Amor de Maroto escrita por Helena Prett


Capítulo 7
Revelando Segredos


Notas iniciais do capítulo

Eu acho que dá pra perceber que eu gosto de escrever capítulos grandes, então desculpa se eles ficarem muito extensos, mas, às vezes, eu acabo me empolgando e escrevo demais.
Eu já tenho um certo planejamento, mas eu queria algumas sugestões para coisas que possam acontecer na história, então seria bem legal se vocês me mandassem por mensagem algumas ideias, ou coisas que podem melhorar. Qualquer ajuda é sempre bem-vinda!
Muito obrigada por comentarem a fic, vocês me motivam a escrever cada vez mais, porém eu ando meio sem tempo (o que me deixa irritada, pq eu quero escrever, mas não posso).

Espero que gostem!

(vocês preferem que os capítulos tenham nome, ou fiquem só com o número?)



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Capítulo 7 - Revelando segredos

–Carol!

Remo havia descido as escadas correndo para alcançá-la. Ela, por sua vez, estava quase entrando em seu quarto quando ele a chamou. Virou-se e o viu. Ele estava lindo como sempre, com seus cabelos cor de areia um pouco bagunçados, mas com cara de santo e maroto ao mesmo tempo.

–Ah, oi, Remo – ela disse, ao vê-lo se aproximando.

–Está tudo bem com você? – o menino perguntou, mesmo já sabendo que não estava.

–Sim, por que não estaria? – ela o perguntou de volta, mesmo sabendo que ele conseguiria fazê-la falar em algum momento.

–Você saiu muito repentinamente da sala, bem depois de o jornalista trouxa falar sobre certos atores – ele fez uma pequena pausa para não ser indelicado – que tinham o mesmo sobrenome que o seu – ele adicionou, cuidadosamente.

–Venha – ela disse, entrando no quarto. Ele a seguiu.

Ao entrarem no quarto, Carol fechou a porta atrás deles e se sentou com Remo na cama. Ela estava nervosa.

–A principio eu pensei que fosse apenas coincidência de nomes, – ele começou a falar – mas se fosse apenas isso, você não teria saído de lá daquela maneira – concluiu, olhando-a.

–Não é uma coincidência, Remo – ela desatou a falar, olhando para o chão. – É que... Eles são meus pais – falou por fim, ainda encarando seus pés.

–Mas sua mãe não era bruxa?

–Ela é, mas trabalha no mundo trouxa. Meu pai é trouxa. Enfim, ele já era ator quando eles se conheceram e, depois que se casaram, minha mãe começou a se interessar por cinema e acabou virando atriz também – ela explicou. Não encarava o namorado nos olhos.

–Você não gosta disso? Quer dizer, da profissão deles e tudo mais?

–Ah, às vezes sim, mas na maioria das vezes não – respondeu. – É por isso que eu quase nunca falo meu sobrenome, porque as pessoas acabam reconhecendo por isso e pela semelhança física. Eu sou basicamente uma cópia da minha mãe.

–Mas isso não é uma coisa ruim, Carol. Eles são famosos, mas e daí? Não faz muita diferença... ou faz? – Remo supôs.

–As pessoas esperam que eu seja muito legal, muito boa em tudo só por ser filha deles. Mas eu não sou o que todos querem que eu seja – ela suspirou. – Eu não sou o que meus pais queriam que eu fosse – ela fechou seus olhos. - Às vezes, eu só queria ser uma pessoa normal, queria não ser sempre cobrada demais.

Remo a acolheu em um abraço. Uma lágrima desceu pela face da menina. Ele passava a mão nos cabelos dela, tentando acalmá-la.

–Mas ninguém sabe disso em Hogwarts, ninguém te julgaria por isso – ele disse, tentando fazê-la sentir-se melhor.

–Alguns nascidos trouxas sabem – ela disse. – A Lily sabe quem eles são por causa da televisão. Ela me perguntou uma vez e eu pedi pra ela não contar pra ninguém – deu-lhe um exemplo. – E também as pessoas me reconhecem nos lugares. É irritante quando isso acontece – ela colocou a cabeça entre suas mãos. – Um exemplo disso foi hoje: as pessoas tirando fotos no cinema. Isso tudo é ridículo.

–Carol, - ele disse, colocando as duas mãos no rosto dela, uma de cada lado – isso não importa. Deixe que falem. E é obvio que você é o que o seus pais querem que você seja: você é educada, carinhosa e muito inteligente. Se eles não gostam disso, já é outra historia, mas eu duvido muito.

–Não é tão simples assim... – ela começou a falar, mas foi cortada pelo garoto.

–Carol, eu amo você. Eu te amo exatamente desse jeito. Você não precisa mudar para os outros, você já é perfeita assim.

–Remo, - ela tinha os olhos marejados de lágrimas – eu te amo.

–Eu também te amo.

Ao responder isso, ele se inclinou e a beijou. Ficaram algum tempo assim, com as línguas entrelaçadas e grudados um ao outro. Após um longo beijo, os dois se deitaram, Remo de barriga para cima e Carol com a cabeça e a mão em seu peito. Assim, eles adormeceram.

–--

–Pronto, agora acho que eles param de me ligar – Lily insinuou, ao desligar o telefonema com os pais.

Tiago estava na sua frente, sorrindo marotamente. Ela sorriu de volta e se sentou ao seu lado. Eles estavam novamente no jardim, olhando para as flores.

–Sabe, - ele falou, depois de muito tempo de silencio – eu adoro flores – disse, se virando para ela. – E você é a minha preferida – Lily corou ao ouvir isso.

–Nem começa, Tiago.

–Começar com o quê? – perguntou – Eu só estou te elogiando, não posso?

–Você sabe que eu fico sem graça quando você faz isso – ela respondeu. – E eu não sou uma flor.

–Claro que é – disse. – Meu Lírio – acrescentou no final.

–Bem... – ela disse – eu preciso dormir. E eu acho que você também.

–Ah, não – Tiago reclamou. – Vamos ficar aqui mais um pouco. É uma das primeiras vezes que eu posso desfrutar da sua companhia sem você reclamar.

–Eu não reclamo! – exclamou a menina.

–Reclama sim. Você está reclamando agora mesmo – ele respondeu e riu. – Você é a minha reclamona preferida, sabia? – ele perguntou, se aproximando dela. Ela, por sua vez, não respondeu. E eles ficaram em silêncio por um breve momento.

–Eu realmente preciso ir dormir, Tiago – ela disse.

–Mesmo? – ele perguntou. Ela o encarou, como se dissesse “Você ainda pergunta?” - Ok, eu te acompanho até lá em cima – falou rapidamente, levantando-se.

Ao chegarem à porta do quarto de Lily, pararam e ficaram algum tempo se encarando. O silencio fez o local.

–Bem... – ela disse, envergonhada. – Eu acho que eu deveria entrar, não?

–Como queira – respondeu, pegando sua mão. Tiago estava quente, já Lily fria como mármore - Você quer um cobertor a mais? Você está muito gelada.

Ela pensou por um momento, e assentiu envergonhadamente com a cabeça.

–É, eu acho que seria bom não congelar à noite – acabou respondendo.

Tiago disse que as cobertas ficavam em um armário em seu quarto e os dois rumaram para tal. O cômodo ficava no final do longo corredor.

Ao entrarem, Lily pôde ver seu interior: era um quarto grande, com paredes claras, uma cama de casal no centro, um armário de cada lado, alguns pôsteres de quadribol e de bandas e uma grande janela. Para o quarto de um menino, estava até que bem arrumado. Ela o seguiu até o armário do outro lado do quarto, onde, aparentemente, ficavam guardados os cobertores. O garoto puxou um edredom azul escuro da prateleira mais baixa e disse:

–Bem, acho que esse deve ser quente o suficiente – falou, olhando o objeto fofo em suas mãos. – Lily, - ele chamou-a – você realmente quer dormir agora? – perguntou – É que eu não estou com sono ainda, por isso eu pensei que talvez houvesse uma chance de nós ficarmos conversando um pouco – se explicou. – Quer dizer, se você quiser.

Lily pensou. Estava exausta, mas não queria admitir isso pra ele. Apenas respondeu que seria uma ótima ideia e, com isso, os dois se sentaram na cama. Eles ficaram conversando por um bom tempo, até atingirem assuntos mais, diga-se, românticos.

–Não sei se eu iria gostar disso... – Lily disse – Eu não iria me sentir confortável em ser o centro das atenções na aula, a menos que fosse por saber as respostas.

–Como assim? Qualquer menina adoraria receber flores no meio da aula – Tiago retrucou, sem entendê-la.

–Ah, não sei. É um tanto vergonhoso isso, eu não gosto de ser o centro das atenções. Não é como se eu fosse uma menina normal, de qualquer maneira... – ao dizer isso, os dois riram.

–Ainda bem que você não é normal, se fosse não seria tão interessante assim – ao ouvir isso, Lily corou.

–Eu não sou in... – ela ia protestar, mas foi calada pelos lábios de Tiago.

O garoto sabia que ela ia começar a protestar, então a beijou. Foi um beijo rápido, mas não desnecessário. Muito menos desagradável. No final deste, os dois estavam deitados na cama, abraçados um ao outro.

–Tiago, - Lily começou a dizer, depois de certo tempo e, no mesmo momento, começou a levantar-se – eu já vou indo.

Ele, ao ouvir isso, pensou em protestar, mas, ao invés disso, apenas perguntou se ela tinha certeza. Como a resposta foi afirmativa, ele a acompanhou até seu quarto e o casal se despediu com um selinho.

Quando se virou para voltar, viu a maçaneta da porta do quarto em frente girar. De tal, saiu Sirius na ponta dos pés.

–Hmm, Almofadinhas? – Tiago perguntou, sem entender por que o amigo estava tentando sair sem fazer barulho.

–Shhh... – ele disse, colocando o dedo na frente dos lábios – Não quero acordar ninguém. Pensei que você já estivesse dormindo.

–Eu estava com a Lily até agora, ela acabou de ir dormir. Acho que a Anna, o Aluado e a Carol já estão dormindo – ele se explicou. – Já estou indo dormir também.

–Eu ia falar com o Aluado agora pouco, mas acabei descobrindo que ele não estava no quarto dele. Eu ia pedir ajuda em um assunto, mas eu acho que ele está dormindo no quarto da Carolzinha – explicou. – Mas agora eu estou indo beber água mesmo.

–Bem, eu vou junto. Eu sei que não vou conseguir dormir agora de qualquer jeito – dito isso, os dois marotos rumaram para a cozinha, que se localizava um andar abaixo.

Tiago abriu a geladeira, tirou de lá uma garrafa de água e colocou um pouco de seu conteúdo em dois copos, dando um para o amigo. Eles se sentaram em cima da mesa.

–Pontas, – Sirius falou, depois de um gole de água – como meu melhor amigo, você acha que a Anna e eu, bem, temos algum tipo de... química?

–E com química você quer dizer... – Tiago perguntou, sem entender bem a pergunta.

–Os trouxas que falam isso, que um casal tem química, que combinam, que foram feitos um para o outro, essas coisas. Você nunca ouviu isso? – o amigo balançou a cabeça negativamente – Ok, bem, eu queria saber se você acha que eu e ela daríamos certo se tentássemos algo mais sério.

–Algo mais… serio? – ele olhou para o garoto, sem entendê-lo – Você quer namorar a Anna?! – perguntou chocado.

–Eu não sei ao certo, é só um pensamento avulso, sem muita importância - ele disse, tentando disfarçar.

–Bem... É que, você sabe, você meio que... abomina relacionamentos – ele disse, explicando.

–Eu não abomino relacionamentos. Eu ser pegador não interfere em nada – ele disse. – E, além de que, você também era pegador e hoje namora a Lily – falou.

–Eu não estava falando em ser pegador, eu era mesmo. O fato é que eu sempre quis namorar a Lily, já você sempre disse que nunca iria namorar alguém em hipótese alguma, que só queria curtir a vida inteira.

–Eu nunca disse isso! Que absurdo! – ele protestou.

–Almofadinhas, você sabe muito bem que sim. Não precisa negar pra mim – Sirius tentou protestar, mas acabou concordando.

–Ok, mas eu não penso mais assim, você sabe que eu mudei. Eu mudei por ela, pra falar a verdade – houve uma pausa. – Mas não ouse dizer isso a ela – ele o advertiu. – Mas o meu problema é que eu não sei não ser eu mesmo. Quer dizer, eu não consigo ser cavalheiro, não consigo ser romântico. E eu sei que ela gosta disso. Mas simplesmente não sou eu.

–Assim você complica um pouco... – quando ele ia continuar a falar, eles ouviram um barulho vindo do andar de cima.

–--

Carol acordou pouco depois de adormecer. Ainda era madrugada. Achava que não tinha dormido por muito tempo. Ao seu lado, viu Remo adormecido e sorriu. Como ela o amava. Ela havia se apaixonado e logo já estavam namorando. Fora tudo tão de repente que nem lembrava como era a sensação de desejá-lo, ou de achar que ele não a percebia. Carol riu. Nunca pensou que fosse acabar namorando o maroto.

Ela se levantou, tentando não fazer nenhum barulho para não acordá-lo, e saiu do quarto, indo para o andar de baixo. Ela sabia que não iria conseguir dormir tão cedo, então estava indo a algum lugar onde pudesse pensar, levando seu celular consigo a fim de enviar uma mensagem aos seus pais para informá-los de que estava viva.

Quando chegou à escada, ouviu algumas vozes vindas da cozinha. Ela parou de andar, apoiou-se no corrimão e começou a prestar atenção. Sabia que não devia ouvir a conversa dos outros, mas o que a impressionou foi que não era Anna e Sirius ou Lily e Tiago que estavam falando, mas sim os dois marotos, sem as meninas.

“Bem... É que, você sabe, você meio que... abomina relacionamentos” – era a voz de Tiago.

“Eu não abomino relacionamentos. Eu ser pegador não interfere em nada. E, além de que, você também era pegador e hoje namora a Lily” – agora Sirius protestava.

“Eu não estava falando em ser pegador, porque eu era mesmo. O fato é que eu sempre quis namorar a Lily, já você sempre disse que nunca iria namorar alguém em hipótese alguma, que só queria curtir a vida inteira.”

Eles falaram algumas coisas, mas Carol não conseguiu entender, pois eles não falaram alto o suficiente para que ela pudesse ouvir com clareza.

“Ok, mas eu não penso mais assim, você sabe que eu mudei. Eu mudei por ela, pra falar a verdade.”.

Sirius havia mudado por quem? Pela Anna? Ele fez uma pausa.

“Mas não ouse dizer isso a ela” - ele acrescentou, rapidamente. – “Mas o meu problema é que eu não sei não ser eu mesmo. Quer dizer, eu não consigo ser cavalheiro, não consigo ser romântico. E eu sei que ela gosta disso. Mas simplesmente não sou eu.”.

É, realmente, o Sirius não era muito bom em ser romântico. Ele era o contrário de Remo nesse aspecto.

“Bem, assim você complica um pouco...” – Tiago disse.

Carol queria se aproximar mais um pouco para ouvir melhor, mas acabou escorregando e, por pouco, não caiu, mas fez barulho ao escorregar e ao segurar novamente no corrimão. Os meninos pararam imediatamente de falar, notando a presença de mais alguém. Ela pôde ouvir eles se perguntando o que fora aquilo. Ela tinha duas opções: sair de lá, fingindo que nunca esteve no topo da escada; ou poderia descer as escadas e ajudar Sirius, mas sem falar que estava bisbilhotando a conversa dos dois.

Depois de poucos segundos pensando, Carol escolheu a segunda opção, só não sabia como executá-la.

–Carol? – Tiago perguntou. Ele tinha ido até a escada e a visto no topo de tal.

–Oi, Tiago – ela disse sem graça. – Eu estou sem sono e não quero acordar o Remo, então vim pra cá porque eu, de qualquer jeito, preciso mandar uma mensagem para meus pais e queria pensar um pouco.

–Carolzinha! Que ótimo momento para você aparecer! – Sirius exclamou ao vê-la – Eu realmente estava precisando da ajuda de uma figura feminina nessa exata situação – ao ouvir isso, a menina riu e desceu as escadas.

Ao perguntar em que ela poderia ajudá-lo, Sirius explicou tudo o que acabara de falar ao amigo, não que ela já não tivesse ouvido uma boa parte. Ao terminar, ele também acrescentou que queria ser mais romântico porque alguns ex-ficantes e ex-namorados de Anna a tratavam melhor do que ele. Não que ele a tratasse mal, esse não era o caso, mas os ex’s dela sempre davam flores, escreviam cartões fofos e essas coisas. Já ele, nem falar direito com ela conseguia.

Carol começou a pensar. Não sabia se Anna realmente gostava de tais coisas, mas achava que qualquer menina gostava de flores de vez em quando, mesmo que fosse raramente.

–Sirius, você gosta da Anna? Para eu te ajudar eu tenho que ter certeza disso. Se você gostar dela de verdade, eu tenho um plano.

–--

“Será que ele sente algo por mim?” “Será que ele está pensando em mim agora?” “Será que ele se importa comigo?”

Essas eram algumas das perguntas que assombravam Anna durante a noite. Ela não conseguia dormir, mas ao mesmo tempo estava exausta. A única coisa em que pensava era Sirius.

Ela, antes de fechar a porta do quarto, logo após se despedirem, se perguntou se não deveria ter permitido que ele ficasse mais um tempo com ela. Ele, aparentemente, estava disposto a passar a noite com ela, se ela não o tivesse dispensado. “Talvez seja melhor assim” - Anna pensou - “Desse jeito, eu não aparento ter algum sentimento por ele sendo muito fácil, como todas que ele fica.” - mas ela também não poderia deixar de pensar no que ele devia achar dela - “Será que pra ele eu sou apenas algum tipo de distração? Como se ele só passasse tempo comigo quando está completamente sozinho, sem nenhuma menina mais interessante por perto? Como um tipo de segunda opção?” - perguntas desse gênero invadiam a mente dela rapidamente, como uma explosão.

Anna não era mais bonita do que várias garotas com quem ele já tinha ficado, mas era uma das mais bonitas com certeza. E, provavelmente, era uma das mais gostosas. Mas o que mais ela tinha além de seu físico? Ela não era legal, não era amigável, não era engraçada e nem muito sociável (bem, a não ser com meninos, mas isso não vem ao caso). Ela era grossa, sem graça, chata, pouco social… Enfim, ela era insuportável, ao seu ver, então porque que Sirius estaria ficando com ela se não fosse pelo seu físico? Ele era muito pegador, e esses só se importavam com a beleza exterior e não com a interior. Ela era apenas uma atração visual para ele. Sirius só queria beijá-la, nem sua amiga era direito.

Alguém bateu na porta, fazendo ela voltar à realidade.

–Anna? - era Sirius. Ele falava baixo, pois não sabia se ela estava ou não acordada. Como ela se recusou a responder, fingindo estar adormecida, o garoto foi embora.

Ao ter certeza de que ele não estava mais lá e já tinha entrado em seu quarto, ela se levantou e saiu do cômodo, fazendo menos barulho possível. Ela queria falar com alguém, mas, aparentemente, Lily e Carol já estavam dormindo. Bem, não custava tentar.

Anna saiu do quarto e rumou para o de Lily. Ao bater na porta, não conseguiu ouvir nada. Nenhum sinal de que a amiga pudesse estar acordada. Ela pensou em ir atrás de Carol, mas se lembrou de que ela tinha descido com Remo, então eles poderiam estar dormindo no mesmo quarto, que era uma hipótese bem provável. Depois de um ou dois minutos refletindo se deveria tentar ou não falar com Carol e correr o risco de acordar Remo também, Anna preferiu acordar Lily, pois sabia que ela estaria dormindo sozinha, já que, pelo modo que quase não deixou Tiago acompanhá-la mais cedo, achava que ela não deixaria ele dormir com ela.

Ao entrar no quarto, Anna pôde ver que estava certa. Lily estava dormindo sozinha, no meio de travesseiros e cobertores. Ela não queria acordá-la, mas precisava da ajuda dela. Estava confusa demais para conseguir entender tudo sozinha.

–Lil? - Anna a balançou bem de leve, mas foi o bastante para conseguir tirar a amiga de seu sono.

–Hmmm - Lily resmungou, como se perguntasse “Quem está aí e o que quer?”.

–Sou eu, a Anna - ela se identificou. - Escuta, Lil, é que eu estou muito confusa sobre tudo e eu queria a ajuda de alguém. Eu pensei primeiro na Carol, já que você odeia ser acordada, mas, pelo que parece, ela está dormindo com o Remo e se eu acordá-la, há a possibilidade de acordá-lo também. Eu sabia que você ia estar sozinha, então vim pra cá - ela esperava que isso fosse o bastante para a amiga entender a situação.

–Hmm - Lily murmurou para que ela seguisse em frente.

–Assim, é que o meu problema é com o Sirius. A gente tem o nosso acordo, você lembra? - ela balançou a cabeça em discordância - Bem, no nosso pacto, nós nos beijamos casualmente e continuamos amigos, sem compromisso algum. Sem namoro, sem apego. “Ficar por ficar” é o termo mais perto - ela explica. - Mas o meu problema é que eu não sei se isso está realmente funcionando pra mim - Anna disse, arrumando o cabelo, mesmo que estivesse escuro. - Não que eu não goste de beijá-lo. Não, esse definitivamente não é o caso, porque eu nunca beijei alguém e gostei tanto quanto eu gosto do beijo dele, é tão intenso, romântico e envolvente. E, às vezes, ele me abraça de um jeito… - ela suspirou, mas logo voltou à realidade. - Foi mal, me distraí - ao se recompor, Anna continuou. - Mas o que eu quero dizer é que eu não acho que esse acordo esteja funcionando pra mim, porque nele nós não nos gostamos, somos apenas amigos, que ficam por ficar, sem envolver nenhum sentimento, nenhuma emoção. E eu acho que estou sentindo algo por ele - ela admite. - Quer dizer, eu não sei… Quando ele coloca a mão na minha nuca, debaixo dos meus cabelos, para me puxar para um beijo eu me arrepio inteira, fico com muito frio na barriga, como se fosse a primeira vez em que nos beijamos. É uma sensação nova, e não a de sempre. Essa sensação me envolve de tal modo que perco o meu sentido, perco a noção das coisas. Tudo parece ser perfeito ao meu redor. Parece que nós somos feitos um para o outro - ela fala, pensativa. - Eu não sei o que está acontecendo comigo! - Anna diz, colocando o rosto entre as mãos.

–Anna, - Lily conseguiu murmurar, ainda sonolenta, depois de ouvir a história - não é óbvio?

–O que é que tudo isso tem de tão óbvio assim, Lil?

Lily se senta na cama, arrumando o pijama e os cabelos ruivos.

–Anna, acho que já está na hora de acordar, você não acha? Olá, Terra chamando Anna Prett! - ela exclama - Você está apaixonada por ele - Lily fala. - E muito apaixonada, pelo visto - acrescenta. - Haveria alguma possibilidade de Vossa Excelência parar de ser tão estúpida e ir atrás dele? Porque você sabe muito bem que ele nunca se toca se ninguém falar ou demonstrar algo.

Anna estava chocada com a resposta da amiga. Pensou que Lily ia ser delicada, como sempre, mas, dessa vez, ela falou dessa maneira pois, além de estar com sono, já tinha percebido há algum tempo que Anna tinha fortes sentimentos pelo garoto em questão, só que ela não percebia, tratando apenas como atracão física.

–Eu não estou brincando - Lily acrescentou. - Anna, escuta. Você sabe muito bem que o Sirius é movido pela parte visual, ou seja, ele gosta de quando as meninas são bonitas, gostosas e estão bem vestidas. Ele também agora ficar com várias, então elas tem que beijar bem e deixá-lo com vontade de mais. Essa parte envolve também como você movimenta as suas mãos durante o beijo, que eu comprovei por experiência própria que as mãos ajudam e muito pra intensificar as coisas - ela explicou, se arrumando na cama. - Bem, agora vejamos, você é bonita, você é gostosa e está sempre bem vestida. Eu não posso saber a parte do beijo, mas para ele te beijar toda hora você deve ser boa nisso - a ruiva conclui. - O que você entende com tudo isso que eu acabei de falar?

–Hmm… - Anna pensa. - Nada.

Lily coloca o rosto entre as mãos e olha para a amiga.

–Anna, eu acabei de dizer do que ele gosta e acabei de dizer o que você tem. Alguma semelhança? - houve uma pequena pausa. - É óbvio que sim! Você tem todas as qualidades que ele aprecia e acha que isso é normal. Com tudo isso eu quis dizer que existe alguma possibilidade dele estar sentindo algo por você também. E se não estiver, pode ficar, é só você querer.

–Mas o que eu posso fazer para ele ficar atraído por mim, Lil? - Anna pergunta, confusa.

–Seja você mesma e se arrume mais ainda, principalmente quando for se encontrar com Sirius. Talvez um pouco mais de… ousadia durante os beijos - Lily sugeriu, fazendo as duas rirem.

–Obrigada, Lil. Eu realmente precisava de ajuda nisso tudo - Anna diz sorrindo.

–Por nada, pra isso que amigas servem - ela diz. - Mas agora pode ter certeza que se algum dia eu precisar de ajuda no meio da noite, não vou pensar duas vezes em te acordar.

–Ok, aviso entendido - depois de dizer isso, Anna se dirigiu ate a porta, mas parou no meio do caminho, pois Lily a chamou. - Sim? - ela respondeu ao se virar.

–Você acha que o Tiago gosta mesmo de mim? - ela perguntou rapidamente.

Anna riu e andou até a amiga, sentando-se ao seu lado.

–Lil, está escrito na testa dele ‘Eu amo Lílian Evans!’ - ela brincou. - Sim, ele gosta mesmo de você. Mesmo ele sendo uma babaca às vezes - acrescentou. - Mas o que o Tiago sente por você é puro, é verdadeiro. Você tem muita sorte com isso. Vê se não estraga tudo - e com esse último comentário, Anna foi para seu quarto.

– - -

Anna ouviu a porta se abrir. Ela fingiu estar em seu décimo sono para não ser perturbada, pois tinha quase certeza que era Sirius. Ouviu passos se aproximarem da cama e logo pôde sentir uma mão em seu ombro.

–Anna - Tiago sussurrou, vendo se a amiga estava acordada. Isso fez ela “acordar” instantaneamente.

–Tiago? - ela perguntou, sem entender por que ele estava lá.

–Desculpa te acordar, mas eu preciso de ajuda.

–Eu já estava acordada. Só, digamos, fingindo estar dormindo para o caso de Sirius aparecer, porque ele esteve aqui agora pouco vendo se eu já tinha ido dormir - ela explicou, se sentando. - Qual seria o problema? - perguntou, se ajeitando.

–Bem, o problema é… - ele ia continuar, mas Anna o cortou.

–Lily. O problema é que você não sabe se o sentimento dela por você é real - ela presumiu, ao ver a expressão do garoto.

Tiago não pode deixar de ficar surpreso, ao ver que a amiga adivinhara.

–É exatamente isso - ele disse, sentando-se ao lado dela. - Eu não sei mais nada, Anna. Eu preciso de ajuda para entender, porque, como você sabe, eu não interpreto bem sinais femininos. Ela está muito… desinteressada.

–Desinteressada? Em você? - Anna riu um pouco - Tiago, a Lil nunca vai ficar desinteressada em você - ela disse. - Nunca - reforçou. - Ela só está insegura sobre vocês dois, porque, pelo que eu saiba, ela nunca namorou alguém estando tão envolvida e isso a deixa pressionada, tensa. É a primeira vez que ela se envolve tão seriamente com alguém. Só dê um tempo pra ela se acostumar com a ideia de ter um menino sempre ao lado dela - ela opinou, mexendo em seus cachos. - Tiago, por que você duvida do amor dela por você? Eu nunca a vi tão apaixonada por algum garoto como ela está por você. Você não confia na palavra dela?

–Não é que eu não confio, é só que ela sempre disse que nunca se apaixonaria por minha na vida dela. E isso não é muito motivador - ele disse, fazendo Anna rir.

–E você acreditava quando ela falava isso? Sério Tiago? Você é idiota, por um acaso? - perguntou - Ela sempre foi caidinha por você, mas só percebeu agora.

Depois dessa última frase, Tiago começou a entender melhor as coisas. Ele perguntou para a amiga se ela achava que o namoro deles ia durar, ela apenas respondeu:

–Se você não fizer nada de errado, vai durar bastante.

–E por que eu faria algo de errado? - ele perguntou, sem entender.

–Não estou dizendo nada, mas você consegue deixar a Lily triste muito facilmente. É um dom seu. Só toma cuidado com isso.

—-

Lily acordou no dia seguinte com o sol na sua face. Será que tinha dormido demais? Que horas seriam? Ela parou para pensar no que tinha acontecido no dia anterior e em seus pensamentos o que predominava era apenas uma coisa. Uma pessoa.

A ruiva apenas parou de imaginar quando alguém bateu na porta, trazendo-a de volta para a realidade.

–Lil, você já acordou? - Anna perguntou, abrindo a porta. Ao olhar dentro do cômodo, viu que a amiga estava sentada na cama - Você está acordada desde que horas?

–Não sei… Aliás, que horas são? - Anna lhe informou que eram oito e alguma coisa - Ainda? Pensei que eu tivesse dormido demais - disse, se levantando. - Só vou me trocar e já desço.

–Ok - ela concordou e logo saiu do quarto, deixando a amiga mais à vontade.

Anna, ao descer as escadas, deu de cara com um menino que ficou extremamente feliz em vê-la já de manhã. Esse mesmo, sempre andava radiante, contagiando as pessoas ao seu redor com sua alegria.

–Bom dia, senhorita Prett! Como passou essa maravilhosa noite?

–Muito bem, senhor Black, obrigada - respondeu simpaticamente, descendo os últimos degraus da escadaria.

Poucos minutos depois, os seis alunos de Hogwarts já estavam sentados juntos na mesa da cozinha tomando café da manhã. Como sempre, Anna estava ao lado de Sirius, Remo ao lado de Carol e Tiago ao lado de Lily. Nesse momento, Sirius sugeriu que fossem na piscina depois de comerem, uma vez que adorava o passa-tempo trouxa.

–Não é da piscina que você gosta, e sim das meninas napiscina - Anna disse, ao ver a malícia na sugestão do maroto.

–Bem, isso é um bônus - ele respondeu em sua defesa. - Mas não é como se eu estivesse muito interessado nas meninas, - falou, olhando para Anna em seguida - estou mais interessado em uma específica… - com isso, a garota corou.

–Hmmm, senti um clima… - Carol disse, rindo depois. Essa fala atraiu um olhar mortal da morena para a loira, como quem diz: “vou arrancar a sua cabeça fora” - Que foi? Pode ter certeza que não fui só eu que pensei isso.

–Que seja - Anna resmungou. Depois de sua fala, os seis decidiram subir para vestir-se apropriadamente para a próxima atividade, uma vez que não seria muito inteligente estar vestidos de roupas normais para ir à piscina.

Dez minutos depois, os meninos estavam com bermudas para nadar na beira da piscina. Quando as meninas chegaram, os três já se encontravam sem camisa e prontos para mergulhar.

–Venham logo, suas demoradas! - Sirius gritou, pulando na água em seguida. Isso molhou elas de leve, o que encorajou Carol e Lily a tirar as saídas.

Remo, ao ver que a namorada já estava só de bikini, a abraçou e se jogou com a mesma na piscina. Lily pulou por conta própria, com Tiago atrás dela. Apenas Anna não tinha muita vontade de entrar, mesmo com as reclamações dos amigos.

–Eu prefiro ficar quietinha aqui no seco, lendo um livro - ela se justificava.

–E desde quando você lê? - Sirius perguntou, saindo da água e indo atrás dela.

–Desde sempre! - protestou, se levantando para tentar discutir com ele sem tem que olhar tanto pra cima, apesar de Sirius ser bem mais alto que ela.

–Desde sempre tipo hoje? - perguntou, rindo. - Ah, Anna, você quase nunca lê, não inventa! - nisso, ele a pegou no colo e pulou com a mesma na piscina, mesmo ela ainda estando com sua saída branca.

–Sirius Black! - ela disse ao emergir.

–Não enche - ele respondeu, dando um selinho nela e a abraçando.

Depois de se conformar o seu estado molhado, Anna tirou a saída e ficou só de bikini, deixando Sirius feliz. Se ele já tinha gostado do que via com o tecido branco por cima, imagina sem ele!

–Não sou um pedaço de carne para você me olhar desse jeito! - Anna protestou, ao ver o olhar malicioso do maroto.

–De que jeito? - perguntou rindo. Nisso ele a puxou para um beijo. Ela tentou ao máximo resistir tentando empurrá-lo, mas acabou cedendo e se entregando em seus braços.

–Eu juro que não entendo eles - Carol disse, ao ver a cena. - Às vezes parece que querem se matar e cinco minutos depois já estão se beijando. É meio sem noção.

–Concordo - Remo disse. - Parece até um certo casal quando ainda não estava junto… - falou, se virando para Lily e Tiago, que estavam abraçados. Carol riu e deu um selinho no namorado, que deu uma olhada discreta no corpo dela, gostando do que via. Tiago fez a mesma coisa que o amigo, só que ele olhava um pouco mais, sempre procurando ser discreto para Lily não brigar com ele.

–Caramba, Anna, o que aconteceu? - Sirius perguntou. Ele e a menina tinham saído da piscina para conversar e acabaram se beijando (pra variar…).

–Como assim? - ela não tinha entendido a pergunta do amigo, e tinha entendido menos ainda porque ele tinha parado o beijo, que estava ótimo ao seu ver.

–Você está… diferente - o maroto concluiu, observando-a curiosamente.

–Eu te mordi? - perguntou receosa.

–Não - Sirius respondeu, depois de checar brevemente o estado se sua boca.

–Então eu não te entendi - falou, imaginando qual teria sido o problema.

–Você parece estar com mais energia hoje - explicou, meio sem entender também o que tinha levado a menina a agir dessa maneira.

–Eu te machuquei de algum jeito? Tipo com a mão, as unhas, puxando o cabelo? - ela supôs, passando as mãos nas costas despidas dele para ver se não tinha arranhado muito profundamente.

–Não - ele respondeu rindo. - Nenhum arranhão excessivamente forte. É só que parece que você esta mais envolvida hoje no beijo do que nos outros dias - ele disse. Ainda não entendia como isso era possível, mas parecia que Anna estava beijando-o de uma maneira diferente naquele momento, e ele não podia negar que gostava disso.

–E isso é considerado ruim? - a menina perguntou, com medo de que ele não tivesse gostado, uma vez que era exigente em relação a isso.

–Não, de jeito algum - a respondeu, se aproximando dela por puxar sua cintura fina desprotegida. - Isso é considerado ótimo - complementou, voltando a fazer o que antes tinha interrompido.

“Talvez a Lily estivesse mesmo certa” Anna pensou, sorrindo antes de retribuir o beijo.

Depois de muito tempo, os casais e o quase casal foram saindo da água e se sentando nas espreguiçadeiras para conversar. Vários assuntos foram abordados, como escola, quadribol, passatempos trouxas, até chegar em namoro. Sirius e Anna eram os únicos que não namoravam lá e ninguém entendia o motivo. Mesmo que os dois dissessem que não tinham nada além do acordo, os amigos acabavam duvidando, uma vez que se comportavam como namorados quando estavam juntos. Eles andavam juntos quase sempre, se beijavam nas horas vagas, estavam sempre abraçados e, às vezes, andavam com as mãos dadas. Para os amigos, essas eram razões o suficiente para deduzir que havia algum sentimento por trás de tudo aquilo. Anna sempre dizia que não se importava, mas ela sempre se produzia mais quando ia encontrar o garoto, alegando que tinha que estar bonita para seus admiradores (que, de fato, eram muitos). Sirius nunca dizia nada, pois tinha um tanto de medo de dizer algo e acabar se dando mal. Quer dizer, quando que Anna o levaria a sério? Essa era uma pergunta constante que ele se fazia, uma vez que achava que ela só ficava com ele por ficar, e, para ele, não existiam muitas possibilidades da garota sentir algo por ele já que o mesmo era muito conhecido por ser pegador, o que não era um fator muito favorável.

–Eu acho que vocês deveriam tem alguma coisa mais séria… - Carol disse a Anna e Sirius algum tempo depois do assunto ser introduzido. Lily concordou, alegando que os dois passavam mais tempo juntos do que separados.

–Sempre que eu vou te falar ou perguntar algo, você está com Sirius. Quando eu vou falar com ele, você está com ele, - Lily disse. - ou seja, vocês passam mais tempo juntos do que separados e isso é um bom motivo para vocês se relacionarem mais seriamente.

–Eu aprecio o desenvolvimento inovador que as duas fizeram especialmente para mim, - Anna respondeu - porém, eu sinceramente acho que nenhuma de vocês duas o desenvolveu a tal ponto de torná-lo convincente - no final dessa frase ela sorriu falsamente, pois não gostava de abordar esse assunto.

–Se me permitem, eu acho… - Sirius tentou se intrometer, mas foi cortado pela morena.

–Você não acha nada, Black - ela disse seriamente.

–Ok, clima estranho… - Tiago disse após algum tempo - Que tal mudarmos de assunto?

—-

Depois de saírem da piscina, três marotos e três meninas foram para a sala, pois, mesmo com a proteção térmica mágica da casa, estava começando a ficar frio e, como os seis estavam com roupas de banho, seria melhor ficarem dentro.

–Eu vou colocar uma roupa, já volto - Lily declarou, se desvencilhando de Tiago, que protestou.

–Eu prefiro você assim mesmo - disse, com um sorriso maroto e envergonhado ao mesmo tempo, pois sabia do soco que ia levar. Porém, Lily apenas olhou feio e subiu, sem se dar o trabalho de movimentar o braço.

–Eu também vou - Anna disse, indo atrás da amiga. Ao ver a boca de Sirius aberta, já o cortou - Nem pense em comentar nada, Sirius - ela disse, fazendo-o fechar o boca. Essa fala fez com que todos rissem e, algum tempo depois, Carol também foi colocar uma roupa seca, alegando estar com frio.

–Eu não entendo porque elas sempre andam em bando - Sirius disse, ao ver que elas já tinham chegado ao topo da escadaria. - Às vezes isso dificulta para nós, principalmente na hora de chegar em alguma menina - Remo e Tiago riram da revolta do amigo.

–Almofadinhas, de nós, só você pode se preocupar com isso. Já eu e o Pontas, temos outras coisas para tomar conta - ele disse, se referindo às suas respectivas namoradas. - Por falar nesse assunto, o que você pretende com tudo isso? - Remo perguntou.

–“Tudo isso” o quê? - Sirius perguntou, fingindo não entender a pergunta. Ele sabia que Aluado falava de Anna, mas não queria falar sobre isso. Ele sabia que se contasse, o amigo contaria para Carol e a menina o pedira para não contar para ninguém, apenas Pontas, pois o mesmo estava presente quando ela tinha falado.

–“Tudo isso” Anna - Remo disse, revirando os olhos.

–Relaxa, Aluado, nós temos tudo sob controle - Tiago disse. O amigo ia contestar, mas não continuou por conta de Lily, que acabara de descer as escadas. Ela estava de calça moletom branca, um casaco azul marinho e um par de fofas botinhas pretas. Tinha prendido o cabelo, já que tinha tomado uma ducha para tirar o cloro dele. Logo atrás dela vinham as duas amigas, que estavam bem parecidas com ela, só Anna que não usava casaco, e sim uma regata preta.

Com a chegada delas, os seis foram fazer um lanche e depois ficaram conversando sobre mais aventuras dos marotos. As meninas eram muito curiosas para saber em que eles já haviam se metido, uma vez que eles sempre estavam de detenção.

–Não, você entendeu errado - Tiago disse. - Eu tinha ido me encontrar com ela na torre de astronomia, mas quando eu cheguei lá, o Filch já a tinha encontrado e nós dois ficamos de detenção - ele explicava para Carol uma vez que fora pego tentando se encontrar com uma aluna da Corvinal. - Mas o pior mesmo foi explicar para a McGonagall o que nós estávamos fazendo lá… - isso fez os cinco rirem, deixando o maroto mais envergonhado ainda.

–E o Pedrinho? Ele já ficou com alguma menina na vida? - Anna perguntou, ao perceber que a maioria das histórias não o incluíam.

–Não que eu saiba - Sirius disse, depois de pensar um pouco.

–Já - Remo disse, chamando a atenção de todos. - Ele só não falou para vocês, porque sabia que iam importuná-lo.

–Não íamos importuná-lo! - Tiago e Sirius disseram ao mesmo tempo.

–Iam sim - Lily disse, em seguida voltando-se para Remo. - Quem foi?

–Eu não lembro direito, mas eu acho que foi a Mila MacField, a grifinória um ano velha nova que a gente. A loira, sabem?

–Mila, Mila, Mila… - Sirius ficava repetindo o nome para ver se lembrava. - Espera, a Mila MacField?! - perguntou assustado. - A que adorava pintar as unhas de dourado? - Remo assentiu com a cabeça. - Ela é muito gostosa! - disse, ao se lembrar completamente. - E eu já fiquei com ela… - ele disse, começando a lembrar-se melhor. - Como ele conseguiu?

–Que maldoso, Sirius! - Carol disse. - Qual é o problema de ele ter ficado com alguém bonita?

–O problema é que é sobre o Pedro de quem estamos falando. Faz sentido agora? - ele perguntou, ainda surpreso. - Calma, - ele pensou mais um pouco - você também já ficou com ela, não foi Pontas? Ou foi você, Aluado? - ele refletiu. - Não lembro.

–Fui eu - Remo disse. - E não me olhe com essa cara, Almofadinhas. Foram só algumas vezes, nada relevante - o maroto deu de ombros. Carol, porém, parecia um tanto incomodada. Ela sabia quem MacField era, e sinceramente achava que Mila era bem melhor que ela, o que deixou a loira um pouco insegura em relação a essas ficadas do namorado.

–Iiih, acho que alguém ficou com ciúmes… - Anna disse, rindo, deixando-a vermelha. - É brincadeira, Carolzinha. E a gente sabe que você é melhor que ela, considerando que quem está com o Remo agora é você, e não ela - concluiu.

–Eu não estou com ciúmes - Carol respondeu. - E não é da minha conta o que aconteceu com Remo antes de nós namorarmos.

Remo a abraçou e repetiu várias vezes que a amava. Ela, no começo, continuou séria, mas acabou cedendo, retribuindo o abraço.

–Eu já te disse que eu te amo? - ele a perguntou, beijando-a. - Não me venha com essa cara, Almofadinhas. Eu a vi primeiro - brincou com o amigo em relação a Carol.

–Na verdade, Aluado, quem viu pri… - Sirius começou a falar, mas foi detido pela menina.

–Em mais o que vocês já se meteram? - ela perguntou, desviando do assunto.

Os marotos ficaram mais algum tempo contando sobre várias vezes que foram pegos. Em algumas ocasiões, o motivo era meninas. Em outras, comida. Todos riam com os acontecimentos, que eram cômicos. Tiago, ao ver que já estava quase entardecendo, sugeriu que eles fizessem algo sem ser só conversar, pois se contassem todas as histórias de uma vez só, teriam que se meter em mais confusão para ter outros relatos. Todos concordaram e tentaram arranjar outra coisa para fazer.

–O que é um jogo de tabuleiro? - Tiago perguntou, quando Carol sugeriu esse.

–É outro passatempo trouxa. É na mesma linha que o xadrez de bruxo: é um jogo que precisa de um tabuleiro para ser jogado, mas existem vários.

Depois de acabarem concordando que seria inviável, foi proposta outra coisa.

–Definitivamente, não.

Os seis estavam na sala de estar da casa dos Potter no feriado de Natal quando Sirius propôs um jogo da verdade. Todos aceitaram a oferta, menos a morena, Anna Prett, que se recusou a jogar.

–Tem muitos segredos a esconder, senhorita Prett? - Sirius perguntou, maliciosamente.

–Não, mas… - Anna iria completar a frase quando o menino a interrompeu.

–Sim, você tem. Se não tivesse, essa não teria sido a sua reação - ele a provocou, piscando para ela em seguida.

Sirius sorria para Anna, enquanto a garota o fuzilava com um olhar de desaprovação. Após certo tempo, ela acabou concordando.

–Ok. Eu topo - todos aplaudiram depois disso, fazendo ela ficar vermelha.

Carol pegou uma garrafa vazia na cozinha e ao voltar para a sala, todos estavam sentados no chão em uma roda. Sirius foi o primeiro a girá-la, alegando que merecia já que ele tinha proposto o jogo. A garrafa girou várias vezes antes de cair exatamente em Anna, que começou a ficar nervosa.

–O que você quer saber, Black? - ela perguntou, depois de um longo suspiro. O garoto pensou e depois sorriu marotamente para ela - Escolha bem, não desperdice essa chance. Ela é única - Anna o provocou.

–Bem, - ele começou - tem uma coisa que eu sempre quis saber sobre você…

–E o que ela seria? - apesar de demostrar confiança, ela estava muito nervosa. Se fosse qualquer outra pessoa a fazer a pergunta, não teria problemas, mas Sirius era um perigo.

–Digamos que eu sempre fui curioso para saber com quantos caras você já ficou.

Ninguém disse nada. Todos olhavam para Anna esperando uma resposta, e ela olhava para Sirius como se não tivesse entendido a pergunta.

–Como assim?

–Como “como assim”? A pergunta é bem simples, pra falar a verdade.

–E por que você quer saber isso?

–Sou eu quem faz as perguntas, senhorita Prett, e você as responde - Sirius respondeu, esperando sua resposta.

–Você quer saber com quantos caras apenas, ou também quer um relatório completo? - Anna perguntou, ironicamente. Não gostava de falar sobre isso. Tinha medo de qual pudesse ser a reação dos amigos.

–Um relatório completo cairia bem no momento.

–Eu acho que já fiquei com uns 50 e poucos garotos - ao responder, ela viu a surpresa no rosto de todos, inclusive no de Sirius. - E por que essas caras?

–Bem… Nós sabíamos que você pegava vários, mas não pensamos que fossem tantos - Lily respondeu ao ver que mais ninguém arriscaria dizer uma palavra.

Como resposta, Anna apenas girou a garrafa, ignorando o último comentário. A boca de tal apontou para Carol Andrews, que não tinha dito uma palavra até aquele momento.

–O que gostaria de saber, Anna? - ela perguntou amigavelmente.

–Remo foi o seu primeiro beijo? - perguntou rapidamente. Ela sempre achou que sim, mas queria ter certeza. Todos se voltaram para Carol, que acabou ficando vermelha. Ao responder, ficou mais envergonhada ainda.

–Bem… - ela pensou olhando para Remo, depois para os amigos. - Sim, a primeira pessoa que eu beijei na vida foi o Remo - ao ouvirem isso, Anna e Lily sorriram para ela, achando a coisa mais fofa do mundo.

–Que romântico Carolzinha - a amiga ruiva disse, suspirando.

Quando a garota finalmente olhou para o namorado, viu que o mesmo tinha um leve sorriso nos lábios, o que a aliviou um pouco. Então, Remo a puxou para um abraço, fazendo com que seus corpos ficassem colados.

Após algumas rodadas com perguntas um tanto desnecessárias, a garrafa parou em Lily Evans, que até agora só tivera que responder coisas óbvias ou estúpidas. Sirius pensou em uma pergunta e então encarou a amiga, com um olhar duvidoso.

–Eu sempre quis saber o que você faria se uma menina beijasse Tiago.

–Ele beijava várias meninas e eu nunca tive muitos problemas com isso.

–Imagina se tivesse… - Carol comentou, fazendo Anna rir.

–E se fosse alguma menina mais… específica? - Sirius perguntou maliciosamente.

–Tipo quem? - Lily ainda não entendia o propósito daquela pergunta. Não fazia sentido, Tiago sempre havia sido pegador e isso não fazia com que ela odiasse as meninas com quem ele já tinha ficado.

–Tipo… - Sirius fingiu estar pensando. Ele já tinha uma pessoa em mente quando fez a primeira pergunta, já que era improvável que essa menina alguma vez tenha contado a Lily - não sei, alguém próxima a você - Tiago estava quase da cor de papel enquanto ouvia Sirius. Sua sorte foi que a namorada não percebeu.

–Se essa pessoa fosse bem próxima, tipo a Carol e a Anna, eu perdoaria. Afinal, essa pessoa seria minha amiga, não?

–Sim, seria… - ele respondeu e com isso, a garrafa foi girada novamente.

–Tiago Potter! - Carol disse animadamente, quando a garrafa parou e era a vez dela de perguntar.

–Carolina Andrews! - ele respondeu, rindo. - O que você quer saber? - perguntou curioso.

–Bem, eu queria saber o que você faria se Sirius beijasse Lily? - essa pergunta deixou as pessoas um tanto intrigadas. - Eu pensei nisso agora, por conta da outra pergunta - explicou.

–Eu beijaria a Anna - ele respondeu.

–Você o que, Pontas? - Sirius perguntou, pensando ter entendido errado.

–Você beija a minha namorada e eu a sua. Simples assim - Tiago disse, cruzando os braços.

–Eu não namoro ele - Anna entrou na discussão.

–Claro que namora! - Sirius disse para a menina. - Você é o amor da minha vida! - falou, para irritá-la. E ele conseguiu, pois ela o encarou como se dissesse “Eu vou matar você por esse comentário!”, o que ele respondeu apenas com um beijo na bochecha dela, girando a garrafa em seguida.

–Anna! - ele disse animadamente. - Que tal se você responder à uma pergunta? - perguntou maliciosamente.

–Já que eu não tenho outra opção - respondeu amargamente.

–Casa comigo? - ele perguntou, se ajoelhando na frente dela e colocando a tampa da garrafa na palma de sua mão, para simular um anel.

Anna o olhou e estranhou, se perguntando qual era a piada da vez, além do pedido. Ele não tinha nenhum copo de água para jogar nela e não podia jogá-la na piscina, pois estavam muito longe dessa. Ela só não entendia qual era a pegadinha.

–Como? - perguntou, já que não sabia o que responder.

–Eu quero saber se você quer casar comigo, Anna Prett - ele repetiu.

–Óbvio que não, Sirius - ela respondeu, como se fosse óbvio.

–Por que não? Eu sou um ótimo cara pra você, o melhor até - ele argumentou.

–O nosso acordo diz explicitamente que não nos envolvemos amorosamente e no casamento isso aconteceria - ela explicou, girando a garrafa.

Sirius a encarou com cara de coitado já que não conseguiu comover a morena. Ele tentou abraçá-la, mas ela não deixou.

–Não seja tão relutante! Você sabe que o nosso amor é inevitável - ele falava sorrindo.

Mais várias outras perguntas foram feitas e depois a garrafa começou a parar mais nos meninos, que até agora quase não tiveram que falar por eles. Remo teve que responder algumas em relação às meninas que ele já tinha se envolvido antes da Carol, o que não a deixou muito confortável. Sirius só respondeu perguntas meio idiotas, coisas que os amigos sempre quiseram saber que ele fez ou não com algumas meninas (nada além de beijos). Para Tiago não tinha muito o que perguntar também, além de perguntas parecidas com as feitas para seus amigos.

–As respostas de vocês dois - Anna apontou para Sirius e Tiago - só comprovam o quão cafajestes vocês eram - virou-se para Sirius. - E você ainda é - complementou. - O Remo é o mais… eu não diria “santo”, mas “comportado” acho que serve também - concluiu.

–Ei! Eu não era cafajeste! - Tiago protestou.

–Não adianta contrariar, cara - Sirius disse. - Bem-vindo ao clube dos criticados, onde as críticas ficam cada vez piores - ele ergueu seu copo num gesto de brinde.

Anna fez cara de brava para ele, que a beijou, abraçando-a depois.

Eles acabaram encerrando o jogo depois de algumas rodadas, pois já tinham descoberto muitas coisas para um momento só. As meninas acabaram se reunindo no quarto de Carol, pois queriam conversar sobre assuntos femininos, deixando os meninos abandonados. Obviamente, o tema mais abordado por elas foram meninos.

–Ok, - Carol disse - agora é sério. Eu preciso falar uma coisa que eu já devia ter falado faz um tempo - ela permaneceu quieta por um momento para chamar a atenção das amigas. Ela sempre quisera falar isso, mas temia o que elas iriam achar, mesmo já tendo passado muito tempo desde o acontecimento e ela tendo se arrependido.

–Carol, o que aconteceu? - Lily perguntou, começando a se preocupar. Normalmente a loira não era vista tão séria assim.

–Bem… - ela respondeu - aconteceu uma coisa um tempo atrás - as meninas olharam para a amiga sem entender do que estava falando - Uma vez, juro que foi só uma vez, eu meio que fiquei um tanto… alterada e…

–Alterada como? - Lily perguntou.

–Assim, eu estava meio chateada um dia, não me lembro bem porque, mas eu fui em uma das festas da grifinória. Sabe aquelas que são em dormitórios? - as amigas assentiram com a cabeça - Em uma delas tinham vários caras e tudo mais, mas acabou acontecendo uma coisa que eu não previa - ela disse. - Eu me arrependo disso, eu não estava pensando por mim mesma. Quer dizer, eu estava, mas…

–Só me diga que você ainda é virgem - Anna pediu, com medo do que a amiga teria feito.

–Sim, eu ainda sou virgem. Obrigada pela preocupação, Anna - isso fez a morena suspirar de alívio, pedindo para que prosseguisse. - Na época não seria tão grave o acontecimento, mas contar agora é meio… chato. Como eu disse antes, eu estava um tanto alterada e…

–Alterada como? - Lily perguntou novamente.

–Alterada quase bêbada - Anna e Lily a encararam e não entenderam. - Ok, não bêbada bêbada, mas eu estava muito chateada e eu acabei bebendo um pouco…

–Carol, tem como você parar de falar em códigos? Quanto você bebeu? - Anna perguntou preocupada.

–Eu bebi uns 2 ou 3 copos de uma bebida com gosto de maça verde e acabei fazendo uma coisa que não deveria ter feito… Não que a bebida tenha influenciado em alguma coisa. O que me influenciou foi que eu estava triste. No momento o efeito da bebida já tinha passado. Mas já faz tempo, isso foi no final do ano passado. Faz no mínimo um ano - ela falava olhando para baixo pois não queria olhar para as amigas. - E não tinha nenhum problema, quer dizer, vocês não tinham nada ainda…

–Carol, nós somos suas amigas. Não vamos julgar você por algo que você se arrependeu de ter feito - as palavras de Lily pareceram reconfortar a menina, que acabou tomando coragem.

A loira então se lembrou do acontecimento. Era uma sexta de noite, quase todos os grifinórios tinham sido convidados para a festa no dormitório de Armando Priggs, inclusive Carol. Ela só cogitou a ideia de ir porque um menino que ela curtia dissera que estaria lá e queria conhecê-la melhor. Então, ela colocou uma roupa básica, porém arrumada (como sempre) e foi para a festa. No caminho, ela passou vários corredores sinalizados por placas que levavam ao dormitório que ela procurava. Quando estava quase na porta, viu um casal se beijando. Quer dizer, não deveria ser um casal, pois casais não se beijam daquele jeito em uma festa, eles normalmente preferem locais mais reservados. Ao se separarem, Carol pôde ver que o menino que estava lá era ninguém menos que o garoto que dissera que queria conhecê-la melhor. Isso a deixou devastada, uma vez que estava curtindo ele, mas acabara de perceber que ele era um completo babaca. Só por isso, ela entrou na festa, pois agora não tinha ido lá para nada, ela estava determinada a conhecer alguém, mas não tinha como objetivo principal ficar com esse alguém, apenas queria conhecer um menino melhor que o que acabara de enganá-la. O que a loira não previa era que ela conheceria muitos caras e muitas meninas, que estavam bebendo. Ela, por influência deles, acabou bebendo também, mas, mesmo ela tendo uma resistência forte à bebidas, acabou ficando um pouquinho zonza, mas só de leve. Na época, ela ainda não conhecia muito bem um menino que começou a falar com ela quando já tinha recobrado quase toda a consciência. Para ele, Carol estava totalmente sóbria, pois, mesmo ela tendo bebido um pouco, o efeito da bebida já tinha passado. O único problema era que ela ainda estava chateada, o problema não fora a bebida. Carol então começou a conhecer esse outro melhor e eles acabaram ficando. Não é possível dizer que foi uma ficada como a primeira vez que ela tinha beijado Remo, porque foi mais que isso. O beijo foi bastante envolvente e quente, os dois estavam bem colados, ele tinha uma mãozinha boba de vez em quando, tiveram alguns chupões (que foram um pouco mais fortes do que ela gostaria de ter dado e levado) e arranhadas também.

–Vocês lembram um dia quando eu disse que ia a uma festa e voltei com alguns chupões no pescoço, que vocês me ajudaram a tirar com mágica e eu não queria muito falar sobre isso? - Carol perguntou para as duas, que apenas assentiram. - Bem, foi esse o dia que aconteceu essa festa.

–Carol, com quem você ficou nesse dia?


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Notas finais do capítulo

Bem, aí está o meu capítulo novo. Eu realmente espero que vocês gostem!
Comentários são sempre bem-vindos!



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