Meu nome é Vitória e, bem... Por onde eu começo? Ah! Já sei. Eu tenho longos cabelos castanho-claros repicados, olhos verdes e um corpo bem definido com seios e coxas na medida certa, sou viciada em games e... E eu estou apaixonada pelo meu melhor amigo.

Só pela ultima parte já deu pra ver o quão lascada eu me encontro agora, não é?

Meu melhor amigo se chama Armin, ele tem cabelos pretos e lindos olhos azuis, ele também tem um corpo bem bonito, digamos assim, ele é magro, mas tem músculos, é viciado em games tanto quanto eu.

Quando eu me apaixonei por ele? Bom, nem eu sei! A única coisa que eu sei é que eu gosto dele mais que como um simples amigo e hoje, bom... Hoje eu decidi me declarar, pois é. Eu não sei se ele tem os mesmos sentimentos por mim (tudo indica que não, mas não custa tentar!), não sei como vou me declarar e eu também não sei como vai ficar a nossa amizade depois disso se ele me rejeitar, mas pelo que eu conheço do Armin ele simplesmente vai espancar um Chefão qualquer até esquecer tudo.

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Cheguei à escola e fui direto pra sala 2-B, que é a que a gente fica a maior parte do tempo por não ter nenhuma turma nela. Assim que cheguei o vi sentado na cadeira com os pés sob a mesa concentrado no seu PSP, como sempre. Ele devia estar no chefão ou em algum PVP importante, porque de repente ele tirou os pés da mesa bruscamente e foi os abaixando lentamente até encosta-los no chão, sem tirar os olhos da tela um minuto.

Eu estava encostada na porta há uns dois minutos e ele nem notou a minha presença, esse é um dos pontos que temos em comum: é só colocar um console perto da gente e nós nos esquecemos do mundo. Depois de mais algum tempo pude ouvir seu gemido de satisfação e concluí que ele tinha matado o boss, então eu me desencostei da porta e me pronunciei.

–Chefão ou Bossta Fight?- Ele me olhou meio surpreso, mas logo depois sorriu.

–Ah, oi Vi! Foi mal, eu não percebi que você estava aí. E era um Chefão, que de bosta passava longe- Ele deu um lindo sorriso.

–Sem problema, eu também fico assim quando eu estou jogando- Eu me aproximei e me sentei do seu lado- Muito difícil?

–Mais ou menos. Você tá aqui há muito tempo?- Assenti positivamente

–Pode se dizer que sim

–Me desculpe por não ter notado você antes- Ele fez uma cara decepcionada

–Ei, ei, não faça essa cara, idiota. Já te disse que não tem problema- Eu sorri- Que jogo era?

–Castlevania- Ele disse animadamente enquanto me mostrava o menu do jogo- Comprei na loja nova que abriu aqui perto

–É bom?

–Yes, sir! Aconselho!

–He, He, então talvez eu compre também.

De repente uma voz indesejada falou na minha cabeça: “Vitória, você veio se declarar, então o faça!” Eu tinha me esquecido desse pequeno detalhe, eu fico tão à vontade com o Armin que me esqueço das coisas. Bom, é essa a questão: como eu vou me declarar para o meu melhor amigo? Um simples “eu gosto de você” serve? Acho que não.

–Er... Armin?

–Oi?

–E-e-eu tenho uma coisa p-pra te falar- Eu não to me vendo, mas devo estar totalmente vermelha, parecendo um pimentão.

–Pode falar- Ele me respondeu tirando os olhos do console e olhando nos meus olhos. Não dá, simplesmente não dá para me declarar! Não sai nada!

“Agora que começou termina!” A voz falou de novo na minha cabeça.

–E-e-eu g-g-go- NÃO SAI! EU NÃO CONSIGO FALAR, QUE ÓDIO!- S-será que dá pra você ir à praça hoje comigo?

–Claro! É só avisar o Alexy que hoje eu volto com você, certo?

–Ok!

“Na praça, eu tenho que falar na praça, não importa a resposta, eu tenho que falar!” Pensei comigo antes de sair da sala com Armin para a nossa real sala de aula.

A aula passou devagar como sempre, mas não é isso que o meu Mortal Kombat pensa, afinal zerei ele de novo umas três vezes, mas assim que o sinal tocou, joguei o meu material na minha mochila e sai da sala. Demorei um pouco pra chegar ao pátio já que a “princesa” Ambre resolveu encher meu saco, mas na hora que cheguei ao pátio vi Armin no portão conversando com o Alexy, eu me aproximei, na hora que eu cheguei ao lado do Armin Alexy deu um sorriso e Armin corou, não entendi bem o porque, mas... Fazer o quê, né?

–Cuide bem do meu irmãozinho, Vi!- Ele disse isso, acenou e saiu andando.

–Aff! Tinha que ser o Alexy- Eu ri, era sempre engraçado ver o Alexy provocando o Armin, mesmo eu não entendendo direito o motivo- Vamos?

–Vamos- Nós fomos até a praça e nos sentamos no primeiro banco vazio que vimos.

“É agora!” A voz de novo falando e colocando pressão em mim e o pior de tudo é que eu não raciocino direito sobre pressão.

–Então- Eu comecei tentando puxar assunto

–Então- Ele repetiu o que eu disse só que em um tom mais irônico- Você pediu para eu vir aqui com você, então o que você quer falar?

–É que- Eu comecei a abaixar o tom de voz até a ultima parte sair em um sussurro- Eu gosto de você.

–O que? Eu não ouvi- Eu estava mega vermelha naquele momento.

–É que eu g-g-gosto d-de você!- Eu falei, eu consegui falar! Agora é o mais difícil: A resposta.

–É serio? V-você não tá brincando, tá?- Ele pareceu surpreso, mas ao mesmo tempo... Feliz?

–Olha bem pra minha cara! Acha que eu to zuando?- Eu consegui ficar com um pouco de raiva dele por ter duvidado de mim, mas essa raiva logo desapareceu com o sorriso que ele deu.

–Obrigado

–Hã? Pelo que?- Ele não me respondeu apenas se aproximou e uniu meus lábios aos dele em um beijo apaixonado, o beijo se aprofundou no momento em que ele passou as mãos pela minha cintura e eu pelo seu pescoço, nós sónos separamos quando o ar fez falta.

–Merda, o Super Mario não precisa de ar!- Ele disse, mas não me soltou.

–Não se esqueça do Kratos!- Ele me deu um selinho

–O Kratos não vale!

–E por que não?

–Porque ele tem o poder dos deuses para respirar debaixo d’água e somente isso.

–Afe, dá no mesmo!

–Não, não dá no mesmo, mas esquece. Quero te perguntar uma coisa mais importante- Ele deu um sorriso

–E o que é? Já que é mais importante que o Kratos, o cara que dizimou o Olimpo deve ser bem... Interessante, vamos lá, pergunte!

–Vitória

–Ih, a porra é seria, se falou o nome intero é pior que mãe! Fala logo que você já tá me dando medo

–Você quer namorar comigo?- Eu não me surpreendi tanto, mas corei.

–Ainda me pergunta? Você é o que? Idiota?- Eu lhe dei um abraço forte que logo foi corespondido- Mais é claro!

–Eu te amo- Falamos os dois em uníssono

–Estaremos juntos até o Game Over?- Ele me perguntou sorrindo

–Quando der Game Over é só reiniciar do ultimo checkpoint!