Amor de Pai - RxHr escrita por Verônica Souza


Capítulo 23
Capítulo 23




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Rony acordou cedo na Segunda Feira. Estava tão preocupado com Hermione que não tinha conseguido dormir direito. Foi até o quarto dos gêmeos. Eles dormiam tranquilamente. Ficou algum tempo parado na porta observando os dois. Seus filhos eram tudo em sua vida, e ele tinha certeza que Hermione pensava o mesmo. Foi até o quarto de Mia que era ao lado e a observou dormir como um anjo. Tinham muita sorte. Mia era um anjo, sempre obediente, ajudava a cuidar dos irmãos, nunca respondia. Hermione sem dúvidas tinha criado ela muito bem.

Hermione... Rony não conseguia parar de pensar em tudo o que estava acontecendo com ela. Queria acabar logo com aquilo. Descobrir alguma pista, algo que o ajudasse a lutar contra aquilo.

– Não conseguiu dormir? – Hermione apareceu atrás dele. Ele se virou para ela, a encarando.

– Não...

– Eu também não. Tive um pesadelo.

– Outra vez?

– Sempre tenho.

Ele se aproximou dela e a segurou pela cintura. Hermione olhou nos olhos dele, antes de abraçá-lo e deitar sua cabeça no peito dele.

– Eu estou com tanto medo Ron...

– Não se preocupe meu amor. – Ele alisou os cabelos dela. – Eu não vou deixar que nada aconteça com vocês.

– Eu preciso arrumar um jeito disso acabar...

– Hermione olhe pra mim. – Ele pegou o rosto dela carinhosamente. – Não quero que você se envolva nisso mais ainda.

– Mas Ron...

– Por favor, Hermione me prometa. Eu vou dar conta de tudo. Hoje mesmo no Ministério irei reunir um bom grupo de aurores e nós vamos pegar pesado nas procuras. Eu posso tomar conta disso... Não quero que você se envolva mais nisso. Me prometa Hermione.

– Eu prometo Ron.

– Eu não ia suportar se algo te acontecesse. – Ele a abraçou novamente. Um abraço apertado. – Eu te amo muito.

– Eu também te amo Ron. – Ela se sentiu protegida. Tudo isso que estava acontecendo com ela estava fazendo com que ela se sentisse sozinha, e saber que tem Rony e seus filhos ao seu lado a ajudavam bastante.




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Mais tarde naquele mesmo dia, Hermione terminava de ler o livro que tinha encontrado em sua estante. Nada fazia sentido. Ela não sabia quem poderia ter entregado aquele livro para Mia, mas com certeza seria alguém que conhecia toda a história deles, pois aquilo tudo tinha alguma ligação com o que estava acontecendo com Hermione.

Mia não parava de tagarelar sobre Hogwarts. Hermione queria ao máximo esquecer aquele assunto, já que Mia iria no dia seguinte. Não sabia como iria reagir com sua filha ficando tanto tempo longe dela, já que elas nunca tinham se separado.

Hermione olhava ansiosa para o relógio. Queria que Rony chegasse logo para lhe dar notícias, mas ela sabia que ele não iria descobrir nada. Olhou para os gêmeos brincando com uma bola no jardim, eles pareciam tranquilos. Hermione olhou para Tiffy que costurava alguns cachecóis para Mia.

– Tiffy... Eu preciso ir a um lugar... Você poderia olhar as crianças para mim?

– Claro que sim minha Senhora.

– Eu não demoro. – Hermione sorriu e se levantou.

– Aonde vai mãe? – Mia perguntou deixando o livro “Hogwarts uma história” de lado.

– Resolver um problema, mas volto logo. – Hermione beijou o rosto da filha. – E vocês dois, se comportem. – Ela beijou cada um dos gêmeos. – Ajude Tiffy a cuidar dos seus irmãos. – Ela olhou para Mia.

– Sim mãe. – Respondeu um pouco confusa.

Hermione entrou em casa, e foi imediatamente para a lareira.



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Rony colocou os papéis na mesa de Harry e sentou-se pesadamente na cadeira. Harry olhou atento para o amigo, e também se sentou.

– Pode contar. – Harry falou rapidamente.

– Eu não estou conseguindo entender mais nada Harry! Tudo que eu procuro em relação à Hermione não faz sentido nenhum! Ela fica mais estranha a cada dia, e tudo o que eu sei é que Bellatrix provavelmente está usando todas as energias de Hermione, porque usou o sangue dela o invés dos gêmeos. Mas isso é óbvio! O que eu quero é encontrar essa mulher, e acabar com ela de uma vez. Mas não sei por que ninguém consegue encontrá-la.

– Rony, você precisa entender que essas coisas não são fáceis. Devem ter várias pessoas por trás disso. Lembra quanto tempo demorou para Voldemort aparecer? E mesmo assim não foi ninguém que o encontrou. Uma hora ela virá atrás de algo para fortalecê-la, e é aí que nós vamos pegá-la.

– É disso que eu tenho medo... E se não conseguirmos pegá-la?

– Claro que vamos Rony! Derrotamos bruxos das trevas com apenas 17 anos, por que não conseguiríamos fazer o mesmo, com muito mais experiência?

Rony olhou para Harry, parecendo mais convencido.

– Tem razão... – Ele passou a mão em seu rosto. – Não estou conseguindo dormir por causa disso.

– Por que não vai para casa descansar um pouco? Aproveite e fique um pouco com sua família, tenho certeza que Hermione vai adorar.

– É... Tem razão. – Rony se levantou. – Acho que estou precisando mesmo.

– Com licença Harry. – Tábata entrou na sala. – A Senhora Weasley está aqui para falar com vocês.

– Hermione? O que ela está fazendo aqui? – Rony perguntou se levantando.

Tabata não respondeu, apenas abriu mais a porta, e deixou Hermione entrar.

– Olá. – Ela sorriu indo até os dois. Cumprimentou Rony com um rápido beijo, e abraçou Harry.

– Aconteceu alguma coisa? – Rony perguntou.

– Não... Eu só precisei vim aqui para olhar uma coisa.

– Olhar o que?

– É pessoal Rony. Prefiro te dizer depois que eu descobrir.

– Não me diga que é sobre tudo isso...

– É sim Rony, sobre tudo isso...

– Hermione já te disse que não quero que você se envolva.

– Mais do que já estou envolvida? Acho que não tem como. Bellatrix está usando meu sangue para se fortalecer, o mínimo que tenho que fazer é correr atrás de uma solução.

– Eu já disse que estou tomando conta de tudo. – Ele começou a ficar nervoso. Harry apenas observava, como fez em todos esses anos de amizade com os dois.

– E o que você descobriu?

Rony não respondeu.

– Já imaginei. – Hermione disse rapidamente. – Vou para o nono andar.

– Nono andar? Pra que?

– Já disse que é pessoal.

– Sou seu marido, não tem que ter segredos comigo.

– Não é segredo, só prefiro contar depois que eu descobrir.

– E eu já disse que estou tomando conta de tudo. E você me prometeu.

Harry olhou para os dois, observando toda a discussão.

– Rony... Por que não deixa Hermione fazer o que ela tem que fazer? Tenho certeza que ela vai contar tudo depois.

Hermione sorriu para ele.

– Não Harry! Não vou deixar. Não quero que Hermione se envolva mais nisso. Pode fazer mal a ela.

– Eu já estou mal suficiente Rony, não tem como piorar.

– Você que pensa.

– Hermione, Rony esta querendo dizer que para o seu bem, é melhor não se envolver. Já está ruim não saber o que você tem, ele não quer que as coisas piorem.

Hermione olhou confusa para Harry, estava ao seu lado agora mesmo. Mas ela o entendeu. Sabia que os dois queriam o seu bem.

– Certo. – Ela disse impaciente. – Vou voltar para casa. – Se virou com raiva e saiu da sala, batendo a porta.

– Ela só pode estar ficando louca. – Rony disse sentando-se novamente.

– Relaxe Rony. Hermione sabe se cuidar...

– Tomara que sim Harry, tomara que sim.




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Hermione andava com raiva pelos corredores. Odiava não poder fazer nada. Queria ir até a sala da profecia e acabar logo com aquele assunto. Assim quando Bellatrix retornasse de verdade, Hermione teria armas contra ela.

Estava tão pensativa que não notou quando trombou com alguém.

– Ai! – Ela disse passando a mão no braço. – Olhe por ande anda.

– Olha você! – Nicholas respondeu bravo.

– AH... É você. – Disse com um pouco de desgosto.

– O que está fazendo aqui?

– Tenho que ter um motivo para vim aqui?

– Sim, tem.

– Vim visitar meu marido, oras.

– Mas agora?

– Tem hora de visita?

– Não... – Ele respondeu olhando para ela desconfiado.

– Nicholas! – Hermione disse animada.

– O que foi? – Perguntou assustado.

– Você pode me ajudar!
– Não, não posso!

– Como sabe se nem disse o que era?

– Não quero me envolver nas suas ideias magníficas Hermione. Sempre me envolvem em encrenca.

– Olha quem fala...

– Sério, não quero participar de nada.

– Por favor, Nicholas... É literalmente caso de vida ou morte. – Ela suplicou. Nicholas olhou para o rosto dela, estava visivelmente preocupada. Ele não suportaria vê-la triste, principalmente depois que soube o que estava acontecendo com ela.

– Está bem... – Ele respirou fundo. – O que quer que eu faça?

Hermione contou empolgada todo o seu plano. Nicholas a olhou assustado.

– Está louca? Rony vai me demitir na hora!
– Ele não precisa saber!

– Como não precisa saber? É claro que ele vai saber! Ele é quase o chefe Hermione! Se bobear manda mais do que Harry aqui.

– Você tem que me ajudar Nicholas... Ele não quis...

– E por que não?

– Ele não quer que eu me envolva nisso.

– Se ele não quer é porque tem um bom motivo. Não vou passar por cima da palavra dele.

– Por favor, Nicholas. Eu te prometo que você não será demitido.

– Como pode me prometer isso?

– Eu sou esposa do “chefe”. – Disse divertida. – Consigo fazê-lo mudar de ideia.

Nicholas respirou fundo. Não conseguia negar nada a ela.

– Certo... – Ele disse. – Mas vamos ser rápidos. Se você não encontrar, nós vamos embora.

– Combinado. – Hermione sorriu. – Então vamos!

Eles olharam pelo corredor. Estava vazio. Foram direto para o elevador. Ele se abriu, e Hermione olhou enojada para dentro dele.

– O que está fazendo aqui? – Hermione praticamente cuspiu as palavras. Nicholas olhou assustado para ela.

– Bom dia para você também, Granger. – Emília sorriu. – Vim fazer os testes para auror.

– O que? – Hermione perguntou abismada. – Você quer se tornar auror? Por quê? Não gosta mais de Quadribol?

– Decidi que não é minha praia.

– Não é sua praia ou você está seguindo Rony?

– Quem sabe? – Sorriu divertida saindo do elevador. – Talvez eu não consiga ficar longe dele.

Hermione se preparou pra avançar em cima dela. Nicholas percebeu e segurou seu ombro.

– Hermione, é melhor a gente ir.

Hermione continuou olhando para ela, mas entrou no elevador, atrás de Nicholas.

– Hum... Arranjou mais uma cobaia para você? – Ela riu. – Tem louco pra tudo!

– Ora sua...

A porta do elevador se fechou. Hermione olhou para Nicholas com o dedo no botão do elevador.

– Não vale a pena. – Disse em sua defesa.

– Você não sabe o que ela fez com minha vida.

– Não, não sei...

Hermione ficou calada por uns instantes.

– Ela sempre me humilhou em Hogwarts... Ficava me chamando de sangue ruim por todos os lados, e sempre se achou superior a mim por ter namorado Rony antes de mim.

– Não deve se sentir inferior a ela. Você é com certeza melhor.

Ficou vermelho. Mas disse a verdade. Hermione sorriu.

– E também, todos aqui sabem o quanto Rony é fiel a você. Nem mesmo uma mulher como ela faria ele te trair.

– Como assim uma mulher como ela?

– Oras... Qualquer homem em sã consciência consegue perceber que ela é muito bonita e atraente.

– Mas aparência não é tudo.

– Não, não é.

Silêncio.

– Por que se importa tanto? – Perguntou olhando para ela.

– Não me importo.

– Claro que importa. Qualquer um consegue perceber que você morre de ciúmes.

– Não é crime ser ciumenta.

– Mas você não deveria.

– E por que não?

– Por que só um idiota te trocaria por outra.

Hermione ficou envergonhada. Olhou para ele, mas ele não parecia envergonhado.

– Chegamos. – Ele disse saindo do elevador. Hermione saiu ainda olhando para ele.



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– Bom, então acho que vou embora. – Rony se levantou.

– Isso. Vai ser bom pra você. Aproveite e converse com Hermione. – Harry também se levantou.

– Harry... – Emilly entrou novamente. – Os alunos já estão aguardando.

– Alunos? – Rony perguntou.

– Droga! Esqueci do treinamento! – Harry bateu em sua própria testa. – Obrigado Emilly, diga para eles que já estamos indo. Como pudemos esquecer?

– Estou tão preocupado com essas coisas da Hermione que nem me lembrei. Bom, acho que o descanso vai ter que ser adiado.

Os dois saíram da sala de Harry, e foram logo para a sala de treinamentos, que era no mesmo corredor. Rony abriu e a porta, e deu de cara com Emília.

– Oi Rony! – Ela sorriu.

– Eu tinha me esquecido dela. – Rony cochichou para Harry.

– Eu também. – Harry respirou fundo olhando autoritário para ela. – Por favor, Emília, aqui é Senhor Weasley e Senhor Potter.

– Me desculpe, Senhor Potter. – Ela sorriu. Rony virou os olhos, sabendo que o dia seria cheio.





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– É aqui. – Nicholas e Hermione pararam em frente uma enorme porta.

– Espero que não seja como da ultima vez que estive aqui. – Ela respirou fundo.

– Não se preocupe... Não terão comensais da morte dessa vez, pode acreditar.

– Como sabe?

– Aqui sabemos de tudo. – Ele colocou a mão em uma espécie de computador, onde uma voz feminina disse: “Acesso Autorizado”.

A grande porta se abriu, e Hermione olhou para a enorme sala. Não havia mudado nada. Tinha sido reconstruída exatamente como antes.

– Como vamos achar isso aqui? – Ele perguntou olhando ao redor.

– Não se preocupe... Vamos achar. – Eles começaram a andar pelos corredores, no meio de milhares de profecias.





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– Agora que já nos conhecemos... – Harry começou dizendo. – Quero saber por que decidiram se tornar aurores.

Um homem magrelo e alto começou a falar:

– Eu sempre gostei muito de aventuras, desde criança! Sempre fui bom em feitiços e acho que seria um ótimo auror.

– Bom... – Harry disse animado. – Muito bom. – Ele se virou para o homem ao lado dele.

– Acho que o mesmo que ele... Sempre gostei de desafios. – Disse rapidamente.

– Muito bem... – Ele se virou para Emília, que sorriu rapidamente. Rony cruzou os braços prestando atenção nela.

– Meu pai sempre me ensinou a correr atrás do que eu quero... E é isso que estou fazendo. – Ela olhou para Rony. Harry arregalou os olhos, e Rony virou-se de costas, desconfortável.

– Ok... Então... Podemos começar os testes. Se passarem nos testes de hoje, poderão começar o treinamento.

– Onde está Hermione? – Emília perguntou divertida.

– Por que quer saber? – Rony perguntou curioso.

– É que encontrei com ela aqui, pensei que ela ia participar também. Ela sempre vai onde você está. – Ela sorriu para Rony. – Queria ter o prazer de derrotá-la em mais um duelo.

– Hermione não é uma auror, e nem quer ser. Temos filhos pequenos...

– É sempre pensei que ela servia mais como dona de casa mesmo.

Harry olhou para Rony, tentando acalmá-lo.

– Hermione tem muito mais talento do que todos nós reunidos aqui nessa sala. Ela não trabalha porque não precisamos... Mas se quisesse ser auror, com certeza seria uma das melhores. – Rony disse orgulhoso.

– Uma pena. Quando encontrei com ela e um homem, pensei que iria ter o prazer de duelar com ela novamente.

Harry arregalou os olhos esperando Rony dar um ataque de ciúmes a qualquer momento.

– Que homem? – Rony tentava se controlar.

– Não conheço... Mas devia ser um auror. Entraram no elevador juntos. Ele é moreno, tem olhos claros, muito bonito por sinal. Não posso negar que Hermione sempre teve bom gosto.

– Nicholas. – Rony olhou para Harry. – Ela me enganou Harry. – Disse ficando nervoso.

– Rony... Não sabemos se ela realmente...

– Não a proteja Harry! – Rony aumentou o tom de voz. – Eu sabia que ela ia fazer isso! Eu sabia!

– Eu disse algo errado? – Emília fingiu inocência.

– Augusto! – Rony gritou. O homem apareceu ao lado dele, tremendo. – Você vai passar todas as regras para eles. Eu e Harry temos um assunto para resolver.





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– Ali! – Hermione apontou para seu lado direito. Ela correu até a enorme estante, Nicholas a seguiu. Uma pequena bola de vidro estava com uma fumaça preta. – É essa. – Hermione olhou para Nicholas.

– Então pegue. – Disse empolgado. Hermione sorriu e olhou para a estante em sua frente. Respirou fundo, e pegou. Sentiu algo diferente percorrer seu corpo, fechou os olhos. Uma voz veio em sua cabeça: “Uma nova família Weasley surgirá, e o sangue do mais corajoso a ressuscitará. Suas forças irão recuperar, mas apenas o amor e o sacrifício a destruirá.”.

Hermione abriu os olhos, pálida.

– O que foi Hermione? O que disse?

– Hm... Eu... Não entendi muito bem. – Mentiu. – Acho que não era esse.

– Como assim não era?

– Deixa pra lá, vamos embora. – Ela colocou a bola de volta na prateleira.

– Hermione...

– Anda, vamos. – Ela disse. Os dois se viraram para ir embora, mas quando chegaram à porta, ela se abriu. Nicholas congelou, e Hermione sentiu suas pernas bambas. Rony estava do outro lado da porta, com os braços cruzados e Harry ao seu lado.

– Os testes começaram Vincent. – Rony disse impaciente.

– Sim... Sim Senhor. – Ele gaguejou. – Já estou indo. – Olhou para Hermione e abaixou a cabeça, andando apressado. Rony olhou para Hermione esperando uma explicação.

– Ron... – Ela se aproximou.

– Vai pra casa Hermione. – Ele disse friamente. Hermione não quis discutir, sabia que estava errada, e Rony estava furioso.

– Você não vem?

– Tenho trabalho.

– Rony, pode ir... Nós damos conta.

– Não Harry, Hermione é madura, apesar de muitas vezes demonstrar o contrário. Quer que eu te ensine o caminho de volta pra casa pra você não se perder de novo?

Hermione ficou calada.

– Sério Rony... Vai. Eu posso dar conta. Além do mais, eles não merecem que você desconte sua raiva neles, e eu sei que é exatamente isso que você vai fazer.

Harry tinha razão. Conhecia Rony o suficiente para saber que quando ficava nervoso, sempre descontava nos outros, mesmo sabendo que eles não tinham culpa.

– Está bem. – Ele respirou fundo. – Volto depois do almoço.

– Ok.

– Tchau Harry.

– Se cuide, Mione.







Os dois saíram da lareira, e a sala estava vazia. Rony olhou pela janela, e Tiffy estava no jardim com as crianças. Virou-se para Hermione, e ela esperou a bronca que iria levar.

– Hermione o que deu em você? – Perguntou em um tom que parecia tranquilo, mas apenas parecia.

– Ron... Eu sei que você pediu para que eu não me envolvesse, mas eu precisava fazer isso... Eu não iria ficar tranquila.

– E acha que fez certo me enganar?

– Eu não te enganei!

– Claro que enganou! – Aumentou o tom de voz. – Eu pedi para você ir embora e você concordou!

– Concordei porque você não iria mudar de ideia!

– E ainda por cima foi com Nicholas! Ele que me aguarde hoje!
– Rony não faça nada com ele... – Hermione suplicou. – Não é culpa dele... Ele não queria ir, mas...

– Você o convenceu. – Rony riu sarcástico. – Claro que ele não diria não para você. É apaixonado por você.

– Isso não é verdade!

– Como não é verdade? Todos já perceberam Hermione!

Hermione não respondeu. Realmente pensava que algumas vezes ele tinha algum sentimento a mais por ela.

– Eu estou muito decepcionado com você Hermione.

– Mas Ron...

– Por favor, não piore as coisas. – Ele virou de costas para ela, ficando um tempo parado. Hermione quis pedir desculpas, mas não conseguia. Sabia que Rony estava bravo com ela, mas ela faria tudo novamente... Afinal, se tratava de seus filhos. – Irei voltar para o Ministério... Não sei que horas eu volto. – Disse ríspido. – Tenho que ajudar Harry nos testes.

– Emília estará lá? – Hermione não quis demonstrar ciúmes, mas foi impossível. Rony se virou para ela, sério.

– Sim, estará. Ela quer ser auror, e não vejo motivos para não ser. É muito boa em duelos. – Alfinetou-a.

– É... É sim. – Hermione disse magoada, mas sabia que ele só estava provocando.

Sem dizer mais nada, ele se virou, entrando na lareira e desaparecendo. Hermione respirou fundo.Traiu a confiança de Rony, mas pelo menos descobriu uma pista. Pensou na frase que estava em sua cabeça: “Uma nova família Weasley surgirá, e o sangue do mais corajoso a ressuscitará. Suas forças irão recuperar, mas apenas o amor e o sacrifício a destruirá.”. Não fazia muito sentido, mas Hermione já tinha uma solução.





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Rony entrou na sala de treinamentos e todos já estavam sentados o aguardando. Harry o olhou, querendo saber se tinha se resolvido com Hermione ou se as coisas só tinham piorado, e pelo visto, a segunda opção era a correta.

– E então? – Ele olhou para Harry.

– Foram muito bons... Rápidos e cautelosos. Não tenho nada a reclamar. – Harry respondeu.

– Todos eles? – Rony ergueu a sobrancelha e olhou para Emília. Não poderia negar, ela era realmente ótima em duelos, mas não queria ter que trabalhar com ela todos os dias.

– Sim, todos eles. Nicholas concordou comigo.

Rony olhou para Nicholas, que evitou o olhar o tempo inteiro.

– Bom... Já que vocês estão dizendo... Podem começar o treinamento a partir de amanhã. – Rony disse para os três, e eles se levantaram animados. – Leiam as regras principais e do Artigo 01 até o 20.

– Sim Senhor. – Os homens disseram, Emília apenas sorriu.

– Estão dispensados. Boa tarde. – Harry disse educadamente. Os três se levantaram e saíram da sala. Emília lançou um olhar para Rony que o deixou envergonhado.

– Quero falar com você Vincent. – Rony disse antes que ele saísse. Harry olhou para os dois.

– Eu... Vou para minha sala. Qualquer coisa me chamem. – E se retirou da sala.

Nicholas olhou para ele, temendo o que iria ouvir.

– Sabe que eu posso muito bem te demitir não é? – Rony cruzou os braços.

– Sim Senhor.

– A sua sorte, é que eu odeio injustiças, e eu não estaria certo em demiti-lo só porque minha esposa às vezes age como se tivesse dez anos de idade.

– Rony...

– Fez errado em dar ouvidos a ela. Eu não queria que ela se envolvesse mais nisso, e você sabe muito bem. Estão sendo dias difíceis para ela, e eu não queria que isso piorasse.

– Eu sei... É que... Ela me pediu e...

– E você não conseguiu dizer não. – Ele o interrompeu. – Não te culpo. Hermione tem esse dom. Não conseguimos dizer não para ela. Tive anos de prática até conseguir fazer isso.

Nicholas ficou envergonhado.

– Você é um bom auror Nicholas... Apesar de que às vezes se acha melhor do que todo mundo. – Ele fechou a cara e Rony continuou. – Mas não quero que se envolva nos meus problemas familiares.

– Não era a minha intenção.

– Sei disso. Apenas não me sinto confortável... Bem... Em você faze o papel que eu deveria estar fazendo.

– Se quer fazer o seu papel porque não estava com ela hoje?

Rony olhou para ele, erguendo as sobrancelhas.

– Porque como eu disse, não quero que ela se arrisque mais. O meu papel é protegê-la e não concordar com tudo o que ela acha que é certo.

– Então não reclame que outras pessoas estão fazendo o seu papel, se você mesmo não faz.

– Está me desafiando Vincent?

– Não... Só quero que saiba que não precisa se preocupar. Hermione é sua esposa e eu a respeito tanto quanto te respeito.

Rony ficou em silencio. Estava sendo destruído quando era ele quem deveria estar passando o sermão.

– Vou voltar ao trabalho. Boa tarde, Senhor. – Ele enfatizou a ultima palavra e se virou, saindo da sala. Rony continuou sem reação. Não esperava aquilo.






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– Filho, come direito... – Hermione pediu carinhosamente para Allan que estava comendo com as mãos. – Use os talheres.

– Já tentei ensiná-lo Senhora, mas ele não entende. – Tiffy disse dando comida para Anny.

– Ele é um teimoso. Igual ao pai dele. – Hermione sorriu.

– Mãe, o papai não vem jantar? – Mia perguntou. Hermione olhou para o relógio, era quase nove.

– Acho que hoje ele se atrasou um pouco. – Hermione sorriu.

– Queria ficar um tempo com ele... Amanhã vamos sair bem cedo não é?

– Vamos sim... Talvez ele chegue antes de você ir dormir.

Mia concordou e continuou o seu jantar. Hermione olhava para o relógio a cada cinco minutos, e logo depois para a lareira, mas Rony não apareceu. Estava começando a imaginar coisas, e se odiou por isso. Rony poderia estar bravo com ela, mas não faria nada que se arrependeria depois.

Era quase meia noite e Rony ainda não havia chegado. Hermione colocou as crianças para dormir, e Tiffy também se retirou.

Vestiu sua camisola e começou a ler um livro. Olhava o tempo inteiro para o relógio, quando deu meia noite. Rony nunca tinha se atrasado tanto no trabalho. Hermione estava começando a imaginar coisas. Ouviu um barulho vindo do primeiro andar, e minutos depois Rony estava na porta do quarto.

– Pensei que estaria dormindo. – Ele disse indiferente, tirando seu terno.

– Estava te esperando. – Ela fechou o livro.

– Não precisava, eu disse que ia demorar. – Tirou sua camisa. Hermione olhou para ele, e aquele desejo de ter o corpo dele colado no seu tomou conta dela. Mas dessa vez ela foi mais forte. Sabia que não era o momento para isso.

– Não vai comer nada?

– Estou sem fome.

– Vai me tratar assim até quando? – O encarou.

– Até você entender que eu quero o seu bem, e parar de agir como uma criança mimada.

– Eu precisava fazer isso Rony, e... Consegui o que eu estava procurando.

– Conseguiu? – Ele a olhou. – E então... O que era?

Hermione disse qual era a profecia. Rony sentou-se pesadamente na cama.

– Sacrifício? – Rony perguntou sem reação.

– Sim... E acho que... Sei o que quer dizer.

– Pensei mesmo que saberia. Mas ninguém vai se sacrificar nessa família. – Ele se levantou andando de um lado para o outro. – Eu não entendo... Se ela precisava do sangue dos gêmeos, porque está funcionando com o seu? Era para dar errado.

– Ela deduziu isso Rony. – Hermione explicou calmamente. – Mas na profecia não deixa claro que precisa ser o sangue dos gêmeos...

– Então quer dizer que nesse exato momento ela está... “Usando” suas energias?

– Sim... E talvez seja por isso que eu tenho ficado... Estranha ultimamente.

Rony a olhou.

– E essa coisa de... Sacrifício?

– Ainda não tenho certeza.

– Não está pensando em...

– Farei qualquer coisa para salvar vocês.

– Hermione, não.

– Ron... Não adianta falar. O que tiver que fazer eu farei.

– NÃO! – Ele gritou. – Eu não posso te perder Hermione. – Ele se ajoelhou na frente dela segurando suas mãos. Os olhos molhados em lágrimas. Não estava diferente de Hermione. – Não posso te perder de novo. Quando nos casamos prometi a mim mesmo que não ia deixar qualquer coisa acontecer com você e com nossos filhos, e vou cumprir essa promessa.

– São os nossos filhos Rony... É você! Eu não posso continuar vivendo sabendo que algo aconteceu com vocês.

– Nós... Nós vamos... Dar um jeito. – Ele segurava para não chorar.

– Espero que sim meu amor. – Ela passou a mão carinhosamente no rosto dele. – Eu sou tão grata por ter você comigo. Espero que possa me perdoar por não saber agradecer como deveria. Tenho te deixado nervoso ultimamente, mas por uma boa causa.

– Hermione...

– Não vamos chorar Rony! – Hermione riu e limpou as lágrimas nos olhos dela. – Não estamos dizendo adeus. Por Mérlin!

Ele se levantou rapidamente, sentando-se ao lado dela, ainda segurando sua mão.

– Nunca teremos que dizer adeus Hermione. Nunca.

Hermione não disse nada, apenas o puxou para um longo beijo. Não um beijo saliente, excitante, mas um beijo de amor, de medo e de paixão.




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