This Is What Makes Us Girls escrita por Luly


Capítulo 3
Capítulo 3 -Surpresa na padaria


Notas iniciais do capítulo

Oi!!
Mais um capítulo pra vcs!! O primeiro capitulo da Kat! Espero que gostem!



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Katniss

Acordo atrasada, e é Prim, minha irmãzinha, que grita isso em meus ouvidos até eu estar pronta e com as chaves do velho Corsa de minha mãe em mãos.

–Que gritaria é essa?! –Haymicht, nosso pai, estava jogado no sofá da sala com uma garrafa quase vazia de whisky ao seu lado.

–Nada pai. –puxo Prim pelo braço e a levo até o carro. –Dá pra parar de enrolar?

–Eu? –ela revira os olhos. –É você que se atrasa e eu estou enrolando?

–Entra logo no carro!

Bufando, ela obedece.

Acelero e seguimos para fora da Costura, um dos bairros mais pobres da cidade. Moro aqui desde que me conheço por gente. Não é o melhor lugar que existe, mas era o meu lar, e isso me fazia gostar dele. Agora, não tanto quanto antes, afinal foi nessas ruas que minha mãe quase perdeu a vida. E por causa daquele maldito acidente de carro ela estava deitada em uma cama, sem poder mexer a maior parte do corpo. Existem tratamentos e essas coisas, mas era muito caro para nós pagarmos.

Quando finalmente chegamos no colégio, Prim abre a porta do carro e corre em direção do prédio do Ensino Fundamental. Os cabelos loiros como trigo voando com o vento. Eu queria ter o cabelo de Prim, não o cabelo castanho e sem graça que eu herdei de algum infeliz da família.

Não havia ninguém na frente do prédio do colégio então significava que eu estava realmente atrasada. Pego minha bolsa e ando em direção do colégio. Minha primeira aula seria química, e sinto meu estomago se revirar ao lembrar que Peeta era meu parceiro na aula. Eu trabalhava na padaria de seus pais no final da aula. Ele era um garoto rico, mas sempre tratou bem as pessoas, parecia não se importar com o dinheiro que tem, o que de certa forma eu achava estúpido, já que se eu tivesse o dinheiro que ele tem, poderia proporcionar uma vida bem melhor para minha mãe.

–Esta atrasada. –a professora Atlas diz assim que coloco o pé dentro da sala. –Vá logo se sentar.

Sento-me na mesa junto com Peeta que me da um sorrisinho, mas logo volta a prestar atenção no que Atlas falava. Como eu nunca prestava atenção, meus olhos vagam pela sala. Avisto Glimmer e Effie sentadas em uma das primeiras mesas. Effie mexia em seu celular e Glimmer suspirava e olhava para a janela. Nojentas. Depois vejo Gale e Marvel em uma mesa nos fundos, e na frente dos dois Clove estava sentada sem uma dupla.

Alguém entra na sala. Era o aluno novo. Cato.

–Por que vocês adolescentes tem tanto problemas em chegar no horário? –pergunta Atlas nervosa. Cato revira os olhos para ela. –Vá se sentar, sua dupla vai ser a senhorita Fuhrman.

Clove olha para o garoto rapidamente, mas logo desvia o olhar para seu livro. Cato vai sem nenhuma palavra se sentar ao lado da garota. Algumas garotas haviam começado a cochichar assim que Cato tinha entrado. O garoto mal tinha chegado na escola, mas sua fama já era grande. Mesmo que, pelo que eu tenha percebido, ele não devia passar de um garoto metido a besta que não dava a mínima pra nada.

–Silencio, por favor. –pede Atlas voltando a explicar o assunto.

–Esta tudo bem? –sussurra Peeta para mim.

Olho para seus olhos azuis claros.

–Sim. –assinto. –Por quê?

–Por nada. Só que você não costuma chegar atrasada.

Sorrio.

–Eu só perdi o horário. Acho que fui dormir muito tarde ontem.

–Deveríamos ter umas férias. –ele brinca.

–Sim, férias de “você fez a tarefa?” e “estudem pra prova, vai estar difícil pra quem não estudou”.

Peeta ri, mas Atlas olha para ele com seu olhar mortal, que faz crianças chorarem.

–Algum problema, senhor Mellark?

–Não, senhora.

–É bom mesmo.

Quando ela se vira para o quadro novamente rimos em silencio.

–Foi mal. –digo baixinho a ele.

Ele da de ombros.

–Não foi nada. A culpa foi minha de qualquer jeito.

E depois infelizmente temos que prestar atenção na aula, ou bombariamos em química.

...

Estava parada em frente ao meu armário tentando achar meu livro de Frances, que não estava em lugar nenhum. Só me faltava, a professora iria me matar se eu estivesse sem o livro.

–Procurando alguma coisa, Catnip? –dou um pulo me virando para o dono da voz. Ele segurava meu livro de Frances.

Gale! –exclamo tirando o livro de sua mão. –Como conseguiu abrir meu armário?

–Não abri. –ele me lança seu sorriso bobo, que fazia grande parte das garotas derreterem, mas eu não. –Ah qual é, Kat? Foi só uma brincadeira. Não tenho culpa se é tão difícil chamar sua atenção.

Reviro os olhos, e fecho a porta de meu armário com força.

–E posso saber por que quer a minha atenção? –começo a andar e o filha da puta me segue.

–Você vai a festa na sexta, não é?

–Não, não vou. –reviro os olhos.

–Ah qual é? Catnip vai ser uma baita festa.

–Tenho que trabalhar, e você sabe disso.

–O Mellark pode te dar uma folga, afinal ele também vai na festa. –Gale faz uma careta ao mencionar Peeta, os dois nunca se deram muito bem.

–Peeta não tem que sustentar a família sozinho.

Gale revira os olhos.

–Qual é, Catnip?

–Para de me chamar de Catnip, eu não vou a festa nenhuma, muito menos com você.

Gale já foi meu amigo em uma época. Quando éramos crianças, e ele não era tão idiota. Ele também morava na costura, e era meu melhor amigo, mas quando sua mãe começou a ganhar dinheiro ele começou a tratar todos como se fossem inferiores, principalmente a mim e minha família. Na verdade não me lembro de ele ter me falado nada sobre o que aconteceu com minha mãe. Nem mesmo apareceu.

–Para de bancar a difícil, Kat, somos amigos, se esqueceu?

–Não. –digo parando para encarar os olhos do que antigamente tinha sido meu melhor amigo. –Mas você se esqueceu.

E quando eu volto a andar, ele não me segue.

Como ele ainda tinha a coragem de falar comigo? Gale era um otário por ainda ter coragem de falar comigo, como se ele nunca tivesse me humilhado, como se nunca tivesse me abandonado.

Entro furiosa na aula de Frances e me sento em uma das ultimas carteiras. Abro o livro que Gale tinha pegado e começo a fazer a lição não feita, e encontro o numero de Gale na contra capa com as escritas “Me liga, Catnip”. Gravo o numero no celular com a intenção de xinga-lo via sms pelo resto de minha vida, depois rabisco tudo o que ele havia escrito.

Vejo Clove entrar na sala, com a cabeça baixa e o cabelo preso em um rabo alto. Nunca conversei muito com Clove, ela não parece o tipo de pessoa que gosta de papo, muito menos eu. Ela se senta ao meu lado, mas nem ao menos olha para mim.

E eu provavelmente capoto assim que escuto o primeiro verbo em Frances falado pela professora.

...

Não era um dia agitado na padaria dos Mellark. O movimento era relativamente pequeno para uma terça feira. Eu estava apoiada na mesa do caixa esperando alguma alma aparecer. Daqui consigo ver a cozinha aonde Peeta estava decorando um enorme bolo. Ele era um bom artista, mas como tinha que ajudar os pais no negocio da família não tinha tempo de pintar em quadros ou desenhar em folhas de papel, mas ele conseguia fazer mágica em bolos.

Escuto o sininho da porta avisando que alguém havia entrado. Era uma mulher alta e loira que lembrava estupidamente a filha que a seguia com o rosto colado em um Iphone com a capinha rosa chiclete. Era Glimmer e sua mãe, cujo o nome eu ainda não sabia. Ela segue em direção de um dos irmãos de Peeta que atendia na bancada.

Acho que por realmente não ir com a cara de Glimmer, também não foi com a cara de sua mãe. Ou talvez fosse o jeito que ela apertava os peitos contra o vidro que separava ela dos bolinhos. Ou até o jeito abobado que Jay, o irmão de Peeta, olhava para ela.

E depois de pegar seus infelizes pãezinhos, Glimmer vem na direção do caixa, com olhar de desgosto ao encontrar o meu.

–Quanto deu? –pergunta.

–Doze e cinquenta. –tento não rosnar a resposta.

Glimmer tira de sua bolsinha roxa uma nota de cem dólares, e sorri ao me entrega-la.

–Pode ficar com o troco. –diz ela. –Se você fosse usaria isso pra dar uma ajeitada nesse cabelo estranho.

Minhas mãos se fecham em punho e acabo amassando a nota. Dou o sorriso mais falso que consigo.

–Você já pode ir embora.

Ela joga seu cabelo loiro para trás e sai rebolando da padaria, seguindo sua mãe.

–Por que ela não estudava no colégio no meu tempo? –pergunta Jay sonhador.

Reviro os olhos.

–Da um tempo.

–Qual é, Everdeen? Ela é muito gostosa. –ele ri.

Jogo o dinheiro dentro da caixa registradora sem respondê-lo. Se eu fizesse isso tenho certeza de que acabaria explodindo.

Quando estava finalmente na hora de minha folga vou para o lado de fora e sento-me no meio fio como fazia quase todos os dias. Penso em como minha vida estava uma merda e como eu queria voltar a ser uma criança inocente, assim como Prim.

–Pensando na vida? –fecho os olhos com força ao escutar a voz.

–Você por um acaso anda me seguindo, Gale?

Viro-me o encaro com raiva. Ele da um sorrisinho bobo.

–Não posso vir aqui compras alguns pães e cigarros? –pergunta se sentando ao meu lado.

–Não pode não. –desvio o olhar dele.

–E por que não?

–Porque só tem dezesseis e não tem idade pra compras cigarros.

Ele ri.

–Desde quando você é tão careta, Katniss?

–Não sou careta! É a lei.

–Sou seu amigo, podia burlar a lei só um pouquinho pra me ajudar, não é?

–Você não é meu amigo. –levanto-me, porque sei que ele não iria embora se eu não fizesse isso.

–Não entendo por que me odeia tanto. –ele se levanta também e segura meu braço me impedindo de seguir para dentro da padaria. –Qual é Katniss, lembra de quando éramos amigos?

–Olha só você é um filha da... –mas ele me interrompe chocando seus lábios com os meus.

Ele força meu corpo contra o seu e solta um gemido quando nossos lábios se separam. Olho para ele sem reação por alguns instantes, depois dou um tapa forte em seu rosto.

Nunca mais encoste em mim, ou eu juro que mato você.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam que eu quero saber a opinião de vcs. Acha q ficou legal? O que eu devo melhorar nos próximos cap?? Merce favoritamentos?? Recomendações??
agente se vê por ai!!
bjs ate o próximo cap!



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