POV – Lisa

 

Um segundo monstro saltou de entre as árvores atingindo a fera que me encarava. O segundo lobo era da mesma proporção que o cor de mogno, só o seu pelo que era cor de areia. Os dois monstros rolavam pelo chão. Os rosnados fizeram meu coração agredi meu peito.

 

O medo estava me tomando por inteiro, eu ainda não conseguia respirar. Ate que uma onda foi distribuída pelo meu corpo, me fazendo puxar o ar com força para dentro do peito. Tentei me levantar, mas escorreguei no musgo, caindo de joelhos. Tentei me levantar outra vez, tive sucesso nessa tentativa.

 

Comecei a correr em direção a minha casa. A chuva começou a cair sobre meus ombros, me  fazendo acelerar os passos. Meu coração ainda estava completamente domado por essa estranha onda que corria por mim. Minha respiração era ofegante.

 

Minha cabeça estava inundada por pensamentos sem nenhuma conexão. O que deixava ainda mais aflita. Eu não sabia o que pensar, eu não sabia no que acreditar. Eu comecei a chorar,  um tanto por ter sido abandonada e outro por não saber se o Steven era mesmo aquele fera.

 

Algumas lembranças começaram a me invadir com força, mas ainda sem sentido.

 

Os meus planos com o Steven.

 

O Steven dizendo que me amava, e tremendo ao mesmo tempo.

 

As noites que não dormi esperando o Steven me ligar.

 

O Lobo cor de mogno explodindo na minha frente.

 

Eu gritando com o Steven.

 

A dor me consumindo por dentro.

 

O lobo cor de areia lançando o outro contra as árvores.

 

Eu chegando a minha nova casa em La Push.

 

O Steven abraçado com a índia.

 

O Steven me pedindo desculpas.

 

Eu entrando no avião.

 

Steven dizendo que me amava no nosso primeiro aniversario de namoro.

 

O carro dos meus pais capotando.

 

O dentes do enorme lobo.

 

 

Todas as lembranças me acertaram de uma só vez. as lagrimas escapando de mim. Eu bati com o meu pé em alguma coisa. E vi o chão se aproximando cada vez da minha face.  Senti um forte impacto. Tudo se apagou.

 

 

 

POV – Seth

 

Steven já não tentava mais reagir, ele tinha se entregado. Estava chorando e se lembrando da tal de Lisa. Eu estava a ponto de chorar, a dor que ele sentia por estar a fazendo sofrer é imensa. É de igual proporção a que o Sam sente quando lembra da Leah.  É estranho como um amor pode simplesmente perder as forças quando s etem um imprint.

 

Nós ainda estávamos como lobo, conseqüentemente  eu estava compartilhando das dores, das lembranças do Steven. Ele se lembrava dos dias que passou com ela na Inglaterra, e nas frases que ela gritou para ele quando o encontrou com a Kita.

 

Ele a amava.

 

Me doía saber que ele sofreria como a Leah sofreu, que ela passaria por toda essa amargura. E eu nem a conheço. A imagem dos rosto dela vinha na cabeça do Steven, mas logo era apagado pelo rosto da Kita. Elas eram tão diferentes. O que mais chamoua  minha atenção na Lisa, foi os olhos. Eles eram extremamente claros, chegavam a ser cinzas. A pele era pálida, tanto como a da Bella quando ela ainda era humana. O cabelo era de um castanho claro e cai em forma de cachos ate a cintura.

 

“Eu a machuquei?”

 

Stevem já estava mais calmo.

 

“Graças a Deus não! Mas você tem que se controlar, você podia a ter fatiado”.

 

Eu tentei parecer autoritário, mas eu estava comovido com o sofrimento dele.

 

“Cadê ela?”

 

“Saiu correndo. Você esperava o que? O namorado dela de explode em um enorme lobo  e fica rosnando para ela. Ela pirou.”

 

“Vou ate ela.”

 

“Não vai nada não, a Leah já foi conversar com ela.”

 

O Steven voltou a chorar. Meu coração esta doendo com essa situação. Ele se ergueu e se transformou, secando os olhos. Me transformei também, o seguindo para dentro de casa. Ele pegou uma calça e a vestiu, eu já havia vestido o meu short.

 

“Ela não vai entender...” Ele se sentou na cama, jogando a cabeça entre os joelhos.

 

“Ela vai ficar bem. Mas cara, porque você não terminou com ela?” me sentei ao seu lado

 

“Não consegui, eu ainda a amo.” Ele esfregava os cabelos.

 

“Mas não do jeito de antes, ela vai ser como uma irmã para você agora.”

 

“Eu sei disso.” Ele pesou ainda mais a cabeça.

 

“Obrigado por ter me acertado.” Ele levantou a cabeça para me encarar enquanto falava.

 

“Sorte sua, que eu e a Leah estávamos correndo. Eu estava muito perdo, e vim assim que escutei os gritos.”

 

“Você ouviu a discussão?”  ele me olhava aflito.

 

“Não, quando eu cheguei você já tinha se transformado.” Ele abaixou a cabeça outra vez.

 

“A Kita estava com você?”

 

“Sim, nós estávamos juntos quando a Lisa chegou.” Ele se levantou pegando uma camisa.

 

“Onde você vai?” Me levantei também.

 

“Atrás da Kita, ela deve estar enfurecida.” Eu consenti com a cabeça.

 

“Assim que tiver noticias da Lisa me avisa.” Ele pediu.

 

“Pode deixar.”

 

Nos dois saímos, um para cada lado. Ele estava indo para a casa da Kita e eu para a minha. Mas antes resolvi dar mais uma corrida.

 

A figura da garota pálida não sai da minha cabeça. Eu tinha duas lembranças em particular. A dela sorrindo. Na Inglaterra. E a dela com os olhos arregalados observando o Steven se transformar.

 

Alguma coisa me dizia que eu tinha que protegê-la, não deixando com que ele quebrasse. Não fisicamente, mais por dentro. Cheguei a sentir a mesma necessidade que o Jake sentia de proteger a Bella quando ela estava grávida, mais com uma diferença : O Jake estava apaixonado por ela, eu não conheço a garota.

 

 

POV – Lisa

 

Abri meus olhos com dificuldade, minha cabeça latejou em resposta. Fechei meus olhos com força. Tentando abri-los outra vez, dessa vez a luz queimou um pouco, e minha cabeça voltou a latejar, me fazendo levar uma das mãos ate a fonte da dor. Eu tinha batido com a cabeça.

 

Me sentei no pequeno sofá. Eu não estava em casa. Me assustei. As lembranças me atingiram com força. Eu ainda não conseguia acreditar. No que eu estava vivendo. Todas as lendas de que o Steven me contou, agora pareciam reais.

 

Uma linda mulher apareceu na sala. Os cabelos pretos e bem curtos, a pele cor de canela, os olhos negros. Era é linda. O corpo é completamente definido e bem distribuído. Ela esta usando apenas um short e um tope, embora esteja frio.

 

Se aproximou devagar. Eu estava tentando respirar normalmente. Uma pontada  me fez levar a mão ate  a cabeça.

 

“Você caiu e bateu com a cabeça ai eu te trouxe para minha casa.” Ela se sentou ao meu lado.

 

“Obrigada. Mas quem é você?”

 

“Leah Clearwater.” Ela disse sorrindo.

 

“Prazer, eu sou a Elizabeth West.”  Ela me olhava de um modo estranho, como se pudesse entender a dor que me consumia.

 

“Você sabe o que aconteceu?” ela se levantou e pegou um copo de leite para mim.

 

“Acho que sim... Eu sei algumas das lendas.” Eu aceitei o leite.

 

“A transformação?” ela se sentou novamente ao meu lado.

 

“Então aquele monstro realmente era o Steven?” ela espremeu os olhos.

 

“è um lobo, e não um monstro.” Ela me repreendeu.

 

“Então você também...” eu conclui.

 

“è eu também me transformo. A única mulher da historia.” Ela revirou os olhos.

 

Eu abaixei a cabeça. Descobri que existe humanos que se transformam em lobos não é fácil de aceitar.  Principalmente quando um deles quase te ataca. Meu coração deu um pulo lembrando dos dentes afiados na minha frente.

 

“E do imprint?”

 

Era isso. Eu me lembrei da lenda. O amor surreal. O amor indescritível, no qual você não pode escolher a parceira. Um ódio me consumiu por inteira. Eu senti o bolo se formar no meu peito, só que dessa vez ele se explodiu em lagrimas somente. Ele tinha me deixado por um imprint.

 

“Não tem volta?” eu perguntei, já sabendo a resposta. É eterno.

 

“Não.” Ela me abraçou, me deixando chorar em seu ombro.

 

Quando me acalmei, e consegui controlar o choro, ela me soltou e me encarou. Os olhos dela retratavam algum sentimento que eu não conseguia compreender.

 

“dói de mais.” Eu solucei.

 

“Eu sei. Também aconteceu isso comigo. O Sam me largou pelo Imprint. O buraco que forma no seu peito. A pergunta que não sai da sua mente: porque eu não sou a melhor para ele?” agora eu reconheci o sentimento, era afinidade. Ela realmente sabia o que eu estava sentindo. E isso me fez pensar no quanto ela já sofreu.

 

“Eu não vou agüentar.” Eu me joguei nos braços magros de fortes.

 

“Você vai superar. Eu superei. A amargura nunca vai passar. Vai sempre existir esse buraco dentro de você, mas você vai conseguir caminha outra vez.” As palavras dela vinham em uma voz melancólica.

 

“Eu não sei se quero.” Eu realmente estava pensando em terminar tudo de um vez.

 

“Eu não vou deixar você acabar com a sua vida como eu acabei com a minha.” Ela desabafou.

 

“Eu vou embora.”

 

Eu queria voltar para a minha Inglaterra. Para longe dessa loucura de lobo e imprint. Queria chegar la  e me afogar dentro do meu quarto, esquecendo que um dia eu consegui sorrir.

 

“Não. Você veio para ficar três meses e vai.” A voz dela chegou a ser ameaçadora.

 

“Como você... Eu não quero ter que presenciar eles dois!” eu grunhi.

 

“É mais facil assim, confie em mim.” Pude ver a sinceridade nas palavras dela.

 

Ela me abraçou e o silencio foi quebrado por um homem que entrou pela porta so de short. Ele era alto, os cabelos curtos, a pele do mesmo tom avermelhado, os olhos estreitos. Seu corpo era ainda mais avantajado do que o do Steven. Ele me olhou de um jeito como se me conehcesse.

 

“Você ta legal?” Ele se aproximou de nós. Ele é muito bonito, deve ser o namorado da Leah.

 

“Se despedaçada e humilhada é legal, eu estou muito legal.” Eu percebi o quanto fui grossa com eles, que estavam me ajudando. “ Desculpe.”

 

“Leah, ela esta a menos de duas horas com você é esta assim?” o garoto riu.

 

“Esse é meu irmão Seth. Ele mora aqui comigo.”

 

“Eu sou...” ele não me deu tempo de terminar.

 

“A Lisa.” Ele sorriu.

 

 

POV – Seth

 

Eu ainda não estava creditando na cena que eu tinha presenciado. A Leah abraçada com alguém. Era uma coisa que eu não via a muito tempo. Ela estava confortando a menina. Acho que ele esta a tratando como ninguém a tratou quando ela foi abandonada pelo Sam.

 

Eu procurando uma camisa para vestir quando a Leah entra no quarto.

 

“Leva ela em casa? Eu tenho que falar com o Steven.” Ela estava com ódio nos olhos. Senti pena do Steven.

 

“TA certo.” Vesti um camisa e fui ate a sala.

 

La estava ela,s entada no sofá, com a mão na cabeça,. O cabelo estava um pouco bagunçado, mas ela ainda estava linda. Ela fugia de todos os padrões que eu já tinha visto. Não era muito baixa, pelo menos não para um humano comum. Devia berrar os 1.70 m. Seu corpo ela alinhado, nada muito exagerado, mais completamente atraente.

 

“Vamos?”

 

“Não precisa, eu realmente estou bem.” Ela tentou levantar e cambaleou.

 

“Não parece.” Nós rimos.

 

“Acho que vou aceitar a companhia.” Ela sorriu.

 

Caminhei ate ela, para poder ajudá-la a se levantar. Ela foi firme dessa vez. estiquei o meu braço para que ela pudesse se apoiar. O toque dela era tão macio.

 

“Você também é um deles?” ela me olhou assustada.

 

“Um lobo?”

 

“Um lobo.” Ela abaixou a cabeça.

 

“O cor de areia.”  A Leah voltou la de entro para se despedir da Lisa.

 

“Então foi você. Muito obrigada.” Ela estava meia confusa ainda.

 

“Amanha eu passo na sua casa.” Leah abraçou a Lisa e saiu pela porta.

 

Não sei quem esta ajudando quem. Se é a Leah que esta impedindo dela quebrar, ou ela que esta trazendo sentimentos de volta para a Leah. Estou feliz em ver a Leah conversando com outra garota, desde que ela se transformou que ela so anda com os garotos. Minha mãe vai ficar feliz em saber que ela fez uma amiga. Amanha quando eu for em Forks, passo na casa dela e do Charlie e conto a novidade.

 

 

A Lisa estava tendo problemas para se manter em linha reta. Abri a porta do carro para ela antes que ela caísse. Não sei se ela esta assim pela pancada na cabeça ou pelo que o Steven fez com ela.

 

Eu sei que não podemos lidar com o Imprint, mas ele podia ter avisado a garota. Ele teria evitado que ela viesse ate aqui, teria evitado que ela visse essa cena. Tenho pena da garota. Se ela esta sentindo o que a Leah sentia... não quero pensar nisso.

 

Ela estava olhando as árvores da beira da estrada, tentando se perder nelas. Eu queria falar alguma coisa para confortá-la, mas não sabia o que. Fiquei em silencio o caminho todo ate a casa dela. Quando parei o carro, ela não se mexeu. Então dei a volta e abri o porta do carona, ela saiu vagarosamente. Parou em frente a porta e começou a revirar os bolsos. Me olhou meia confusa.

 

“Acho que esqueci a chave na sua casa.” Ela falava meio enrolado.

 

“Tem outra chave?” ela pensou um pouco.

 

“Tem sim, na gaveta da escrivaninha.” Ela bateu com a mão na cabeça, se culpando por ter esquecido

 

Eu não podia deixar ela fora de casa, mas também não queria esmurrar a porta. Pensei em voltar em casa para buscar a chave. Mas ai vi que a janela da cozinha estava meia aberta.

 

“Calma ai.” Eu sorri e caminhei ate a janela entreaberta.

 

A abertura era pequena, não iria  consegui passar. Então abri um pouco mais, quebrando a tranca. Amanha eu voltava aqui e concertava isso para ela. Não daria trabalho.

 

A casa estava arrumada, era muito pequena. Caminhei ate o quarto, e peguei a chave. O cheiro que vinha da mala dela era bom. Meio cítrico. Diferente do cheiro das garotas da reserva ou de Forks.

 

Voltei ate a sala e abri a porta. Meu coração doeu coma visão que eu tive. Ela estava sentada no chão úmido, com a cabeça sobre os joelhos. Era digna de pena. A peguei no colo, ela começou a chorar outra vez, isso estava cortando meu coração. A depositei sobre a cama. Ela se agarrou as cobertas, chorando mais.

 

Fiquei sentado do lado dela ate ela dormi, só depois fui embora. Uma parte de mim ficou presa na imagem da garota chorando agarrada as cobertas. De como ela soluçava. Não queria causar essa dor a ninguém. Então eu jurei a mim mesmo, que nunca iria amar ninguém ate o meu imprint.