This Is What Makes Us Girls escrita por Luly


Capítulo 5
Capítulo 5 -Pra onde meu pai foi?


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Como estão vcs ai?? Ia postar esse cap antes, mas eu tinha prova de mat e já viu né? Então...boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482930/chapter/5

Clove

Minha mãe estava no hospital, em seu turno de emergência. E eu estava sozinha em casa com John, antes que ele queira puxar assunto comigo eu tranco a porta de meu quarto e ligo meu IPod no volume máximo.

John e minha mãe haviam se casado há três anos, um ano depois que minha mãe dispensou meu pai. Que por um acaso era a pessoa mais importante do mundo para mim, mas minha mãe não se importou com isso quando jogou todas as roupas dele para fora de casa e falou para ele nunca mais voltar. Para ele nunca mais vê-la. Para ele nunca mais me ver.

Isso destrói o coração de uma garota de doze anos se você quiser saber.

Eu havia a perdoado, é claro. Era minha mãe, mas nunca gostei de John e do jeito que ele tenta fazer parecer que nada aconteceu. Não consigo aceitá-lo, nem mesmo por minha mãe.

Olhava para a tela de meu notebook, onde na are de pesquisa estava escrito “Angelo Fuhrman”. Novamente eu não havia encontrado nada. Nenhum perfil em alguma rede social, nenhum comentário, nenhuma foto. Nada. Era como se ele não existisse. Eu já o havia procurado em todos os lugares. Bibliotecas, sites do governo, listas teleficas, internet, site de relacionamentos. Literalmente em todos os lugares, mas nunca achei nada de muito interessante. Tirando talvez o macaco malabarista Angelo Fuhrman, tinha sido um vídeo engraçado e eu estava tendo um mal dia. Mas a questão não era achar um macaco malabarista no YouTube, a questão era achar meu pai, o que nunca aconteceu.

Mesmo com a musica alta, consigo escutar uma batida em minha porta.

Clove! –chama a voz de John. –Eu fiz chocolate quente, se quiser...

–Eu estou bem, John. –respondo e aumento o som do Ipod e deixo a musica gritar pelo quarto e talvez pelo resto da vizinhança.

Abaixo a tela no notebook e me jogo na cama com os olhos fechados, tentando relembrar qualquer coisa sobre meu pai. Eu era muito nova e as vezes fico com medo, de seu rosto desaparecer de minha mente para sempre. Medo de que eu nunca mais vá vê-lo novamente. Medo que eu continue presa nesses medos.

Com isso em mente acabo caindo no sono.

...

O resto do domingo havia passado muito rápido, e agora eu passava pelos corredores lotados do colégio, enquanto todos falavam da festa de sexta feira passada. E pelo que entendi muitas pessoas usaram “ a parada” na festa. O que é que as pessoas acham de tão divertido em usar drogas? Pelo amor de Deus.

Tinha aula com a Dona Poof agora. Entro de cabeça baixa na sala e bato em alguém.

–Desculpe. –murmuro catando meus livros do chão e encostando por meio milésimo na mão da pessoa que eu tinha batido.

–Você não estava olhando.

Olho para o garoto e encontro os olhos azuis de Cato.

–Sim, eu não estava olhando.

Vejo o mais próximo de um sorriso que Cato consegue dar.

Vou me sentar novamente em uma das ultimas carteiras enquanto a professora entrava. Olho rapidamente para Cato que novamente tinha se sentado perto da janela.

–Bom dia. –diz Dona Poof. –Como foram de final de semana?

Uma bosta.

–Bem. –murmura a turma desafinadamente.

–Hoje começaremos nosso trabalho em dupla.

Ai as palavras que eu mais odiava “trabalho” e “dupla”. Pra constar, eu também odeio as palavras “tarefa de casa”, “provas” e “pessoas”.

–Então, vocês escolherão uma dupla e farão uma pesquisa sobre algum país de sua preferência. Isso vai valer metade da sua nota do semestre, então se eu fosse vocês iria caprichar. –continua Dona Poof. –Escolham suas duplas e vão para a sala de estudos começar a montar os trabalhos.

E aquele momento infernal começa, onde todos se levantam e se juntam aos seus amigos, e se você não tiver um amigo, você se fode. E como sempre eu provavelmente ficaria com Clark, o garoto esquisito que sempre ficava sem uma dupla assim como eu. Eu fazia a maioria dos trabalhos com ele, e Clark não poderia ser chamado exatamente de gênio.

–Vamos? –viro o rosto para encontrar Cato de pé ao lado de minha carteira.

–Vamos aonde? –pergunto levantando uma das sobrancelhas.

–Pra sala de estudos, talvez? –noto que essa era uma das frases mais compridas que o escutei falar. –Você é minha dupla.

–E quem exatamente concordou com isso?

–Eu.

Olho para Clark com sua camiseta amassada e óculos grossos no canto da sala olhando para mim com expectativa. Depois olho para Cato em sua camiseta de flanela quadriculada e os músculos dos braços definido. Ok, Cato ganhou essa disputa.

–Tudo bem. –suspiro me levantando.

Vejo Clark lançar um olhar mortal a Cato enquanto passávamos por ele. Mas Cato parece nem perceber, e se percebeu não deu nem bola.

Por que Clark quer tanto fazer o trabalho comigo? Eu hein.

Eu e Cato andamos silenciosamente até a sala de estudos. O lugar onde ninguém estudava. Vejo Glimmer conversar com Effie no canto. Marvel e Peeta em uma mesa mexendo em seus celulares e rindo de alguma coisa. E quando eu e Cato nos sentamos em uma mesa distante de toda a bagunça vejo Katniss entrar na sala com uma carranca no rosto seguida de Clark.

–Tem alguma sugestão de que país nós podíamos escolher? –pergunto a Cato.

Ele balança a cabeça negando.

–Podemos fazer sobre, sei lá, a Mongólia. –sugiro.

Mongólia? De onde eu tirei isso?

Ele da de ombros e balança a cabeça.

–Isso foi um sim?

–Alguém realmente se importa? –pergunta ele.

Reviro os olhos.

–Me escolheu pra eu fazer todo o trabalho sozinha?

–Não. Vamos fazer da Mongólia, se é o que você quer.

–Eu não quero fazer um trabalho sobre a Mongólia! –exclamo. –Queria que você me ajudasse a escolher.

Ele revira os olhos se desencostando da cadeira e se sentando direito.

–Vai me ajudar? –quero saber.

Ele assente com a cabeça.

–Olha pra você me ajudar, provavelmente vai ter que falar diretamente comigo.

Novamente vejo o menos sorriso que existe se formando em seu rosto.

–Podemos fazer de um lugar mais fácil? –pergunta.

–Todos vão fazer de algum mais fácil, mas se é o que quer.

–Podemos fazer da Islândia. –diz ele. –É uma ilha de neve flutuante não deve ter muita coisa pra pesquisar, e duvido que alguém pense nisso.

–Islândia, então. –anoto em uma letra esfarrapada o nome do país em meu caderno. –Você pode pesquisar algumas coisas depois vemos como vamos fazer.

O sinal bate.

–Eu te ligo. –diz se levantando.

–Você não sabe o meu telefone. –lembro-o.

–Eu te ligo. –repete ele já na porta.

E Cato vai embora, ainda sem saber meu telefone.

...

Esperava na recepção do hospital minha mãe sair. Ela estava meia hora atrasada e eu queria voltar logo para casa e tentar organizar o trabalho que eu não tinha ideia de como fazer. John não podia vir busca-la, pois teve um problema estúpido no seu escritório estúpido.

–Desculpe pelo atraso, Clove. –diz minha mãe finalmente aparecendo.

–Não foi nada. –digo com a voz morta.

Dou a chave do carro a ela e vamos até o estacionamento.

–Então, como foi seu dia? –ela me pergunta dirigindo o carro.

–Como sempre. –dou de ombros.

–E como é “como sempre”?

Olho para a aliança em seu dedo.

–Chato, agonizante, tortuoso. –ela sorri. –E como foi o seu dia?

–Estressante. –responde em um suspiro.O sorriso desaparece. –Temos uma paciente nova, se mudou pra cá por causa do tratamento de Leucemia. –ela dá uma pausa. –Sabe, ela é uma pessoa tão boa. Vai ser estranho quando ela... você sabe.

–Morrer?

–É. –mamãe balança a cabeça. –Não quero nem imaginar como sua família vai ficar.

Assinto com a cabeça. Imagino que eles ficariam mais ou menos como eu fiquei quando meu pai foi embora, claro ele não morreu, mas nunca mais ouvi ou tive noticias, se ele tivesse morrido saberia que pelo menos ele estaria em paz. Talvez, se eu soubesse que ele estivesse em paz, eu conseguisse olhar para minha mãe sem pensar no que ela tinha feito a ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A narração não vai ser bem em ordem, okay? Acho q mais pra frente poderemos ter dois capítulos seguidos narrados pela mesma pessoa, mas ainda n sei. De qualquer forma vou avisar quando isso acontecer ;)
Comentem oq acharam! Favorite se gostaram! Indiquem pros amigos isso ajuda bastante ;)
Bjs pessoas, bruxos, vampiros, semideuses...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "This Is What Makes Us Girls" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.