–O que eu faço, pai? –ela perguntou.

Seu pai, seu amigo, seu conselheiro.

Fazia uma semana que havia descoberto que Edward estava vivo.

Desde então, Bella estava tão perdida que, se não fosse por Charlie, teria enlouquecido completamente.

Viu seu pai aninhar Edward Lucas.

Era incrível como o menino se acalmava no colo do avô.

–Bem, Bella. Agora que sabe que ele está vivo, vocês podem ficar juntos. –ele disse.

Bella engasgou com o suco que tomava.

–O que?! –perguntou.

–Bella, querida, você o ama. Achou que ele estivesse morto. E ele não está! Podem ficar juntos, afinal. –ele deu de ombros.

Bella franziu o cenho.

Ele estava louco?

–Pai... Você não percebe? Ele... Eles, na verdade. A família toda, fez isso para se livrar de mim! Me enganaram. Edward estava se curando e, quando percebeu que ia viver, viu que ele poderia ter alguém muito melhor do que eu por perto! –ela quase gritava.

– Você não pode afirmar isso, Bella. –ele disse, olhando para baixo.

Bella analisou o pai.

Ela o olhou durante alguns segundos e viu que o pai evitava olhá-la nos olhos, como havia feito a semana inteira.

–Pai? –ela perguntou.

Ele não respondeu.

–Charlie? –falou mais alto.

Ele a olhou.

O copo escorregou da mão dela.

–Não! –disse.

–Bella, querida, eu - - ele tentou.

–Você sabia! –ela acusou. –Você sabia esse tempo todo!

Charlie não afirmou.

Porém também não negou.

–Me dê. –ela mandou.

Charlie olhou para Edward durante um tempo e o entregou a Bella.

–Por isso você foi até Londres um dia depois da “morte” dele não é? Você já sabia de tudo.

–Me desculpe. Eu não podia falar nada, criança.

–Por que fazer sua própria filha sofrer assim? –perguntou.

Charlie sentiu dor nas palavras da filha.

–Um dia a dor ia passar. Você ia superar. Eu não imaginava... Ele disse que... Ele disse que nunca a procuraria.

Mais raivosa do que nunca, ela riu exasperadamente.

–Ele? Então você falou com Edward? Planejou tudo com ele?

Ele não respondeu.

Deixando Edward no berço da sala, Bella subiu as escadas.

Um tempo depois, voltou com uma pequena mala e a bolsa do bebê.

Pendurou a bolsa no ombro direito e com a mão direita segurou a mala.

Com o outro braço segurou Edward.

–Bella? –Charlie perguntou.

–Vou passar uns dias na Sue. Por favor, não me procure. –disse.

E saiu, sem olhar para trás.

Não tinha tempo de discutir com o pai e sua traição.

Tinha que pensar em como preservar seu filho no meio dessa história toda.

E como faria para impedir, a todo custo, que Edward Masen visse o filho.

Por que ela sabia, ela sentia, que no minuto em que Edward e sua família visse o bebê, eles o tomariam dela.

E isso, ela não ia aguentar.