Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 34
Capítulo 34




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Hogwarts estava em total alvoroço. Amigos se despedindo dos que iam ficar, e outros animados por voltarem para a casa. Mia sentou-se ao lado de Teddy com sua mala ao lado. Há três meses eles não conversavam direito.

– Pode ao menos conversar comigo agora? Vamos passar muito tempo juntos pra você me ignorar... – Ela disse chorosa.

– Não sei se quero voltar a conversar com você ainda. – Ele disse lendo O Profeta Diário.

– Teddy, já te pedi desculpas milhares de vezes... Eu disse aquilo em um momento de nervosismo...

– Eu sei. Você já disse.

Mia abaixou a cabeça, magoada. Victória chegou animada carregando seu malão e sua coruja nova que tinha ganhado de seu pai. Presente de Natal adiantado.

– Que cara é essa? Estamos voltando! – Ela disse animada. – Pelo menos um tempo para descansarmos. Podemos sair juntos, aproveitando que o Teddy vai pra casa do Tio Harry!

Mia olhou para Teddy, esperando uma resposta.

– Acho que será divertido. – Ele sorriu para Mia. Ela o abraçou apertado, alegre por finalmente ter sido perdoada. – Só se Mia prometer que vai me deixar andar na nova vassoura dela. – Ele riu.

– Nova vassoura? Eu não tenho uma vassoura nova.

– Com certeza seu pai vai te dar. O sonho dele é te ver jogando não é?

Eles riram e começaram a programar o que fariam nas férias, enquanto saíam do castelo.

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– Onde eles estão? – Rony perguntou tentando ficar com Allan em seu colo, que insistia em querer descer. – Filho! Da uma ajuda! – Ele disse olhando feio para Allan, que finalmente ficou quieto.

– Calma Ron... Já estão chegando. – Hermione estava de mãos dadas com Anny. – Ela deve ter crescido tanto!

– Que saudade de chegar nesse expresso. – Harry disse com Tiago no colo. – Logo vai ser você filho!

– Posso ir papai? – Ele perguntou animado.

– Daqui a alguns anos. – Gina riu.

– Eles estão demorando muito. Olha aqui Harry, se o seu afilhado tiver tentado alguma coisa com a minha filha...

– Olha eles ali! – Hermione disse animada. Mia foi correndo até eles e pulou no pescoço de Hermione. Victória foi para o outro lado encontrar com seus pais. Teddy veio um pouco mais devagar.

– Que saudade mãe! – Mia disse apertando o abraço.

– Eu também! Mérlin como você está grande! E o seu cabelo cresceu tanto. – Hermione sorriu emocionada.

– Mãe! Sua barriga está crescendo! – Ela disse feliz colocando a mão na barriga da mãe. – Que linda!

– Hey, seu pai também veio te buscar ta? – Rony colocou Allan no chão. Mia riu e pulou no pescoço dele. Ele a pegou no colo e a beijou.

– Também senti sua falta pai!

– Eu também princesa! – Ele a colocou no chão.

– Se divertiram bastante? – Harry perguntou depois de abraçar Teddy.

– Mais ou menos. – Teddy disse rindo para Mia.

– Mais ou menos? Recebi duas cartas da diretora em menos de duas semanas! – Rony disse olhando para Mia. – Sabe que ainda terá seu castigo não é?

– Rony! Não é hora de falarmos disso! – Hermione disse. – Vamos! Sua avó deve estar esperando vocês. – Hermione sorriu para Mia.

Mia saiu de mãos dadas com seus irmãos, contanto para eles e para Tiago como era Hogwarts.

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A família inteira estava reunida Na Toca. Quando chegou a noite, todos foram abrir os seus presentes. Fred e Jorge deram para Mia vários kits Gemialidades Weasley. Claro que escondido de Rony, na frente dele eles deram apenas um coelhinho de pelúcia que tirava várias coisas da cartola.

– Bom... Eu e sua mãe conversamos bastante... E nós concordamos em te dar um presente. – Rony disse mostrando um grande embrulho para Mia. – Mesmo que você não mereça, sabe? – Mia sorriu triste para ele. – Mas contando que você sempre foi uma ótima filha... Bem... Aproveite.

Mia pegou o grande embrulho e todos ficaram esperando ansiosos. Assim que ela abriu, seus olhos encheram-se de lágrimas. Era a nova vassoura, a Eruca 5000.

– Não. Acredito. – Ela disse olhando abismada para os dois. – Isso é sério mesmo?

– Claro que é. – Hermione riu sentada no sofá. – Mas você terá que merecê-la tirando ótimas notas em suas provas.

– Isso é demais! – Ela disse empolgada pegando a vassoura. – Teddy! Você adivinhou!

Teddy riu para ela.

– Mas Teddy também tem um presente. – Harry disse entregando um embrulho igual o de Mia para ele. – Bom... Queria que fosse eu a te dar o melhor presente que ganhei quando tinha onze anos. – Ele sorriu para o afilhado.

Teddy abriu o embrulho e teve a mesma reação que Mia. Tinha ganhado a mesma vassoura. Os dois correram para o jardim, que mesmo a noite, era iluminado. Estrearam suas vassouras, e logo o restante dos homens estavam voando com eles.

– É gratificante vê-los animados assim não é? – Molly disse se aproximando das outras mulheres.

– Uhum! – Todas concordaram ao mesmo tempo. Ambas estavam com a barriga quase do mesmo tamanho.

– Acho que a família só vai aumentar cada vez mais. – Gina riu.

– Assim espero. – Molly disse emocionada.

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– Ela está ficando fraca, Senhor. – Um auror dizia para Kingsley. – Não podemos deixar que o corpo daquela mulher sofra daquele jeito.

– Não temos outra escolha Morth. Aquela mulher quis isso, e agora está pagando por isso.

– Senhor... Estamos há horas tentando achar uma solução, e a única que chegamos mais perto foi...

– Sim. Eu sei qual foi. – Kingsley disse cansado. – Infelizmente terá que ser assim.

– Então podemos autorizar?

– É o único jeito. Traga Bellatrix para cá. Vamos terminar logo com isso.

O auror piscou várias vezes para ele. Era véspera de Natal, e eles estavam no Ministério resolvendo um caso. Mas ele entendia a gravidade do caso, e sabia que se tudo desse certo, aquilo ia acabar. Rapidamente o auror acenou para um guarda que estava na porta, e eles entraram com Bellatrix. Ela estava visivelmente acabada, quase sem forças. Os guardas a colocaram sentada em uma cadeira, e o Ministro olhou atentamente para ela.

– Bellatrix Lestrange... Tentamos de todos os modos acabar com isso... E você só nos deixou uma única escolha. Tem certeza que não quer dizer nada?

Bellatrix permaneceu calada por longos segundos, até que finalmente olhou para Kingsley.

– Aconteça o que acontecer comigo... Eu tenho pessoas leais. Eles irão terminar o que eu não consegui terminar.

Kingsley ergueu as sobrancelhas para ela, sentindo-se ofendido.

– Acabe com isso. – Ele disse ao auror. No mesmo instante todos que estavam presentes na sala saíram, deixando Bellatrix sozinha. De repente tudo ficou frio. Ela olhou assustada para os lados, até que apareceu um dementador em sua frente.

Os gritos que se ouviu em seguida foram tão agonizantes que alguns aurores mais corajosos tamparam os ouvidos.

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Hermione tirou o sorriso do rosto no mesmo instante. Sentou-se no chão, com falta de ar. Não conseguiu ouvir nada. Apenas viu os rostos assustados de Molly e Gina. Percebeu quando a boca delas se mexia, mas não emitiam nenhum som. Logo depois ela viu o rosto assustado de Harry se aproximando, e Rony totalmente pálido. Foi a última coisa que ela viu antes de desmaiar.

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Depois de alguns minutos, o guarda abriu a porta. O patrono de Kingsley andou pela sala, afastando todos os dementadores. O corpo da mulher estava caído no chão.

Kingsley se aproximou dela, junto com os outros aurores.

– Diga o seu nome.

A mulher abriu os olhos com dificuldade. Não conseguiu dizer onde estava. Olhou ao redor, sentando-se, enquanto as varinhas dos aurores eram apontadas para ela.

– Stella. Stella Trumann.

– Você sabe que seu corpo foi usado por Bellatrix Lestrange?

– Não. Eu não sei de nada. – Ela dizia chorosa. – Não sei de nada, eu juro.

– Sabe que seu marido, Richard Trumann está preso em Azkaban por tentativa de assassinato e sequestro?

– Não, eu não sei... Por favor... – Ela olhava para os dementadores no alto da sala. – Eu não sei... – Ela começou a chorar.

– Levem ela para a enfermaria e a vigiem. Tranquem ela na sala dos acusados. Amanhã resolveremos o destino dela. – Ele disse ao guarda que afirmou.

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Hermione abriu os olhos, e com dificuldade viu Rony segurando sua mão, com uma cara assustada. Harry e Gina estavam no quarto, parecendo ansiosos. Molly acabava de passar um pano molhado em sua testa.

– Ron... – Ela disse finalmente.

– Meu amor... – Ele respirou aliviado apertando a mão dela. – Como você está?

– Confusa... – Ela disse tentando se sentar, mas Rony a impediu.

– Está fraca ainda.

– Eu... Eu não sei o que aconteceu.

– Você desmaiou querida. – Molly disse.

– É... Estávamos conversando e de repente você caiu no chão. – Disse Gina.

– Está sentindo alguma coisa? – Perguntou Rony passando a mão no rosto dela.

– Não... Foi... Estranho. Uma sensação horrível. Como se... Como se eu tivesse saindo do meu corpo... Tudo ficou frio, eu... Eu senti uma tristeza Ron... Tão grande. Como se a felicidade tivesse sumido de mim, de repente.

Ron olhou preocupado para Harry.

– Acho que amanhã precisamos dar uma passada no Ministério. – Harry disse para ele.

– No Ministério? Por quê? – Hermione perguntou.

– Bom... Precisamos checar algumas coisas. – Rony sorriu para ela.

– Ronald Weasley não omita as coisas de mim. – Ela disse nervosa.

Rony respirou fundo, notando que seu sorriso forçado não foi suficiente.

– Antes de tudo acontecer, você conseguia... Ver algumas coisas. Como se fosse Bellatrix. Isso porque ela usou o seu sangue para conseguir se fortalecer.

– Mas agora estamos confusos. Há muito tempo você não sentia isso, e de repente você desmaia. Bellatrix está presa, não poderia usar seus poderes, então você não poderia sentir o que ela sente. – Harry continuou.

– Quer dizer que ela pode ter sido solta?

– Não, solta não. – Rony a tranquilizou. – Kingsley sabe tudo o que ela fez, e nunca permitiria isso. Mas... Precisamos saber o que aconteceu.

Hermione ficou alguns segundos tentando digerir toda aquela informação. Era demais para ela.

– Melhor deixarmos ela descansar um pouco não é? – Molly disse para Gina e Harry. Os dois concordaram, e saíram do quarto, deixando apenas Rony e Hermione sozinhos.

– Não vai acontecer nada com o bebê, não é Rony?

– Eu não permitiria! Não se preocupe. Vocês estão bem.

– Sabe que se tiver que fazer tudo de novo... Eu irei fazer não é?

– Hermione, não...

– Sabe, não sabe Rony? E se precisar acontecer o pior comigo para que eu salve vocês... Eu irei fazer.

– Hermione para com isso. – Rony dizia com a voz tremula.

– Eu só quero que me prometa Rony... Não irá tentar salvar minha vida mais uma vez.

– Hermione...

– Me prometa Rony!

– Eu... Eu prometo.

Hermione sorriu, passando a mão pelo rosto dele.

– Nossa família é tão forte Rony... Ninguém conseguiria separá-la. E eu nunca permitiria isso.

– Mas não diga essas coisas pra mim Hermione! Nada vai acontecer com você. Eu irei te proteger, eu irei fazer tudo para proteger você e os nossos filhos.

– Eu sei que vai. – Ela sorriu para ele. – Mérlin... Olha como somos bobos. Estamos assim, e nem temos certeza do que está acontecendo. – Ela riu. – Pode passar de um mal entendido. Bellatrix deve estar fraca suficiente para tentar qualquer coisa.

Rony sorriu para ela e respirou fundo, passando a mão no rosto de Hermione, carinhosamente.

– Eu te amo muito Hermione... Nunca duvide disso.

– Eu também te amo Rony. Meu amor por você é tão forte, que me apaixonei por você duas vezes. – Ela sorriu e Rony riu.

– Ou você é muito boba. Apaixonar duas vezes por esse legume insensível.

– Talvez você não seja tão insensível assim... – Ela riu. Rony deitou ao lado dela, aninhando-a em seu peito. Ele passou a mão pela barriga dela, e beijou sua testa. Ficaram em silencio, afinal, não precisavam dizer mais nada.

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Mia acordou no meio da noite, com um barulho de coruja. Pensou que talvez fosse a coruja de um de seus tios, que estivesse acordada. Ela olhou em volta, e Victória estava dormindo no colchão ao lado do seu. Teddy dormia no outro. Ela voltou a se deitar, mas novamente o barulho a incomodou. Ela se levantou e olhou para a janela. Uma coruja marrom estava parada, com um embrulho.

Ela foi até a janela, e a abriu, tirando o embrulho da coruja, que voou logo depois. Olhou para o pequeno bilhete que estava no embrulho. “Para Amélia Weasley, um feliz natal, e que todos os seus segredos fiquem bem escondidos. Minerva Mcgonagall”. Mia teve que reler o bilhete várias vezes para conseguir acreditar que Minerva tinha lhe mandado um presente de natal.

Ela abriu o embrulho, e tirou uma espécie de bolsa minúscula de dentro. No início ela não soube o que fazer com aquilo. Colocou sua mão por dentro da bolsa, e tirou de dentro um pequeno cartãozinho:

“Saquinho dos segredos: Enfeitiçado para que apenas o dono consiga tirar objetos de dentro dele. Pode guardar qualquer coisa, de todos os tamanhos. Um ótimo recurso para você que precisa ter seus segredos bem guardados.”

Mia não soube por que Minerva tinha lhe mandado aquilo, e então se lembrou da conversa que teve com Dumbledore, meses atrás. Correu até o seu malão, e o abriu, tirando uma caixinha de dentro dele. Lá dentro estava a pedra. Ela passou todos esses meses tentando descobrir a utilidade da pedra, mas Minerva nem tocou no assunto. Pensou que talvez fosse mesmo muito importante para que ela tivesse lhe dado aquele saquinho de presente. Ela guardou a pedra dentro dele, e o colocou em seu malão.

Ainda estava morrendo de sono, por isso, sem fazer muita questão de saber mais sobre aquele presente misterioso, ela voltou a se deitar, pegando no sono logo depois.


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