Time To Let Go escrita por ChaniMoon


Capítulo 6
Eu Não Vou Te Machucar


Notas iniciais do capítulo

Heey, povo! Finalmente o capítulo com a cena mais aguardada por muitos leitores hehee *--*. Sem mais delongas, boa leitura povo!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482537/chapter/6

O dia seguinte era um sábado, o que significava que daria tempo para Sean praticar Drift o dia todo. Ele se encontrou com Twinkie, Earl, Reiko, Lin e Han, logo no começo da tarde, e juntos foram para uma pista de testes nas docas. Antes de Sean começar a praticar, Lin lhe deu umas dicas para tentar melhorar suas manobras.

–E lembre-se, nunca troque a marcha antes de um segundo antes da curva, ok? – Disse Lin.

–Beleza. – Respondeu Sean.

–Agora vai, garotão. Mostra o que sabe. – Ela deu um tapinha no capô do carro antes de voltar para as cadeiras e sofás onde os outros estavam sentados, comendo besteiras e tomando refrigerantes.

Lin se sentou em uma cadeira ao lado de Twinkie para observar Sean praticar. Ela ainda estava evitando Han pelo incidente da noite passada, que ele ainda não sabia o motivo. O problema era que ela estava sentada bem ao lado do sofá onde Han estava sentado, então, ela evitava ao máximo olhar para ele.

Era bastante evidente que Sean não sabia nada sobre Drift. As dicas que Lin havia lhe dado não o ajudaram muito a entender como se fazia Drift. Em cada curva, ele batia ou fazia o carro rodar. Alguns faziam caretas quando Sean batia. Outros tiravam sarro.

–Ai, droga! – Exclamou Twinkie, quando Sean bateu o carro de novo.

–Minha mãe é cega de um olho e faz melhor do que isso! – Exclamou Earl, depois de outra batida.

–Vai ser mais difícil do que eu pensei... – Disse Lin, em um tom desanimado.

Ela atraiu o olhar de Han por um momento. Mas quando ele estava prestes a dizer alguma coisa, foi interrompido pelo som de outra batida.

–Que isso, onde encontrou esse palhaço? – Perguntou Earl, em um tom indignado. – Alguém aí pode ensinar Drift pra ele correr?!

Agora a atenção de Han se voltou de Lin para Sean, o olhando com pesar. Como é que aquele garoto poderia aprender Drift naquele ritmo? Bem nessa hora, Sean desistiu e parou o carro.

–Eu não aguento mais isso. – Disse Lin, se levantando e indo até Sean.

Ele havia batido tanto que estava saindo fumaça por baixo do carro. Por sorte, não havia amassado muito. A lataria do Evo parecia ser mais resistente.

–Chega pra lá, rapaz. – Disse Lin, entrando no carro.

Ela entrou pelo banco do motorista, enquanto Sean passou para o banco do passageiro.

–Deixa eu te mostrar uma coisa. – Ela disse, pegando a chave. – Preste bem atenção, isso pode ajudar.

–Você sabe que eu não vou aprender Drift só olhando, né? – Disse Sean.

–Eu sei. Mas você nunca viu como o Drift é feito por dentro do carro. Isso é só pra te dar uma base do que fazer. – Lin ligou o carro e começou a dirigir com Sean ao lado.

Ela dirigiu pela pista, realizando o Drift de maneira quase impecável. Quase o tempo todo ela mandava Sean prestar atenção nas mãos dela. Durante o caminho todo, Lin explicava as técnicas que ela usava para fazer Drift. Mas também explicando que isso varia de motorista para motorista. O básico mesmo era o que Twinkie havia lhe dito na noite em que Sean correu contra DK. Han não pôde deixar de sentir uma pontada de ciúmes ao ver Lin tão à vontade perto de Sean. Mas Sean parecia estar com a cabeça em outra garota.

Depois de algumas voltas pela pista, Lin desceu do carro e devolveu as chaves para Sean. O que ela havia ensinado a ele o havia ajudado apenas um pouco, pois ele continuava batendo o carro. Porém, era menos do que antes dela ter lhe mostrado como fazer Drift. Sean continuou dando voltas na pista por mais um tempo. Os outros ainda riam do jeito que ele dirigia.

–Hey, Lin. Parece que ele não te escutou muito bem. – Disse Earl, entre risadas.

Lin lançou um olhar de morte na direção de Earl, e assim que ele viu, imediatamente parou de rir. Bem nessa hora, Reiko o repreendeu em japonês, em algo que dizia: “Vá até lá e ensine-o melhor, então!”. Lin não pôde deixar de rir.

Após algumas horas, Sean se cansou de praticar e resolveu ir pra casa. Earl, Reiko e Twinkie resolveram voltar para a garagem para darem uma geral nos carros ou fazerem qualquer outra coisa. Lin queria ir com eles, mas foi segurada por Han, que até então, estava quieto.

–Espere um pouco. – Pediu Han, a virando para si. – Por que está me evitando?

–Quem disse que eu estou te evitando? – Perguntou Lin.

–Você não fala comigo e mal olha pra mim desde ontem. O que foi? – Perguntou Han.

Lin olhou para o lado para ver se não tinha ninguém perto. O vento que batia em seu rosto a ajudou a conter a lágrima que se formou por causa do assunto.

–Eu te vi, Han. Eu vi você se engraçando com aquelas assanhadas ontem à noite. E eu sei que não é da minha conta o que você faz com elas. Mas por algum motivo, doeu eu ter visto. – Respondeu Lin, ainda contendo o choro.

–É só por isso? Lin, você sabe mais do que ninguém que eu não sinto nada por elas. Elas não significam nem a metade do que você significa. – Disse Han, levando a mão que estava no braço dela para sua mão.

Os dois ficaram se encarando por um tempo, sem saber o que dizer. O vento batia nos rostos dos dois e o sol ia se pondo lentamente, ao longe.

–Eu não sei o que está acontecendo aqui... – Disse Lin.

–Nem eu... – Respondeu Han.

Ambos estavam sem graça com aquele momento. Como Han foi estúpido ao ponto de agarrar aquelas modelos na frente de Lin? E mais estúpido ainda por não tê-la visto. Ele queria negar, mas estava sim se apaixonando por Lin. E finalmente ele conseguiu parar de enxergar Gisele em Lin, por mais que as duas tivessem a mesma cabeça dura, mas fossem incrivelmente apaixonantes. E Lin, que já tinha um certo interesse em Han desde o momento em que se conheceram, também já estava cansada de negar que estava se apaixonando por ele. A prova disso era o incômodo que ela sentiu ao ver Han com a atendente do restaurante e as marias-gasolina. Ele havia conquistado o coração dela com aquele jeito “durão” que ele aparentava ser. Mas com ela, era diferente.

–Vamos embora. – Disse Han, saindo ainda de mãos dadas com ela. E ela não queria largar.

Os dois adentraram o Mazda de Han e saíram das docas. Porém, não estavam indo pela estrada da garagem.

–Esse não é o caminho para a garagem. – Disse Lin. – Aonde estamos indo?

–É uma surpresa. Vá por mim, não vai se arrepender. – Respondeu Han.

Os dois continuaram a rodar por mais um tempo até chegarem às encostas de uma montanha. Han subiu com o carro até o ponto mais alto, fazendo Drift pelas curvas.

–É aqui onde os outros correm quando não estamos no estacionamento. – Disse Han. – A montanha é um espaço livre, onde você pode sentir a emoção do Drift nas veias. Pelo menos, é assim com os outros.

Lin sorriu e voltou a olhar para frente. O sol ainda estava se pondo, mas era só uma linha no horizonte. Acima deles, já apareciam algumas estrelas. Os dois chegaram ao topo da montanha e tiveram a privilegiada vista de Tokyo ao anoitecer. A cidade já começava a se iluminar, enquanto os últimos raios de sol sumiam ao longe. Eles saíram do carro e se apoiaram no capô para ver o último raio de sol se pôr.

–É lindo aqui. – Disse Lin, olhando para o horizonte. – Obrigada por me mostrar.

Han pegou a mão de Lin novamente e ficou segurando por uns minutos. Depois, ele a soltou e passou o braço ao redor dela, a abraçando e diminuindo a distância entre os dois.

–Você é tão linda... – Disse Han, fazendo-a apoiar a cabeça no ombro dele.

Mais uns minutos de silêncio, e Lin tomou a conversa novamente.

–Eu não quero ser um brinquedo. Não quero ser usada e jogada fora. Eu não quero me machucar. – Ela disse, o olhando nos olhos.

–Eu não vou te machucar. Nunca mais. – Ele respondeu.

Han e Lin ficaram de frente um para o outro, se encarando seriamente. A mão dele foi subindo pelo braço dela lentamente, até encaixar o rosto dela e, finalmente, acabarem com a distância. Os lábios dele se uniram aos dela em um beijo calmo. Logo, o beijo evoluiu para um beijo apaixonado e sedento. Lin passou os braços ao redor da nuca de Han para ficar ainda mais perto dele. Foi a primeira vez que Han realmente gostou de um beijo desde a última vez em que beijou Gisele. Lin estava completamente extasiada com aquele momento. A sensação dos lábios de Han nos seus foi melhor do que ela jamais tinha imaginado. Ambos queriam que aquele momento durasse pra sempre. Infelizmente, tiveram que se separar pela falta de ar. Agora, Lin sorria de orelha a orelha, ainda olhando fundo nos olhos de Han.

–Eu espero por isso há um tempão. – Disse Han, sorrindo com ela.

–Eu também. – Disse Lin.

–Devíamos voltar. Já está tarde. – Disse Han, a levando de volta ao carro.

Agora nenhum dos dois estava com a vergonha que estavam antes. Já conversavam e sorriam normalmente. Nada estava oficial, mas eles já haviam dado um grande passo. Chegaram na garagem pela entrada principal e viram que Twinkie, Earl e Reiko haviam organizado uma festa. E Sean estava por lá, mesmo após ter sido vaiado por ser um principiante no Drift.

–Se eu ver você com essas oferecidas de novo, eu mato vocês. – Ameaçou Lin, com um olhar de morte.

Eles desceram do carro e algumas modelos já vinham se agarrar em Han, mas ele as dispensou, colocando o braço ao redor de Lin e subindo as escadas com ela.

–Aí! – Chamou Twinkie, ao avistar os dois. – Onde vocês estavam até agora?

Han e Lin notaram vários rostos curiosos olhando para eles. As modelos encaravam Lin com olhares de morte.

–Só dando uma voltinha, Twinkie. – Respondeu Lin.

–Voltinha, sei. Eu tô vendo os passarinhos verdes em cima de vocês dois! – Brincou Twinkie.

Han e Lin deram sorrisinhos irônicos e se separaram. Nem eles sabiam se era oficial, tampouco iriam anunciar algo assim tão cedo. Lin se juntou a Twinkie, Earl e Reiko, e tentou enrolar todas as perguntas que eles faziam sobre o que ela estava fazendo com Han. Enquanto isso, Han tinha ido falar com Sean.

–Já sei, eu tenho que melhorar o meu Drift. – Disse Sean.

–É claro que tem. Mas hoje não. – Respondeu Han. – Relaxe um pouco, não se aprende Drift de um dia para o outro.

Han foi até a geladeira e pegou uma bebida, antes de voltar a conversar com Sean.

–Por que todos estão enchendo você e a Lin? – Perguntou Sean.

–Todos querem saber onde eu estive com ela antes de vir pra cá. – Respondeu Han.

–Eu não vou te encher e perguntar isso. – Disse Sean. – Mas a Lin parece ser uma menina maneira. Não é do tipo que se pega e joga fora. Se eu fosse você, eu cuidaria pra não machucá-la. Mas como eu sou eu, é claro que eu faria alguma besteira.

Sean se lembrou da outra noite, quando julgou Neela, adivinhando a vida dela e a descrevendo como uma coisa previsível e ridícula. E ele viu que Neela ficou magoada, mas a besteira já havia sido feita. E como Sean estava lá quando Han agarrou as modelos, mesmo tendo dado a impressão de estar namorando Lin, achou que ele poderia magoá-la de algum jeito.

–Eu ia dizer a mesma coisa sobre a Neela. – Disse Han. – E ainda tem o fato dela ser a namorada do DK.

–Eu sei, é complicado. Mas já não importa. Eu fiz uma besteira com a Neela ontem. Não sei se ainda tenho chance com ela. – Disse Sean.

–Também fiz uma besteira com a Lin. Só espero que ela tenha me perdoado. – Disse Han. – E de onde você tirou esse conhecimento sobre mulheres?

–O Twinkie disse que a mulher que você gosta é como o seu carro. Você precisa manusear com carinho, sem forçar, ter uma conexão. Quando você força e trata bruscamente, alguma coisa vai quebrar e o conserto custa caro. Então é melhor não forçar a barra com nenhum dos dois. – Disse Sean.

–É por causa de filosofias como essa que o Twinkie continua solteiro... – Retrucou Han.

–Você sabe a idade da Lin? – Perguntou Sean.

–Ela tem vinte e três, por que a pergunta? – Perguntou Han.

–E o sobrenome dela? – Perguntou Sean, de novo.

–O sobrenome dela é... – Han foi interrompido por uma voz masculina no piso inferior.

–Lin Takahashi! – Gritou a voz.

Lin se levantou e foi ver quem a chamou. Para ela, a voz era muito familiar. Ela chegou no corrimão e confirmou as suspeitas. Um casal japonês de meia idade estava parado no piso inferior da garagem, a olhando com desaprovação.

–Mãe? Pai? – Lin disse, com os olhos arregalados.


Continua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hahahaa!! Finalmenteeee!!! Eu tô pulando de alegria aqui, sério (eu sou retardada mesmo, nem liguem). Vocês acharam que foi cedo demais? Se sim, don't worry. As "outras coisinhas" ainda vão demorar, então podem ficar tranquilos... e nem vai ter nada explicito, eu disse que não ser escrever hentai.

Mil tretas com os pais da Lin, gente. Não digo nada, só que a batata do Han vai assar.

Kisses