Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 4
Capítulo 4




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Dois dias haviam se passado e Hermione já tinha arrumado seu apartamento, graças a Harry, que tinha o apartamento quando era solteiro. Depois que se casou com Gina eles se mudaram para a antiga mansão dos Black, que agora estava totalmente reformada.

Hermione recebeu uma coruja de Harry logo pela manhã, pedindo para que ela comparecesse ao ministério com urgência. A única pessoa que podia ajudá-la era Rony, já que ela não poderia levar Mia com ela.

Ela terminou o seu banho, e arrumava o cabelo de Mia, quando a campainha tocou.

– Eu atendo. – Mia com um pulo da cama saiu correndo, com o cabelo metade preso e metade solto. – Oi papai! – Ela pulou em seus braços.

– Oi baixinha! – Rony a abraçou. – Como você está?

– Estou bem!

– E que cabelo é esse? Sua mãe estava fazendo experiências com você? – Ele riu. – Por falar nela, onde está aquela desmiolada?

– A desmiolada consegue muito bem ouvir tudo o que você diz do outro cômodo. – Hermione apareceu na sala, sem dar muita atenção para Rony, e pegando vários papéis que estavam espalhados pela casa. Rony a olhou deslumbrado. Ela estava diferente. Usava argolas douradas, não muito grandes. O cabelo preso em um coque lhe dava um ar mais maduro, e a saia apertada com uma meia calça a deixava sensual. Hermione parou e o olhou.

– O que foi? – Ela perguntou divertida.

– Nada. – Ele desviou o olhar. – Está indo para o escritório?

– Não... Houve uns problemas e eu pedi demissão.

– O que? Está desempregada?

– Só por enquanto Ronald. – Ela terminou de arrumar os papéis em uma pasta. – Estou indo me encontrar com Harry. Ele disse que precisa da minha ajuda.

– Hum. – Ele deu de ombros. – Então, vamos? – Ele olhou para Mia.

– Vamos! – Ele a colocou no chão e ela correu para os braços de Hermione. – Tchau mamãe.

– Espera. Deixa eu arrumar esse cabelo. – Hermione prendeu o cabelo da garota em poucos segundos. - Divirta-se. – Ela sorriu e Mia voltou para perto de Rony.

– Até mais. –Ele disse.

– Até.

Os dois se viraram e saíram, deixando Hermione com o coração disparado pelos olhares maliciosos de Rony.




**



– Senhor Potter. – Tabata entrou na sala. – O senhor tem visita.

– Obrigado Tábata. Pode deixar entrar. – Harry se levantou e Hermione entrou na sala, menos tensa do que da ultima vez. Tabata saiu e fechou a porta, deixando os dois a sós.

– Oi Harry.

– Hermione, que bom que veio. – Harry se aproximou e a abraçou. – Eu realmente preciso da sua ajuda.

– O que foi?

– Bom, um dos nossos colegas teve que se ausentar por que seu filho nasceu, hoje. E está muito em cima da hora e temos uma reunião agora mesmo. Kingsley está em tempo de ter um ataque se não conseguirmos um substituto. O caso precisa de alguém que consiga traduzir o francês.

– Harry... Eu não posso participar de uma reunião de aurores...

– Claro que pode! Eu sou o chefe dos aurores Hermione, se eu permitir que você participe então você irá participar. – Hermione sabia que para Harry falar daquele jeito, ele só poderia estar realmente desesperado.

– Está bem... Mas só dessa vez.

– Obrigado Hermione! – Harry disse aliviado.

Os dois saíram da sala de Harry e foram direto para a sala de reuniões, eles já estavam atrasados.




**



– Onde estamos indo? – Mia perguntou de mãos dadas com Rony.

– Vamos comer alguma coisa e depois vamos para a Dedos de Mel.

Os dois andavam pelas ruas de Hogsmead. Rony queria mostrar à filha como era o mundo bruxo, e que ela iria ter que se acostumar com ele. Mia tinha reclamado que só conhecia o mundo bruxo dos livros, e que Hermione sempre quis mantê-la no mundo dos trouxas, assim como ela foi criada.

Eles entraram em um pequeno estabelecimento, onde havia bruxos de todos os tipos. Mia olhava deslumbrada para alguns pratos voando e mesas que se limpavam sozinhas. Raramente Hermione fazia magia perto dela, e ela não estava acostumada com aquilo. Os dois se sentaram no balcão, e Rony pediu duas sopas.

– Hey Weasley. Pode me dar um autógrafo?

Rony se virou quando reconheceu o homem que havia chamado sua atenção.

– Neville! – Rony se levantou e abraçou o velho amigo.

– Quanto tempo hein! – Neville disse animado.

– Não acredito! Você é Neville Longbotton? – Mia perguntou admirada.

– Uau! Me senti uma celebridade agora. – Neville riu. – Quem é essa? Não me diga que...

– Sim. – Rony sorriu.

– Mérlin! Ela é a sua cara Rony! E de Hermione também!

– Como sabe que ela é filha de Hermione?

– Oras, ela tem os olhos e os cabelos de Hermione, sem contar que fala igual ela quando era criança. Mas estou decepcionado. Não pude comparecer ao casamento de Harry por causa das aulas, mas nem fui convidado para o seu.

– É que eu não casei.

– O que? Como assim?

– Longa história...

– Eu estou com tempo. Não preciso dar aula hoje mais. – Neville puxou uma cadeira e se sentou ao lado de Rony.

Depois que Rony contou toda a história para Neville, ele se sentiu um pouco envergonhado pelo que tinha dito.

– Poxa, eu nunca ia imaginar... – Neville falou decepcionado. – Você e Hermione fazem um belo casal.

– Eu também acho. – Mia se intrometeu na conversa.

– Isso aí! Toca aqui. – Mia bateu na mão de Neville, e os dois riram. Rony ficou admirado como o amigo tinha ficado mais extrovertido depois que começou a lecionar em Hogwarts. – Bom, agora preciso ir. Ei Rony, você está jogando muito bem! Não perco um jogo.

– Obrigado Neville! No próximo jogo irei mandar ingressos da área vip para você.

– Obrigado, eu irei com certeza! – Ele apertou a mão de Rony. – Até mais, pequena. Prazer em te conhecer. Mande lembranças para sua mãe por mim.

– Obrigada, mando sim. – Mia disse educadamente, e Neville foi embora.

– Então quer dizer que você conhecia Neville? – Rony perguntou.

– Claro! Minha mãe sempre contava a história para mim.

– Hum... Pelo menos isso ela fez certo. Mas não se preocupe. Quando você for à Hogwarts pode ter certeza que Neville irá puxar o seu saco.

– Eu estou ansiosa para ir para Hogwarts. – Ela disse sonhadora.

– E você já teve o seu primeiro sinal de magia?

– Claro! Eu consegui tirar um livro da estante sem precisar levantar. Mamãe ficou orgulhosa de mim, até chorou. Disse que ia me dar um presente por isso, e então me deu um livro. Eu queria uma vassoura, mas tudo bem. – Ela disse decepcionada.

Rony se sentiu mal por não ter presenciado esse dia. O primeiro sinal de magia de uma criança é uma das coisas mais importantes, e Rony queria poder ter estado com sua filha nesse momento.

– Não se preocupe. Eu vou te dar um presente que você vai gostar muito. – Rony sorriu.




**



– Hermione, você foi absolutamente incrível! Kingsley ficou admirado!

– Não é pra tanto Harry... Eu fiz muito errado em dar palpite sobre uma missão.

– Mas foram palpites muito uteis. E você vai aceitar a proposta dele?

– Não sei Harry...

– Hermione, você pediu demissão e está sem emprego.

– Mas eu tenho uma filha de sete anos para criar. Não posso me arriscar assim.

– Está bem... Mas pensa com carinho.

– Ok.

– Já são sete horas! A reunião demorou.

– Já? Eu preciso buscar Mia...

– Ah, esqueci de falar. Gina te convidou para um jantar lá em casa hoje. Disse que queria te ver. Rony vai estar lá com Mia.

– Harry... Não sei se é um bom momento para eu me encontrar com Gina... Não aguentaria duas pessoas da família me odiando.

– Duas?

– Sim. Rony.

– Rony não te odeia. Ele apenas está magoado... Vamos Hermione, você não pode negar isso a ela. Ela sente sua falta.

– Está bem Harry. Eu vou. – Hermione sorriu. Sentia falta de sua amiga.

– Ótimo! – Harry disse animado.

Os dois entraram na lareira, desaparecendo entre as chamas.




**



– Eles estão demorando. – Gina andava de um lado para o outro.

– Gina, da pra parar? Tá tirando minha concentração. – Rony lia o profeta diário no sofá.

– Será que ela não quis vir? Ou será que Harry nem a convidou? Ou pior... Será que ela foi embora e Harry está ficando até mais tarde no Ministério para...

– Gina quer parar! Que droga! Deixa de ser neurótica. – Rony se irritou e Mia parou em sua frente com as mãos na cintura. – Que foi?

– Mamãe disse que é feio dizer essas coisas.

– Sua mãe é uma chata, isso sim. – Rony a ignorou e voltou a ler o jornal.

A lareira se acendeu, e Harry e Hermione entraram na sala.

– Harry Potter onde você estava? – Gina colocou as mãos na cintura.

– Desculpe. Nós estávamos em uma reunião.

– “Nós”? – Rony se levantou.

– Longa história. Explico depois. – Harry beijou a esposa e olhou para Hermione, que estava parada no mesmo lugar.

– Oi Gina... – Ela disse envergonhada esperando que a reação da amiga fosse parecida com a de Rony, mas foi totalmente ao contrário. Gina correu até ela e a envolveu em um abraço. Hermione respirou aliviada, retribuindo.

– Senti sua falta. – Gina disse enquanto elas se abraçaram.




**



– Então quer dizer que você praticamente criou Mia sozinha? – Gina perguntou perplexa enquanto elas conversavam no sofá.

– Mais ou menos. Meus pais me ajudaram bastante, mas quem a criou foi eu.

– Deve ter sido muito difícil.

– Foi um pouco, mas não me arrependo de nada.

– Nem por ter privado ela de conhecer seu próprio pai? – Gina ergueu as sobrancelhas e as duas olharam para a cozinha. Rony estava com Mia no colo, e os três se divertiam jogando feijõezinhos para o alto e pegando com a boca.

– Isso eu me arrependo todos os dias. – Hermione disse sincera.

– Mas não se preocupe. Rony está se acostumando com ela, e logo vai te perdoar também.

– E você pode me perdoar Gina? – Hermione tinha os olhos cheios de lágrimas.

– Eu ainda estou muito chateada por você não ter vindo ao nosso casamento. Você seria madrinha. – Gina disse desapontada. – Mas posso te perdoar por ter se mudado. Imagino que você pensou que estaria fazendo a coisa certa.

– Sim, pensei. – Ela respirou fundo.

– Bom, mas isso é passado. Vamos tentar concertar as coisas aos poucos. – Gina sorriu.

– O jantar está servido minha Senhora. – Monstro apareceu na sala, muito diferente do Monstro que Hermione conhecera.

– Obrigada Monstro. – Gina se levantou. – Vamos jantar.




**



– Então meu pai me levou lá no alto, e eu ainda consegui defender. Igual ele, não é pai? – Mia contava orgulhosa e Rony sorriu.

– Sim, melhor do que eu até. – Ele disse e Hermione sorriu inevitavelmente. Mia dizia a palavra “pai” com tanta emoção que Hermione mais uma vez se sentiu arrependida.

– Então você vai ser uma goleira quando crescer? – Harry perguntou.

– Não. Vou ser apanhadora como a Tia Ginny.

– Uau. Então eu tenho uma fã? – Gina riu. – Deixa sua mãe saber que você quer seguir carreira no quadribol. – Gina brincou e Hermione sorriu.

– Desisto de tentar fazê-la mudar de ideia. – Hermione disse.

– Ou então eu quero ser auror como o Tio Harry. Combater os bruxos do mal. – Ela disse animada.

– Bom, isso sua mãe já não pode proibir. – Harry sorriu.

– Como assim? – Gina olhou para Hermione.

– Kingsley quer que Hermione participe da próxima missão. Precisamos de alguém que saiba Francês fluente para conseguir se infiltrar.

– E você vai aceitar? – Rony dirigiu a palavra para ela pela primeira vez naquela noite.

– Não sei, ainda estou pensando.

– Você não pode aceitar! É perigoso demais.

– Acho que tive experiências suficientes para saber me cuidar. – Hermione disse calmamente.

– Mas agora é diferente! E a Mia? Como ela fica?

– O que tem ela?

– E se alguma coisa acontecer com você? Vai deixá-la sem mãe?

– Não pense besteiras Ronald. Aurores treinados estarão ao meu lado. Nada vai me acontecer.

– Você diz isso agora. Mia já ficou sem pai, não pode ficar sem mãe também. – Ele disse nervoso e Hermione o olhou indignada.

– O que isso tem a ver Ronald?

– Você sabe muito bem o que tem a ver!

– Está mudando totalmente o assunto.

– Não interessa Hermione! Você não pode aceitar.

– Não só posso como vou! – Ela aumentou o tom de voz, e Rony a olhou com raiva.

– Er... Mia. Você quer que eu te mostre algumas fotos? – Harry quebrou o clima.

– Isso! Vamos subir e ver algumas fotos. – Gina se levantou junto com Harry. Mia deixou a briga dos pais de lado e acompanhou os tios para o segundo andar.

– Você não pode fazer isso Hermione. – Rony falava mais calmo.

– Rony, eu preciso sustentar Mia. E essa é uma ótima oferta de emprego.

– Eu posso sustentá-la.

– Eu sei que pode, mas se não quis isso durante sete anos não vai ser agora que eu vou querer.

– Percebe o que está dizendo? Isso não se trata apenas de você, mas da nossa filha também.

Se eles não estivessem no meio de uma discussão, e se Ron não tivesse uma mágoa enorme de Hermione, aquele momento que ele disse “nossa filha” seria emocionante.

– Eu vou aceitar esse emprego, você queira ou não. Criei Mia sozinha durante todos esses anos, sei exatamente como continuá-la criando.

– Criou sozinha porque quis. – Ele se levantou.

– Até quando vai ficar me tratando desse jeito? – Ela também se levantou.

– E quer que eu a trate como? Você some sem dar nenhuma explicação. Sabe quanto tempo fiquei pensando em você com o coração partido? Muito tempo se quer saber. Eu me envolvi com várias mulheres, tive relações com todas elas, mas nenhuma se comparava com você. Todas as relações que tive nenhuma chegou perto da única relação que tivemos. E depois de sete anos descubro que tive uma filha, fruto dessa única relação. Eu olho para ela e imagino o quanto eu teria ficado feliz em vê-la dando os primeiros passos, dizendo as primeiras palavras, tendo seu primeiro sinal de magia. Eu olho para ela com uma dor no peito, por imaginar que eu poderia ter segurado ela pela primeira vez, pequena em meus braços. Que eu queria ter sentido o medo de segurar uma criança tão pequena e frágil. – Rony tomou fôlego e as lágrimas de Hermione derramaram em seu rosto. Rony se aproximou dela, com os olhos vermelhos, mas Hermione sabia que ele era orgulhoso demais para chorar na frente de alguém.

“Eu queria ter olhado para ela nos meus braços, e dizer o quanto ela se parece com você. Que olhar nos olhos dela é o mesmo que olhar em seus olhos. Que ela herdou a sua inteligência e o meu orgulho. – Ele se aproximou ainda mais, e Hermione fechou os olhos, sentindo apenas o perfume dele. – Eu nunca consegui amar ninguém como eu te amei. Nunca consegui ter o brilho nos olhos ao olhar para uma mulher. E o que eu mais odeio, o que me dá mais raiva, é que apesar de tudo o que você fez... Eu não consigo te odiar, nem mesmo por um segundo. – Ele colocou sua mão carinhosamente no rosto dela.

Hermione sentia suas pernas tremerem, e sua respiração ficar mais forte. Sentia a aproximação de Rony, e ela se entregava totalmente.

– Mamãe! – Mia apareceu na sala, e os dois se afastaram rapidamente.

– Oi filha. – Hermione ficou corada.

– Tia Gina me mostrou uma foto de quando você era pequena, e disse que eu pareço com você. – Ela mostrou a foto para Hermione.

– Acho que você se parece mais com seu pai. – Hermione olhou para Rony. Ele não sorriu, mas se sentiu feliz com o comentário de Hermione.

– Verdade. Eu sou ruiva como ele não é? – Mia sorriu.

– Sim. E teimosa, e falante... – Hermione disse ainda olhando para ele. – Mas mesmo assim faz com que eu te ame ainda mais a cada dia.

Rony sentiu seu coração disparar. Por um segundo se esqueceu que Mia estava na sala, e ele só pensava em abraçar Hermione, e dizer o quanto sentiu sua falta durante todos esses anos.

– Pai! Eu to falando com você. – Mia puxou a camisa de Rony.

– Ah... Desculpe. – Ele pegou a filha no colo. – O que disse?

– Que eu queria te mostrar uns desenhos que eu fiz.

– Ah. Sim, eu adoraria ver. – Ele sorriu.

– Mas estão na minha casa. Você pode ir lá hoje?

– Hum... Não sei se sua mãe ia querer.

– Pode mamãe? Por favor? – Mia pediu com tanto carinho que Hermione não poderia negar.

– Acho que não vai ter problema. – Hermione sorriu.





**



Hermione abriu a porta de seu apartamento, e imediatamente Mia entrou, puxando Rony pela mão. Ela o levou até o seu quarto, pegando vários papéis dentro de sua mochila. Hermione os seguiu, interessada em saber quais eram os desenhos.

– Aqui papai. Veja. – Ela lhe entregou um papel. – Aqui sou eu montada em uma vassoura.

– Está muito parecido com você. – Rony sorriu.

– E aqui é a tia Gina e o tio Harry. – Ela lhe entregou outro papel. – Esses daqui são a vovó Molly e o vovô Arthur. – Mais uma vez ela entregou o papel. – E esses daqui são você e a mamãe. Viu? Desenhei vocês sorrindo porque é assim que quero ver vocês, felizes. Sem brigas.

Hermione se sentiu envergonhada, e Rony a olhou, talvez pensando o mesmo que ela. Eles não poderiam ficar brigando na frente de Mia. Como poderiam ficar juntos se não paravam de brigar um minuto?

Depois de mostrar os desenhos para Rony, Mia ficou em seu quarto desenhando. Hermione convidou Rony para um chá, e eles foram até a cozinha. Enquanto Hermione preparava o chá, os dois permaneceram em silêncio. Não sabiam o que dizer, até que Hermione resolveu quebrar o silêncio.

– Mia está gostando muito de passar o dia com você.

– Eu também estou gostando. – Ele disse.

– Temos que decidir os dias que ela vai ficar com você.

– Como assim?

– Pra vocês se encontrarem...

– Ah... – Havia um tom de decepção em sua voz. – Talvez dois dias na semana, e aos domingos.

– Por mim tudo bem. – Ela distraída pegou a caneca com água quente e deixou cair um pouco em sua mão. – Ai! Droga! – Ela jogou a caneca no chão. Rony se levantou rapidamente e se aproximou dela. Hermione sentiu seu perfume, e inevitavelmente seu coração disparou.

– Deixe-me ver. – Ele pegou a mão dela, que estava vermelha onde a água derramou.

– Tem um quite de primeiros socorros dentro do armário. – Ela se sentou e Rony abriu o armário, pegando a pequena caixinha. Ele a abriu e pegou uma pomada para queimadura e uma gaze, logo depois passou a pomada na mão de Hermione.

– Ai Rony! Tá doendo. – Ela reclamou.

– Deixa de ser chorona. Precisa passar isso para melhorar. – Ele continuou passando carinhosamente, e depois enrolando a mão dela com a gaze. – Está melhor?

– Ainda está doendo.

– Não sei por que você gosta desses métodos trouxas. É só fazer um feitiço e pronto.

– Nenhum feitiço curativo é cem por cento eficiente. Eu poderia perder a minha mão.

– Não uma bruxa como você. – Ele falou rapidamente e eles ficaram em silêncio. – Vou despedir da Mia. Preciso acordar cedo amanhã.

– Sim, claro. – Ela disse um pouco decepcionada.

Rony entrou no quarto, e Mia estava dormindo, com os lápis de cera na mão. Ele sorriu ao vê-la, e Hermione se escorou na porta.

– Deve ser gratificante vê-la desse jeito todas as noites. – Rony disse.

– Muito. Olhar para ela assim faz com que eu sinta orgulho de tudo o que eu fiz por ela. – Hermione sorriu ao olhá-la.

– E graças a isso ela é essa menina perfeita. – Rony disse sincero. Hermione o olhou e sorriu. – Preciso ir agora. – Ele se virou e seguiu em direção à porta. Hermione o seguiu, e correu para abrir a porta. – O que foi isso? – Ele riu.

– Minha mãe sempre disse que quando uma visita abre a porta ela nunca mais volta. – Hermione sorriu envergonhada.

– Se isso foi um convite para que eu volte mais vezes... Eu aceito. – Ele sorriu e Hermione sorriu de volta. – Boa noite Hermione.

– Boa noite Ron.

Ele se virou, e saiu pelo corredor do prédio. Hermione ainda ficou parada na porta, sentindo uma esperança bem no fundo, que um dia eles possam ser uma família feliz.


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