A Filha das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 11
Capitulo Onze


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se. :D

Um capitulo visto mais pelo lado de Draco, a partir de agora terão mais desse jeito.
Beijos



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Belinda estava sentada na janela de seu quarto desde que chegara em casa, o jantar estava quase no horário, mas ela nem mesmo sentia vontade de ir tomar um banho e se vestir. Depois da partida de Dobby as coisas ficaram mais monótonas na casa, Lestrange sentia-se feliz quando via o Elfo Domestico, que desde que fora libertado, parecia cada vez menos, entretanto mais contente, mas ela sentia sua falta dentro do castelo, pois ele sempre a acompanhava.

Belinda escutara uma batida suave na porta antes de ver uma cabeça loira aparecer, Narcisa sorriu um pouco.

–Oi. –Dissera a mulher entrando no quarto.

–Oi. –Respondeu Belinda sem vontade.

–Você tem que descer. –Disse ela parando ao lado de Belinda.

–Eu sei.

–Então por que ainda está assim? –Belinda deu um suspiro.

–Estarei na sala no horário que fora combinado, não irei faltar.

Narcisa percebeu o tom distante da menina e a encarou com atenção, Belinda estava olhando para o lado de fora do quarto, não para ela.

–Querida, eles já estão na sala e...

–E? –Disse ela virando-se e encarando Narcisa.

–Lucius achou que eu deveria lhe chamar e...

–Lucius mandou que me chamasse. –Corrigiu.

–Não dificulte as coisas.

–De modo algum. Pois tudo que Lucius Malfoy diz, tem que ser acatado, correto? –Disse irritada, mas baixo.

–Belinda, por favor...

–Narcisa, por favor, me deixe sozinha.

–Mas...

–Estarei na sala exatamente no horário que fora combinado anteriormente.

Narcisa encarou a menina por mais um tempo, por fim se deu por vencida, era notório que nada faria Belinda descer antes, então a deixou sozinha no quarto. Assim que Narcisa se retirou, lágrimas escorreram pela face de Belinda.

Lestrange colocou um vestido preto soltinho até os joelhos, calçou a sapatilha da mesma cor e soltou os cabelos para tentar esconder um pouco do rosto. A roupa fora dada por Narcisa para ser usada naquela noite, a menina se olhou no espelho e não gostou do que viu, não parecia ela, o que a deixara mais irritada.

Belinda se juntou aos convidados na sala e Draco percebera o fingimento em cada movimento que ela fazia, a irritação estava nos olhos e nos sorrisos que dava, as frases muito bem colocadas e estudas.

–Então Belinda, irá assistir a Copa de Quadribol? –Brian quis saber.

–Não sei. –Respondeu a menina.

–Vai ser legal. –Dissera o menino, tendo somente um sorrisinho como resposta.

–Belinda você gosta de Quadribol, não é mesmo? –Belinda encarou Wallace.

–Sim senhor.

–Por que não vai conosco?

–Obrigada pelo convite, mas acho melhor não.

Draco se surpreendeu, todos sabiam que Belinda era louca por Quadribol e ele jamais imaginara que a veria recusar um convite pra assistir a Copa Mundial de Quadribol, mas ela estava recusando com um sorriso amável e falso.

–Que pena, seria um prazer tê-la conosco. –Jaqueline comentou.

–Caso mude de ideia... –Disse Wallace.

–Claro, se mudar de ideia avisarei.

O jantar parecia se arrastar e Belinda ficava cada vez mais cansada da presença dos Pierre, quando por fim tudo terminou e eles se foram, a menina achou que teria paz, mas Lucius não lhe permitiu ir para o quarto.

–Você escreverá e dirá que mudou de ideia, que aceita o convite... –Dissera o homem.

–Quem irá me obrigar a aceitar? –Desafiou, cuspindo toda a raiva que estava presa.

Draco já vira muitas vezes Belinda desafiar Lucius, mas não com toda aquela raiva, havia decisão no jeito que ela pronunciava as palavras, algo que ninguém conseguiria fazê-la mudar, notou Draco.

–Isso é uma ordem.

–Eu não ligo para suas ordens...

–Sua...

–Sua o que? –Berrou ela.

–Bastarda. –Soltou e ela riu, era um riso maldoso e debochado.

–Você já teve xingamentos melhores Lucius.

Belinda viu Lucius erguer a mão para lhe dar uma bofetada, mas ela ergueu o rosto, os olhos cheios de desafio e o sorriso debochado, mas o homem abaixou a mão.

–Lucius acalme-se, por favor. –Narcisa pediu.

–Bate. –Mandou Belinda. –É o que você está desejando há tanto tempo, não é mesmo? Então bate.

–Você está de castigo, não sairá para canto algum.

–Eu não iria sair de qualquer modo Lucius, você nunca permite.

–Vá para seu quarto agora! –Berrou o homem, furioso.

Draco se trancou em seu quarto e se perguntou o que acontecera para Belinda ficar daquele jeito, pois ainda em Hogwarts ele a viu feliz e sorrindo, mas de repente tudo desmoronou.

O dia fora silencioso, durante o café-da-manhã Lucius já não estava mais em casa e Belinda ainda estava em seu quarto. O dia se passou e Draco não a viu, perguntando-se o que acontecera e se ela já havia comido algo. Era inicio de noite quando Draco viu Rúnda descer as escadas e se enroscou por entre suas pernas.

–O que você quer Flea-bitten? –Perguntou ele encarando o gato.

–O nome do meu gato não é esse. –Disse Belinda, sua voz estava normal, assim como seu humor.

–Pra mim é.

–Esse nome é horrível. –Disse ela e bufou.

–Combina com ele. –O loiro deu de ombros.

–Flea-bitten quer dizer pulguento. –Criticou ela.

–Por isso que combina.

–O nome dele é Rúnda. –Draco encarou o gato e bufou. –Rúnda, vem. –Disse e o gato foi até a menina. –Não fique muito perto de víboras, elas são venenosas.

Draco queria rir da situação, Belinda embora estivesse xingando, estava tranquila e aparentemente bem, logo que ela seguiu para a cozinha uma coruja apareceu na janela e Draco foi até ali, pegou a correspondência e bufou, era a letra de Granger. Malfoy odiou pensar nos olhos da menina, ou em seus cabelos castanhos, aquela Sangue-Ruim não devia estar em sua cabeça. Malfoy pegou a carta e jogou encima da mesa, próximo de onde estava seu tabuleiro de Xadrez-Bruxo.

–Lestrange. –Chamou ele quando Belinda voltava da cozinha.

–Que é?

–Pra você. –Disse ele indicando a carta.

–Que é isso? –Perguntou ela, ainda de longe.

–E eu que vou saber? Não é pra você?

–Idiota. –Disse Belinda se aproximando e pegando a carta, ela deu um pequeno sorriso ao ver o nome no envelope. –Tá ai algo que eu não esperava. –Disse para si mesma ao abrir o envelope.

Belinda sentou-se no sofá e Rúnda pulou na perna da menina, Draco viu Lestrange ler a carta com calma e vez em outra dar um risinho.

–Bell. –Ciça falou se juntando a eles.

–Oi. –Disse a menina tranquilamente.

–Você está bem querida?

–Sim, por quê?

–É que ontem...

–Ontem fora uma noite terrível e com péssimas companhias. –Esclareceu.

–Mas os Pierre são pais do seu noivo...

–Não fale essa palavra Narcisa, por favor. –Debochou. –Esse casamento arranjado é uma merda, simples assim, eu não quero e não farei.

–Nós combinamos com os Pierre e você não pode quebrar...

–Não, não e não. –Disse Belinda rindo sem vontade. –Eu não combinei nada, você e Lucius fizeram isso.

–Mas isso será uma vergonha para os Malfoy.

–Os Malfoy são uma vergonha por si só. –Disse se colocando de pé. –Eu não preciso fazer nada para o nome dessa família ser motivo de chacota.

–Olha como fala, por favor. –As vezes Belinda se irritava com Narcisa por nunca alterar o tom da voz e mostrar realmente o que sentia, a menina respirou fundo e sorriu.

–Tudo bem Ciça, não direi nada, mas arrume um jeito desse trato ser desfeito sem haver vexame, porque vocês querendo ou não, eu já tomei minha decisão. Eu não irei casar com Brian Pierre.

Draco ficava cada vez mais impressionado com as atitudes que Belinda resolvera tomar desde que chegara ali, mas ele percebia que era um fardo que a menina tirava das costas ao decidir aquilo, mas não diria a ninguém. Malfoy viu Belinda seguir para a biblioteca e se trancar ali em meio a livros, era algo que sempre a mantinha calma, entretanto poucos minutos depois Lucius chegara e Narcisa lhe contou tudo o que havia acontecido.

–Draco, mande Belinda vir aqui imediatamente. –Lucius estava furioso.

–Sim senhor. –Draco sabia que terminaria em uma grande confusão, mas obedeceu ao pai.

Belinda estava deitada no chão de barriga para baixo, os olhos atentos ao livro. Draco notara que Belinda não o viu entrar.

–Lestrange, papai tá chamando.

–E?

–Acho bom você ir, ele não está muito contente. –Belinda riu e Draco percebeu que ela já esperava por aquilo.

–Que bom. –Disse colocando-se de pé e devolvendo o livro para seu lugar. –Ele já sabe não é? –Disse ela parando em frente ao menino.

–Do que?

–O que eu disse para Narcisa sobre não me casar mais com Brian?! –Draco deu um sorriso pequeno, mas Belinda viu e sorriu de volta.

–Sabe.

–Era o que eu queria.

–Não me surpreende. –Disse ele e ela se foi.

Draco estava atrás de Belinda e assim que entraram na sala, Draco viu Lucius encarar a menina, que ainda sorria tranquilamente.

–Pois não Lucius? –Dissera com calma.

–O que você pensa que está fazendo? –Berrou o homem.

–Bem, eu estava lendo. –Deu de ombros.

–Deixe de ser fingida!

–Ora, para que toda essa gritaria? O que eu fiz?

–Lucius, por favor... –Ciça começou.

–Não se meta Narcisa! –Berrou o loiro sem tirar os olhos de Belinda. –Quanto a você, ninguém irá desfazer trato algum e assim que você acabar seus estudos irá se casar com Brian Pierre!

–Não vou mesmo. –Disse ela sorrindo.

–Isso não é um pedido!

–Eu não disse que achava ser um, mas estou esclarecendo um fato muito importante, eu não me casarei com o menino Pierre.

–Isso não está em discussão!

–Não está mesmo. –Disse ela. –Eu simplesmente não o farei.

Draco não notara como aconteceu, mas de repente Lucius deu uma bofetada no rosto de Belinda, pegando a todos de surpresa. A menina levou a mão ao rosto e logo o canto da boca, onde sangrava um pouco de tão forte que fora o tapa, mas ela sorriu mais abertamente.

–Lucius. –Narcisa dissera, mas parecia distante.

–Toque novamente em mim e perderá a mão. –Disse com toda a calma, sem mudar nada no tom de voz.

Draco se sentia preso, como se de repente o tempo tivesse parado e só houvesse Lucius bufando no meio da sala em frente a Belinda e ela com a boca sangrando, mas sorrindo, a ameaça que fizera ainda pairava no ar. Malfoy nunca vira Belinda apanhar, Lucius sempre estava aborrecido e revoltado com as atitudes da menina, vira ele erguer a mão para bater em Belinda, mas nunca bater de fato.

–Eu não irei desfazer o trato. –Dissera o homem.

–Que seja. –Belinda sorria. –Eu mesma faço isso.

–Não se atreva!

–Se não fará o que?

–Você irá casar!

–Acho que não. –Riu e se virou.

Belinda desaparece na escada, mas Lucius continuava berrando e mesmo com Narcisa tentando acalma-lo, Lucius não diminuía o tom da voz, Draco decidiu subir também, pois o dia não fora nada agradável e tudo o havia deixado surpreso.

Draco pensara em Belinda quando se deitou, o modo como ela falara com Lucius e como não se encolheu ao ser agredida, simplesmente o enfrentou, Malfoy não esperava vê-la apanhando, nunca nem mesmo cogitou a possibilidade que um dia seu pai fizesse aquilo.

Malfoy recordou-se de todas as brigas que ele já vira Belinda ter com Lucius e de como a menina ficava após o acontecimento, ela sempre ficava triste e chorava, mas naqueles tempos tinha Draco e depois que fora para Hogwarts tinha vários amigos, entretanto naquele momento Malfoy sabia que ela estava sozinha em seu quarto, sem ninguém para conversar e acalma-la.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Beijos.



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