Is she a Barbie girl? escrita por Lets


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

E aí meus amores! Tudo bem com vocês?
Devo dizer que até eu estou impressionada com a minha criatividade... Escrevi esse capitulo em pouco mais de duas horas! Inédito! Hahahaha
Bom, caso vocês não me sigam no Twitter (@le_prior), não sabem que nesse cap tem uma revelação bombástica...
Espero que gostem



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POV Mariana Leite

Sabe aquelas coisas bobinhas que nos deixam felizes? Tipo tomar chocolate quente num dia de frio, rir de alguma piada idiota ou acordar sentindo um braço nos envolvendo? Essa é a sensação que eu estou tendo.

Me acomodei melhor ao corpo do Rafa e senti seu braço apertando minha cintura. Gosto dessas coisas simples, demonstrações de carinho que chegam a ser infantis. Existem pessoas que só se contentam com declarações escandalosas e coisas materiais. Pessoas fúteis, essas, não? É, também acho.

Eu, pelo menos, não sou assim. Me alegro mesmo é com um beijo roubado, um abraço apertado, um filme compartilhado e uma declaração improvisada. Se for pra ser escandaloso, que seja uma risada. Se for pra ser material, que seja uma cama. Afinal de contas, por que não se contentar com pouco?

Mexi meu braço e coloquei minha mão por cima da sua, entrelaçando nossos dedos. Acho que esse ato o despertou, porque senti beijos molhados em meu pescoço, me arrepiando e me fazendo rir baixo. Virei o rosto e encontrei seus olhos verdes me encarando.

– Bom dia, princesa.

– Bom dia, príncipe. - franzi a testa - Acho que estamos ficando muito gays, não acha? - sua risada foi escandalosa, me fazendo rir também

– É, talvez estejamos mesmo. Quer que eu pare com esse romance todo?

– Não necessariamente. Sei lá. Gosto da gente assim. - apertei meu corpo contra o seu, mostrando o que queria dizer

– Sua safada. Gosta de usar meu corpo, né?!

– Isso também. - rimos - Afinal de contas, quem não usaria esse corpo delicioso que você tem?!

– Pervertida. - ele disse e apertou minha bunda

– Tarado.

O som de sua risada era espetacular aos meus ouvidos. Era como se me fizesse esquecer de todos os problemas. Não que eu tivesse algum problema com ele ao meu lado.

– Sua mãe não está em casa?! - perguntei, me assustando com a possibilidade de ela ter nos ouvido transar até tarde

– Deve estar.

Corei com sua resposta e escondi o rosto em seu travesseiro, sentindo seu cheiro amadeirado. Ele deve saber o motivo do meu embaraço, porque riu de mim e se levantou. O observei andar lentamente até a porta de seu quarto, a abrindo logo em seguida.

O som de "Cobertor" da Anitta chegou aos meus ouvidos e levantei a cabeça, fazendo uma expressão confusa. Rafa olhou para mim e riu. Fez um gesto com a mão, pedindo que eu o seguisse.

Descemos as escadas e encontramos Camila dançando na cozinha, cantando a música. Rafa começou a cantar a parte do Projota, assustando sua mãe, que pulou e colocou uma mão em cima do coração.

Ri da cena e prestei atenção no Rafa cantando rap. Camila voltou a cantar a parte da Anitta com um sorriso nos lábios.

– Bom dia, meus queridos. Dormiram bem? - sua expressão maliciosa me deixou envergonhada

– Bom dia, Camila. - falei, com um sorriso fraco e as bochechas coradas

– Ótimo dia, mãe. Por que está tão animada, hein?!

– Ih moleque, não posso acordar de bom humor?

– Você? Não. To achando que tem algo por trás dessa felicidade... Alguém, pra ser mais exato.

– Shiu, Rafael. - ela brigou com ele, mesmo que o sorriso não saísse de seus lábios

Rafa riu e eu tive que acompanha-lo. Nos sentamos à mesa e tomamos café-da-manhã juntos.

– Estava com saudades de ter ver por aqui, Mari. - Camila comentou

– Desculpe meu sumiço. Me matei de estudar na ultima semana, por causa das provas.

– Ah, tudo bem então. Desculpada. - sorrimos e Rafa colocou a mão em minha coxa por baixo da mesa

Seu polegar acariciava minha pele exposta e eu sorri, abaixando a cabeça, torcendo para que Camila não percebesse nosso toque. Ela realmente estava mais animada. Mas, subitamente sua expressão mudou de alegria para pesar.

– Amanhã é dia 2 de maio, Rafa. - ela comentou, cabisbaixa

Como se fosse contagiante, Rafa também abaixou a cabeça e tirou sua mão de minha perna.

– Eu sei. - ele murmurou

– Rafa... - ela parecia o estar repreendendo por algo, como se tivesse dó dele ao mesmo tempo

– Mãe. Só... Não dá. - ele falou, deixando seus ombros se curvarem para baixo, como se o peso sobre eles fosse demasiado

– Você que sabe. Eu vou ao cemitério de qualquer maneira. Se quiser me acompanhar... - a frase se perdeu no ar

Rafa levantou a cabeça levemente, apertou os lábios juntos, balançou a cabeça negativamente e deu de ombros imperceptivelmente.

Sem mais comentários, Camila se levantou e saiu da cozinha, nos deixando a sós. Rafael empurrava a torrada em seu prato de um lado para o outro, evitando me olhar.

– Rafa? O que aconteceu? - perguntei por fim

– Longa história... - ele murmurou alto o suficiente para que eu ouvisse

– Você sabe que pode me contar, né? Pode confiar em mim.

– Eu confio. É só que... - ele respirou fundo e finalmente me olhou nos olhos - Não estou pronto para te perder. E você vai me odiar depois de saber o que aconteceu.

– Ah, meu amor. - coloquei a mão em sua nuca, raspando minhas unhas em sua pele exposta - Eu nunca odiaria você.

– Você diz isso porque não sabe o que aconteceu.

– Então me conta. Juro que não julgo. Nada vai mudar meu amor por ti. - o afirmei e seus lábios se curvaram em um leve sorriso que não alcançou seus olhos

– Eu tinha um primo por parte de mãe. O Matheus. Sempre fomos muito amigos, apesar da nossa diferença de 4 anos de idade. Éramos vizinhos desde sempre. Ele tinha 16 anos quando se apaixonou, se eu não me engano. A garota era maravilhosa. Isabella. Eles começaram a namorar e eu tinha uma queda por ela, mas nunca mencionei nada disso para Matheus. Eles estavam sempre juntos, mas ele continuava sendo meu melhor amigo. Como se fosse um irmão mais velho. Quando ele fez 18 anos, se inscreveu para o exército. Isabella tentou fazê-lo mudar de ideia, mas ele sempre foi muito teimoso. Eu, naquela época com 14 anos, não entendia direito o que estava acontecendo. Nos primeiros meses, senti falta dele e não via o dia em que ele voltaria. Mas, depois de um tempo, foi me caindo a ficha de que Isabella estava sozinha, finalmente. Devo dizer que a atração que eu sentia por ela, era obsessiva e um tanto quanto doentia. Fui atrás dela e, depois de muito charme de minha parte, nós nos beijamos. Era como um sonho virando realidade. Até que eu ouço um barulho estranho e me afasto dela. Era ele. Matheus estava de volta e tinha acabado de ver seu primo e sua namorada se beijando. Vi que ele segurava uma caixinha de veludo em sua mão. Isabella começou a chorar imediatamente ao meu lado e a pedir perdão. Eu estava estático. Afinal de contas, foi só um beijo e ele estava longe. Não tinha problema, certo? Só depois descobri que tinha sim. Dentro daquela caixinha que ele segurava, estava um anel de noivado que ele daria à Isabella naquele dia. - ele recuperou o fôlego e tentou disfarçar as lágrimas que brotavam em seus olhos - Resumindo, ele não ia se realistar, caso Isabella aceitasse. Mas, depois de tudo, ele não a pediu em casamento. E se realistou. Por minha culpa. Menos de um ano depois, recebemos a notícia que ele havia sido morto em combate.

A esse ponto, lágrimas jorravam de seus olhos, mesmo que ele tentasse esconder de mim. Me levantei, também com os olhos marejados, e fiquei em sua frente, segurando seu rosto entre minhas mãos. Me inclinei até que nossos rostos estivessem no mesmo nível e sequei suas lágrimas com meus polegares.

– Foi minha culpa, Mari. Ele morreu por minha culpa.

– Não, meu amor, claro que não. - tentei reconforta-lo - Todo mundo comete erros, Rafa, mas não podemos nos culpar das consequências deles.

– Você não entende. Meus tios me culpam, Isabella me culpa, eu me culpo. A única que não me culpa é minha mãe.

– Eu não te culpo, Rafa. Se ele não tivesse se realistado, talvez ele morresse em um acidente de carro. Ou, quem sabe, em um assalto. Ou, ele poderia ter sobrevivido no exército, e morrido bem velhinho daqui há oitenta anos. - ele parecia confuso, então decidi me explicar - O que eu quero dizer é: mesmo que você não tivesse ficado com a namorada dele, ele poderia ter morrido de outra forma. São ações diferentes, entende? O que você fez, não tem nada a ver com a forma que ele morreu. Não é sua culpa. Só era pra ser desse jeito.

Seus olhos ainda brilhavam com lágrimas, mas elas não caíam mais. Ele me olhava de uma forma diferente, como se estivesse admirado pelo meu discurso. Me olhava com adoração.

– Eu te amo. - falei - E nada vai mudar o que eu sinto. Passado é passado.

– Ah, Mari. Como eu te amo! - ele me abraçou e enfiou o rosto no vão de meu pescoço


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Notas finais do capítulo

Me desculpem por não ter respondido os reviews ainda! Mas vou responder todos, ainda hoje!

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Beijos, até a próxima