuro lembrar onde enfiei a maldita escova de dentes, acho a coisinha fugitiva na gaveta de baixo e escovo meus dentes enquanto Zacky para ao meu lado e rouba uma das escovas novas que eu mantenho guardadas para quando mamãe tem visitas ou as garotas decidem dormir aqui de supetão. Encaro nossas figuras no espelho e dou um sorriso sujo de creme dental para um Zacky sorridente que me retribui com uma careta engraçada, repito seus gestos e nós dois gargalhamos como idiotas. Pela primeira vez ao longo da semana, eu não me sentia apenas quente pelos braços do Becker, eu senti tudo quente, porque meu coração estava aquecido também. Não basta ter amor, não aquele tipo de amor carnal. Você sempre vai precisar ter alguém por você. Nesse caso, meu alguém sempre seria Zacky porque eu o amava e porque ele me amava também, e esse tipo de amor, aquece corações e aquece almas. Aquece o corpo todo. Ilumina a vida.


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Notas finais do capítulo

Então, curtiram???// Eu amei o final, sei lá, eu tenho essa coisa louca pelo Zacky e pelo Travis, não sei me decidir. #sorrynotsorry Deixem os comentários lindos de vcs sejam eles criticas ou elogios, quero saber o que vcs estão achando! E aos fantasmas: Gente, se apresente que eu quero conhecer vcs



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