Dia das Bruxas escrita por Andye


Capítulo 1
Hogsmeade


Notas iniciais do capítulo

Para escrever esta Fic eu precisei transcrever alguns momentos de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, mantendo a originalidade de nossa amada JK.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/484922/chapter/1

Na manhã do dia das Bruxas, Harry acordou com os colegas e desceu para tomar café, sentindo-se totalmente arrasado, embora se esforçasse ao máximo para agir normalmente.


- Vamos lhe trazer um monte de doces da Dedosdemel - prometeu Hermione, sentindo uma pena desesperada do amigo.

- É, montes - concordou Rony. Ele e Hermione tinham esquecido a briga por causa de Bichento diante do descontentamento de Harry.

- Não se preocupem comigo - disse Harry no que ele imaginava ser uma voz displicente. - Vejo vocês na festa. Divirtam-se.

Ele acompanhou os amigos até o saguão da escola, onde Filch estava postado à porta de entrada, verificando os nomes que constavam em uma longa lista e verificando a face de cada um dos alunos postados na fila.


****


- É tão chato que o Harry não possa ter vindo.

- De verdade. A professora Minerva poderia ter maneirado com o cara.

- Rony, não fale assim. É tão esdruxulo.

- Esdruxulo?

- Sim. Ridículo. E outra, a professora Minerva está certa e vocês dois sabem disso. Gostaria muito que o Harry estivesse aqui conosco, mas não podemos fechar simplesmente os olhos aos riscos que ele tem corrido com o Sirius Black à solta.

- Mione, definitivamente, Sirius Black não seria estúpido o suficiente para aparecer em Hogsmeade. Você já parou para pensar na quantidade de dementadores que devem haver por aqui?

- Mais um motivo Rony. Ou se esqueceu como os dementadores fazem mal ao Harry? Realmente sinto que ele não tenha podido vir, mas é muito mais seguro para ele permanecer em Hogwarts.

- Tudo bem. Chegamos. Aonde vamos primeiro?

- Gostaria de ir primeiro na Loja de Penas Escribas. Preciso comprar algumas penas...

- Hermione, você tem dezenas de penas. Pra que mais penas? Por que tantas penas?

- Ronald, as penas são algo indispensável para um bruxo, tanto quanto uma varinha. Elas são essenciais e quanto mais, melhor. Há uma variedade incrível e elas...

- Tá bom Mione, não deixe o passeio chato. Que tal Dedos de Mel?

- Ronald, você só pensa com o estômago mesmo. Não, não. Vamos deixar para ir a Dedos de Mel quando estivermos voltando, assim compramos também para o Harry e elas não ficam velhas ou sem sabor...

- Hermione, os doces da Dedos de Mel não ficam ruins nunca.

- Mesmo assim, é melhor deixarmos para ir lá por último, afinal, vamos comprar muitos doces e se formos primeiro lá estaremos com as mãos ocupadas com os pacotes...

- É! Nisso você tem razão. Então, que tal a Dervixes e Bangue?

- Ótimo. Vamos sim.


Os dois adiantaram-se para a primeira loja que visitariam naquela manhã. Rumaram para o fim do povoado e adentraram na Dervixes e Bangue. A loja era pequena, porém encantadora. Era repleta de instrumentos mágicos e artigos sortidos.


- Olha Mione, esse bisbilhoscópio. Acho que o Harry precisa de um desses...


Rony apontava encantado para o objeto mágico em forma de pião que girava e apitava quando algo suspeito estava acontecendo.


- É verdade – Mione sorria engraçado – Esse daqui tem as cores da Grifinória. E olha,ele é extrassensível e capta qualquer coisa num raio de um quilometro e meio. – ela leu os dizeres com os olhos castanhos quase fechados.

- Vamos levar esse então – O ruivo sorriu animado pegando o objeto.

- Ron, essas são moedas de Leprechauns?

- São sim. Parecem galeões de verdade, não é?

- Sim. É incrível e realmente só poderiam ter sido fabricadas por duendes.

- Que tal umas para pregar umas peças em Hogwarts?

- Ron – ele desfez o sorriso zombeteiro – Mas que ideia sem nexo. Não vamos levar nada. Venha...


Hermione o puxou pela mão. Ele sentiu um arrepio estranho na nuca que desceu pela coluna que sinceramente não entendeu. Olhou para a mão apertada pela a de Hermione enquanto era puxado por ela e se perdeu no pensamento parando repentinamente quando avistou um onióculos.


- Nossa...

- O que foi Rony?

- Olha só esse onióculos...

- Não vejo nada demais...

- Como não Hermione? - ele olhou incrédulo para a morena – É um unióculos. Para se assistir Quadribol. Com os comandos que ele tem você pode rever o lance quantas vezes quiser, passar em câmera lenta, ver em alta velocidade, ver de perto, ver de longe... É o máximo... Mas é bem caro – o sorriso animado murchou ao ver o valor.

- Tá bem, vamos logo. Vamos pagar isso aqui e sair.


Dirigiram-se ao senhor que ficava no caixa da loja. Hermione adiantou-se e pagou o bisbilhoscópio que haviam escolhido para Harry, ouvindo um muxoxo exagerado de um Rony metido a cavalheiro, seguido de um singelo revirar de olhos da parte dela finalizado com um sorriso animado depois.


- Olha, o Cabeça de Javali. Que tal?

- Não Rony. Você sabe que as pessoas que frequentam este estabelecimento não são as mais confiáveis. E também não trouxemos copos.

- É... Vamos na Zonko’s então...

- É. Mas saiba que tudo o que você comprar por lá o Percy vai tomar.

- Ah Hermione. Por que você precisa ser tão estraga prazeres?

- Não sou estraga prazeres Ronald. Apenas sou sensata.

- E irritante.

- Saiba que a sua opinião a meu respeito muito pouco me interessa. Agora vamos logo que está começando a esfriar.


Ela foi na frente. Ele seguiu em seu encalço. Realmente percebeu que estava esfriando, mas dessa vez ele teria saído na frente da sabe-tudo-Granger. Sorriu triunfante. Tinha uma camisa sob o tradicional agasalho cor de tijolo com o grande R frontal que começava a ficar demasiado pequena e ainda tinha um casaco por cima compondo o vestuário-não-passo-frio-hoje.

Sorriu mais uma vez lembrando-se que Hermione ralhara com ele durante o café dizendo que não havia necessidade de tantos agasalhos em outubro. Mas não deu ouvidos, sabia que ela se arrependeria depois, já que ele conhecia o povoado e sabia que ele sempre esfriava. E ainda mais com a grande quantidade de dementadores existentes.

Sentiu-se mal em seguida. Hermione era nascida trouxa. Embora fosse uma sabe-tudo-irritante e soubesse melhor do que ele quais eram e onde estavam cada uma das lojas de Hogsmeade, ela não sabia dos detalhes não desvendados nos livros.

Adentraram na Zonko’s, que estava repleta de alunos de Hogwarts. Hermione realmente não se sentiu a vontade. Tinha muita gente e o local estava apertado, mal dando para se locomover. Rony ao contrário, parecia uma criança em meio a doces e balas de chocolate. Ela balançou a cabeça negativamente. Não, ele não parecia uma criança. Ele era uma criança realmente.

Saíram depois de alguns muitos minutos da loja. Hermione já havia dado o braço a torcer e sorria animada com os apetrechos expostos na loja. Sentiu frio. Alisou um dos braços por baixo da única camisa que usava. Uma camisa de algodão de mangas compridas na cor verde e uma calça jeans com umas botas. Amargou arrependida não ter seguido o exemplo de Ron e sugeriu tomarem um chá quente antes de continuarem.

Ron detestava chá, mas resolveu não contrariar. Sabia que ela sentia frio e embora preferisse uma cerveja amanteigada naquele momento, achou que ela não concordaria, já que agora ela tinha os braços cruzados abaixo do pescoço.

- Olha, aqui deve ter chá.


Rony apontava para um estabelecimento que ele nunca havia entrado antes. OCafé da Madame Puddifoot.

Ela concordou com a cabeça e rumou para o estabelecimento, tentando livrar-se do vento gélido que fez de repente.

Era uma loja pequena e estava na lateral da rua principal. Rumaram para uma das pequenas mesas redondas e Hermione sentiu-se mais a vontade agora que sentia-se mais aquecida e vislumbrava a decoração tão delicada e aconchegante.

Rony franziu o cenho quando viu uma grande quantidade de casais abraçados ou se beijando e enojou-se quando viu pequenos cupidos dourados jogando confete rosa sobre esses mesmos casais.

Abanou a cabeça rapidamente tentando acordar daquele transe momentâneo e quando ia sugerir para Hermione irem tomar um chá em outro lugar, viu que ela já havia feito o seu pedido, e pediu igual apenas para acompanhá-la.


- Esse lugar é esquisito, Mione.

- É. Aqui é onde veem os namorados para passarem momentos românticos.

- Hermione... Que lugar desagradável.

- Rony, não seja desagradável você.

-Mas vamos concordar... Essa decoração é meio... Rosa...

- Eu achei encantador.


Rony olhou para ela com o cenho ainda mais franzido. Como Hermione poderia achar aquilo de alguma forma bonito? Agradável? Encantador? Foi desperto novamente de seus devaneios após ver uma moça entregando as xícaras com chá.

Beberam em silêncio. Hermione olhava encantada o local. Rony olhava desesperado o local.

Mais um gole e mais um olhar. Ela sorriu para ele após mais um gole. Os olhos dela quase fecharam quando ela sorriu. Um sorriso simples, tímido e sincero. Ele percebeu uma gota de chá no lábio inferior da garota. Pensou em falar, olhou além dos cabelos dela tentando se distrair. Ela olhava distraída um cupido que passava.

A gota foi escorrendo. Ele sentiu novamente um aperto estranho na espinha. Ficou incomodado com aquela gota que descia e acordou dos devaneios sentindo o rosto esquentar quando ela passou a língua delicadamente nos lábios, sentindo a gota que descia.

Respirou fundo. Fechou os olhos e balançou novamente a cabeça com a nítida esperança de que aquele ato fosse o suficiente para afastar aquelas sensações estranhas de sua mente. Tomou mais um gole de chá e sorriu da forma mais tranquila que pode em resposta ao sorriso dado pela amiga.


- Você está bem, Ron?

- Sim. Só estava pensando como esfriou de repente.

- É verdade. Acredito que deve haver dementadores pairando por aqui.

- Provavelmente.

Ela o olhou duvidosa quando ele movimentou-se na cadeira que estava. Afastou-se um pouco da mesa, abriu o zíper do casaco que usava e o pendurou no encosto da cadeira. Olhou para ela, ela sorriu tomando mais um gole do chá. Sentia-se confortável, mas encabulou-se quando viu Rony afasta-se mais um pouco da mesa e tirar o agasalho cor de tijolo.

- Ronald – ela olhava incrédula enquanto ralhava num sussurro – o que você pensa que está fazendo?

- Não seja ranzinza Mione. Tome!


Ele estendeu a mão segurando o agasalho Weasley e entregando-o para ela. Foi ela quem franziu o cenho agora. Apenas estendeu a mão e pegou o suposto agasalho sem entender muito bem o que acontecia.

As mãos se tocaram. Novamente aquela sensação estranha se apoderou dele. A face dela corou. Os movimentos que pareciam em câmera lenta aceleraram-se agora. Ela abaixou a mão e olhando encabulada para a xícara, agradeceu.

- Obrigada, Ron.

- Não foi nada. Agora vista. Estámesmoesfriando aqui dentro. Ele é bem quente e vai te proteger enquanto estivermos por aqui.

- Obrigada.


Ela agora fez os mesmos movimentos que o ruivo fez anteriormente. Afastou um pouco a cadeira da mesa circular e deixou o agasalho desce-lhe para o peito. Sorriu novamente agradecida e incrivelmente envergonhada. Sabia que estava corada. Sentia as bochechas queimando. O casaco era enorme para seu corpo pequeno, mas incrivelmente lhe serviu muito bem.

- Assim que chegarmos a Hogwarts, eu te devolvo. Melhor, lavarei antes e...

- Não Mione, não precisa. Tenho muitos desses casacos e estou bem agasalhado por agora. Fique para você. Sei que não é lá um dos mais bonitos e sinceramente nem gosto muito deles, mas foi a mamãe quem fez, e ajuda bastante nos dias de frio.

- Obrigada novamente.

- Vamos então? Ainda falta passar na Loja de Penas Escribas e na Dedos de Mel antes de voltarmos ao castelo, e ainda quero tomar uma cerveja amanteigada.

- É verdade. Eu também estou louca para experimentar a cerveja amanteigada.

- Ah é. Você não conhece ainda. Irá adorar. Podemos ir na Loja de Penas, depois no Três Vassouras, tomamos a cerveja amanteigada e depois vamos na Dedos de Mel, o que acha?

- Acho ótimo.


Continuaram a conversa animada sobre cerveja amanteigada e demais bebidas enquanto saiam do estabelecimento. Desta vez, Rony quem pagou.

- Você vai adorar a cerveja amanteigada, e ainda tem hidromel e depois quando formos mais velhos vamos poder tomar whisky de fogo... Ainda sente frio?

- Só um pouco na verdade. Deve ser esse vento tão forte.

- Então pega meu casaco.

- Ah não, Rony. Ai será você que passará frio...

- E se dividirmos o casaco então?

- Como?


Ele passou o braço por cima do ombro dela. As reações foram instantâneas. Sentiu novamente a sensação gelada que partia da nuca em direção a espinha... Ou seria da espinha em direção a nuca? Ele não sabia. Só tinha certeza que ela não havia se afastado. Pelo contrário. Percebeu um pequeno tremor surgir no pequeno corpo daamigae após isto, ela olhou para os pés enquanto se aninhava contra o peito dele.

Caminharam assim por toda a Hogsmeade, soltando-se apenas para adentrar nas lojas que ainda iriam visitar. Os braços voltavam-se a abraçar-se cada vez que saiam e sentiam o vento frio na pele.

E assim retornaram para o castelo. Ao passarem pelas portas, soltaram-se e em silencio, confidenciaram-se um ao outro que o dia tinha sido muito bom. Sentiram-se verdadeiramente envergonhados.

Esqueceram-se por um momento que o amigo havia ficado em Hogwarts, mas Harry talvez entendesse, e diante dos muitos doces da Dedos de Mel recebidos, ele não percebesse o rubor que aparecia frequentemente nos rostos de ambos sempre que eram questionados sobre o que haviam feito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dia das Bruxas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.