HANNA

Melannie Berlitz estava definitivamente brava comigo.

Eu sei, conheço Annie muito mais tempo do que Pitt, mas ele correu atrás de mim... e isso foi tão fofo!

E eu também queria que Annie e Jhony se conhecessem melhor. Há uma hora atrás tinha certeza de que eles iriam se dar muito bem: ambos são bonitos, inteligentes, sarcásticos, irônicos, chatos, rabugentos, mimados, mau-humorados e sabem discutir como ninguém.

Essa era a única coisa que eles fizeram depois que entramos em casa.

– Eu ainda não sei o por quê diabos eu deixei você vir aqui! - Annie resmungava.

– Eu ainda não sei o porquê diabos eu concordei em vir aqui. - Jhony retrucava.

– Esses dois são insuportáveis. - Pitter sussurrou no meu ouvido, ele não tinha falado nada demais, mas mesmo assim me arrepiei.

– É como se Annie valesse por duas. - Respondi, tentando ignorar os calafrios que Pitter causava em mim me concentrando no jogo - que eu nem fazia ideia do que era-.

– Hanna, para pegar a arma é assim olha. - Ele moveu suas mãos por minha costa e pegou as minhas que estavam no controle.

– Pegar a arma é? - Provoquei.

– Uhum, fique a vontade para pegar minha arma. - Sua boca se aproximou mais de meu pescoço.

– Não Pitter, cada um com a sua arma. - Apontei para a televisão. Ele riu.

– Tem razão, aperta quadrado. - A sua voz estava rouca, me exitando ainda mais. Só conseguia pensar em como seria bom beija-lo agora. Será que tinha gosto de Cookies?

Se o som de fundo não fosse Annie e Jhony xingando um ao outro, tudo seria perfeito: As mãos de Pitter me envolvendo agarrando as minhas, sua boca em minha orelha e sua franja sexy caindo em seus olhos.

– JÁ CHEGA! - Annie deu um grito tão estridente que todo o clima tinha ido embora.

Foi tudo muito rápido. Eu voltei a jogar - pelo menos tentar - videogame, Pitt se afastou e voltou em sua posição de jogador e Jhony observava Annie sair da sala.

– O que foi desta fez, Jhony? - Pitt perguntou angustiado, provavelmente por nosso momento ter quebrado.

– Eu apenas disse que Annie não tinha um namorado porque ela era chata e do nada ela explodiu! Eu estava apenas brin...

– Jhony, por que você disse isso a ela? - Encarei ele.

Eu era a única pessoa que sabia o por quê de Annie nunca namorar. Algumas pessoas a chamavam de lésbica, até mesmo pelo seu jeito de se vestir, mas eu apenas dei um jeito nisso quando ela foi morar comigo.

Na verdade Annie tinha um namorado. Pensei em dizer isso a Jhony, mas eu tinha prometido a Annie que nunca contaria para ninguém o que tinha acontecido. Só os integrantes da banda em que Annie era a vocalista, a policia, eu e seus pais sabiam, mas eles nunca acreditaram nela.

– Eu não sei, tá legal? Ela estava me perturbando e eu acabei dizendo isso! - Jhony respondeu.

– Vocês dois devem ter algum problema mental! - Exclamei.

– Quer saber, Hanna foi um prazer conhecer você e sua amiga louca. Estou dando o fora daqui! - Jhony se levantou e saiu batendo a porta.

Me virei para Pitter. Coitado, ele não tinha nada a ver com isso mas tinha que despensa-lo.

– Olha Pitt, eu adoraria ficar a noite toda jogando com você, mas Annie é minha amiga, minha irmã. Eu tenho que ver o que aconteceu. Tenho certeza que o que Jhony disse a magoou. - Me sentei ao seu lado, encarando-o.

– Eu te entendo, Hanna. Também quero saber o que aconteceu com Jhony. Mas você me deve algo. - Ele pegou minhas mãos.

– O que?

– Um beijo de despedida descente, lembra? - Ele sorriu.

– Ah sim, o beijo mais... Longo. - Sorri também. E antes de tentar qualquer coisa ele me beijou.

Ele me puxou e me beijou! Seu beijo era forte, possessivo. Suas mãos se entrelaçaram em meu cabelo e ele me puxou mais firmemente. Passei minhas mãos em meu braço e fui subindo até seu rosto. Seus lábios foram para meu pescoço e eu estava sem fôlego. Santo Deus, o que foi isso? Quando me dei conta estava em cima dele. Minhas mãos em seu cabelo, as suas em minha costa, ele me beijando ainda violentamente e eu sentia outra coisa... Sua ereção. Bondoso Jesus, ele estava de pau duro por mim! Acho que ele notou minha reação, pois começou a corar.

– Me desculpe.

– Isso é realmente emocionante. - Disse rindo. Sai de seu colo e me lembrei de Annie. Droga!

– Acho que chegou a hora de ir. - Ele se levantou e o levei até a porta.

– Aqui. - Entreguei um pedaço de papel para ele. - Meu numero.

– Ah, estava demorando, ein?

– Palhaço, você sabe o por quê.

– Eu sei. - Ele me puxou contra ele agarrando minha cintura.

– Boa noite, Hanna. - E me beijou de novo. Por uns bons 15 minutos.

– Boa noite, Pitt. É hora de enfrentar a fera.